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SABER COOPERAR
26/11/2025
Comunidades virtuais fortalecem conexões e inovação no cooperativismo
O que as comunidades virtuais e o movimento cooperativista têm em comum? Na era da comunicação digital, elas reúnem pessoas que interagem e compartilham interesses e objetivos em comum em plataformas como redes sociais, aplicativos de mensagens e fóruns. As cooperativas têm aproveitado essa ferramenta para levar o sétimo princípio do cooperativismo – Interesse pela comunidade – para o ambiente virtual, construindo redes de diálogo e apoio para aproximar colaboradores, cooperados e parceiros. De acordo com a gerente de Comunicação e Marketing do Sistema OCB, Samara Araujo, as comunidades virtuais também ajudam a difundir conhecimento, mobilizar ações coletivas e reforçar a identidade cooperativista. Em um país tão grande e diverso como o Brasil, a colaboração on-line fortalece a competitividade, amplia a capacidade de inovação e permite que soluções bem-sucedidas sejam replicadas em diferentes contextos pelo país. “Compartilhar boas práticas evita retrabalho, otimiza recursos e reforça a cultura de intercooperação, que é um dos princípios fundamentais do movimento cooperativista”, lista a gestora. A criação de comunidades virtuais no cooperativismo é uma forma de aproximar o movimento do público externo e o caminho para que os produtos e serviços coop sejam ainda mais reconhecidos e valorizados. Segundo o diretor de Marketing da Vulcabras, Márcio Callage, especialista em comunidades virtuais e palestrante da Semana de Competitividade 2025, o sucesso de uma marca está em criar conexões afetivas com suas comunidades, o que também vale para o coop. “Uma marca forte nasce quando o que ela fala é coerente com o que ela faz – princípio que também move o modelo cooperativista. No cooperativismo, a escuta ativa também é um diferencial competitivo. Quem entende a base, entrega com mais verdade”. Para Callage, não é preciso estar em todos os lugares, mas nos lugares certos, falando a verdade e se conectando com o público, que muitas vezes vai enxergar na marca valores simbólicos. No caso das cooperativas, que muitas vezes enfrentam o desafio da visibilidade diante de grandes empresas, ele recomenda “usar a força da comunidade, a escuta ativa e o propósito como estratégia de diferenciação”. Comunidade Sistema OCB Para colocar em prática essa tendência de comunicação, desde 2023, o cooperativismo brasileiro conta com uma rede de apoio digital especializada, a Comunidade Sistema OCB no WhatsApp, criada para fortalecer a integração entre a Unidade Nacional e as Organizações Estaduais. Com 837 integrantes de todos os estados e do Distrito Federal, a comunidade é um ambiente colaborativo de troca de informações estratégicas, alinhamento de ações e compartilhamento de boas práticas. Os participantes estão distribuídos em times temáticos de áreas como ESG, Comunicação, Relações Institucionais, Recursos Humanos, Planejamento, Inovação, entre outras. “O objetivo é transformar a comunicação em um instrumento de engajamento e cocriação, aproximando equipes que atuam em diferentes setores do cooperativismo”, explica Samara Araujo. A Comunidade Sistema OCB oferece suporte aos cooperativistas conectados em cinco frentes: definição de metas e iniciativas prioritárias para cada time temático por meio do Plano de Ação; alinhamento e integração entre os participantes por meio das reuniões periódicas; organização de conteúdo, dados e insights para uso estratégico por meio da gestão do conhecimento; treinamentos e trilhas de aprendizagem para qualificar equipes por meio da capacitação; e garantia de espaço para debates, trocas de experiência e construção coletiva por meio do fórum de interação. De acordo com Samara Araujo, os resultados dessa estratégia de integração digital do Sistema OCB já podem ser percebidos. Atualmente, a comunidade virtual contribui fortemente na mobilização para o Dia de Cooperar (Dia C), que envolve ações voluntárias alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Mais recentemente, a rede foi fundamental no processo de seleção de cooperativas para representar o Brasil na 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), organizado com o apoio das comunidades para identificar cases notáveis de sustentabilidade e inovação em âmbito local. Como criar comunidades virtuais na sua cooperativa Assim como ocorre na articulação nacional, as Organizações Estaduais e cooperativas também devem se apropriar das comunidades e criar seus próprios espaços para engajar equipes e fortalecer a identidade cooperativista. Segundo Samara Araujo, as vantagens são diversas: “As comunidades virtuais dão agilidade à comunicação entre equipes dispersas geograficamente; fortalecem a cultura cooperativista, por meio da troca constante; promovem a integração tecnológica, que aproxima pessoas e processos; e ainda aumentam o engajamento ao criar um ambiente colaborativo e participativo”. Confira o passo a passo para a criação de comunidades virtuais na sua cooperativa: Primeiramente, defina o objetivo e público-alvo da comunidade Crie a estrutura no WhatsApp, com grupos temáticos É fundamental estabelecer regras de convivência para garantir a organização Nomeie administradores responsáveis pela gestão É importante integrar conteúdos relevantes e promover interações periódicas Por fim, monitore o engajamento e ajuste estratégias conforme necessário
SABER COOPERAR
06/11/2025
Na COP30, cooperativas vão mostrar que soluções locais geram impacto global
A capacidade das cooperativas de promover ações sustentáveis e sua forte conexão com as comunidades colocará o movimento cooperativista em destaque na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). Realizado pela primeira vez no Brasil, em Belém (PA), o evento buscará o comprometimento de líderes mundiais com ações urgentes para conter a crise climática, além da garantia de financiamento para adaptação em regiões e comunidades mais afetadas pelas mudanças do clima.
As cooperativas darão sua contribuição ao debate com soluções concretas em energia limpa, agricultura de baixo carbono, gestão de resíduos, finanças sustentáveis, segurança alimentar e bioeconomia. “Vamos apresentar propostas e posicionamentos construídos coletivamente no Manifesto do Cooperativismo Brasileiro para a COP30 e cases que mostram como ações locais de combate à mudança do clima geram impactos globais”, antecipou o coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, Alex Macedo.
De 10 a 21 de novembro, o cooperativismo participará da COP30 tanto no espaço oficial de negociação, a Blue Zone, quanto na área dedicada à sociedade civil, Green Zone; além de presença estratégica na Agri Zone, organizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e em eventos de instituições parceiras do coop.
Leia a entrevista completa com o coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, Alex Macedo:
Sistema OCB: Qual será o papel do cooperativismo COP30?
Alex Macedo: A COP30 é o maior evento global sobre mudanças climáticas e, por ser realizada em Belém (PA), no coração da Amazônia, representa um marco simbólico e estratégico para o Brasil. A participação do cooperativismo brasileiro na COP30 tem como objetivo posicionar o setor como parceiro estratégico da transição climática global, reforçando sua contribuição para uma economia de baixo carbono e sua inserção nos mecanismos internacionais de financiamento e governança ambiental.
Em quais espaços as cooperativas brasileiras estarão representadas no evento?
O Sistema OCB coordenará a presença das cooperativas em múltiplos ambientes. Na Agri Zone (Embrapa), por exemplo, teremos o Pavilhão do Cooperativismo, um espaço de 300 metros quadrados (m²) que funcionará por duas semanas com exposições, oficinas, feiras, painéis e encontros institucionais, destacando o papel das cooperativas do agro e do crédito.
Já nosso espaço na Green Zone foi construído em parceria com a ONU. Trata-se de um pavilhão próprio de 100 m² e uma programação de painéis temáticos, alinhados aos eixos do Manifesto do Cooperativismo Brasileiro (transição energética, segurança alimentar, bioeconomia, adaptação climática e financiamento sustentável).
Além disso, teremos na Green Zone participação em painéis promovidos por parceiros como o Consórcio Amazônia, ABDI, CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Adicionalmente, haverá presença das coops no Pavilhão Brasil, na Casa do Seguro, reforçando o vínculo entre inovação, mitigação de riscos climáticos e proteção da produção agrícola.
Quais as atividades do Sistema OCB programadas para a COP30?
A programação está estruturada em torno de um plano que combina representação institucional, disseminação de conhecimento e exposição de cases. As atividades confirmadas até agora são:
Painéis temáticos nos espaços oficiais, com a presença de representantes das coops e especialistas em sustentabilidade;
Apresentações de casos de sucesso, selecionados a partir de um edital nacional que recebeu 100 cases de 60 cooperativas;
Exposição e comercialização de produtos e marcas cooperativas nos pavilhões oficiais;
Ações de relacionamento e imprensa, garantindo ampla cobertura midiática e visibilidade internacional;
Eventos comemorativos pelo Ano Internacional das Cooperativas, reforçando o papel do setor como vetor da transição justa e sustentável.
Como foi a escolha dos cases cooperativistas para a COP30?
Selecionamos casos que representam não só inovação e impacto, mas também diversidade de ramos e de territórios. Os critérios de escolha das coops consideram cinco dimensões principais: impacto ambiental mensurável; potencial de replicabilidade e contribuição à agenda climática global; inovação tecnológica e integração com as metas de neutralidade de carbono; engajamento comunitário e inclusão social; e aderência aos eixos do Manifesto do Cooperativismo Brasileiro para a COP30.
Quais são os resultados esperados pelo cooperativismo brasileiro na COP30?
Com a participação das coops, o Sistema OCB busca o reconhecimento e a valorização do cooperativismo como aliado da transição justa. Nesse sentido, o movimento deve ser reconhecido como ator estratégico dessa transição, representando milhões cooperados e produtores – sobretudo pequenos e médios – que estão na base da segurança alimentar, da conservação ambiental e da inovação rural. E um dos motivos é que as cooperativas já desenvolvem soluções práticas de mitigação e adaptação climática, promovendo inclusão, geração de renda e sustentabilidade territorial.
Além disso, esperamos que as cooperativas sejam integradas de forma estruturada à implementação das NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) e aos espaços de governança climática, em níveis nacional e subnacional, pois essa inclusão amplia a capilaridade e legitimidade das políticas públicas, garantindo que as ações climáticas cheguem aos territórios, propriedades e comunidades locais. Acreditamos que o cooperativismo oferece infraestrutura institucional, escala e capacidade técnica para apoiar metas de energia renovável, bioeconomia, manejo sustentável e restauração de áreas degradadas, consolidando a ideia de que a ação climática eficaz depende da ação coletiva e organizada. Por fim, defendemos que haja financiamento e valorização econômica da sustentabilidade, pois ela precisa ser reconhecida não como custo, mas como modelo de negócio do futuro.
Quais as contribuições do cooperativismo para a agenda climática?
As cooperativas promovem inclusão social, desenvolvimento territorial e organização social nas comunidades onde estão inseridas. A sua capilaridade e o alcance das suas redes de assistência permitem que o cooperativismo se torne uma plataforma poderosa para o financiamento climático e a implementação de práticas sustentáveis em áreas como agricultura, energia renovável, gestão de resíduos e conservação ambiental.
Nas cooperativas agropecuárias, práticas de agricultura de baixo carbono, integração lavoura-pecuária-floresta e uso eficiente da água reduzem emissões e aumentam a resiliência do solo. No setor energético, cooperativas têm instalado usinas solares e biodigestores, para levar energia limpa a comunidades inteiras. No crédito, as coops democratizam o acesso a recursos climáticos e fomentam projetos de descarbonização.
Além disso, o cooperativismo atua na capacitação e conscientização: programas como a Solução Neutralidade de Carbono e os cursos ambientais da plataforma CapacitaCoop têm preparado centenas de cooperativas para medir emissões, desenvolver inventários e criar planos de mitigação.
Portanto, ao integrar a agenda ambiental em suas práticas, as cooperativas desempenham um papel crucial na justiça climática, promovendo a adaptação das comunidades, a mitigação dos impactos ambientais e a ampliação do acesso a recursos e tecnologias mais sustentáveis.
Como esse impacto cooperativo na ação climática se dá em âmbito local?
Ao nascerem das necessidades das próprias comunidades, as cooperativas assumem como prioridade a sustentabilidade do território em que atuam. Em pequenas comunidades rurais, por exemplo, vemos cooperativas que implantam sistemas agroflorestais e projetos de bioeconomia, que conciliam a geração de renda e a preservação da biodiversidade. Em áreas urbanas, cooperativas de catadores transformam resíduos em fonte de renda e reduzem a poluição.
Essas ações locais geram impactos globais. Uma usina solar que abastece uma escola em Santarém (PA) ou uma cooperativa que implanta biodigestores em Assis Chateaubriand (PA), reduzindo custos ou emissões, vão além – elas mostram que é possível um desenvolvimento que respeita os limites do planeta.
O cooperativismo, nesse sentido, é uma verdadeira ponte entre o local e o global: soluções que nascem na comunidade, mas reverberam em todo o planeta. O futuro será cooperativo ou simplesmente não será sustentável, porque só a cooperação é capaz de equilibrar o que produzimos, o que consumimos e o que deixamos como legado.
SABER COOPERAR
03/11/2025
PodCooperar: nova temporada mostra futuro sustentável com cooperativismo
A nova temporada do PodCooperar, podcast do Sistema OCB, traz narrativas reais que mostram como o cooperativismo brasileiro impulsiona a transformação sustentável nos mais diversos setores, por meio de iniciativas inovadoras, inclusivas e alinhadas às melhores práticas.
“Falar sobre temas ambientais, sociais e de governança se tornou algo cotidiano. O que muitos ainda desconhecem é que o cooperativismo já incorpora esses valores há anos. E não haveria oportunidade mais simbólica para revelar essas experiências do que durante o Ano Internacional das Cooperativas e no momento em que o Brasil sedia, pela primeira vez, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30)”, destaca Samara Araujo, gerente de Comunicação e Marketing do Sistema OCB.
Com oito episódios, a nova temporada leva o público a uma jornada pelo Brasil que prospera com o cooperativismo. A série viaja pela Amazônia, onde cooperativas fortalecem a bioeconomia e preservam a floresta; apresenta o protagonismo feminino na produção de cafés sustentáveis em Minas Gerais; e revela soluções inovadoras que transformam resíduos em energia no Sul do país. Os conteúdos também exploram iniciativas de construção verde, mobilidade sustentável e boas práticas de governança.
“Esta edição do PodCooperar reafirma o compromisso do movimento SomosCoop em ampliar a visibilidade de um modelo de negócios que alia crescimento econômico a impactos sociais e ambientais positivos. Os novos episódios evidenciam como os princípios cooperativistas dialogam diretamente com as práticas ESG, por meio de histórias de comunidades e regiões que evoluíram com o apoio das cooperativas”, completa Samara Araujo.
Conheça os novos episódios do PodCooperar:
Ep. 1 — Floresta em pé (Cooperacre)
Você vai conhecer a história da Cooperacre, uma central de cooperativas no Acre que prova que é possível gerar riqueza e manter a floresta em pé. A trajetória de extrativistas como Seu Raimundo apresenta como a coop aprendeu, com a natureza, produzir sem desmatar. Além disso, você vai descobrir parcerias inovadoras, que valorizam desde a borracha sustentável até a castanha, estão garantindo renda para centenas de famílias e, ao mesmo tempo, incentivando a preservação.
Ep. 2 — Inovação a favor da sustentabilidade (Cooates)
Do verde da Amazônia, viajamos para o litoral sul de Pernambuco. Lá, a Cooates se tornou uma referência em recuperação ambiental. O episódio vai revelar como a cooperativa assumiu a gestão do maior viveiro de mudas do Nordeste, no Complexo do Porto de Suape, e está reflorestando áreas degradadas da Mata Atlântica e da Caatinga. Você vai entender como eles transformaram agricultores em verdadeiros "produtores de água", remunerados para recuperar nascentes, e como a inovação na apicultura está levando o mel de floradas nativas para o mercado internacional.
Ep. 3 — Bioenergia no combate ao aquecimento global (Frimesa)
Como uma das maiores processadoras de carne suína do Brasil pode liderar a transição para uma matriz energética 100% limpa? O terceiro episódio responde a essa pergunta ao apresentar o case da Frimesa, no Paraná. A cooperativa transformou um desafio ambiental do descarte de dejetos da produção em uma solução energética revolucionária. Ao converter resíduos em biogás para substituir combustíveis fósseis em suas operações, a Frimesa não apenas reduziu drasticamente suas emissões de gases de efeito estufa, mas também preservou a economia.
Ep. 4 — Arquitetura do futuro (Sicredi Dexis)
Este episódio conta a história da sede da Sicredi Dexis, o primeiro prédio verde do interior do Paraná, com certificações de sustentabilidade do mais alto nível mundial: o LEED Platinum. O edifício gera sua própria energia, capta água da chuva e foi projetado para garantir o máximo de bem-estar para colaboradores e associados.
Ep. 5 — Inclusão feminina no campo (Coopfam)
As montanhas de Poço Fundo, em Minas Gerais, trazem histórias de superação, igualdade e sabor com as mulheres da Coopfam, que transformaram a dor da perda em um movimento de empoderamento. Lideradas por pioneiras como Dona Maria José, elas criaram o "Café Feminino Sustentável", um produto orgânico e de alta qualidade, 100% produzido por elas.
Ep. 6 — Extraindo jóias da floresta (Xambiart)
Este episódio nos leva para conhecer a biodiversidade do Tocantins, com a Xambiart. A cooperativa transforma sementes, fibras, cocos e madeiras locais em peças de artesanato únicas, que carregam a identidade cultural da região. Além de ser premiada por suas práticas de economia solidária, a Xambiart também mostra como é possível gerar trabalho e renda de forma sustentável, valorizando os recursos naturais sem esgotá-los e fortalecendo os laços comunitários por meio da arte.
Ep. 7 — Frota verde (Coopmetro)
A redução de emissão de gases do efeito estufa é um dos principais desafios ambientais do ramo Transporte. Em Minas Gerais, a maior cooperativa de transporte de cargas do Estado mostrou ser possível mudar de rota. O episódio detalha a jornada de transição energética da cooperativa, que começou com a substituição de veículos a diesel por versões mais limpas, movidos com gás natural, etanol e até energia elétrica. Já são mais de 1.600 veículos rodando com fontes de energia mais ecológicas — combustível para um futuro com menos impacto ambiental.
Ep. 8 — Resultados transparentes (Unimed do Brasil)
Saiba como uma gigante do cooperativismo de saúde, a Unimed do Brasil, aplica os princípios ESG em sua essência. O episódio vai além dos consultórios para mostrar como o investimento em ações sociais, culturais e de valorização das equipes se traduz em bem-estar para toda a comunidade, além dos resultados dos relatórios de sustentabilidade.
Ouça o PodCooperar no Spotify ou acesse o podcast no site do SomosCoop.
SABER COOPERAR
31/10/2025
Cooperativismo brasileiro é destaque em prêmios nacionais e internacionais de sustentabilidade
Às vésperas da COP30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em Belém (PA), o papel do cooperativismo para um futuro mais sustentável ganha destaque - especialmente por sua contribuição para a ação climática. As cooperativas estão na linha de frente da transição energética, bioeconomia e agricultura de baixo carbono, além de atuarem em outras frentes de descarbonização da economia.
Além da ação climática, as coops brasileiras têm se dedicado a adotar práticas que conciliam desenvolvimento econômico, preservação ambiental e bem-estar social, contribuindo para a sustentabilidade em todas as suas dimensões. Essa atuação consistente é reconhecida dentro e fora do país, com projetos e iniciativas premiadas.
Conheça 5 cooperativas brasileiras premiadas por ações sustentáveis:
1 - Crédito verde
Um dos desafios para que as ações de combate às mudanças climáticas saiam do papel é o financiamento. Pelo seus esforços em apoiar projetos que têm a sustentabilidade como pilar, o Sicredi foi premiado, em 2023, com o Environmental Finance Impact Awards, na categoria Lender of the Year, ou “Credor do Ano”.
O reconhecimento é resultado da atuação do sistema cooperativista no financiamento de projetos de impacto ambiental em todo o Brasil, entre eles iniciativas de energias renováveis, eficiência energética, agricultura sustentável e pequenas e microempresas. O prêmio é concedido pela revista britânica Environmental Finance, especializada em conteúdo voltado para investimentos sustentáveis. A honraria valoriza o trabalho de investidores de impacto em todo o mundo, destacando as melhores práticas em diferentes setores e regiões do mundo. O júri é composto por investidores, juntamente com a equipe editorial da revista.
2 - Floresta em pé
A produção sustentável, com respeito aos saberes tradicionais e ao manejo florestal, é o foco do trabalho da Cooperativa Reca - Reflorestamento Econômico Consorciado e Adensado, fundada no fim da década de 1980 por agricultores familiares de Rondônia. No município de Nova Califórnia, na divisa entre Rondônia, Acre, Amazonas e Bolívia, a cooperativa produz polpas de frutas, óleos e sementes que são vendidos para todo o país.
O sistema de agroflorestas, que gera renda para cerca de 300 famílias da região – ao mesmo tempo em que preserva a mata nativa – foi reconhecido em 2023 em um prêmio concedido pela Natura, uma das maiores empresas de cosméticos do mundo. A premiação celebra organizações, dentro e fora do Brasil, que se destacam em um dos pilares que compõem o programa EMBRACE, voltado aos fornecedores de matérias-primas utilizadas nos produtos da marca. A Cooperativa Reca foi reconhecida por fornecer insumos de alta qualidade, a partir de práticas inovadoras voltadas para a preservação ambiental e a promoção da sociobiodiversidade na Amazônia.
3 - Produção sustentável
No Paraná, a Coopavel iniciou suas atividades na década de 1970 focada na produção de grãos. Hoje, com quase 5 mil cooperados e presença em mais de 20 municípios paranaenses, a cooperativa tem forte atuação na suinocultura e avicultura, com um olhar atento para as práticas sustentáveis. Em 2024, uma dessas ações – a modernização da Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) de uma unidade de produção em Juvinópolis – levou a coop ao primeiro lugar da Open Farm Awards, promovido pela multinacional Cargill.
Com a implantação do projeto, os efluentes líquidos gerados na produção de suínos passam por um tratamento para que sejam adequados ao padrão de lançamento, sem causar danos ao meio ambiente. O sistema permite o reuso de parte do efluente tratado em outras atividades da unidade, como a higienização das instalações, reduzindo o consumo de água potável. O biogás extraído do processo também é reaproveitado na geração de energia.
4 - Controle de poluentes
Em mais um exemplo de alinhamento do cooperativismo agropecuário brasileiro com a produção sustentável, a Aurora Coop conquistou o primeiro lugar do 30º Prêmio Expressão de Ecologia, na categoria “Controle da Poluição”. A iniciativa é uma das maiores premiações ambientais do país no segmento empresarial.
A Aurora Coop é uma central que reúne 14 cooperativas singulares, presentes nos estados de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, em mais de mil municípios. O projeto que levou a Aurora ao pódio foi o de modernização e ampliação das estações de tratamento de efluentes líquidos em unidades no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Foram investidos mais de R$ 40 milhões na mudança, que marcou a história da cooperativa pela adoção de novos conceitos e tecnologias que devem ser replicados em futuras instalações.
5 - Tecnologia com propósito
O investimento consistente do Sicoob em tecnologia nos últimos anos levou a cooperativa a se tornar pioneira em várias soluções que oferece ao mercado e aos seus cooperados. O resultado também se reflete na área da sustentabilidade, com reconhecimento internacional. O sistema cooperativista esteve entre os finalistas do DCD Latam Awards 2025, promovido pelo Data Center Dynamics.
O Sicoob se destacou em duas categorias: Enterprise Data Center Evolution e Energy Impact, com projetos que buscam modernizar os seus data centers, com melhorias que visam a inovação, sustentabilidade e consumo energético eficiente.
Vídeos Saber Cooperar
Representação política e institucional
O trabalho de representação política e institucional do Sistema OCB estabelece um diálogo estratégico e constante com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, para defender os interesses do movimento cooperativista e promover um ambiente favorável ao desenvolvimento de políticas públicas que valorizem o cooperativismo brasileiro.O que é a intercooperação
A intercooperação abre portas para novos negócios e ajuda a ampliar a participação de mercado e os resultados das cooperativas envolvidas. Assista ao vídeo e veja como a união entre cooperativas pode potencializar os resultados dos negócios cooperativos.
Cooperativismo e ESG
Qual é a relação entre cooperativas e bioeconomia?
A onda verde chegou com força ao setor econômico. A chamada bioeconomia está em alta, mas você saber o que ela propõe, na prática?
Infográficos
O coop e o clima: propostas do cooperativismo brasileiro para a agenda climática
Neste infográfico, apresentamos as propostas do cooperativismo brasileiro para a agenda climática e mostramos como o modelo cooperativista torna possível unir desenvolvimento econômico e sustentabilidade. Com forte atuação em temas centrais como transição climática, bioeconomia e uso responsável dos recursos naturais reforçamos o papel das cooperativas como parte essencial das soluções para enfrentar a crise climática.
Como as cooperativas constroem um mundo melhor?
O cooperativismo é um modelo reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) por sua capacidade de promover desenvolvimento econômico com responsabilidade social e respeito ao meio ambiente. Essa atuação está diretamente conectada aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma série de metas para construir um mundo mais justo e próspero até 2030. Descubra no infográfico interativo como as cooperativas contribuem para cada ODS.