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Portas Abertas recebe Sicredi Integração PR/SC

O projeto Portas Abertas é uma iniciativa do Sistema OCB que busca estreitar laços entre as cooperativas, as Organizações Estaduais e as atividades desenvolvidas pela unidade nacional. Na segunda-feira (9), cooperados do Sicredi Integração PR/SC foram recebidos em Brasília, pelo Departamento de Supervisão de Cooperativas e de Instituições Não Bancárias (Desuc) para participar de palestras e realizar visitas estratégicas ao Congresso Nacional, além de conhecer pontos turísticos da capital.  

A comitiva participou de palestra sobre o trabalho de representatividade do Sistema OCB na defesa do cooperativismo, que abordou o atual cenário político e ressaltou a crescente força do movimento. A gerente de Relações Institucionais do Sistema OCB, Clara Maffia, citou a entidade como um agente de interlocução sólida com os Três poderes e afirmou que há garantia de reconhecimento e consideração nas decisões políticas. "O Sistema OCB se empenha para que o cooperativismo seja fortalecido em todo o Brasil. Por meio da nossa atuação junto ao Congresso Nacional, estamos sempre em busca de promover essa união e colaboração constantes", afirmou.

Em uma segunda apresentação, a comitiva conheceu um pouco mais sobre o crescimento do Ramo Crédito e a importância da supervisão do desenvolvimento desse segmento pelo Banco Central, que atua em parceria como apoiador do cooperativismo.

Para Thiago Borba, o coordenador do ramo no Sistema OCB, o BC entende  a importância do movimento e valoriza a atuação das cooperativas de crédito. "No Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo está destacado o número de municípios brasileiros em que as cooperativas de crédito são a única alternativa viável para o acesso a serviços financeiros. O BC reconhece que essa parceria é fundamental para o crescimento econômico e a inclusão financeira de milhares de brasileiros", disse.

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Sescoop completa 25 anos!

O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo(Sescoop) completa 25 anos de atuação com a oferta de soluções para desenvolver e impulsionar os negócios cooperativistas. Por meio do tripé formação profissional de cooperados e empregados, monitoramento do desenvolvimento organizacional das cooperativas e promoção social para as comunidades, o Sescoop agrega valor ao movimento e o torna cada vez mais forte e relevante para a sociedade. Criado em 1998, por meio da Medida Provisória 1.715/98 e regulamentado pelo Decreto 3.017/99, o Sescoop integra as três casas do Sistema OCB, que conta também com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e com a Confederação Nacional das Cooperativas (CNCoop).

“É com muita alegria que o cooperativismo brasileiro comemora os 25 anos do Sescoop. Desde sua criação já sabíamos que um novo modelo de governança mais prático e moderno seria implementado para garantir a competitividade das nossas cooperativas com a formação de pessoas e adoção de práticas estratégicas no mercado. Hoje, temos diagnósticos de monitoramento e desenvolvimento organizacional, uma plataforma de educação a distância para dirigentes e empregados, mas que também é aberta e gratuita para a comunidade, bem como diversas soluções de promoção social focadas no desenvolvimento das comunidades onde atuamos. Destaco especialmente a educação e a formação que são princípios cooperativistas que se materializam em ações e programas do Sescoop. Então, temos muito para celebrar”, parabenizou o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.

A missão do Sescoop, presente todo o território nacional, com representação nas 27 Organizações Estaduais do Sistema OCB, é promover a cultura cooperativista e o aperfeiçoamento da governança e da gestão das cooperativas brasileiras e estrangeiras, por meio de acordos de cooperação técnica com outras nações.

As ações de monitoramento, mencionadas pelo presidente, ocorrem por meio de diagnósticos organizacionais, orientados para o acompanhamento da identidade e conformidade à legislação cooperativista, governança e gestão; desempenho econômico e financeiro e, mais recentemente, averiguação da aderência aos critérios ESG e ao desenvolvimento dos negócios.

A formação dos dirigentes e associados tem, por sua vez, o objetivo de desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes para qualificação profissional adequada à gestão estratégica e operacional das cooperativas e ao seu modelo específico de negócios. Já a promoção social se dá por meio do incentivo ao voluntariado em evento nacional, chamado Dia C, que demonstra as ações sociais e ambientais realizadas o ano todo, além do enfoque na educação cooperativista e formação de novas lideranças, destacadamente.

Entre os mais robustos projetos desenvolvidos pelo Sescoop em âmbito nacional está a plataforma de educação a distância, CapacitaCoop e o Diagnóstico de Desenvolvimento Organizacional orientado para a Governança e Gestão, também conhecido pela sigla PDGC. As cooperativas que obtém os melhores indicadores podem participar de premiação promovida pelo Sistema OCB, o SomosCoop Excelência em Gestão.

 Além disso, o serviço também coordena nas plataformas InovaCoop e NegóciosCoop, que contam com conteúdo exclusivo para auxiliar na conquista de novos mercados e ampliação das oportunidades do cooperativismo.

O Sescoop é responsável ainda, por uma série de iniciativas voltadas para a promoção da imagem do cooperatismo em todo o país, por meio do movimento SomosCoop. Por meio de ações de comunicação o SomosCoop busca despertar o orgulho de ser cooperativista e conectar pessoas que acreditam na força do trabalho compartilhado e colaborativo, para tornar o cooperativismo conhecido e reconhecido na sociedade. A marca reforça o sentimento de pertencimento e identifica os produtos e serviços oferecidos pelas cooperativas.

Títulos verdes podem contribuir para a sustentabilidade e competitividade nas coops

Nessa segunda-feira (18), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, lançou em Nova York, títulos soberanos sustentáveis, os green bonds, ou títulos verdes. Os papéis, voltados para o financiamento de projetos de sustentabilidade, garantem novas oportunidades para a competitividade do cooperativismo brasileiro. “Essa iniciativa traduz a vontade e a capacidade do país em ser uma liderança mundial quando se fala em meio ambiente”, afirma o coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, Marco Morato. Ainda segundo ele, os títulos verdes representam o acesso a recursos mais baratos para financiar as atividades produtivas sustentáveis das cooperativas. “E isso representa um futuro de mais oportunidades a partir de créditos diferenciados com taxas menores e capazes de fomentar cada vez mais a nossa sustentabilidade e competitividade”. Com o lançamento dos títulos verdes, o governo brasileiro espera levantar cerca de US$ 2 bilhões em emissões até novembro deste ano. A operação é assessorada pelos bancos JPMorgan, Santander e Itaú Unibanco. Para os investidores, a compra dos títulos busca combinar sustentabilidade e retorno financeiro com apoio a agendas que envolvam a pauta ESG (governança socioambiental). Cálculos do Bank of America (BofA) mostram que os fundos globais ESG captaram US$ 21 bilhões no acumulado dos sete primeiros meses de 2023. O montante é próximo à captação de todo o ano passado, quando os ingressos líquidos somaram US$ 22 bilhões. Para Fernando Haddad, a emissão dos títulos verdes tem potencial para atrair novos investidores por apoiar projetos produtivos, como por exemplo, os de hidrogênio verde. “É fundamental que o país sinalize onde quer investir e que trará o melhor retorno”, destacou.

Live do BC explica importância das coops de Crédito

Semanalmente, o Banco Central realiza lives que explicam assuntos relevantes para a sociedade brasileira. Nesta segunda-feira (11), o tema da LIVE BC #15 foi "O que uma Cooperativa de Crédito pode fazer por você?". Para falar sobre esse assunto, o convidado foi Harold Espínola, chefe do Departamento de Supervisão de Cooperativas e de Instituições Não Bancárias da entidade. Harold explicou um pouco sobre o processo de supervisão que o BC realiza em relação ao o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC), bem como da função social do ramo: "O cooperativismo proporciona a inclusão quando realiza atendimento à sociedade não alcançada pelo sistema financeiro nacional. Mais de 300 municípios são atendidos exclusivamente por cooperativas", afirmou.

No início de sua participação, Harold esclareceu os princípios que norteiam o cooperativismo moderno, que incluem a adesão livre e voluntária, a gestão democrática, a participação econômica, a autonomia e independência, a educação, formação e informação, a intercooperação e o interesse pela comunidade. Ele fundamentou sua fala na distinção entre uma instituição financeira tradicional e uma cooperativa e destacou que são modelos de negócios distintos. "O desenvolvimento do associado é o ponto de partida para a formação de uma cooperativa. A essência é a principal diferença, é uma sociedade sem fins lucrativos", salientou.

Cooperação e legalidade

Harold falou sobre a vedação ao modelo cooperativo de auferir lucros. O excedente entre as receitas e despesas nas cooperativas é chamado de sobra e, quando ocorre, esse valor deve ser devolvido aos cooperados, proporcionalmente ao volume de operações de cada um, e também são realizados investimentos nas comunidades onde as cooperativas estão presentes. “Nesses momentos, os próprios cooperados decidem, em assembleia, qual será o destino desse excedente que pode ser reinvestido e distribuído proporcionalmente. O objetivo é gerar riqueza para promover o crescimento e melhora na qualidade de vida dos cooperados na própria comunidade”.

No que diz respeito ao processo de supervisão de uma cooperativa, o chefe esclareceu que, de acordo com a legislação, todas as ações dos gestores e decisões das cooperativas estão sujeitas à aprovação dos cooperados. Em relação ao Banco Central, existem regulamentos que abarcam todo o sistema financeiro e que devem ser seguidos com rigor. "O  BC desempenha um papel de supervisão tanto nas cooperativas quanto em todas as outras instituições financeiras do país. Essa supervisão é contínua e envolve cobranças proporcionais ao tamanho e à atuação de cada instituição”, disse

Para Harold, o cooperativismo de crédito brasileiro é uma referência para o mundo e tem  crescido significativamente, mesmo em momentos de crise. Segundo ele, em 2022 houve um crescimento de 22% no crédito, enquanto o sistema financeiro cresceu 6,5%; em depósitos somou R$ 358 bilhões de reais, um crescimento de 30% ao ano, contra 7,5% do sistema financeiro nacional.  "Aprendemos muito e aprendemos bem. Temos um marco legal próprio das cooperativas desde 2009, atualizado em 2022, e as pessoas de fora do Brasil se espantam com o diálogo entre o BC e as cooperativas", complementou.

             

Conselho do Fust aprova investimento de R$ 2,74 bi até 2025

O Plano de Aplicação de Recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o triênio 2023-2025 foi aprovado, nesta segunda (11), após reunião do Conselho Gestor do Fundo de Universalização de Telecomunicações (Fust), do qual o Sistema OCB é membro. O BNDES prevê que sejam captados R$ 2,74 bilhões para investimento prioritário na ampliação de conectividade à escolas públicas, regiões periféricas, hospitais e propriedades em áreas rurais.

Para Marco Olívio Morato, coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, a liberação das linhas de crédito do Fust para aplicação do BNDES em projetos que ampliam as redes de internet por todo o Brasil irá possibilitar o acesso da população ao processo de digitalização. "Essa inclusão ao digital pode proporcionar desenvolvimento, eficiência e qualidade de vida. Esse é um grande passo", declarou.

O Plano de Aplicação de Recursos (PAR) visa planejar e criar estratégias para uso dos recursos do Fundo pelo agente financeiro. Nestes três anos, e sendo atualizado anualmente, o objetivo é assegurar que as diretrizes, prioridades e métodos sejam aplicados corretamente. O BNDES pretende captar R$ 914,3 milhões em 2023, R$ 914 milhões em 2024 e o mesmo valor em 2025.

A diretora do Departamento de Política Setorial do Ministério das Comunicações, Nathalia Lobo, presidiu a reunião do conselho e acredita que o plano oferece muito mais do que o acesso à internet. Para ela, é a redução das desigualdades regionais com letramento digital e preço justo. “A nossa intenção é fazer com que a internet chegue lá na ponta e que traga benefícios tangíveis para a população, permitindo que as pessoas tenham, inclusive, acesso a serviços públicos de qualidade", disse.

O conselho

Integram também o Conselho Gestor do Fust os representantes dos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação; do Planejamento e Orçamento; da Agricultura e Pecuária; da Educação; da Saúde; da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel); das prestadoras de serviços telecoms; e da sociedade civil.

Uma de suas competências do Conselho é elaborar, anualmente, um relatório de gestão com avaliação dos resultados obtidos pela aplicação de recursos do Fundo. O CG-Fust também elabora e submete ao Ministério das Comunicações uma proposta de orçamento do Fundo para inclusão ao Projeto de Lei Orçamentária Anual.

O Fust foi instituído pela Lei 9.998/00 com a finalidade de estimular à expansão, uso e melhoria da qualidade das redes e dos serviços de telecomunicações, além da redução das desigualdades em todas as regiões do Brasil, bem como estímulo ao desenvolvimento de novas tecnologias de conectividade.

Coops mirins e escolares: empreendedorismo e solidariedade na prática

A importância de se aprender desde cedo sobre empreendedorismo e solidariedade tem sido reforçada pelas cooperativas mirins e escolares que, em movimento de intercooperação com cooperativas de trabalho e educacionais de diferentes estados, vêm promovendo os princípios cooperativistas. Os programas apoiados pela Fundação Sicredi e pelo Instituto Sicoob incentivam, sob orientação de um professor, a formação dessas cooperativas direcionadas aos jovens de escolas públicas, privadas, em cooperativas educacionais e outras instituições de atendimento às crianças e adolescentes entre os 6 e 17 anos.

De forma lúdica e interdisciplinar o processo para a constituição da cooperativa é reproduzido pelos jovens como captação de associados (sócio aluno), aprendizagem sobre as questões documentais, e realização de assembleia com eleição e posse dos membros dos conselhos administrativo e fiscal. Desta forma, as crianças aprendem a desenvolver competências e hábitos que disseminam os princípios do cooperativismo dentro e fora do ambiente escolar. O objetivo deste conjunto de ações promovidas pelas cooperativas é tornar o mundo cada vez mais cooperativista, estimulando as crianças a criarem, terem autonomia, protagonismo, liderança e olhar diferenciado para a educação financeira.

As iniciativas são apoiadas pelo Sistema OCB e pelas Organizações Estaduais. O coordenador de Ramos, Hugo Andrade, ressalta que o grande mérito dos projetos é envolver jovens e crianças no universo da cooperação. “Aprender sobre assembleias, negociações, formar chapas, fazer reuniões e simular, ou até mesmo efetivar negócios ajuda a forjar melhores cidadãos e futuros cooperados nos quadros sociais das cerca de 5 mil cooperativas brasileiras. Devemos incentivar cada vez mais a participação deles, pois é no cooperativismo que sempre terão espaço para crescer e contribuir para um mundo mais justo e próspero para todos”.

 

Histórias inspiradoras

 Em Rondônia, a Cooperativa dos Profissionais em Educação (Cooped), a Afavoo - fruto da integração da Cooperativa Educacional de Vilhena (Coopevi) e a Nova Avec, e a Cooperativa Educacional de Cacoal (Coopecc) incentivaram a criação de coops mirins como a Coopere, a Coopbee e a Cooperbi. A experiência assertiva de Rondônia também acontece em outros estados como Espirito Santo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As capacitações são ofertadas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) das Organizações Estaduais para fomentar o programa com o passo a passo para a formação de uma cooperativa.

O presidente da Cooped, Fabrício Pacheco, informou que, além das três coops já instituídas, no segundo semestre outras serão implementadas no estado. “A coop mirim da Cooped, por exemplo, está em plena ação e já participou de vários eventos na nossa cidade e em cidades vizinhas. Ela esteve na maior feira agroindustrial de Rondônia vendendo nosso objeto de aprendizagem. Isso movimenta o projeto e é de grande valia para agregaremos outras boas ações ao programa. Aqui em Rondônia o cooperativismo é muito forte e vimos essa necessidade de estimular as cooperativas mirins. Visitamos outros estados e observamos os fatores predominantes, prós e contras, bem como a viabilidade de parcerias e intercooperação para a implementação”.

Ainda segundo ele, a cooperativa mirim já acionou, inclusivo, o 6º princípio do cooperativismo, que é a intercooperação. “O produto comercializado por outras cooperativas é também vendido pela coop mirim. O chocolate, que é utilizado como objeto de aprendizagem, por exemplo, e fruto de uma parceria com uma cooperativa que produz o cacau e derivados. Hoje eles dispõem da fruta a preços mais acessíveis e garantem o fortalecimento de todo o cooperativismo rondoniense com a venda dos produtos. As coops mirins são cruciais para um cooperativismo mais pujante e temos que sensibilizar cada vez mais os alunos e país para fortalecer o programa”.

No Espirito Santo, com apoio da OCB/ES, as cooperativas mirins são dirigidas e coordenadas pelos próprios alunos das instituições públicas e privadas. Em metodologia similar ao que ocorre em Rondônia, o interesse pela comunidade, a produção de bens e serviços, e as responsabilidades sociais e econômicas são salientadas dentro e fora da escola em consonância com os princípios cooperativistas. Há produção de trabalhos artesanais como caixas decoradas, pintura de tela e de panos de prato, objetos de decoração com recicláveis, além de doces, brigadeiros, bolos e biscoitos.

Desde 2018 o mote das cooperativas capixabas mirins dos alunos da Escola Cooperação (Cooperjetibá), da Cooperativa Educacional de Linhares (Coopemcel), e da Educacional de São Gabriel da Palha (Coopesg Robusta) é disseminar os valores do movimento ao mesmo tempo em que busca formar futuras lideranças empreendedoras.

Já em Santa Catarina, a Cooperativa de Trabalho Magna atua na educação básica desde 1997. Antes denominada Colégio CEM – oriundo de Cooperativa Educacional Magna – teve o nome transformado após a sanção da Lei 12.690/12, que regulamentou o ato cooperado do Ramo Trabalho. Situada em Concórdia, a cooperativa é regida por normas de autogestão e a assertividade da metodologia levou, em 2006, à construção da minicidade cooperativista, uma parceria com o Sistema Ocesc, inaugurada em 2007.

Segundo a diretora-presidente, Elizeth Alves Pelegrini, o colégio atende alunos desde a educação infantil até o pré-vestibular. Há ainda oferta de cursos livres, centro de idiomas e período para atividades complementares, além da educação noturna para quem tem horários mais restritos. “Desenvolvemos projetos em vários eixos: político, financeiro, cultural, social, científico, entre outros. Esse programa de educação macro está alinhado aos nossos valores e filosofia. Criamos uma cultura da cooperação com nossos alunos que está de forma interdisciplinar e transversal nos planejamentos de aulas e rotinas do educandário”, explicou.

A Fundação Sicredi tem apoiado iniciativas similares, como é o caso da Cooperativa Escolar da Escola Municipal Cecília Meireles (Cecicoop), em Lucas do Rio Verde (MT), que iniciou suas atividades em julho de 2022 e já conta com 24 associados. Tudo começou após a realização da Cooperlândia, uma metodologia desenvolvida pela Fundação Sicredi, onde os associados são desafiados a investigar a realidade da escola e descobrir problemas e soluções para eles. Entre as descobertas, foi identificado o descarte inadequado do lixo. Então, foi realizada ação de intercooperação com a coop Ecoponto que atua com a coleta seletiva no município.

Os estudantes entenderam como são tratados os resíduos úmidos – que são enviados para aterro no município vizinho – e o seco, que é separado, reciclado e comercializado, gerando renda aos associados da Ecoponto. Os alunos também perceberam que a comunidade não estava destinando corretamente os resíduos sólidos e fizeram expedição aos arredores da escola. Eles se engajaram e incluíram no plano de gestão e conscientização o descarte correto dos resíduos baseado no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12, que trata do consumo e produção responsáveis. A atuação da Cecicoop foi ainda mais além. Os associados entraram em contato com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) para fazer parceria e receber folders informativos, bem como a participação de mascote para conscientizar a comunidade. Eles realizaram apresentações e brincadeiras com os outros 1,2 mil alunos da escola. Os estudantes cooperados permanecem atuando para a agir localmente e impactar globalmente com suas iniciativas de sustentabilidade e proteção ambiental.

A Castrolanda e a Fundação Sicredi, com o Programa Crescer e Cooperar, por sua vez, vem espalhando boas iniciativas em suas áreas de atuação. Uma delas alia ciência, sustentabilidade e cooperativismo e é desenvolvida pela Escola Evangélica da Comunidade de Castrolanda (Coopeecc), em Castro (PR). Os alunos cooperados desenvolveram projeto para captar água da chuva por meio de uma cisterna.

A proposta foi abraçada pela Castrolanda dentro de seu programa para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que seleciona e custeia as melhores ideias das cooperativas escolares de todos os anos. A cisterna possibilitou a captação da água da chuva que hoje é utilizada para irrigar as duas hortas da escola, além de servir para limpeza de calçadas e pátios. O reaproveitamento da água foi a grande sacada dos estudantes, já que a região é chuvosa em várias épocas do ano.

A Castrolanda e a Fundação Sicredi têm quatro cooperativas escolares constituídas e congrega 300 alunos. O programa de incentivo à participação de jovens no cooperativismo também está presente na Escola Municipal de Estação do Tronco, que criou a Coopemet; no Colégio Fabiana Pimentel, que instituiu a Cooefap; e no Colégio Emília Erichsen, com a CoopEM.

De acordo com o presidente da Castrolanda, Willem Berend Bouwman, "essa missão de difundir o conceito de cooperativismo nas escolas é muito importante justamente para aguçar e fomentar o espírito cooperativista nas gerações mais novas e a percepção de que juntos somos mais forte e vencemos os obstáculos".

O diferencial destas cooperativas está baseado no trabalho de ensino e aprendizagem focados nas potencialidades que o movimento tem no fomento para a consolidação de cidadãos mais conscientes e estudantes mais capacitados. Elas se pautam no currículo obrigatório que as instituições de ensino oferecem, mas acrescentam em suas atividades extracurriculares ferramentas para promoção do empreendedorismo coletivo via cooperativismo.

A introdução das crianças no universo cooperativista também foi evidenciada em matéria do Globo Rural. Confira no link!

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Destaques da Semana de Competitividade 2023

Encerrados os trabalhos da Semana de Competitividade 2023, os cooperativistas presentes retornaram para suas bases munidos de informações e ideias para impulsionar os negócios. O evento contou com trilhas para capacitar e inspirar em diferentes temáticas como ESG, Inovação, Inteligência de Mercado e Lideranças para Transformação. Palestras marcantes, espaço de cooperação, mesas redondas, laboratórios de práticas e exposição de produtos e serviços coop deixaram a semana ainda mais recheada de conhecimentos e experiências imersivas.

Logo na tarde do primeiro dia (7/8), aconteceu o Encontro Nacional do Ramo Transporte, que reuniu cooperativistas do segmento e autoridades da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). Entre os temas discutidos, a necessidade de processos de intercooperação para alavancar novas oportunidades e avançar na melhoria dos serviços prestados, bem como na atenção às atualizações normativas, juntamente com seus impactos e oportunidades.

O Encontro de Comunicadores do Sistema OCB reuniu representantes das organizações estaduais para uma troca de experiências sobre as tendências e diretrizes de comunicação para o próximo ano. Na oportunidade, os participantes acompanharam palestra sobre o comportamento do público jovem, e construíram de forma conjunta ações para dialogar com as novas gerações.

À noite, o presidente Márcio fez a abertura oficial do evento com o lançamento do Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2023 e a divulgação da pesquisa elaborada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para medir os impactos do movimento para a economia do país. O criador e CEO da Conquer, Hendel Favarin, foi o responsável pela apresentação da palestra magna, que abordou o tema Experiência do cliente: Qual a relação entre Coldplay e Disney.

Iniciados os trabalhos do segundo dia (8/8), os presentes participaram de palestras das diversas trilhas oferecidas, dentre elas estão o painel Como captar recursos públicos e privados para projetos de inovação na sua Cooperativa que detalhou caminhos e estratégias para facilitar a busca de fundos e a palestra Como o IA pode mudar a maneira de fazer negócios, que apontou os benefícios para os negócios trazidos pelo uso da Inteligência Artificial (IA), na Trilha de Inovação. Em Inteligência de Mercado, as palestras Transformando o Cooperativismo: Comércio Digital e o Futuro do Marketplace; e o Painel com a Apex: Por que exportar? demonstraram as oportunidades inegáveis para o cooperativismo no cenário global.

Na trilha de  ESG, a palestra Da materialidade ao roadmap de sustentabilidade destacou a  importância de se mapear os impactos na construção de estratégias para a sustentabilidade dos negócios. O papel do Brasil para a descarbonização global: oportunidades para o coop apresentou formas de acelerar o acesso a ferramentas que mensurem as emissões dos gases de efeito estufa e de  incentivar a adoção de boas práticas que promovam o aumento da produtividade e o sequestro de carbono como maneiras eficientes para a inserção do público cooperativista no tema. Já em Liderança para Transformação as abordagens se concentraram em tópicos como Sucessão: como evitar a desconexão geracional; O segredo do sucesso das coops centenárias; O papel da liderança na reputação e imagem da cooperativa; Design de decisão; e Gestão ambidestra: como administrar o presente, inovar e garantir o futuro

Em plenária, a palestra Panorama Político e Ecônomico Brasileiro 2023 contou com explanações de especialistas que fizeram um apanhado político-econômico de todo o globo edestacaram as oportunidades para o Brasil e para o cooperativismo.

Na quarta-feira (9/8), a especialista Rosilene Rosado e a gerente de Desenvolvimento de Cooperativas, Débora Ingrisano, reforçaram A contribuição do coop brasileiro para o ESG. E o CEO da Tátil Design, Fred Gelli, trouxe a sustentabilidade e o foco no consumidor contemporâneo como meio de promoção criativa e ambientalmente correta para impulsionar os negócios na palestra Qual marca a sua marca deixa para nós.

A semana promoveu ainda, a assinatura da renovação do Acordo de Cooperação Técnica com a ApexBrasil para continuidade da parceria na promoção e qualificação das cooperativas para internacionalizar seus produtos. Também foi realizado o lançamento do Programa de Negócios Nacional do Sistema OCB.

A superintendente Tania Zanella encerrou as atividades presenciais com a palestra BRC1 Tri: onde estamos e onde vamos chegar para incentivar a melhoria dos indicadores coop para que o movimento gere ainda mais prosperidade e desenvolvimento para o país.

Na quinta-feira (10/8), aconteceu o encontro on-line dos Agentes de Inovação do Sistema OCB, realizado na contou com a participação de Omar Taha, diretor de Inovação e Tecnologia da Unimed Federação Paraná, e de Karla Oliveira, gerente-geral do Sescoop. Por fim, na sexta-feira (11/8), os impactos da Reforma Tributária (PEC 45/19) foram debatidos por especialistas no Seminário Contábil Tributário do Sistema OCB.

 

 

Oportunidades de negócios são apresentadas às cooperativas de artesanato

As oportunidades de negócios para cooperativistas que atuam na produção de artesanatos foram apresentadas, nesta terça-feira (15), em reunião virtual que contou com a participação de mais de dez cooperativas de nove estados, além de cooperados, analistas e da diretora do Ministério de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (MDIC), Raissa Rossiter. A interlocução com o Executivo corrobora com as estratégias do movimento cooperativista para, entre outras ações de fomento, de  oportunizar o acesso ao mercado dos artesãos, bem como para a internacionalização dos produtos dos artesãos brasileiros.

O coordenador de Ramos do Sistema OCB, Hugo Andrade, fez a abertura do encontro e anunciou o interesse da entidade para criar uma câmara técnica do artesanato. Segundo ele, o espaço é essencial para que o segmento avance em pautas institucionais e de representação junto ao ministério em relação às políticas públicas de fomento ao setor. Em seguida ele passou a palavra para o analista-técnico, Alex Macedo, que evidenciou que o espaço será um canal de interlocução permanente. “Em 2022, nossas 28 cooperativas de artesanato e seus mais de 450 artesãos faturaram R$ 7,6 milhões. Reconhecemos nosso potencial, mas precisamos de mais dados e informações. Esse espaço vai nos ajudar a entender de forma mais objetiva a realidade dos negócios para melhor representá-los”, pontuou Macedo.

A coordenadora de negócios da Gerência de Desenvolvimento de Cooperativas (Gedec) da OCB, Pâmella Jerônimo de Lima, apresentou as soluções desenvolvidas pelo Sescoop Nacional com produtos customizados para as cooperativas, respeitando as peculiaridades do movimento. “Temos iniciativas para apoiar a inserção em mercados, ampliar e diversificar as vendas dos produtos por meio de participação em feiras, rodadas de negócios e missões internacionais. Com nosso Programa de Negócios, aplicamos diagnóstico e elaboramos soluções de acordo com a necessidade de cada cooperativa. O programa conta ainda com organização mercadológica, qualificação para exportação e promoção nacional e internacional”, afirmou.

Pâmella relatou aos participantes a experiência com a cooperativa Xambiart, na região Norte, que participa de projeto piloto para impulsionar os negócios. “Temos percebido resultados maravilhosos, que a consultoria, capacitações e participações em eventos têm gerado para a cooperativa. A metodologia feita por imersão participativa auxilia na identificação das dores e oportunidades que estavam ocultas, até então, para os cooperados. Nosso questionário aplicado está baseado nos pilares da sustentabilidade, organização social para o empreendimento, produção, gestão, agregação de valor e verticalização de cadeia e mercado. Em um prazo de 10 a 12 meses já percebemos os resultados”, descreveu.

“A experiência está sendo realmente fantástica, pois estávamos rastejando e, agora, o grupo se organizou, está ativo e aumentou as vendas. É um trabalho completo e tivemos um olhar geral e próspero para o nosso crescimento”, ressaltou a representante da Xambiart, Marivalda Borges.

Ainda de acordo com Pâmella, o Sistema OCB viabilizará a participação de dez coops na Feira Nacional de Artesanato e Cultura (Fenacce 2023), que está em sua 5ª edição e acontece entre 26 de setembro e 1º de outubro, no Centro de Eventos do Ceará. “A última edição reuniu 1,5 mil artesãos de 25 estados e contou com 48 mil visitantes. Além dos negócios, há capacitações, workshops, programação cultural e rodada de negócios internacionais junto à ApexBrasil e Sebrae Nacional. Países como EUA, Emirados Árabes Unidos, Tailândia, Reino Unido, França e Alemanha estarão presentes e com interesse nos produtos”.

 

Ações do Executivo

A diretora Raissa Rossiter falou sobre as perspectivas do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), fez um apanhado histórico da legislação do setor e apresentou dados, de junho deste ano, do Sistema de Informações e Cadastro do Artesanato Brasileiro (Sicab), que demonstram o tamanho do segmento e a necessidade de otimizar as políticas públicas para os artesãos. “O programa vem evoluindo entre altos e baixos, mas cabe mencionar que o reconhecimento da profissão determinou o crédito específico para a categoria, o acesso às escolas de qualificação técnicas e outras ações nas quais estamos empenhados para aplicar cada vez mais os dispositivos da lei. Temos como público-alvo 203.835 artesãos registrados e a maioria são mulheres (76%). A renda de 81% desses profissionais atinge até três salários mínimos. Outro dado interessante é que temos 2% deles exportando e 14% já realizaram capacitação técnica ou gerencial.

Outro desafio destacado pela diretora é a promoção da categoria com a atualização das políticas públicas, aperfeiçoamento e regulamentação de marcos normativos, inclusão econômica e municipalização de políticas. “Em alguns estados, o artesanato está sob a alçada da Secretaria de Cultura, outros na de Trabalho e outros na de Lazer.  E sabemos que o setor é relevante não apenas sob o ponto de vista cultural, mas também econômico e social. Ele gera emprego, renda, desenvolvimento local e, se articulado com outros segmentos como o de turismo, pode ser inserido na economia criativa”, destacou.

Raíssa também salientou a importância da parceria com o Sistema OCB. “Alguns dados precisam ser mais precisos do ponto de vista estatístico para orientar de forma mais consistente nossas ações. A interlocução com o Sistema OCB é fundamental, pois o artesanato é um setor fortemente vinculado a cultura da cooperação e da associação. Queremos criar um fórum com os principais atores para discutirmos e aperfeiçoarmos as políticas. Para se ter uma ideia, até 2022, foram vendidos R$ 23 milhões que beneficiaram 4.553 artesãos em feiras nacionais. Estamos trabalhando por um conjunto de iniciativas que fomentarão o acesso cada vez maior deles a mercados”.

 

Experiências

O assessor institucional da Ocemg, Geraldo Magela, relatou que o coop mineiro se candidatou junto à Unesco pelo modo de produzir seus queijos artesanais – que embora não esteja contemplado na Lei, é mais uma oportunidade de divulgar produtos feitos pelas mãos dos brasileiros. “Isso para nós é uma riqueza, pois estamos em atividade há 300 anos. Temos potencial não só no queijo, mas em vários produtos. Nosso acordo de cooperação com a Secretaria de Estado de Educação tem ajudado a desenvolver o artesanato dentro da economia colaborativa”, contou.

O diretor presidente Cooperativa Artesa, de Cabeceiras (PB), Ângelo Márcio, ressaltou a importância dos financiamentos e da carteira profissional de artesão para facilitar o acesso ao crédito. “Nosso artesanato está há 20 anos no mercado e vendemos dentro e fora do país. Queremos vender mais, então, a questão dos financiamentos podem nos ajudar muito”, explicou.

A representante da Cooperativa dos Artesãos do Estado de Goiás (Cartago), Maria do Cerrado, parabenizou as ações e disse estar otimista. “Estou no artesanato há 25 anos e vi várias cooperativas e associações nascerem e morrerem sem ter acesso a nenhum desses estímulos. Estamos esperançosos de que tudo está mudando. Espero que o programa abra espaço maior para nossas vendas e o marketplace vai nos ajudar bastante também”.

Palestra com especialista sobre roadmap ESG lota auditório

A trilha ESG da Semana de Competitividade do Cooperativismo 2023 trouxe, nessa terça-feira (8), a especialista em Sustentabilidade, Finanças Sustentáveis e Inteligência de Mercado no Agronegócio, Rosilene Rosado, para falar sobre a importância de se mapear os impactos na construção de estratégias para a sustentabilidade dos negócios. Rosilene é consultora ESG certificada em GRI (Global Reporting Initiative), relatório que apresenta os indicadores utilizados para comunicar as boas práticas das empresas e cooperativas para o mercado.

A consultora já atua com cooperativas de diferentes ramos na integração das estratégias ESG e, por isso, foi convidada a proferir a palestra ESG: da materialidade ao roadmap da sustentabilidade. Ela fez um apanhado sobre as definições de estratégias até a implementação de ações e demonstrou cases de cooperativas que já estão trilhando a jornada com base nestes e em outros indicadores. Os indicadores GRI mais reforçados durante a palestra são os que trazem as dimensões econômica, ambiental e social.

“É muito importante analisarmos a materialidade dos impactos das atividades, da cadeia de valor do negócio em todo o seu processo, abrangendo desde o fornecedor até o cliente. Temos, por exemplo, uma cadeia de valor da suinocultura de uma das quatro maiores processadoras desta carne no Brasil. Para mantê-la competitiva dentro do ecossistema de negócios, ela precisa demonstrar, entre outros fatores, se a questão do bem-estar animal está incluída nos processos. Para o mercado externo, esse indicador é bastante significativo”, relatou.

Rosilene apresentou quatro etapas para que sejam oportunizadas as iniciativas ESG: mapeamento de impactos significativos, como os riscos e oportunidades ESG; análise de materialidade e dos impactos; roadmap ESG (mapa para guiar toda a equipe dentro do planejamento), como plano de gestão dos temas materiais; e prestar contas, dando transparência na gestão.

“O impacto é o efeito que uma ação tem nas pessoas ou na economia como, por exemplo, a escassez de água e medidas para evitar desperdícios. Ou, quando na concessão de crédito está embutida a contribuição para gerar impacto direto ou indireto no meio ambiente. É preciso reconhecer estes aspectos para fazer a gestão adequada. É preciso saber se eles são reversíveis ou irreversíveis, sejam eles econômico, ambiental ou para as pessoas e comunidades”, pontuou.

Sobre o plano de gestão dos temas materiais, ela recomendou instituir um planejamento que contemple componentes de gestão mais objetivos, metas e indicadores sobre onde se quer chegar e em quanto tempo, além de definir estratégias para mitigar impactos e riscos para usufruir das oportunidades já mapeadas.

Segundo a consultora, os processos de diligência vão além do objetivo de instituir uma política de sustentabilidade e passa pela questão social e pela estruturação de um plano robusto que mede o todo. “Na prestação de contas, os principais itens de transparência são os relatórios de sustentabilidade que seguem a norma reconhecida pelo mercado (GRI). Algumas normas passam a vigorar a partir de 2025, dentro desses relatórios de materialidade. Evidente que outros aspectos também estão presentes e refletem no documento como o político, o geopolítico, regulatórios, mercadológicos e financeiros”, acrescentou.

O objetivo como um todo, ainda de acordo com ela, é estabelecer um monitoramento contínuo e evolutivo dos resultados, utilizando-se de normas internacionalmente reconhecidas. Este conjunto é o que reflete o nível de compromisso com o desempenho ESG. “Nada disso é estanque, assim como não são os nossos planejamentos. As métricas, metas, coletas, análises, dados, resultados e melhorias são moldadas conforme o cenário se altera. Novas metas podem surgir, porque cada negócio tem uma dinâmica. Por isso, estratégias devem ser contínuas e evolutivas”, complementou.

Exemplos

A especialista também apresentou cases do Sistema Sicoob e da Frimesa, nos quais ela atuou na construção da materialidade e integração estratégica das coops. No caso do Sicoob, a primeira análise de materialidade foi feita em 2018 para identificar seu lugar no mercado, os principais parceiros, a satisfação dos cooperados e colaboradores. Cerca de 9 mil participantes do Sicoob ajudaram a levantar 20 temas considerados relevantes para o contexto de atuação e seis deles foram priorizados.

As temáticas estão ligadas a fatores internos e externos, ambiente competitivo e ambiente operacional como visão de território, geração de valor para a comunidade e criação de laços com o sistema econômico local para gerar mais impacto na vida das pessoas com os valores do cooperativismo. Na seara do ambiente de negócios, a governança, a segurança financeira, o comprometimento com as mudanças climáticas, auxílio aos cooperados e o zelo pelos direitos humanos em todas as relações são os destaques.

“Territórios, pessoas e negócios são os três pilares de atuação e compromisso do Sicoob para promover o desenvolvimento socioambiental e econômico por meio do cumprimento do plano de sustentabilidade baseado em indicadores e metas com foco na materialidade. Seja na inclusão financeira das pessoas, seja no ganho para a cidade, ou para promover seu cooperado nesta transição”, explicou Rosinele.

Já sobre a Frimesa, cooperativa formada pela união de coops do agro, ela lembrou que foi a primeira do ramo a publicar seu roadmap ESG. As seis unidades industriais (três de carnes e três de lácteos) utilizam-se de práticas alinhadas aos indicadores internacionais. O resultado é a exportação para 24 países em quatro continentes. Todo o planejamento contou com a participação de líderes, cooperados e colaboradores.

A fase de avaliação envolveu 701 participantes com consultas a clientes no Brasil e no exterior. “Eles selecionaram 20 temas relevantes e, após nivelamento, chegaram a 11 ligados ao ESG, especialmente o bem-estar animal, temática identificada por um stakeholder no processo de avaliação. O conjunto gerou 29 objetivos, 47 iniciativas, mais de 60 indicadores de resultados e 143 GRI’s no relatório de sustentabilidade. Essa foi a primeira cooperativa a divulgar roadmap ESG, assumindo compromisso público com metas de sustentabilidade”, disse.

A Frimesa tem compromissos de curto, médio e longo prazos com o objetivo principal de tornar-se carbono neutro até 2040. Para isso, a adoção de práticas como o reuso da água, a redução de acidentes de trabalho, o alcance de 100% da rastreabilidade e 26% de logística reversa de embalagens já são aplicadas, segundo a consultora. A questão das embalagens reutilizáveis e/ou biodegradáveis estão entre os desafios globais.

2ª edição da Semana de Competitividade impulsiona o coop

Tudo que é bom merece bis e é por isso que o Sistema OCB realiza entre os dias 7 e 11 de agosto a segunda edição da Semana de Competitividade. O evento está recheado de trilhas para capacitar e  impulsionar nas temáticas de ESG, inovação, inteligência de mercado e lideranças para transformação. A semana traz palestras marcantes, espaço para cooperação, mesas redondas, laboratórios de práticas e diversas outras atividades para que os participantes estejam conectados com o futuro. 

A abertura contará com o lançamento do Anuário do Cooperativismo 2023 e será feita pelo presidente Márcio Lopes de Freitas, às 19h do dia 7 de agosto. Além dos dados estatísticos com o panorama atual do movimento, serão divulgados também os resultados de pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas (Fipe) que mediu os impactos do cooperativismo na economia brasileira.

Em seguida, a palestra magna Experiência do cliente: Qual a relação entre Coldplay e Disney será coordenada por Hendel Favarin, criador e CEO da Conquer, escola que foca no ensino de habilidades para negócios como liderança, inovação, oratória, inteligência emocional, produtividade, negociação e vendas. No primeiro dia serão realizados também o Encontro de Comunicadores e a reunião do Conselho Consultivo do Ramo Transporte.

Na trilha de Inovação estão programadas as palestras Como o IA pode mudar a maneira de fazer negócios; Design centrado na vida: para quem você projeta seu produto ou serviço?; Como tornar a gestão mais ágil em setores-chave da cooperativa; Como captar recursos públicos e privados para o seu projeto de inovação; e Intercooperação: alianças estratégicas para acelerar negócios.  Entre os palestrantes estão Lucilene Gomes, gerente sênior de produtos no @luizalabs; Ivan Santos, CEO e fundador da Agile Inc & Agile School; Maria Carolina Rocha, CEO da ABGI Brasil; Daniel Güths, gerente de Cognição e IA do Sicredi; Alceu Ruppenthal Meinen, superintendente de Relacionamento e IA do Sicredi; Alexandre Gatti, superintendente no Sistema Ocemg; e Rodrigo Pizzatto Las, responsável pelo Projeto Maltaria da Cooperativa Agrária Agroindustrial (PR).

Em Inteligência de Mercado o participante pode conferir as apresentações Hábitos de compra e tendências na formação de ecossistemas de consumo; Storytelling com dados: que histórias seus números querem contar? Comunicação estratégica para impulsionar os negócios da sua coop; Transformando o Cooperativismo: Comércio Digital e o Futuro do Marketplace; e Painel com a Apex: Por que exportar?  Nomes como Martha Terenzzo, consultora, mentora, professor e storyteller; Michel Alcoforado, sócio-diretor na Consumoteca; Marcelo Minutti, consultor e palestrante; Isac Pessanha, diretor de vendas da Yalo; Jozeilton dos Reis Freire, Gerente de Mercado de Café na NaterCoop; Rita Albuquerque, coordenadora de qualificação da Apex Brasil; Samuel Lopes Fontes, gerente corporativo de Finanças, Contabilidade e Cooperados da Cooabriel; Alessandro Alves Hervaz , da Copervass, compõem o time que coordenará a trilha.

Em ESG estão preparadas as exposições versam sobre temas como Da materialidade ao roadmap de sustentabilidade; O papel da liderança na reputação e imagem da cooperativa; O papel dos conselheiros no sucesso da coop; Neutralidade de Carbono; e Energias renováveis no coop. As apresentações ficam por conta da consultora independente Rosilene Rosado; Patrícia Marins, sócia-diretora da In Press Oficina; Eduardo Assad, coordenador da sub-rede Clima e Agricultura da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima), do Ministério de Ciência e Tecnologia e Inovação; Talita Priscila Pinto, doutora em economia aplicada, Francisco Otaviano Viana, diretor presidente da Unimed Vale São Francisco; Gervásio Kamitani, presidente do Conselho de Administração da Copasul; Mauro Melo,  presidente da Cooper-PA; e Elias José Zydek , presidente da Frimesa-PR.

Já em Liderança para Transformação a abordagem se concentra em tópicos como Sucessão: como evitar a desconexão geracional; O segredo do sucesso das coops centenárias; O papel da liderança na reputação e imagem da cooperativa; Design de decisão; e Gestão ambidestra: como administrar o presente, inovar e garantir o futuro. Juliana Alencar, sócia da StartSe, e CCO da empresa; Andréa Dietrich, estrategista de Transformação Digital & Branding;  Helem Baldissera, analista de Relacionamento com foco nos públicos de jovens e mulheres no Cresol Instituto ; Mariane Natera, líder da iniciativa Núcleo Jovem Coplacana, Jessyca Bolzan, agente de Desenvolvimento do Cooperativismo da Aurora Vinícola, Patrícia Martins, Sócia-diretora da In Press Oficina; Alexandre Guerra, diretor Administrativo Financeiro da Santa Clara; e Tiago Luiz Schmidt, Presidente do Sicredi Pioneira, são os palestrantes.

Outras quatro plenárias também estão programadas. Na terça-feira (8), às 14h, Sílvio Cascione, cientista político da Eurasia; e Denise Pasqual, economista, apresentam o painel Panorama Político e Ecônomico Brasileiro 2023. Já na quarta-feira (9), Rosilene Rosado, consultora independente, fala sobre A contribuição do coop brasileiro para o ESG, e Fred Gelli, cofundador e CEO da Tátil Design, comanda a apresentação Qual marca a sua marca deixa para nós. A superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, faz o encerramento do evento, às 11h30, abordando o tema BRC 1 Tri - onde estamos e como vamos chegar lá.

Os laboratórios oferecem conhecimento sobre ChatGPT na prática. Serão cinco sessões dedicadas a detalhar como funciona o aplicativo de Inteligência Artificial e como ele pode contribuir com as atividades desenvolvidas pelo cooperativismo. Nos dias 10 e 11 o evento contará com duas agendas online: o Encontro dos Agentes de Inovação e o Seminário Contábil Tributário do Sistema OCB.

Confira a programação completa em https://www.competitividade.coop.br/

Coop de crédito debate estratégias para o Plano Safra

O Plano Safra vigente contou com expressivas contribuições do sistema cooperativista por meio da atuação ativa do Sistema OCB e de representantes de suas Organizações Estaduais e cooperativas de todo o país, em reuniões com diversos atores-chave para a construção da política de crédito e seguro rural do Brasil. As tratativas e o balanço sobre os pleitos do coop atendidos no atual plano agrícola foram evidenciados na fala do presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, no 14º Workshop Produtor Rural do Sicoob – Plano Safra 23/24. O encontro realizado nesta quinta-feira (13) pelo Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob) teve por objetivo discutir com as cooperativas vinculadas ao Sicoob os desafios e soluções para o ano agrícola.

“Sabemos que não falta vontade para fazer mais pela agropecuária brasileira, porém o cobertor é curto, e o desempenho das cooperativas financeiras na operacionalização dos recursos do Plano Safra tem sido um exemplo de sucesso. Por isso, mantemos articulações com os principais atores da política agrícola ano após ano. Nossas cooperativas levantam os pleitos principais e o Sistema OCB traça estratégias para vê-los atendidos. Este ano conseguimos a manutenção da arquitetura da política agrícola, a elevação do montante de recursos e aprimoramento das fontes de recursos e normas. Foi um excelente trabalho em defesa do movimento”, destacou o presidente Márcio.

O Plano Safra 2023/2024 conta com um montante de R$ 435,82 bilhões em recursos, sendo R$ 364,22 bilhões para a agricultura e pecuária no âmbito do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e outros R$ 71,6 bilhões para o público do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), sob gestão do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).

Um dos destaques do Plano vigente foi a elevação das exigibilidades de três fontes de recursos essenciais: depósitos à vista (de 25% para 30%); poupança rural (de 59% para 65%); e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), que subiu de 35% para 50%. O cenário fortalece as cooperativas de crédito como instrumentalizadoras da política agrícola, uma vez que elas representam 36,15% dos recursos equalizáveis do Plano.

O coordenador do Ramo Agro do Sistema OCB, João Prieto, participou de painel de esclarecimento de dúvidas ao lado de representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e Banco Central do Brasil (BCB). O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também fez exposição de sua parceria com o cooperativismo financeiro no âmbito do crédito rural.

O evento também premiou as boas iniciativas ambientais dos cooperados com o Prêmio Produtor Rural Sustentável; e as boas práticas em gestão com a Premiação de Desempenho Comercial no Agronegócio.

Está no ar a 2ª Temporada do SomosCoop na Estrada

Hoje (28) estreia a segunda temporada do SomosCoop na Estrada, o projeto que percorre o Brasil para informar de maneira descontraída como é o dia a dia das cooperativas, o trabalho dos cooperados e as vidas que são transformadas pelo movimento. Com o veículo off road do SomosCoop, a jornalista Glenda Kozlowski continua desembarcando em cooperativas de todo o país e trazendo conteúdos diversos, bate-papos e depoimentos, tudo de maneira leve e descontraída para mostrar um jeito diferente de fazer negócios. A nova temporada reserva histórias empolgantes de cooperativas do Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

O primeiro episódio, no Centro-Oeste, mostra um pequeno município de Mato Grosso do Sul que se desenvolveu e cresceu impulsionado pelo cooperativismo: São Gabriel do Oeste. Glenda desembarca na cidade que é exemplo de intercooperação entre as cooperativas Cooasgo, COOPER-SGO, Cooperoeste, Aurora Coop, Sicredi e Sicoob. São Gabriel do Oeste é tão representativa da força do cooperativismo que inspirou, inclusive, o diretor da novela global Terra e Paixão, Walcyr Carrasco.

Em Maringá e Dois Vizinhos, no Paraná, a expedição explora as ações de sustentabilidade e gestão desenvolvidas pelas cooperativas Cocamar e a Cresol. As práticas em ESG de respeito ambiental, cuidado social e boa administração dos negócios são a tônica da Cocamar que, de forma estruturada, aplica práticas sustentáveis na produção agropecuária. Suas ações são direcionadas à baixa emissão de carbono e Glenda mostra como funciona a usina de biodiesel local, que segue parâmetros internacionais de sustentabilidade. A Cresol, por sua vez, conta com projetos que ajudam seus cooperados em processos de gestão para melhorar resultados, entre eles o Empreendedorismo Rural e Urbano, voltado para o desenvolvimento de boas práticas dentro das propriedades.

No terceiro episódio da segunda temporada, Glenda visita o município de Blumenau, em Santa Catarina. O objetivo é conhecer mais sobre o funcionamento do cooperativismo financeiro com o Sistema Ailos. A central de coops é responsável por 62% do mercado da região e atua com forte interesse na comunidade em seus mais variados projetos. A cidade respira cooperativismo e algumas das iniciativas que transformam vidas no local fazem parte dos testemunhos que a jornalista vai destacar em suas andanças.

Pé na estrada novamente e a próxima parada é em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Dessa vez, Glenda testemunha uma experiência especial em intercooperação entre a Cotrijal e a Coeducars. Em seu terceiro ano de existência, o projeto Viveiro da Cidadania estimula a contratação de pessoas com deficiência (PCDs) formadas na Coeducars. Emocionante, o quinto episódio traz depoimentos de quem já se beneficiou com a iniciativa e viu sua vida mudar completamente. Um segundo projeto de intercooperação que levou a Cotrijal a incorporar a Coagrisol também faz parte do roteiro no estado mais ao Sul do país.

O município de Ibirubá, também no Rio Grande do Sul, é cenário do sexto episódio. Nele, Glenda confere o trabalho da cooperativa gaúcha de infraestrutura Coprel. O capítulo evidencia histórias de transformação no campo com a oferta de energia e soluções telecoms para quem está distante dos grandes centros.

Do Sul para o Norte sem escalas. A próxima parada da expedição é no estado do Pará, onde os dois últimos episódios da segunda temporada do SomosCoop na Estrada acontecem. As coops visitadas são a Camta (Tomé-Açu) e a Coostafe (Belém). Na Camta, a viagem reserva uma verdadeira imersão no sistema agroflorestal que é referência internacional e que, além de preservar o meio ambiente com suas práticas de sustentabilidade, contribui para o fortalecimento econômico de comunidades ribeirinhas e da população local. A floresta de pé vem promovendo um verdadeiro conceito de desenvolvimento sustentável.

A temporada encerra retratando uma experiência única e que vai deixar todo mundo ansioso pela próxima fase do projeto. Na Coostafe, Glenda mostra com detalhes o trabalho de detentas que encontraram no cooperativismo a fórmula perfeita para a inclusão socioeconômica e mudança de realidades dentro e fora do sistema carcerário. São mulheres que viam sem perspectiva nenhuma, aprenderam um ofício e recomeçam suas vidas com oportunidades reais.

Assista agora ao primeiro episódio da segunda temporada: www.youtube.com/somoscoop

De ponta a ponta

A primeira temporada da websérie, lançada em 2022, percorreu seis mil quilômetros de estradas do Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste do país. Foram cinco estados visitados para detalhar e retratar experiências de dez diferentes cooperativas. Os episódios contemplaram os sete ramos do coop: Agro, Consumo, Crédito, Infraestrutura, Saúde, Transporte, Trabalho, Produção de Bens e Serviços e foram gravados na Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e São Paulo.

Confira os melhores momentos:

Para a terceira temporada, prevista ainda para 2023, estão previstas visitas em cooperativas no Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe e Pernambuco A expedição vai desembarcar em coops do agro, de transporte, de saúde, de trabalho, de infraestrutura, e de músicos, além de apresentar cases de produtores que já exportam seus produtos.

CoopsDay e Dia C reforçam boas práticas do movimento

Cooperativas pelo Desenvolvimento Sustentável é o tema das comemorações do 101º Dia Internacional do Cooperativismo (DIC), que demonstrará, no dia 1º de julho, a capacidade que as cooperativas têm de aliar a produtividade e o desenvolvimento com equilíbrio ambiental e responsabilidade social. A celebração coordenada anualmente pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI), também conhecida como CoopsDay, é reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em seu calendário oficial. A data é comemorada desde 1923, mas apenas em 1995 – ano do centenário da ACI – a entidade proclamou oficialmente as comemorações anuais.

A celebração convida cooperativas e cooperados do mundo todo a reforçarem suas ações em defesa da construção de uma economia verde que abrange desde a recuperação de nascentes até atuação estratégica e implantação de programas voltados para a transição energética. Ao mesmo tempo, chama a atenção também para outras práticas cooperativistas que promovem ideais como solidariedade, eficiência econômica, igualdade, paz e prosperidade mundial.

No Brasil, a data é marcada ainda pela realização das ações do Dia de Cooperar, ou Dia C, que promove eventos voluntários e solidários nas principais capitais e cidades do país, para destacar iniciativas que, muitas vezes, ocorrem durante o ano todo. Atendimento à população em diversas áreas como saúde, educação e trabalho e atividades de lazer e cultura também fazem parte da programação.

7º EBPC divulga relação de trabalhos aprovados por eixo temático

O 7º Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo (EBPC) aprovou 72 dos 177 trabalhos submetidos à sua banca avaliadora. Serão apresentados no evento 53 artigos científicos, 8 projetos de iniciação científica (IC) e 11 relatos de experiências. A divulgação feita nesta sexta-feira (14) revelou que, dos seis temas indicados, Governança e Gestão foi o eixo que mais recebeu propostas com 16 artigos científicos, um de iniciação científica e três relatos de experiência.

O evento promovido pelo Sistema OCB aprovou ainda 11 artigos e quatro trabalhos de iniciação científica e um relato de experiência no eixo Impactos e Contribuições Econômicas, Sociais e Ambientais.  Em Identidades Cooperativas e Direito Cooperativo foram 11 artigos aprovados. Já em Educação, Inovação e Diversidade, foram contemplados oito artigos e três projetos de iniciação científica e sete relatos de experiência. Por fim, no eixo Contabilidade, Finanças e Desempenho foram aprovados sete artigos científicos.

O tema do encontro deste ano é Sustentabilidade no cooperativismo: competitividade, inovação e diversidade. O objetivo é estimular estudos direcionados à maior eficácia e eficiência nos processos das cooperativas para que elas atinjam novo patamar de competência por meio da percepção, avaliação e compartilhamento de conhecimentos e experiências. Ao todo, o EBPC recebeu 322 trabalhos de autores das cinco regiões brasileiras.

Como um incentivo, os 50 melhores trabalhos serão premiados com passagens aéreas nacionais e hospedagem para o evento. O benefício será concedido apenas para um autor indicado por trabalho para fazer a apresentação durante o encontro. Despesas com deslocamento terrestre não estão inclusas.

O 7º EBPC será realizado entre os dias 18 a 20 de setembro, em Brasília, na Finatec, campus Darcy Ribeiro, da Universidade de Brasília (UNB). A inscrição dos autores com trabalhos aprovados seguirá até 21 de agosto. Entre 21 de julho e 1º de setembro, estarão abertas as inscrições para os participantes.

O encontro, que acontece a cada dois anos, é direcionado aos pesquisadores, gestores e dirigentes de cooperativas, profissionais do sistema de aprendizagem e representação, e elaboradores de políticas públicas. Para quem deseja se preparar para participar das próximas edições, o Sistema OCB disponibiliza – de forma gratuita - em sua plataforma de aprendizagem, a CapacitaCoop, uma trilha com o Programa Pesquisa Científica do Cooperativismo. A trilha é composta por cinco cursos: Estatística Básica; Fichamento, Resumo e Resenha; Como elaborar projetos de pesquisa; Escrita acadêmica; e Descomplicando o Lattes.

Confira abaixo os trabalhos aprovados e a instituição dos pesquisadores por eixo temático. Os destacados em negrito receberão o apoio de passagens e hospedagem.

 

GOVERNANÇA E GESTÃO

Artigos:

  • Disclosure das Práticas de Sustentabilidade e o Desempenho Financeiro das Cooperativas de Crédito da Unisinos;
  • Relação entre as Estruturas de Governança e as Formas de Condutas (Cooperativas e Corporativas) das Cooperativas Agropecuárias, do Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria;
  • Abordagem de Grupos Estratégicos Aplicada as Cooperativas Agrícolas: Uma Revisão Sistemática de Literatura, da Universidade Federal de Viçosa;
  • Consumer-Brand Relationships (Cbr): Um Estudo Empírico de um Modelo Integrativo em uma Cooperativa de Crédito em Minas Gerais, do Sistema Ocemg e Universidade Fumec;
  • Estratégias de Diversificação em Cooperativas Agropecuárias: strategizing e economizing?, da Universidade Estadual de Maringá;
  • Transformação Digital e Cooperativismo de Crédito: O Caso de uma Cooperativa na Região do Alto Paranaíba-MG, da Universidade Federal de Viçosa (Campus Rio Paranaíba);
  • Expectativa e Percepção de Qualidade em Serviços: O Caso de Uma Cooperativa de Saúde do Paraná, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR);
  • Valuation Como Mecanismo de Governança nos Estatutos Sociais de Cooperativas Agropecuárias Brasileiras, da Universidade Federal de Uberlândia;
  • Gestão de Riscos e Compliance: Desafios de Cooperativas de Crédito de Livre Admissão em Minas Gerais, do Centro Universitário Unihorizontes;
  • Cooperativas da Agricultura Familiar: Resiliência em Tempos de Covid-19, da Universidade Federal De Viçosa (UFV);
  • Maturidade em Gerenciamento de Riscos Estratégicos em Cadeia de Suprimentos: O Caso de uma Cooperativa Agropecuária Paranaense, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná;
  • Mapeamento de Plataformas Digitais Cooperativas: Uma Abordagem de Organizações Parcial para Organizações Cooperativas Habilitadas por Plataforma, da Fundação Dom Cabral;
  • Mecanismos de Governança Corporativa de Cooperativas que Afetam a Resiliência Organizacional, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul;
  • Estratégias de Gestão e Governança: O Caso da Cooperativa de Trabalho do Setor Metalúrgico Proveniente da Recuperação de Empresa Falida, da Universidade Federal de Viçosa;
  • O Processo de Organização Social dos Mineradores de Opala: o caso da Cooperativa dos Garimpeiros de Pedro II no Piauí, da Universidade Federal de Viçosa; e
  • Deliberação Institucional nas Organizações Coletivas: Análise dos Fatores Humanos, da Universidade Federal de Rondônia (UNIR).

Iniciação Científica:

  • Participação dos Associados nas Assembleias: Um Estudo de Caso no Sicredi Região Centro, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Relatos de Experiências:

  • Profissionalização da Gestão e Resiliência para Pequenas Cooperativas: Relatos do Projeto Piloto Coopertrilhas, do Sistema OCB/GO;
  • Smartcoop para Digitalização de Propriedades Rurais, da Cooperativa de Trabalho Educacional Cooperconcórdia LTDA; e
  • Relato de Experiência: A Vivência no Grupo de Mulheres de Macaúbas, em Sapeaçu, na Bahia, a partir da atuação da incubadora de empreendimentos solidários, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

 

IMPACTOS E CONTRIBUIÇÕES ECONÔMICAS, SOCIAIS E AMBIENTAIS

Artigos:

  • Cooperativismo e o seu Papel na Promoção de Sistemas Alimentares Sustentáveis em Países de Língua Portuguesa, da Universidade Federal de Viçosa;
  • Impactos do Fundo Garantidor para Investimentos nas Agroindústrias: Cooperativas Versus Bancos Comerciais, da Universidade Federal de Goiás;
  • As Cooperativas e a Promoção do Desenvolvimento Sustentável: Um Estudo Exploratório, Universidade do Vale do Taquari (Univates);
  • O Turismo de Base Comunitária como Alternativa para o Desenvolvimento Sustentável: O Caso da Cooperativa de Turismo e Arte na Floresta - Turiarte em Atodi e Anã, Santarém/PA, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa);
  • Aquisições da Agricultura Familiar para a Alimentação Escolar: Dificuldades e Estratégias para o Acesso ao Mercado Institucional na Pandemia da Covid-19, da Universidade Federal da Bahia (UFBA);
  • Impactos do Cooperativismos e do Associativismo Sobre a Renda, a Produtividade e o Emprego na Agricultura Familiar em Goiás, da Universidade Federal de Viçosa;
  • A Efetividade das Cooperativas de Crédito na Promoção de Ações Socialmente Inovadoras à Luz da Teoria Institucional, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri;
  • Participação e Estrutura das Cooperativas Agropecuárias do Estado de São Paulo no Armazenamento Agrícola entre 2007 e 2018, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN);
  • A Sustentabilidade na Cafeicultura: um estudo sobre a relação de uma cooperativa de cafeicultores com o mercado, da Fundação Dom Cabral;
  • Cooperativismo como Forma de Fortalecimento da Agricultura Familiar no Município de Irituia, Nordeste Paraense, do Instituto Federal do Pará (IFPA);
  • Diagnóstico das Cooperativas de Leite do Estado de Mato Grosso, do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária; e
  • Cooperativas de Eletrificação do Estado do Rio Grande do Sul: Novos Desafios da Geração e Distribuição de Energia Elétrica, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí).

Iniciação Científica:

  • Percepção dos Efeitos Gerados pelo Fairtrade nas Organizações Certificadas Sob a Ótica dos Produtores Associados, Universidade Federal de Viçosa;
  • Execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar na Pandemia da Covid-19: Estudo de Caso em uma Cooperativa da Agricultura Familiar, do Sescoop/SC; e
  • Trabalho Decente e Cooperativas: Um Estudo Bibliométrico, da Universidade Federal de Santa Maria.

Relato de Experiência:

  • A comercialização de cooperativas da agricultura familiar na Central de Abastecimento - CEASA de Curitiba a partir de ações desenvolvidas pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR/PR).

 

IDENTIDADES COOPERATIVAS E DIREITO COOPERATIVO

Artigos:

  • Princípios Cooperativistas: Uma Abordagem a Partir Da Gestão Social, da Universidade Federal do Tocantins;
  • Sociedades Cooperativas de Interesse Coletivo (Scic):  Inspiração para o Cooperativismo Brasileiro do Futuro, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFFSC);
  • Princípios Cooperativistas na Percepção dos Associados: Estudo de Caso em uma Cooperativa de Crédito de Minas Gerais, da Faculdade Única/ Cooperativa de Crédito de Livre Admissão do Vale do Piranga e Matipó Ltda – SICOOB União dos Vales;
  • As Racionalidades de Processos e Dimensões Organizacionais Frente as Orientações Extensionistas para Organizações Econômicas de Agricultura Familiar, da Universidad de la Cuenca del Plata e Universidade Federal de Santa Maria;
  • Garimpo de Ouro e Cooperativismo no Brasil: Análises Baseadas nas Requisições de Lavra Garimpeira por Cooperativas, da Universidade Federal de Viçosa;
  • Práticas de Compliance Relativas aos Cooperados em Sociedades Cooperativas; da Pontifícia Universidade Católica do Paraná;
  • O 7º Princípio Cooperativista: Uma Especulação Sobre sua Definição, Antecedentes, Efeitos E Aplicações, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná;
  • Crise de Identidade das Cooperativas: Um Estudo de Caso na Cooperativa Agropecuária, da Universidade de Brasília (UnB);
  • Capital Social em Cooperativas de Abate no Sistema Diferenciado de Carne Bovina no Paraná, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul;
  • Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD): Principais Impactos Aos Dentistas Cooperados Da Alpha Cooperativa de Planos Odontológicos, Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS; e
  • Marco legal do cooperativismo mineral a luz da teoria dos Stakeholders, da Universidade Federal de Viçosa/UFV.

 

EDUCAÇÃO, INOVAÇÃO E DIVERSIDADE

Artigos:

  • A importância da educação para o desenvolvimento do perfil da pessoa cooperativa, da Faculdade FAVOO Coop;
  • Inovações Organizacionais na Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas de Pernambuco, Universidade Federal Rural de Pernambuco;
  • Cooperativismo e Diversidade: Convergências e Desafios, do Sescoop/RS;
  • Satisfação no Cooperativismo: Percepções Quanto ao Respeito e a Sexualidade, da Universidade Federal de Santa Maria;
  • Cooperativismo e a hermenêutica diatópica: as cooperativas como instrumentos de diálogo interétnico, da Universidade de Coimbra;
  • O “Girl Power” no Cooperativismo em Minas Gerais: A Participação Feminina neste Tipo Societário, do Sistema Ocemg e Universidade Fumec;
  • A Importância do Médico Veterinário na Ater e nas Cooperativas Brasileiras, da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC);

Iniciação Científica:

  • Incubação e Organização Contábil-Administrativa como Fatores de Desenvolvimento em Cooperativas, da Universidade Federal do Pará;
  • Influência das Associações e Cooperativas Certificadas pelo Fairtrade para a Manutenção da Juventude no Meio Rural, da Universidade Federal de Viçosa;
  • Incubação de Empreendimentos Econômicos Solidários: a Incubadora Pública de Economia Criativa e Solidária de Araraquara/SP, da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho;
  • O Cooperativismo no Contexto do Ensino Superior, Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC);

Relatos de Experiência:

  • Implantação do Programa Mulheres Cooperativistas na Cooperativa de Crédito Sicoob Costa do Descobrimento, da Cooperativa de Crédito Sicoob Costa do Descobrimento;
  • Relato de Experiência na Veiling Holambra: A Mais Completa e Moderna Cooperativa de Flores e Plantas do Brasil, da Universidade de São Paulo;
  • Práticas Pedagógicas e Resultados das Formações no Programa União Faz a Vida: Um Estudo na Região Centro Serra/RS, da Cooperativa de Crédito Sicredi Centro Serra;
  • Pode Ser Diferente, da Univali;
  • Movimento CoopEducação: fomento da cultura cooperativista, empreendedora e financeira em escolas, da Sicoob Sarom;
  • Constituição do Comitê Nacional de Jovens Sistema OCB: Geração C, da Cooperativa de Crédito Sicoob Costa do Descobrimento; e
  • Plantar para colher: disseminando a Cultura da Cooperação por meio de projetos desenvolvidos na Cooperativa Educacional de São Roque de Minas, da Cooperativa Educacional de São Roque de Minas.

 

CONTABILIDADE, FINANÇAS E DESEMPENHO

Artigos:

  • Más Incorporações e o “Mercado” de Controle para Cooperativas de Crédito, da FEARP/USP;
  • Determinantes do Risco Operacional das Cooperativas de Crédito Brasileiras, Universidade Federal de Minas Gerais;
  • Construção de Ranking de Desempenho Econômico e Financeiro das Cooperativas de Crédito de Minas Gerais, do Sistema Ocemg;
  • Disclosure Eco Socio Ambiental das Cooperativas de Avicultura do Estado do Paraná, Universidade do Rio Grande do Sul;
  • Diversificação Geográfica e o Desempenho em Cooperativas de Crédito Brasileiras, da Universidade Federal de Minas Gerais e do Instituto Federal de Minas Gerais (campus Bambuí);
  • Cooperativismo e Sustentabilidade: Da Teoria à Prática em uma Cooperativa de Crédito Mineira, do Centro Universitário Unihorizontes; e
  • Velocidade de Ajuste da Estrutura de Capital em Cooperativas de Crédito Brasileiras, da Universidade de São Paulo (USP).

Sistema OCB debate com Embrapa gestão feminina, bioinsumos e agro digital

As capacitações realizadas por meio de parceria entre o Sistema OCB e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vêm rendendo bons frutos para o Ramo Agro com a implementação de conhecimentos e tecnologias oferecidos aos cooperados. Com a intenção de debater com a diretoria do Sistema OCB novas oportunidades de cooperação para além das já estabelecidas no cultivo do trigo, soja e pecuária leiteira, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, visitou a Casa do Cooperativismo nessa segunda-feira (11).

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Foto: Assessoria Embrapa

Entre os principais temas tratados estão as capacitações, com apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), para ações de implementação da agricultura digital, o fortalecimento da presença das mulheres em cargos estratégicos dentro das cooperativas e o estímulo aos bioinsumos. “Já temos em nossas estratégias a formação de comitês femininos em cada uma de nossas cooperativas. O Elas Pelo Coop tem atuado de forma a estimular mais mulheres a assumirem posições de liderança e assim alcançarmos a equidade de gênero dentro do universo cooperativista brasileiro. Temos ainda o trabalho do Comitê Geração C, formado pela nossa juventude, que caminha também no sentido de prepará-los para a sucessão, em especial, no campo”, afirmou o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.

Sobre a utilização de bioinsumos, o presidente ressaltou que se trata de uma prática adotada pelas cooperativas. “Essa prática poderá ser potencializada com estes novos acordos de cooperação com a Embrapa. A empresa tem sido uma parceira fundamental para que o cooperativismo se consolide cada vez mais como um dos mais significativos atores do agro, que atualmente é responsável por 53% da produção nacional de grãos”, acrescentou.

O agro digital é uma aposta de diversas entidades para atrair os jovens para o campo e para utilizar as tecnologias fundamentais na cadeia produtiva. Para isso, é necessário aumentar a conectividade rural. “As nossas cooperativas de infraestrutura também podem ajudar, e muito, neste processo, como já fez no passado com a eletrificação rural. Por outro lado, as tecnologias da Embrapa são cruciais também”, complementou o presidente Márcio.

Ficou acordada a realização de oficinas com representantes das duas instituições para definir áreas de fortalecimento das ações conjuntas. “Precisamos mudar o movimento da agricultura e da pesquisa para atender aos anseios do consumidor atual e a aproximação com a OCB é extremamente relevante nesse sentido”, considerou Silvia Massruhá.

O diretor de Pesquisa e Inovação da Embrapa, Clenio Pillon, comentou durante a conversa que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai abrir linhas de crédito para instalação de biofábricas, o que significará novas oportunidade também para o cooperativismo. “O cooperativismo é, sem dúvida, o melhor caminho para aproximar os agricultores brasileiros que ainda estão distantes das tecnologias disponíveis”, enfatizou.

As duas organizações também desejam envolver universidades e outras instituições de fomento à pesquisa para levantar fundos com o objetivo de ampliar as pesquisas e inovações no agro coop.

Histórico

A parceria entre as duas entidades tem gerado relevantes resultados para o agronegócio, uma vez que as pesquisas desenvolvidas pela Embrapa são transmitidas aos agricultores cooperados. A integração de esforços vem ampliando a capilaridade para conhecimento e tecnologias produzidas para que cheguem ao mercado, em benefício da sociedade.

Os segmentos de cereais de inverno, soja e bovinocultura de leite são os mais atendidos com a parceria. Atualmente, estão em andamento capacitações em soja (6ª turma), por meio da Embrapa Soja de Londrina (PR); e em cereais de inverno (8ª turma), por meio da Embrapa Trigo de Passo Fundo (RS). O curso de atualização em plantio de soja atende 48 participantes de 21 cooperativas dos estados de Alagoas, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Tocantins. Já o curso de capacitação em cereais de inverno, em formato híbrido, atende 36 participantes, de 19 cooperativas dos estados de Alagoas, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina.

As parcerias tiveram início em 2016, com as capacitações para o cultivo dos cereais de inverno, e já foram capacitados mais de 636 técnicos que trabalham nas cadeias de cereais de inverno, soja e leite. Além disso entre os anos de 2017 e 2020, a parceria entre as duas instituições realizou capacitações voltadas para o corpo técnico das cooperativas que atuam na cadeia produtiva de leite e derivados. Neste projeto, a Embrapa Gado de Leite e a Embrapa Pecuária Sudeste comandaram os trabalhos.

Intercooperação é tema de debate promovido pelo Banco Central

A boa relação entre o movimento cooperativista e o Banco Central do Brasil é de longa data. Seja para propor novos desafios e regulações ou para debater temas específicos, as duas entidades buscam por meio de rodadas de conversas, seminários e workshops as soluções mais viáveis para aumentar o protagonismo do coop, gerar prosperidade e fortalecer a economia nacional. Entre os dias 22 e 23 de junho o banco e os sistemas de crédito cooperativo realizaram o workshop Desafios e Práticas de Sucesso do Cooperativismo de Crédito – Intercooperação e Interesse pela Comunidade.

Os princípios cooperativistas de intercooperação (6º) e interesse pela comunidade (7º) estão presentes em parte expressiva de todos os ramos do movimento espalhados pelo país. No entanto, para impulsionar todo o potencial do Ramo Crédito, o Banco Central realizou o evento para instigar reflexões, ouvir as ações que já estão sendo aplicadas em defesa da atuação conjunta das cooperativas, bem como dos serviços e produtos oferecidos para as comunidades onde estão inseridas.

O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, participou da mesa de abertura e agradeceu o constante apoio do órgão e falou sobre os desafios das práticas de intercooperação. De acordo com ele, o assunto é discutido há anos em workshops, seminários e congressos, mas que a questão não é técnica. “Conversei com o Roberto Rodrigues e chegamos à conclusão de que, quando o tema é intercooperação, o discurso é sempre solidário e a prática solitária. Onde estamos errando? Temos que discutir, pois percebo que é muito mais um problema da própria antropologia humana do que técnico ou de processo. O cooperativismo é uma organização de gente e precisamos de lideranças menos solitárias”, afirmou.

Capacitação e formação foram exemplos de como sanar a questão levantados por Márcio Freitas. “Precisamos estudar e tenho trabalhado com o Sescoop a ideia de um curso de inovação no relacionamento social. Fiz um teste para mensurar um processo no Paraná e, com a utilização do celular, em 17 minutos minha mensagem chegou a mais de 2 milhões de aparelhos. Por que não usarmos isso para ter um relacionamento mais estreito com os cooperados, uma conversa franca? As parcerias vão acontecer de baixo para cima, não o contrário”, enfatizou. E reforçou que “é preciso construir uma solução de intercooperação, que não seja apenas uma ideologia do cooperativismo, mas também uma questão de economia e negócios”.

O presidente do Sistema OCB fez ainda um chamamento para o alcance da meta do Desafio BRC 1 Tri. “Nossa meta é ousada. Alcançar R$ 1 tri de movimentação financeira, 30 milhões de cooperados e 1 milhão de empregos gerados. Dá para chegar, basta termos mais ousadia e intercooperação.

CECO

No painel Esforços concretos da intercooperação no Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC), o integrante do Conselho Consultivo Nacional do Ramo Crédito (Ceco), Marco Aurélio Almada, reforçou que a intercooperação é o caminho para ampliar os negócios, tornando os serviços financeiros cooperativistas cada vez mais procurados. “Os grandes bancos têm competência para ser universal, a nossa proposta (coop de crédito) é direcionada ao médio e pequeno. Nosso crescimento se justifica pelo alcance regional, capilaridade. Precisamos intercooperar por questões doutrinárias e também estratégicas”, pontuou.

Ele apresentou um apanhado histórico que demonstrou que grandes os bancos já se uniram durante a história para ampliar os negócios e atender mais pessoas. Almada insistiu que as parcerias e inovações são necessárias para garantir competitividade. "Os bancos, para construir competitividade, intercooperaram. Isso passa por três aspectos: segurança, interoperacionabilidade e ganho de economia de escala. Estes são os três grandes vetores que os bancos encontraram para aumentar a competitividade própria pela via da intercooperação", explicou.

Almada também fez uma contextualização sobre a intercooperação no Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC). “Percebemos que existe intercooperação entre nós, mas ela precisa ser organizada em dimensão nacional para entregar resultados concretos. Essas estratégias estão sendo discutidas exaustivamente no âmbito do Ceco”, salientou.

Ainda segundo ele, há oportunidades de implementação de ações que envolvem três processos: securitização de créditos, transporte de valores e numerários e grandes fornecedores de TI [Tecnologia da Informação]. “Já contratamos uma consultoria especializada, por meio da OCB e precisamos fazer contratos conjuntos para reduzir os custos de todos”, concluiu o representante do Ceco.
 

ESGCoop

A gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB, Débora Ingrisano, apresentou o Programa ESGCoop, que está em processo de implementação. Ela explicou como é realizada a atuação política e institucional do Sistema OCB e sobre os três pilares estratégicos para aumentar a competitividade: representação, ESG e negócios, que estão alicerçados em dados de inteligência, evolução contínua, comunicação, geração de valor e foco nas pessoas. Tudo congregando a formação profissional, a promoção social e o monitoramento de oportunidades.

Sobre as estratégias ESG, a gerente disse que o cooperativismo já conta com as práticas de respeito ambiental, cuidado social e boa gestão, mas que estas precisam ser mapeadas em conformidade com os indicadores internacionais. Para que o movimento comande plenamente a pauta, ela defendeu a intercooperação entre os ramos. “Temos que somar nossos indicadores e transformar a pauta ESG em uma grande narrativa para vendermos o cooperativismo como o líder na transformação do capitalismo. Essa é a proposta do nosso ESGCoop e precisamos trabalhar para reduzir impactos, estruturar e manter o planeta vivo e as sociedades crescendo com menos desigualdade e com instituições coletivas mais fortes”, destacou.

Ela contou que dos 24 critérios de ESG, ela pode mapear dentre as exposições realizadas pelos sistemas e cooperativas independentes nos dois dias de workshop, ao menos 13 na cultura cooperativista como, por exemplo, a conformidade ambiental, o trabalho decente, e a segurança no trabalho.  “Mapear as práticas do coop é o nosso objetivo número um, justamente para somá-las aos indicadores internacionais. “Temos um grupo de trabalho direcionado ao tema e faço aqui um convite para que mais cooperativas participem do diagnóstico”, complementou.

Panamá quer replicar práticas da Unimed e da Uniodonto em construção de hospital

Os sistemas OCB, Unimed e Uniodonto receberam, na última semana, delegação da Cooperativa Profesionales, R. L, do Panamá, que participou de missão internacional para conhecer de perto as boas práticas do cooperativismo brasileiro no Ramo Saúde. As visitas aconteceram entre os dias 18 a 23 de junho e concentraram-se nas cidades paulistas de Botucatu, Sorocaba, Piracicaba, Campinas e São Paulo. Além da apresentação do Sistema OCB e sua representação institucional o grupo conheceu durante as visitas técnicas a dinâmica do movimento no Brasil.

“Muito nos orgulha que o sistema cooperativo de saúde brasileiro, o maior do mundo, seja fonte de exemplo e inspiração para projetos inovadores como este em desenvolvimento pela cooperativa panamense. As imersões realizadas, mesmo que em curto período, demonstraram as potencialidades, desafios e oportunidades que a gestão de excelência é capaz de proporcionar à cooperativa, aos seus cooperados e pacientes”, avaliou o coordenador de Ramos do Sistema OCB, Hugo Andrade.

Com 53 anos de atuação, a Cooperativa Profesionales é vinculada ao Instituto Panameño Autónomo Cooperativo e é a maior cooperativa do país em número de ativos. Ela nasceu como uma cooperativa de crédito, com a oferta de serviços financeiros voltados aos médicos e, com o passar do tempo, passou a atender também os filhos dos cooperados, o que abriu caminhos para agregar outras áreas dentro do rol de produtos ofertados. Agora, a coop está construindo um hospital e, por isso, veui ao Brasil conhecer mais sobre os processos de infraestrutura, aquisição de equipamentos e gestão, por exemplo.

“Outro ponto importante a destacar é que o hospital será importante fonte de intercooperação no Panamá, uma vez que a cooperativa buscará todas as coops do país para convênios e atendimentos. Esta é mais uma maneira de impulsionar e viabilizar o novo negócio da organização, complementou Hugo.

A comitiva também sanou diversas dúvidas sobre a estrutura do comitê de governança e da parte administrativa como um todo. Eles esclareceram questões como o modelo ideal para salas cirúrgicas, laboratórios, melhores marcas e fornecedores de equipamentos e outros insumos. Em Sorocaba, conheceram a unidade da Unimed que é referência em tecnologia e, em Campinas, a sede da Uniodonto que, além de hospital, conta com uma loja de produtos odontológicos. Em Botucatu visitaram a Santa Casa, que conta com participação expressiva do cooperativismo.

O trainee de Relações Internacionais do Sistema, Enzo Ramos, acompanhou a imersão e destacou que a missão deixou uma impressão bastante positiva na comitiva. “Eles tinham muitos questionamentos e muitas informações foram trocadas. O empenho dos anfitriões quebraram inclusive as barreiras dos idiomas”, relatou.

imagem site coop

Comitiva paraguaia conhece estratégias e inovações do coop de crédito brasileiro

Com o objetivo de conhecer o panorama do cooperativismo de crédito no Brasil, uma comitiva formada por 55 dirigentes cooperativistas vinculados à Federação de Cooperativas de Crédito e Poupança do Paraguai (Fecoac) realizaram missão no Brasil para conhecer as experiências, estratégias de inovação e acesso a novos mercados praticados pelo coop brasileiro.

A federação paraguaia congrega 76 cooperativas, presentes em todo o território paraguaio. Destas, 15 participaram da missão de estudos junto ao cooperativismo brasileiro no Sul do país. Este é o segundo ano consecutivo em que a organização paraguaia escolhe o Brasil como destino do seu programa de formação de dirigentes.

A missão teve início na cidade de Francisco Beltrão (PR) com a visita à sede do Sistema Cresol, onde a delegação teve a oportunidade de visitar dois cooperados e uma agência de atendimento. A comitiva foi recebida pelo Vice-Presidente da CRESOL Baser, Luiz Tomacheski, e pelo Gerente do Instituto CRESOL, Itamar Vodzicki.

Na segunda etapa da viagem, em Porto Alegre, a delegação se reuniu com o Superintendente do Sistema OCERGS, Gerson Lauermann para uma apresentação sobre cooperativismo gaúcho. O grupo também participou de um workshop com a Escola Superior de Cooperativismo (Escoop), que abordou as temáticas Cooperativismo, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e Estratégias de ESG:  Respeito Ambiental, Cuidado Social e Boa Administração.

Já em Nova Petrópolis, a capital nacional do coop brasileiro, a delegação visitou a sede da Sicredi Pioneira, cooperativa financeira mais antiga e em funcionamento da América Latina. A Pioneira foi fundada em 1902 e conta com 226 mil cooperados distribuídos nas 48 agências da região. O grupo pôde também conhecer o parque histórico do cooperativismo e a casa onde viveu o Padre Theodor Amstad, o Patrono do Cooperativismo Brasileiro.

O sistema de crédito cooperativo do Paraguai tem uma participação relevante no mercado financeiro do país equivalente a 20%. A organização, diferente do Brasil, conta com organizações locais e com abrangência vinculada às instituições públicas e privadas como universidades, órgãos de governo e até mesmo na esfera militar. As práticas de inovação brasileira instigaram os paraguaios a buscarem, no Brasil, capacitação, intercâmbio de conhecimentos e abertura para processos de intercooperação entre os dois países.

Fundada em 1987, a Fecoac é composta por cooperativas financeiras independentes que estão espalhadas por todo o território do país vizinho. Elas congregam mais de 500 mil membros e administram cerca de 5 bilhões de dólares em ativos. A federação tem como foco a oferta de assistência técnica e treinamento para dirigentes e gerentes de cooperativas de crédito do país.

Coop impulsiona turismo em vila entre as melhores do mundo

Até onde as contribuições do cooperativismo podem levar um empreendimento com potencial, mas sem incentivo para atingir patamares inimagináveis? A cooperativa Viacredi – vinculada ao Sistema Ailos – promoveu verdadeira revolução no município de Pomerode, em Santa Catarina. A Rota Enxaimel, projeto coordenado pela entidade, tem fortalecido a economia local e o desenvolvimento sustentável da região.

O resultado? Um crescimento de 400% no número de turistas que visitam a cidade e o reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU) como uma das "Melhores Vilas Turísticas do mundo", devido ao seu conteúdo histórico e cultural, à preservação das tradições e aos atrativos turísticos. Na cidade, os turistas podem apreciar belas paisagens, conhecer a vida dos imigrantes, experimentar pratos típicos da Alemanha, adquirir produtos locais e até mesmo se hospedar em uma casa enxaimel – técnica em que as estruturas de madeira são construídas sem pregos ou parafusos, apenas com encaixes.

"" O vice-presidente da Associação Rota do Enxaimel e diretor da Nugali Chocolates, Ivan Blumenschein, conta que a rota que reúne patrimônio paisagístico, edificações históricas e potencial turístico estava subaproveitada. “Fundamos nossa Associação em 2021 e fomos buscar apoio da Viacredi e do Sebrae para estruturação e capacitação de nossos associados. Em um ano, foram diversos treinamentos, desenvolvimento de nova marca para a rota, criação de site e mapa turísticos. O fluxo de visitantes cresceu dez vezes e saltamos de sete, para 26 associados. O apoio da cooperativa foi fundamental para o sucesso”.

O sucesso ao qual se refere o vice-presidente da associação, em números, refletem no aumento de associados que passou de 7, em 2021, para 26 em 2022. De acordo com ele, o número de turistas saltou de 2 mil visitantes/mês em 2021, para 10 mil em 2022.  O faturamento dos estabelecimentos situados na rota também cresceu 100% no mesmo período.

O consultor de Pessoa Jurídica do Posto de Atendimento 88, da Viacredi, Marcio de Almeida Pavão, relata que o projeto representou oportunidade e experiência únicas para ele enquanto turista e consultor. “Atuei com o atendimento individual aos cooperados, principalmente os de mais idade, que não tinham facilidade nos acessos à tecnologia, como aplicativos, conta online e utilização das máquinas de cartão. Foi necessário explicar como eram realizadas as cobranças e formas de pagamento”, contou.

"" Outra oportunidade importante, segundo ele, foi poder participar na criação da marca da associação. “Pude acompanhar as reuniões, capacitações e consultoria, além de contribuir com a visão de consumidor e turista. E o legal é saber que o projeto deu certo, pois tanto a rota como a cidade estão com grande fluxo de turistas. É um ciclo virtuoso de ações que fortalece o desenvolvimento do nosso município e sobre o qual ficamos cada vez mais orgulhosos como cidadãos”, exalta.

Para a analista de Sustentabilidade da Viacredi, Sharon Haskel Koepsel, o resultado alcançado em apenas um ano é motivo de celebração. “Temos o privilégio de ver a Rota do Enxaimel crescer, se modernizar, quintuplicar o número de turistas e receber novos investidores e parceiros, além de ser reconhecida internacionalmente. Além disso, existe um ganho que os números não podem medir. Hoje, nenhuma das pessoas envolvidas está igual há um ano. O brilho no olhar voltou, estão mais seguras, encorajadas a ousar e inovar. Estão fortalecidas e, acima de tudo, orgulhosas de toda caminhada e resultados alcançados”, ressalta.

Viacredi

A parceria com a Viacredi é uma demonstração de como o cooperativismo pode contribuir para o desenvolvimento sustentável da região, fortalecendo os negócios locais, preservando o patrimônio histórico e cultural, e impulsionando o turismo na área. A cooperativa colabora ainda para o alcance do Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que trata do trabalho decente e crescimento econômico (8) e que versa sobre parcerias e meios de implementação (17). Desta forma, a Viacredi reforça seu compromisso com a Agenda 2030 da ONU.

Para a Rota Enxaimel a coop ofereceu apoioo financeiro, compartilhou conhecimentos e, durante um ano de projeto, ajudou na reestruturação da associação e da retomada do turismo regional por meio de consultorias e treinamentos. Também orientou os proprietários da rota sobre empreendedorismo, finanças, marketing, gestão de pessoas, planejamento e vendas, o que foi fundamental para o desenvolvimento pessoal e profissional dos envolvidos.

ESGCoop: Ceriluz leva projeto de preservação para escolas da região

O cuidado ambiental previsto nas estratégias de atuação ESGCoop, que visam também a promoção do respeito social e da boa gestão e governança para gerar soluções sustentáveis com benefícios econômicos para os cooperados e as comunidades à sua volta, é uma das agendas mais relevantes do Sistema OCB na atualidade. E os exemplos nesse sentido são cada vez mais expressivos. A cooperativa gaúcha Ceriluz, por meio de seu Projeto Água Viva, tem como foco a aplicação dos conceitos previstos no programa. A coop lançou mais uma etapa do plano de proteção de nascentes com foco na educação ambiental e expandiu o programa para escolas da região de Ijuí, no Rio Grande do Sul. “Expandir a iniciativa da Ceriluz com o envolvimento de estudantes é reforçar o compromisso do cooperativismo com o desenvolvimento sustentável da sociedade e do meio ambiente”, destaca o coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, Marco Morato.  Ainda segundo ele, o ESG é uma tendência de mercado que sempre esteve presente no cooperativismo em seu 5º e 7º princípios – educação, formação e informação; e interesse pela comunidade. “O que não fazíamos era metrificar tudo isso, mas desde o ano passado estamos criando indicadores para demonstrar como as cooperativas estão transformando realidades e a Ceriluz, com certeza, é uma delas”, complementa.  Entre 2021 e 2022 a coop reuniu produtores cooperados e promoveu ações de recuperação de oito nascentes realizando o plantio de quase 11 mil mudas nativas nas Áreas de Preservação Permanentes (APPs). Em parceria com a universidade Unijuí, os estudantes do mestrado em Sustentabilidade Ambiental acompanharam a qualidade da água destas fontes, o que gerou novos estudos. Com o projeto, a coop busca conscientizar e estimular as pessoas a adotarem postura de conservação da água, em especial, protegendo as nascentes em suas propriedades. Escolas Nesta nova etapa, a Ceriluz contempla em seu projeto as escolas Souza Lobo, de Ijuí; Miguel Burnier, de Coronel Barros; Dr. Pestana, Miguel Couto e Rocha Pombo, de Augusto Pestana. Estes centros de ensino foram escolhidos, inicialmente, pela localização próxima às obras das usinas CGH Agusto Pestana e PCH Linha Onze Oeste. A programação prevê palestras para conscientizar os estudantes sobre a necessidade da preservação de nascentes, que atendem as cidades, as pessoas, a agricultura e a geração de energia. Visitas orientadas nas nascentes recuperadas e nas usinas da Ceriluz também estão no cronograma do projeto, bem como a orientação sobre as técnicas adotadas, a exemplo da implantação da vegetação protetora em APPs. O suporte técnico e a doação de mudas para as ações de recuperação em áreas de proteção são por conta da Ceriluz. Resultados O conjunto de ações serão apresentados na Feira de Conhecimento, em novembro na PCH Ijuí Centenária. Cada escola demonstrará suas experiências ambientais e os alunos universitários da Unijuí disponibilização estações de pesquisa para visualização de características físicas, químicas e naturais das águas de nascentes, diferenciando-as entre as preservadas e não-preservadas.