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SABER COOPERAR
18/09/2024
DNA Cooperativo promove imersão sobre o cooperativismo pelo Brasil
"Conhecer, viver e disseminar", esse é o tripé que o Sistema OCB acredita ser necessário para a difusão do cooperativismo. Com base nessas três etapas, a instituição criou o programa DNA Cooperativo, uma imersão no nosso modelo de negócio para capacitar e apoiar as cooperativas na preservação e fortalecimento da identidade cooperativista. A necessidade de uma solução inovadora para fortalecer a cultura cooperativista foi identificada pela Pesquisa Nacional do Cooperativismo, realizada para estruturar os debates do 15º Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC). O levantamento revelou que 56% das lideranças consideram a conscientização dos cooperados sobre os princípios coop o maior desafio na gestão e governança. Já 49% relataram baixa participação e engajamento dos cooperados no dia a dia das cooperativas como a principal dificuldade nessa área. Com conteúdo atrativo, dinâmicas lúdicas e troca de experiências entre os participantes, a imersão DNA Cooperativo foi a solução formativa encontrada para resgatar os princípios e valores do cooperativismo e o envolvimento com a cultura coop. Em oito horas de duração, a imersão aborda, com dados e informações, a história do cooperativismo no mundo e no Brasil, explica os princípios e valores do movimento e nossa atuação nos sete ramos. Desenvolvido para turmas de 30 pessoas, o programa estimula a interação e troca de experiências para conectar os interesses individuais dos participantes com os propósitos do movimento cooperativista. Jornada coop O analista de Desenvolvimento de Cooperativas no Sistema OCB, Joaci Medeiros, um dos idealizadores do programa, conta que a imersão foi inspirada no DNA Sicoob, projeto do sistema cooperativista de crédito para incentivar e fortalecer a identidade coop entre os novos colaboradores da instituição. Além disso, para conhecer de perto as raízes do cooperativismo brasileiro, o núcleo responsável pelo desenvolvimento do DNA Cooperativo foi até Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul, onde nasceu a Sicredi Pioneira, primeira cooperativa de crédito do país. "O DNA Cooperativo foi construído a muitas mãos, tivemos três pilotos até chegar a essa solução atual", lembra Medeiros. A aplicação do programa teve uma fase piloto com três etapas: primeiro, turmas de colaboradores do Sistema OCB Nacional; em seguida, representantes de Organizações Estaduais de todo o Brasil viajaram a Brasília para um segundo teste; e o terceiro grupo reuniu representantes do ramo Crédito. Após a validação na etapa piloto, 34 turmas demonstrativas da imersão DNA Cooperativo já foram realizadas pelo país, em um total de quase mil pessoas impactadas pela solução. Além disso, houve nove formações de multiplicadores para ampliar o alcance do programa. E os resultados têm sido satisfatórios. A nota média dos participantes em relação à satisfação com o programa é 9,8, a qual está na Zona de Encantamento da metodologia Net Promoter Score (NPS), que utiliza ferramentas de pesquisa e classificação para analisar o nível de satisfação. Já a respeito da aplicação do conteúdo no dia a dia, em uma escala de 0 a 5, a média é de 4,8. Segundo Medeiros, os dados refletem o sucesso e a importância da iniciativa para a disseminação da cultura cooperativista. “O intuito é que, ao final do DNA Cooperativo, os participantes tenham entendido que o cooperativismo é um movimento global e centenário, que cresce continuamente e está cada vez mais consolidado no Brasil. Ele se origina de dores, mas se realiza em torno da união de pessoas que tem um propósito em comum e evolui à medida que seus cooperados e colaboradores pensam, vivem, compram e fazem negócios”, pondera. Experiência compartilhada No Sistema OCB Nacional, todos os colaboradores internos passaram pela imersão, inclusive quem acabou de entrar na Casa do Cooperativismo, como a analista de Desenvolvimento de Cooperativas, Sabrina Carvalho, recém-efetivada. "Participar da imersão foi essencial para resgatar a sensação de pertencimento, de colaboração, de cooperação, de estar todo mundo junto, de que juntos conseguimos chegar mais longe”, avalia. Para o analista em Documentação do Sistema OCB, Edvan Moura, o momento mais interessante da imersão DNA Cooperativo foi a interação com outros cooperativistas. "Foi muito valioso ouvir o depoimento dos outros colegas sobre cooperativismo, como isso atravessa cada um. O cooperativismo é um movimento econômico, mas não deixa de ser uma ideologia, uma forma de enxergar o mundo. E o DNA Cooperativo é uma ferramenta que leva os princípios e o propósito do cooperativismo para várias pessoas e mais partes interessadas”, destaca. Colaborador do Sistema OCB desde 2011, Moura conta que descobriu fatos importantes sobre o cooperativismo durante o programa e ficou impressionado com a força econômica do nosso modelo de negócio. Dados da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) apresentados na imersão mostram que se as 300 maiores cooperativas do mundo fossem um país, seriam a oitava maior economia do mundo, com faturamento combinado de US$2,4 trilhões. Com o sucesso das primeiras turmas, o programa DNA Cooperativo está em fase de planejamento da expansão e o objetivo do Sistema OCB é levar a iniciativa para mais pessoas em todo o país, com o apoio das Organizações Estaduais. "Já tivemos turmas no Crédito, vamos realizar turmas no ramo Saúde, este movimento está ganhando corpo. O público-alvo são cooperados e colaboradores das cooperativas. Nas turmas demonstrativas, as Organizações Estaduais puderam entender o que é o DNA Cooperativo para facilitar a oferta da solução para as cooperativas de seus respectivos estados", explica Joaci Medeiros. Ficou interessado em participar da imersão? Procure sua Organização Estadual para saber como sua cooperativa pode fazer parte do programa DNA Cooperativo.
SABER COOPERAR
17/09/2024
Eleições municipais são oportunidade para fortalecer cultura cooperativista no país
Garantir um ambiente regulatório favorável ao desenvolvimento das cooperativas é uma tarefa fundamental para a disseminação da cultura cooperativista entre os brasileiros. E as eleições municipais, como as que ocorrem este ano, são um momento propício para influenciar os tomadores de decisão e a formulação de políticas públicas que fortaleçam as cooperativas.
O modelo de negócios do cooperativismo está diretamente ligado ao desenvolvimento das cidades e das economias locais, temas que estão na agenda de todos os candidatos a prefeituras ou câmaras de vereadores. Um estudo recente da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) comprovou que municípios onde o cooperativismo atua com maior protagonismo têm um aumento médio de R$5,1 mil no Produto Interno Bruto (PIB) por habitante, além de maior número de empregos formais, de estabelecimentos comerciais e de exportações.
“O momento das eleições municipais é importante para garantir que os gestores públicos, prefeitos e vereadores reconheçam e incorporem o potencial das cooperativas como motor de desenvolvimento econômico e instrumento de políticas públicas de inclusão produtiva e financeira, economia de escala e modelo de negócios viável para transformar a realidade das pessoas, garantindo trabalho e renda por meio da economia colaborativa e do empreendedorismo coletivo”, aponta o coordenador de Relações Governamentais do Sistema OCB, Eduardo Queiroz.
Apesar da sua importância para o desenvolvimento local, o cooperativismo ainda é pouco lembrado de forma expressa nos planos de governo municipais. Com esse objetivo, o Sistema OCB tem incentivado e fomentado, por meio do Programa de Educação Política, ações que visem fomentar o voto consciente e o aumento da representatividade do cooperativismo nas instâncias decisórias.
Um exemplo de sucesso vem do Espírito Santo, onde o Sistema OCB/ES tem atuado fortemente para promover legislações que beneficiem o cooperativismo nos municípios. Desde o final de 2022, um trabalho estratégico foi realizado junto às prefeituras e câmaras municipais, resultando na aprovação de 11 leis municipais que reconhecem e apoiam o modelo cooperativista em cidades como Vila Velha, Serra, Santa Leopoldina, entre outras. “Conseguimos avançar no reconhecimento das cooperativas por parte de muitas prefeituras e câmaras. Já há um diálogo muito avançado em alguns municípios”, afirma o assessor de Relações Institucionais do Sistema OCB/ES, David Duarte Ribeiro.
As legislações de fomento ao movimento cooperativista promovidas pelo Sistema OCB/ES em nível municipal têm, entre seus pontos principais, o incentivo à educação cooperativista em nível local, com a previsão de inclusão de conteúdos e atividades relativos ao cooperativismo nos currículos das escolas estaduais de ensino médio. Para a entidade, esse esforço busca fortalecer a cultura cooperativista entre os jovens, incentivando a formação de novas gerações de cidadãos mais conscientes sobre a importância da cooperação e do desenvolvimento sustentável.
Para ampliar os resultados da representação institucional do cooperativismo no estado, o Sistema OCB/ES elaborou uma minuta de projeto de lei que serve como base para atuação junto ao Legislativo e Executivo, com foco na valorização e apoio à participação das coops em espaços como conselhos municipais e certames públicos. Em alguns locais, essa interlocução é realizada por meio de parlamentares que já têm relação com o movimento cooperativista. Quando não há essa ponte, a entidade procura a presidência das câmaras municipais para apresentar a proposta e explicar aos parlamentares o que representa o cooperativismo, em âmbito local e nacional. Há ainda um trabalho semelhante realizado com as prefeituras, para alinhar esse entendimento.
“Nossa avaliação é que os resultados têm sido altamente positivos, pois conseguimos avançar no reconhecimento por parte de muitas prefeituras e câmaras sobre a importância econômica e social do nosso modelo societário. Já percebemos que problemas que antes tínhamos de certames públicos realizados e que vedavam a participação de cooperativas em licitações deixaram de existir, assim como em alguns municípios já se iniciou, por parte de algumas prefeituras, movimentações econômicas com cooperativas financeiras”, destaca Ribeiro.
Políticas públicas na ponta
Outro exemplo de sucesso na promoção da cultura do cooperativismo por meio da atuação institucional é o Sistema Ocemg. Nos últimos anos, a instituição cooperativista mineira atuou fortemente para informar os gestores públicos municipais sobre benefícios e a possibilidade de as cooperativas de crédito captarem depósitos e operarem com disponibilidade de caixa das prefeituras, em conformidade com a Lei Complementar 161/2018.
“Percebemos que, apesar de o novo marco regulatório possibilitar essa maior aproximação das prefeituras com as cooperativas de crédito, existia ainda um certo receio de como seria essa operacionalização, muito por conta do desconhecimento que ainda existe sobre o modelo cooperativista. Assim, nosso esforço foi no sentido de apresentar o cooperativismo para esses atores. Juntamos esforços com o Sistema OCB, Confebras, Sebrae, FGCoop e Banco Central para elaborarmos e divulgarmos a cartilha “Retenção de Riqueza no Município – Relação entre Prefeitura e Cooperativas de Crédito” junto aos gestores públicos municipais, o que melhorou substancialmente à adesão das prefeituras a essa parceria com o cooperativismo”, explica o assessor institucional do Sistema Ocemg, Geraldo Magela.
O resultado não poderia ser melhor: com a colaboração do Governo do Estado de Minas Gerais e da Associação Mineira de Municípios (ANM), o material cooperativista foi divulgado para os mais de 850 municípios do estado. E a atuação tem surtido efeito. Em Minas Gerais, as disponibilidades de caixa de prefeituras operadas por cooperativas de crédito subiram de R$299,8 milhões em 2021 para R$748 milhões em 2023. Também aumentou o número de municípios com parceria efetivada entre cooperativas de crédito e prefeituras: em 2021, eram 107 cidades alcançadas; hoje, 484 municípios mineiros (56% do total) possuem suas disponibilidades de caixa operacionalizadas pelo cooperativismo financeiro.
“Essa é uma política pública de muito potencial, pois os recursos das prefeituras depositados em cooperativas de crédito são retidos e reinvestidos no próprio município, de forma a incentivar o desenvolvimento da economia dos municípios. Por mais que a legislação que possibilitou essas operações seja de caráter federal, a efetividade de sua implementação dependeu, em grande parte, dessa maior aproximação com os agentes locais”, destaca Magela.
Janela de oportunidade
Para fomentar iniciativas como essas, o Sistema OCB tem atuado, em nível nacional, para estimular as cooperativas a participarem de forma legítima e transparente das eleições municipais deste ano, por meio de diretrizes reunidas em duas cartilhas: "Cooperativismo e as Eleições Municipais 2024", que aborda boas práticas da participação das cooperativas e dos cooperados no período eleitoral; e "Propostas para Cidades Mais Cooperativas", que busca incluir as cooperativas como instrumento de desenvolvimento nas agendas públicas municipais.
Queiroz destaca que as Eleições Municipais 2024 são um período-chave para que o cooperativismo seja reconhecido pelos futuros ocupantes de prefeituras e câmaras de vereadores e ganhe mais espaço nos planos de governo.
“É estratégico inserir o cooperativismo na agenda pública municipal, porque nós já temos alguns levantamentos em nível local que apontam que o cooperativismo ainda é pouco citado em planos de governo para prefeituras. Isso é um paradoxo porque as cooperativas estão no centro da agenda de desenvolvimento das comunidades”, aponta.
De acordo com o coordenador de Relações Governamentais do Sistema OCB, diante da importância das cooperativas para os contextos locais, as eleições municipais são ainda mais estratégicas para construir pontes com o Poder Público, em especial em um momento em que os candidatos estão dispostos e interessados em ouvir o eleitor e se comprometer com determinadas causas.
“A percepção e o grau de conhecimento dos parlamentares sobre o cooperativismo não são conquistados em Brasília, eles vêm, logicamente, da base. Portanto, é importante a gente construir essa proximidade com estes atores desde o nível local. Estamos falando, por exemplo, de candidatos a membros das câmaras municipais, que vão seguir suas carreiras políticas e eventualmente se tornarão deputados estaduais, deputados federais e senadores da República”, afirma.
Saiba mais sobre as cartilhas do Sistema OCB com orientações para a atuação do cooperativismo nas eleições municipais:
Cooperativismo e as Eleições 2024
O material explica como funcionam as eleições, esclarece alguns mitos e pontua de que forma as cooperativas podem se engajar na escolha de candidatos conscientes sobre o papel do cooperativismo na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Destaca ainda quais condutas são vedadas às organizações cooperativistas, como doação financeira a campanhas e realização de propaganda eleitoral.
Propostas para Cidades Mais Cooperativas
O objetivo deste material é oferecer insumos aos candidatos às prefeituras e às câmaras municipais para a elaboração de políticas públicas que contemplem as especificidades do movimento cooperativista. A publicação destaca as ações, projetos e normas que necessitam da ação do governo municipal para a sua continuidade, ampliação ou implementação.
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16/08/2024
Cultura cooperativista: como fortalecer nosso jeito de fazer negócio com princípios
O nosso lema já diz: o cooperativismo é sempre um bom negócio. Mas, quando esse negócio se expande, ganha volume e competitividade no mercado, as organizações precisam empenhar esforços para não perder de vista o que temos de mais valioso: nossos princípios.
Em 2024, pela primeira vez, o Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC) teve como um dos eixos de discussão a Cultura Cooperativista. A inclusão do tema foi feita a partir do diagnóstico da Pesquisa Nacional do Cooperativismo, utilizada para estruturar os debates do 15º CBC, evento mais importante do nosso setor e responsável por definir as diretrizes de futuro do coop brasileiro.
O estudo ouviu lideranças de todo o país e revelou que 56% consideravam como o maior desafio do cooperativismo, na área da gestão, a baixa conscientização dos cooperados sobre os princípios cooperativistas. O segundo maior problema, de acordo com 49% dos entrevistados, é a baixa participação e engajamento dos cooperados no dia a dia da organização. Essas duas queixas se relacionam, diretamente, à falta de compreensão da cultura cooperativista e apontam para a necessidade de fortalecer esses princípios - para dentro e para fora.
“Os dados destacam, mais especificamente, a necessidade significativa de disseminar os princípios e valores cooperativistas, tanto dentro quanto fora das cooperativas, e as dificuldades na comunicação sobre esses princípios para a sociedade. Esses foram aspectos relevantes identificados que reforçam a importância de manter a cultura cooperativista viva e presente nas ações do movimento”, destaca o gerente de Planejamento do Sistema OCB, Fábio Storti, responsável pela pesquisa.
Diretrizes estratégicas prioritárias de Cultura Cooperativista aprovadas no 15º CBC
1. Difundir o cooperativismo na educação formal brasileira em todos os níveis (do ensino básico ao técnico e superior), por meio de parcerias com escolas, universidades e órgãos educacionais.
2. Promover a formação das lideranças cooperativistas para fortalecer o seu papel como promotoras e multiplicadoras da cultura cooperativista dentro de suas organizações e no movimento.
Grandes negócios, grandes desafios
Quando a cooperativa cresce, os desafios para manter a essência dessa cultura podem ser tão grandes quanto o tamanho do negócio. De acordo com Storti, embora o diagnóstico feito a partir da pesquisa não tenha abordado diretamente essa relação, a diversidade regional e a heterogeneidade entre os ramos tornam o desafio de manter uma cultura coesa ainda mais complexo. “É razoável inferir que, quanto maior a cooperativa, mais desafiador pode ser manter esses valores e princípios fortes, dado o aumento da complexidade organizacional”, compara.
Grandes negócios coop têm mostrado que é possível responder a esses desafios e crescer com a força do nosso DNA. Presente em mais de 120 municípios de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, com mais de 1,6 milhão de cooperados, o Sistema de Cooperativas de Crédito Ailos dedica planejamento e muito esforço, em ações contínuas, para manter a cultura cooperativista viva e pulsante no coração do negócio.
“Esse é um grande desafio, mas é fundamental para a nossa identidade. Garantimos que as decisões estratégicas estejam sempre alinhadas com os princípios cooperativistas e promovemos uma cultura organizacional que valoriza a participação e a transparência. Continuamos a investir em projetos que beneficiem a comunidade e a oferecer um serviço personalizado que prioriza as necessidades dos nossos cooperados”, pontua o diretor de Produtos e Negócios do Sistema Ailos, Adelino Sasse.
Atualmente com 13 cooperativas, mais de R$23 bilhões em ativos totais e R$4 bilhões em patrimônio líquido, o sistema investe em ações diversificadas para assegurar que a expansão não comprometa seus valores fundamentais. São realizados periodicamente treinamentos, workshops, palestras e eventos que fomentam a cultura cooperativista entre os cooperados, além de um investimento constante em comunicação para manter a base informada e engajada com os objetivos do grupo.
“Além disso, incentivamos a integração por meio de comitês e grupos de trabalho que permitem aos cooperados contribuir diretamente para a tomada de decisões e para o desenvolvimento da cooperativa”, exemplifica Sasse.
Para ‘calibrar’ as ações, é preciso um olhar atento: o Ailos realiza pesquisas de satisfação e acompanhamento contínuo para garantir o nível alto de participação e identificar em quais áreas é possível melhorar.
“Avaliamos que o nível de engajamento de nossos cooperados e funcionários com o cooperativismo é bastante positivo. Nossos cooperados demonstram um forte comprometimento com os valores e objetivos da cooperativa, participando ativamente das assembleias e eventos. Os colaboradores também são capacitados e motivados a representar e vivenciar os princípios cooperativistas em suas atividades diárias”, afirma Sasse.
Em plena expansão em todos os ramos, mesmo diante dos cenários econômicos e políticos mais adversos, o cooperativismo tem o desafio de alcançar um desenvolvimento equilibrado com seus valores e princípios, absorvendo as demandas e oportunidades de mercado com uma compreensão sólida da cultura cooperativista. Uma equação que deve incluir o crescimento aliado à participação ativa de associados nos processos de decisão e nos negócios das cooperativas.
Para a superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, o desafio das grandes organizações em manter seu DNA cooperativista pode ser encarado como uma “dor de crescimento”.
“A cura para essa dor de crescimento é ter um propósito claro de onde se quer chegar e de quais são seus valores. É necessário encontrar um modelo de gestão que equilibre sua dupla natureza, guiando-se tanto pelos aspectos econômicos quanto os sociais, que no nosso caso são indissociáveis” aponta.
Diferencial de mercado
Fortalecer nossos valores e identidade não é relevante apenas para o desenvolvimento da comunidade em que estamos inseridos, ou para alavancar a qualidade de vida dos cooperados. Ainda que esses sejam objetivos primordiais, que estão na nossa essência, nossos valores fazem bem também para os negócios. Seja nas pequenas coops que movimentam a economia do interior do país, ou nas gigantes do crédito ou do agro de grande impacto no cenário nacional, a identidade cooperativista é um fator de diferenciação no mercado.
Para Fábio Storti, aspectos que constituem a alma do cooperativismo, como a gestão democrática e a intercooperação, promovem um ambiente favorável para o crescimento sustentável dos negócios. “A prática dos valores cooperativistas pode fortalecer o aspecto econômico ao favorecer que os cooperados permaneçam engajados, que as tomadas de decisão sejam democráticas e alinhadas, que a capacitação contínua seja estimulada, que se estabeleçam parcerias entre cooperativas e reforcem a relação com as comunidades”, enumera.
Em um mercado em constante transformação como o financeiro, com a chegada das fintechs e de outras tecnologias que transformaram a relação dos consumidores com o seu próprio dinheiro, o Ailos aposta no reforço da marca cooperativista como um diferencial.
“Em um ambiente em que os consumidores estão cada vez mais conscientes e exigentes, a transparência, a responsabilidade social e o compromisso com a comunidade são altamente valorizados. Os valores cooperativistas, como a equidade, a solidariedade e justiça social, ressoam positivamente com um público que busca empresas que operam com ética e responsabilidade. Investimos em campanhas de marketing e ações de responsabilidade social que comunicam claramente os benefícios e os valores do cooperativismo. Mostrar como a nossa cooperativa contribui para o desenvolvimento local e para a inclusão financeira ajuda a fortalecer a marca”, destaca o diretor de Produtos e Negócios do Sistema Ailos.
SABER COOPERAR
02/08/2024
Por que as cooperativas devem prestar atenção no TikTok
Se você acha que o TikTok se resume a um lugar em que adolescentes estão perdendo tempo com vídeos de dancinhas, maquiagem e memes, talvez esteja na hora de você conhecer um pouco mais sobre a plataforma e descobrir como ela pode impulsionar os negócios do cooperativismo. A rede é conhecida por funcionar como porta de entrada para que os usuários mergulhem em diferentes universos até então desconhecidos, inclusive de interesses e consumo. De acordo com uma pesquisa da Opinion Box no Brasil, 1 em cada 3 usuários já comprou algum produto que conheceu pelo TikTok.
O aplicativo de compartilhamento de vídeos ostenta mais de 1 bilhão de usuários ativos em todo o mundo. Disponibiliza vídeos curtos, em média de 15 segundos a três minutos, com conteúdos de música, dança, dublagem, trends, humor, entre outros. A plataforma oferece amplos recursos de edição de fácil uso, impulsionando a criatividade na produção de conteúdos. O público principal são os jovens entre 16 a 24 anos, a chamada geração Z, mas a plataforma vem ampliando a faixa etária de seus usuários. Se popularizou em 2020, durante a pandemia de Covid-19, e segue crescendo.
Fã de rede social, o brasileiro logo adotou a plataforma, cujo diferencial é um algoritmo poderoso que rapidamente entende os interesses e gostos do usuário para entregar conteúdo personalizado. O TikTok acumula quase 99 milhões de usuários no Brasil, crescimento de 19,9% em relação a 2023, segundo dados de janeiro de 2024 do Data Reportal. Uma das suas marcas é o apelo para a viralização: os usuários engajam em desafios, as chamadas “trends”, sátiras e imitações, estimulando uns aos outros a participarem da brincadeira.
O cooperativismo e o marketing de influência
Nós também estamos presente no TikTok, buscando atingir novos públicos e espalhar a palavra do coop em diferentes espaços. O destaque vai para o ramo crédito que usa a temática da educação financeira, popular na plataforma, para apresentar seus serviços, produtos e valores do cooperativismo em diferentes formatos.
O sistema Sicredi vem explorando, desde 2022, novas formas de atingir o público por meio do TikTok. A conta da financeira na plataforma conta com 109 mil seguidores e mais de 1,2 milhão de curtidas no perfil - um crescimento de 54% em relação a 2023, bem superior ao crescimento registrado em outras redes, como o Instagram. O foco são os jovens, pessoas físicas, que não conhecem a marca. Ainda em 2023, a média do alcance mensal do perfil do Sicredi foi de 5,3 milhões, um aumento de 236% em relação ao ano anterior
Dentro da estratégia de redes sociais, o Sicredi investe em produção de conteúdo específica para o TikTok, com linguagem e formato mais adequados à rede. “Esse crescimento foi muito alavancado pelo fato de a gente trabalhar de forma muito ativa com criadores de conteúdo. A maior parte do nosso conteúdo no TikTok são desses criadores”, aponta a Gerente de Conteúdo, Redes Sociais e Site do Sicredi, Bruna Rodriguez.
A estratégia adotada pelo Sicredi na plataforma é o caminho percorrido por muitas marcas: o marketing de influência. Na prática, significa associar a marca ao conteúdo criado por influenciadores que já contam com o reconhecimento e engajamento dos usuários da plataforma.
@sicredi Você tem um objetivo, mas acha que o salário não dá conta? Confira algumas dicas que vão te ajudar a se organizar e conta com o Sicredi para realizar os seus sonhos. 😍 #sicredi #EducaçãoFinanceira ♬ som original - Sicredi
“Se antes o foco das marcas era investir em propaganda nos canais de TV, rádios e outdoors por aí, hoje um formato muito procurado é a associação da marca com pessoas que têm poder de influência nas redes sociais, os famosos influenciadores. Isso significa contratar pessoas que tenham relevância em seus nichos e usar suas redes sociais para divulgar uma marca”, explica Vanessa Campos especialista em comunicação digital, redes sociais e marketing de influência.
O Sicredi trabalha com diferentes perfis de influenciadores, e cerca de 50 creators já colaboraram com a marca - atualmente são nove ativos. Um desses perfis é o Vivenciando, focado em organização financeira para jovens. O perfil foi criado em 2021 pelos primos Fernando Bisi e Pedro Bisi. Os dois influenciadores, de 21 anos, já criaram conteúdos diversos para o sistema, desde dicas simples de poupança e investimento até como se organizar financeiramente para fazer um casamento - e assim o Sicredi aparece acompanhando o crescimento e os diferentes momentos de vida dos jovens.
@sicredi Chegou o terceiro e último episódio desta série sobre organização financeira no planejamento do casamento 💚 Para finalizar com chave de ouro, o @vivenciando_ deu uma dica super importante de como organizar os custos e desejos. Assista ao vídeo e confira! Quando você conta com o Sicredi, todos os sonhos são possíveis. 😍 #Sicredi #PlanejandoUmCasamento ♬ som original - Sicredi
“Essa questão do contexto, da vida real, de trazer os creators para nos ajudar a fazer conteúdos que sejam feitos de pessoas para pessoas, contextualizados dentro da vida real, é onde a gente é muito bem-sucedido e garante o nosso crescimento, ano a ano”, afirma Bruna.
Pedro conta que o Vivenciando surgiu como um “produto da pandemia”: o tempo extra em casa e as notícias sobre o cenário econômico em ebulição chamaram atenção dos jovens. “A gente percebeu que tinha uma fatia do mercado, que éramos nós jovens iniciando seus primeiros empregos, que não eram atendidos pelos grandes influenciadores de finanças - investir de R$ 1 mil a R$ 3 mil por mês era fora da nossa realidade. Então decidimos falar e entender o que é melhor para esse público”, lembra Pedro, que trocou a faculdade de direito pela de economia a partir da experiência no TikTok. Hoje o perfil conta com 258 mil seguidores e acumula mais de 2 milhões de curtidas.
A dupla tem muito cuidado ao se relacionar com marcas para garantir que os produtos e serviços que divulgam sejam de fato benéficos para saúde financeira do público. “A gente só quer parceiros que façam uma diferença na vida do nosso público, para melhor. A seleção dos parceiros tem que ser muito rigorosa porque estamos investindo a nossa credibilidade e a confiança dos nossos seguidores na marca”, diz Pedro.
emoram a parceria com o Sicredi, que permite levar a educação financeira a mais pessoas, de forma alinhada aos valores cooperativistas. “Antes do Sicredi, eu conhecia o cooperativismo de forma muito básica. Mas antes de assinar, fomos a fundo para entender e vimos que o Sicredi ajuda as pessoas de verdade. Para nós foi muito interessante e muito fácil se associar com esse modelo de negócio, porque é algo que a gente sempre acreditou”, acrescenta o primo Fernando Bisi .
Jovens, mas nem tanto
O TikTok é reconhecido por ser uma rede de jovens. Mas, embora seja o público mais presente, Vanessa destaca que o perfil vem mudando a partir da evolução da ferramenta.“O TikTok já foi uma rede social "dos jovens”, mas esse perfil de usuário está mudando junto com os novos formatos que a plataforma tem disponibilizado. Ao adotarem conteúdos mais longos e novos formatos, está atraindo pessoas de outras gerações, inclusive crescendo a base de 40+”, aponta a especialista.
Outro grande player do cooperativismo financeiro, o Sicoob também colhe bons resultados na rede e já foca em outros públicos além da Geração Z. “O Sicoob visa atingir uma variedade de públicos no TikTok, incluindo jovens, empreendedores, famílias e o setor agro. Embora a rede seja amplamente reconhecida por sua popularidade entre o público jovem, a plataforma tem se tornado cada vez mais representativa para outros segmentos, alcançando uma audiência diversificada em todo o Brasil”, confirma Raquel Frois, coordenadora de Comunicação e Marketing do Sicoob.
@sicoob
Sabedoria do agro com @mineira_do_agro
♬ som original - Sicoob
O foco principal dos conteúdos é educação financeira, com recortes específicos para cada um dos públicos. “Desde o início, buscamos destacar o papel transformador do cooperativismo financeiro como um movimento de proximidade, seja ele com atendimento humanizado ou digital. O TikTok oferece uma oportunidade única para o Sicoob aumentar a visibilidade da marca e conquistar o interesse dos brasileiros, permitindo que mais pessoas conheçam, considerem e amem o Sicoob”, aponta Raquel.
Um dos patrocinadores do Campeonato Brasileiro de Futebol, o Sicoob também usa o esporte em suas campanhas na rede, paixão nacional que dialoga com o público e cria conexão emocional. “Um dos casos recentes de sucesso do Sicoob no TikTok foi a campanha de anúncio do patrocínio do Brasileirão, com o mote "Vem pro Sicoob". A campanha incentivou os brasileiros a usarem sua criatividade para fazer jogadas inusitadas, conectando a ideia de cooperação no futebol com os valores do Sicoob. A resposta do público foi fenomenal, com mais de 34 milhões de visualizações, 2,4 milhões de likes e a hashtag #VEMPROSICOOB alcançando mais de 8 milhões de pessoas”, conta a coordenadora.
@nayuriabe No @Sicoob você é o craque da sua vida financeira, baixe agora o Super App Sicoob e abra a sua conta! 💚 #vemprosicoob #maisqueumaescolhafinanceira #sicoob #publi ♬ som original - nay
Para essas e outras campanhas, o Sicoob também usa o marketing de influência, contratando influenciadores que já contam com uma base de peso na rede. A especialista Vanessa Campos destaca a importância da co-criação: as marcas podem ter um controle da narrativa, mas devem permitir que eles tenham liberdade na sugestão de formatos, assegurando a espontaneidade.
“Na parceria com influenciadores, as marcas conseguem ter um controle maior da narrativa e escolher influenciadores que estejam mais conectados com uma audiência que combine com seu público-alvo. Também pode aproveitar picos de engajamento de conteúdos virais e ter um retorno mais rápido, já que as pessoas estarão consumindo mais aquele formato ou assunto. É bem interessante também cocriar os conteúdos com o creator, mantendo a espontaneidade da linguagem dele, fugindo do modelo tradicional de publicidade. Essa naturalidade hoje é o que aumenta a conexão com o público”, recomenda a especialista.
Saiba mais:
Diretrizes estratégicas orientam comunicação do coop para os próximos anos
https://somoscooperativismo.coop.br/noticias-saber-cooperar/diretrizes-estrategicas-orientam-comunicacao-do-coop-para-os-proximos-anos
Como preparar o porta-voz da sua cooperativa para falar com a imprensa?
https://somoscooperativismo.coop.br/noticias-saber-cooperar/como-preparar-o-porta-voz-da-sua-cooperativa-para-falar-com-a-imprensa
Carimbo SomosCoop: como utilizar a marca para fortalecer sua cooperativa
https://somoscooperativismo.coop.br/noticias-saber-cooperar/carimbo-somoscoop-como-utilizar-a-marca-para-fortalecer-sua-cooperativa
Infográficos
O que é intercooperação
A intercooperação é um dos pilares essenciais do cooperativismo, promovendo o fortalecimento das cooperativas por meio de parcerias estratégicas. Ao trabalhar em conjunto, as cooperativas criam um ambiente mais competitivo, ampliando oportunidades de negócio, reduzindo custos e oferecendo mais valor aos seus membros. Essa união entre diferentes cooperativas, tanto em nível local quanto internacional, potencializa o movimento cooperativista e solidifica sua presença no mercado.
O que é cooperativismo?
Nem sempre é fácil explicar o que é o cooperativismo, mas estamos aqui para te ajudar a entender! Este infográfico foi criado para responder as principais perguntas sobre o movimento cooperativista de forma clara e simples. Com 7 perguntas e respostas, você vai aprender o que é o cooperativismo, seu propósito, como funciona e quem pode participar. Vamos juntos explorar o poder da cooperação e como ela impacta a vida de pessoas e comunidades. Clique nos tópicos abaixo e descubra mais!
A relação entre Cooperativas e Bioeconomia
Qual é a relação entre cooperativas e bioeconomia?
A onda verde chegou com força ao setor econômico. A chamada bioeconomia está em alta, mas você saber o que ela propõe, na prática?
2025 será o Ano Internacional das Cooperativas
O cooperativismo é forte no mundo todo, com 3 milhões de cooperativas e 1 bilhão de cooperados. Essa relevância é reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), que, pela segunda vez na história, dedicará um ano inteiro ao cooperativismo. Isso mesmo: 2025 será o Ano Internacional das Cooperativas — homenagem que colocará o coop no centro da agenda global, com ações de apoio da ONU a políticas públicas e acordos de cooperação técnica para fortalecer as cooperativas.
O Ano Internacional das Cooperativas também ajudará a fortalecer nossa representação institucional, que ganhará um reforço com o engajamento da ONU para garantir que nossas pautas sejam ouvidas e priorizadas em fóruns de decisões locais, regionais e globais. Entenda melhor o que temos a ganhar com essa homenagem no infográfico abaixo, feito para o RepresentaCoop — solução de fortalecimento da representação políticas das cooperativas brasileiras.