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Sistema OCB defende a faculdade para poder operar no modelo bilateral e flexibilização para integração à nova plataforma
Thiago Borba apresenta sugestões do cooperativismo para o novo crédito consignado. Foto: Andressa Anholete/Agência SenadoA Comissão Mista que analisa a Medida Provisória (MP) 1.292/2025 promoveu, nesta quarta-feira (28), uma audiência pública para discutir os impactos das novas regras sobre o crédito consignado. A MP enviada pelo governo federal altera a forma como essas operações são feitas, ao exigir que passem a ser realizadas por meio de plataforma digital, com a promessa de ampliar o acesso, garantir mais segurança e dar eficiência ao processo.
Durante o debate, o coordenador do Ramo Crédito do Sistema OCB, Thiago Borba Abrantes, destacou o papel estratégico das cooperativas de crédito no Brasil, que somam cerca de 750 instituições e 10 mil postos de atendimento em todo o país, oferecendo um portfólio completo de produtos e serviços financeiros. A principal diferença em relação aos bancos é que as cooperativas não têm finalidade lucrativa, por determinação legal e pela própria lógica de funcionamento do modelo de negócios. “A operação entre cooperado e cooperativa visa atender às necessidades financeiras dos associados, e não gerar lucro. É uma relação baseada na mutualidade, respaldada pela Constituição, que prevê apoio e estímulo do Estado”, explicou.
Thiago também destacou que a iniciativa do Crédito Trabalhador, prevista na MP, é meritória por promover a democratização do acesso a crédito barato para os trabalhadores celetistas, público que antes contava com opções mais limitadas nesse tipo de operação. Mas, segundo ele, há entraves práticos importantes que precisam ser resolvidos, especialmente em relação às cooperativas independentes — cerca de 203 instituições, criadas dentro de empresas por grupos de trabalhadores para atender aos seus colegas. “Essas cooperativas têm uma estrutura mais simples e, em 99% dos casos, o consignado privado é a principal linha de atuação, que já vinha sendo operada antes da plataforma criada pelo governo”, relatou.
A nova plataforma, de acordo com o coordenador, exige que as cooperativas tenham um código CBC, o que representa um alto custo e complexidade para essas instituições de menor porte. “Muitas delas atuavam por meio de terceiros bancarizadores — prática que agora está inviabilizada — e, com isso, estão há 60 dias impedidas de realizar novas concessões de crédito.
Pedidos
Diante do novo cenário, Thiago apresentou três pleitos principais do cooperativismo aos parlamentares:
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Viabilizar a entrada das cooperativas independentes na plataforma, levando em consideração sua estrutura operacional simplificada;
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Permitir que essas cooperativas também possam operar no modelo anterior, de forma facultativa e com garantias de segurança jurídica e da informação. O modelo bilateral permite condições de crédito mais vantajosas e menor custo para o cooperado;
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Prorrogar de 120 para 180 dias o prazo para averbação das operações feitas antes da MP, permitindo que as cooperativas regularizem o chamado "legado", ou seja, contratos anteriores à nova regra, considerando que muitas ainda não conseguiram se habilitar na plataforma.
Além disso, o coordenador reforçou a importância de se respeitar as condições originais das operações já pactuadas, reconhecendo o “ato jurídico perfeito” e evitando insegurança jurídica aos cooperados.
Thiago afirmou ainda que o Ministério do Trabalho tem se mostrado sensível aos desafios das cooperativas independentes e está dialogando com o setor para encontrar soluções viáveis. No entanto, ele reforçou a importância de que essas sugestões sejam incorporadas diretamente ao texto da Medida Provisória, a fim de garantir segurança e previsibilidade para as operações no futuro. “Nosso objetivo é contribuir para o aprimoramento da MP, preservando os princípios do cooperativismo e garantindo que o sistema continue sendo uma alternativa viável, acessível e justa para milhões de trabalhadores brasileiros”, finalizou.
Aprimoramento
O relator da Medida Provisória, senador Rogério Carvalho (SE), destacou que as contribuições apresentadas durante a audiência são fundamentais para o aprimoramento do texto. “Essas apresentações ajudam muito a aperfeiçoar o cenário dessa nova modalidade de crédito consignado. O objetivo é que esse produto não seja imposto ao trabalhador com taxas de juros elevadas, mas que haja competição e que cada um possa buscar a melhor taxa possível, dentro de sua realidade. Saio muito satisfeito com o que foi apresentado aqui”, declarou.
Já o relator revisor, deputado Giacobo (PR), foi mais crítico à proposta. Segundo ele, a MP ainda não apresentou benefícios concretos, especialmente no que diz respeito às altas taxas de juros praticadas no mercado. “Confesso que sou contra essa medida, mas ela está posta e em vigor. Ainda não vejo vantagem nenhuma no que foi colocado. As taxas de juros médias estão ultrapassando 4% ao mês — isso é agiotagem legalizada”, criticou o parlamentar.
Giacobo ressaltou que o debate agora entra em duas fases: a aprovação da MP e, posteriormente, a normatização da proposta. E destacou quatro pontos que considera essenciais para o aprimoramento do modelo: controle das taxas de juros; aprimoramento da portabilidade; controle do endividamento; e combate à fraude. “Nosso papel nesta comissão não é proteger esse produto, mas aprimorar o que o governo federal nos mandou”, concluiu.
Os requerimentos para a realização da audiência foram apresentados pelos deputados Kiko Celeguim (SP) e Capitão Alberto Neto (AM).
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Cooperativismo propõe crédito estável, inclusão das coops e gestão de riscos no agro
O Sistema OCB participou, nesta quarta-feira (28), de audiência pública promovida pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado Federal para discutir propostas de aperfeiçoamento do Plano Safra 2025/2026. Representando o ramo agropecuário, o coordenador do Sistema OCB, João Prieto, destacou a importância de um plano mais estável, robusto e sustentável para superar os desafios enfrentados pelos produtores rurais cooperados e suas cooperativas diante das constantes instabilidades climáticas e econômicas.
O encontro, requerido pelo senador Zequinha Marinho (PA), presidente do colegiado e membro da Frencoop, reuniu autoridades dos Ministérios da Agricultura e Pecuária (Mapa), Fazenda e Desenvolvimento Agrário (MDA), além de representantes de entidades do setor produtivo. O objetivo foi colher contribuições que fortaleçam o próximo ciclo do programa federal, essencial para o fomento da produção e da comercialização de alimentos no país.
Durante sua fala, Prieto apresentou as principais propostas do cooperativismo para o novo Plano Safra, agrupadas em três grandes eixos: fontes de recursos, dotações orçamentárias e instrumentos de gestão de risco. “Para garantir previsibilidade e efetividade ao crédito rural, é fundamental assegurar fontes de recursos estáveis e diversificadas, com condições de acesso que atendam à realidade do produtor cooperado”, afirmou. Segundo ele, o fortalecimento das cooperativas de crédito e a valorização de instituições como o BNDES são estratégicos para a execução da política agrícola em todas as regiões do país.
Um dos pontos centrais defendidos pelo Sistema OCB foi o aumento da dotação para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), atualmente em R$ 1,1 bilhão. A proposta apresentada é de que esse valor chegue a R$ 3,5 bilhões em 2025 e avance para R$ 4 bilhões em 2026, de forma a ampliar a cobertura de riscos climáticos e garantir mais segurança à atividade agropecuária.
O Proagro, por sua vez, conforme relatou o coordenador, também precisa ter suas alíquotas ajustadas à realidade do campo e oferecer agilidade no pagamento de indenizações. “O produtor rural está cada vez mais exposto aos impactos climáticos. Por isso, a política agrícola precisa ir além do crédito e incluir mecanismos sólidos de gestão de riscos. Seguro rural robusto e Proagro eficiente são essenciais para a sustentabilidade da produção”, destacou Prieto.
Outro aspecto enfatizado por Prieto foi a inclusão da agricultura familiar organizada em cooperativas no acesso ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Atualmente, para que uma cooperativa seja elegível ao Pronaf, é exigido o percentual mínimo de 75% de seus cooperados com DAP/CAF ativa [Declaração de aptidão ao Pronaf], o que tem dificultado a inserção de muitas organizações. “O cooperativismo tem papel fundamental na promoção do desenvolvimento regional e da agricultura familiar. Propomos uma transição gradual para o cumprimento da exigência mínima de DAP/CAF, com escalonamento a partir de 60%, aliado a taxas de juros ajustadas conforme o perfil da cooperativa”, explicou.
Prieto também defendeu a regulamentação de instrumentos que garantam a estabilidade das operações financeiras, como a criação de um fundo de catástrofe e a proteção cambial para captações externas. Tais medidas, segundo ele, são indispensáveis para modernizar o modelo de financiamento rural brasileiro e torná-lo mais alinhado a padrões internacionais de longo prazo.
A audiência foi encerrada com a expectativa de que as contribuições apresentadas pelos diversos setores sejam consideradas pelo governo federal na elaboração do novo Plano Safra, cujo anúncio está previsto para o final do primeiro semestre.
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Entidade reforça impacto negativo da medida sobre o cooperativismo e apoia suspensão de decreto
O Sistema OCB participou, nesta terça (27), da reunião-almoço da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e manifestou sua preocupação com os impactos econômicos e institucionais do Decreto nº 12.466/2025, que promove aumento nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida tem gerado forte reação por parte do setor produtivo, que considera a iniciativa arbitrária, desproporcional e prejudicial ao ambiente de negócios do país.
Durante o encontro, a superintendente do Sistema OCB e presidente do Instituto Pensar Agro (IPA), Tania Zanella, fez a leitura oficial da manifestação das Confederações Patronais, documento que expressa a indignação conjunta das principais entidades representativas do setor privado. A carta é assinada por CNI, CNA, CNC, OCB, CNF, CNSeg e Abrasca, que apontam as consequências negativas da medida sobre o crédito produtivo, a importação de insumos e bens de capital, o custo de produção, além da formação de poupança de longo prazo. “É um movimento que fragiliza o ambiente econômico, desincentiva investimentos e agrava distorções no sistema financeiro nacional”, defendeu Tania.
“Conversamos com parlamentares ao longo do fim de semana e acompanhamos de perto os desdobramentos em torno desse aumento do IOF. A preocupação não é só do cooperativismo, mas de todos os setores produtivos brasileiros”, destacou Tania. “O IOF é, por natureza, um imposto regulatório — e não um instrumento de arrecadação fiscal emergencial. O uso indevido desse tributo afeta a segurança jurídica, a previsibilidade e a capacidade de planejamento dos agentes econômicos”, afirmam as entidades no manifesto”, acrescentou.
Tania também chamou atenção para os impactos financeiros. “O setor privado brasileiro recebe com preocupação as medidas anunciadas pelo governo federal. Com as mudanças, os custos com crédito, câmbio e seguros serão elevados em R$ 19,5 bilhões em 2025, e chegarão a R$ 39 bilhões em 2026. Isso representa um aumento superior a 110% ao ano na carga tributária do IOF sobre empréstimos para negócios”, afirmou.
O presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PR), reforçou que a coalizão das frentes parlamentares está unida contra a medida. “A resposta do setor produtivo é clara: essa tributação é um erro. O governo tenta justificar a medida como necessária ao cumprimento da meta fiscal, mas o custo é alto demais para quem empreende e trabalha pelo desenvolvimento do país”, declarou. Lupion defendeu que as frentes parlamentares busquem, junto às lideranças partidárias apoio à aprovação de requerimento de urgência ao PDL 214/2025, que susta os efeitos do Decreto do IOF.
Já o deputado Zucco (RS), autor do PDL 214/2025, fez um apelo por celeridade na tramitação da proposta no Congresso. Segundo ele, “o decreto já está em vigor e ameaça diretamente o crédito de pequenos e médios produtores, empresas e cooperativas. O aumento no custo das operações impacta toda a cadeia econômica — do campo à cidade”.
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Entidades pedem derrubada de decreto que eleva carga tributária ao Congresso Nacional
O Sistema OCB assinou, junto a outras entidades do setor produtivo, um manifesto conjunto que pede ao Congresso Nacional a anulação do decreto do Governo Federal que aumentou as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A medida, publicada na última semana, prevê impactos diretos sobre operações de crédito, câmbio, seguros e investimentos, elevando o custo das atividades produtivas em bilhões de reais.
Assinado também pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), CNI (Confederação Nacional da Indústria), CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), CNF (Condeferação Nacional das Institucições Financeiras), CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) e Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas), o documento Manifestação das Confederações sobre as mudanças no IOF aponta que a decisão do governo eleva em R$ 19,5 bilhões os custos das empresas até o fim de 2025, com aumento estimado de R$ 39 bilhões em 2026. O setor privado alerta que, além do impacto financeiro, a medida compromete a previsibilidade econômica e desestimula investimentos no país.
Para o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, o aumento do IOF tem um importante impacto para o ambiente de negócios no Brasil. “As cooperativas têm papel fundamental na promoção do crédito responsável, no desenvolvimento regional e na inclusão produtiva. A elevação do IOF penaliza justamente quem investe, empreende e trabalha. É preciso garantir um ambiente estável e favorável ao crescimento, e isso se faz com diálogo, não com aumento de impostos”.
A nota destaca que o decreto encarece os empréstimos para negócios em mais de 110% ao ano, expõe assimetrias no sistema tributário e afeta a importação de insumos e bens de capital, fundamentais para a modernização do parque industrial e para a competitividade do agronegócio. Além disso, a tributação de produtos como o VGBL distorce o mercado e enfraquece a poupança de longo prazo.
A superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, reforça que o posicionamento institucional busca proteger a saúde financeira do setor cooperativista e de toda a economia real. “O aumento do IOF vai na contramão do que o país precisa. Temos cooperativas que atuam em segmentos essenciais, como saúde, agro, crédito e infraestrutura. Precisamos de medidas que incentivem o investimento, a inovação e a geração de empregos. A previsibilidade fiscal é condição básica para isso.”
O manifesto afirma ainda que o IOF deve cumprir sua função regulatória, e não arrecadatória, e critica o uso de tributos como solução imediatista para desequilíbrios orçamentários. Segundo as entidades, o Brasil já tem uma das maiores cargas tributárias do mundo e, para crescer, precisa de uma estrutura mais eficiente, com equilíbrio fiscal sustentável e respeito ao contribuinte.
As confederações encerram o texto com um apelo direto ao Congresso Nacional: “Esperamos que o Congresso Nacional se debruce sobre o tema e avalie com responsabilidade a anulação do teor do decreto. Precisamos de um ambiente melhor para crescer — e isso se faz com aumento de arrecadação baseado no crescimento da economia, não com mais impostos”.
A expectativa é de que parlamentares analisem o tema ainda nesta semana, uma vez que diversas propostas legislativas já foram apresentadas com o objetivo de sustar os efeitos do decreto.
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O Portal Jota publicou nesta segunda-feira (26), artigo assinado pelo presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, sobre o novo Ramo Seguros.
O texto celebra a sanção da Lei Complementar 213/2025 como um marco histórico para o cooperativismo brasileiro, ao integrar formalmente as cooperativas de seguros ao Sistema Nacional de Seguros Privados. Também destaca que a medida fortalece a inclusão securitária, especialmente para populações vulneráveis, e posiciona as cooperativas como agentes de desenvolvimento econômico, com foco em soluções justas, locais e humanas.
Confira o artigo completo:
Um novo tempo para o mercado de seguros no Brasil
Márcio Lopes de Freitas
A história do cooperativismo brasileiro alcançou mais um capítulo decisivo com a sanção da Lei Complementar 213/2025, que integra formalmente as cooperativas de seguros ao Sistema Nacional de Seguros Privados.
Esse é um marco legal histórico que vai além de uma simples abertura de mercado. Ele representa a possibilidade real de democratização do acesso à proteção e à segurança financeira no Brasil, ou seja, à inclusão securitária, um tema fundamental e urgente para o país.
Milhões de brasileiros ainda vivem sem qualquer tipo de proteção formal diante de riscos que podem comprometer a vida, o sustento e o futuro de suas famílias. E são justamente os mais vulneráveis - pequenos produtores, trabalhadores informais, empreendedores individuais - que mais precisam dessa rede de apoio.
Nesse contexto, onde várias regiões do país não são atendidas pelo mercado segurador, a nova legislação permite que as cooperativas atuem como alternativa concreta, com qualidade, preços justos e atendimento humanizado, características que já fazem parte da identidade do nosso modelo de negócios.
Para além de produtos, as cooperativas estão preparadas para oferecer confiança, pertencimento e amparo. Isso porque são instituições que operam com foco no cooperado, não no lucro, e isso muda tudo. Como donos do negócio, o interesse maior é construir soluções desenhadas a partir de suas realidades locais e com a garantia de transparência, participação e distribuição justa de resultados.
Assim, o que se evidencia, é que as cooperativas podem assegurar a cobertura necessária, mas também contribuir para que seus segurados tenham dignidade para poder recomeçar, para enfrentar adversidades com apoio e para construir uma vida mais protegida e planejada. É a lógica da mutualidade vencendo a lógica da exclusão.
Importante salientar que a inclusão securitária é também um vetor de desenvolvimento econômico. Quando as pessoas têm acesso a esses serviços, elas se sentem mais confiantes para empreender, investir e inovar. Consequentemente, esse ciclo movimenta a economia, gera empregos e fortalece as comunidades. No campo, por exemplo, o seguro rural é essencial para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e garantir a resiliência da produção agrícola.
Com a nova legislação, o Brasil se posiciona para integrar um grupo de nações que apostam em um modelo mais humano, participativo e sustentável de fazer seguros. Essa conquista é fruto de anos de articulação institucional do Sistema OCB (órgão de representação máxima do cooperativismo brasileiro), em parceria com a Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), a Superintendência de Seguros Privados (Susep), o Ministério da Fazenda e diversos atores que compreenderam a importância de uma economia mais inclusiva e cooperativa.
No mundo, as seguradoras cooperativas e mutualistas já atendem cerca de 889 milhões de pessoas, com receitas de prêmios que ultrapassam US$ 1,4 trilhão. Países como França, Estados Unidos, Alemanha e Japão têm mercados cooperativos de seguros sólidos, em alguns casos com participação superior a 40%. No Brasil, o mercado segurador espera representar 6,4% do PIB em 2025. Com a entrada das cooperativas, a expectativa é de um impacto adicional de até 15%, o que comprova, mais uma vez, o potencial transformador desse momento.
Por isso, continuamos vigilantes e atuantes, acompanhando cada etapa da regulamentação dessa nova legislação que deve ser concluída ainda este ano. Queremos que as cooperativas de seguros no Brasil sejam referência, como já são as de crédito, saúde, infraestrutura e agropecuárias, por exemplo.
Acreditamos na premissa de que o futuro do setor de seguros passa pela cooperação. E estamos prontos para liderar essa transformação.
Saiba Mais:
- Nova lei de seguros fortalece cooperativas e amplia acesso ao mercado securitário
- Cooperativas de seguro chegam a setor estratégico com inclusão e transparência
- Um guia prático para entender o seguro cooperativo e mútuo
Live destacou importância de garantir condições equitativas de participação no novo programa
O sistema OCB realizou hoje uma live para discutir soluções para a adequada integração das cooperativas independentes no Programa Crédito do Trabalhador, a live contou com a participação de representantes do Ministério do Trabalho, do Congresso Nacional e de lideranças do cooperativismo de crédito. O encontro contou com mais de 270 participantes. O Programa Crédito do Trabalhador é uma política pública lançada pelo governo federal para facilitar o acesso ao crédito consignado por trabalhadores do setor privado com vínculo empregatício formal e é essencial que as cooperativas possam operar na plataforma, sendo um dos principais atores na promoção da democratização do crédito.
Na abertura, o deputado federal Arnaldo Jardim (SP), presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), destacou a importância de garantir condições equitativas de participação para todas as cooperativas, inclusive as independentes. “O cooperativismo é uma forma de produzir e distribuir que orgulha o Brasil. E as cooperativas de crédito independentes — que não estão vinculadas às grandes centrais — não podem ser deixadas de lado. Precisamos da atuação delas para que o programa funcione na prática, com capilaridade e taxas mais acessíveis”, afirmou.
O deputado elogiou o empenho técnico do Sistema OCB na articulação e destacou que a atuação conjunta será em duas frentes: no Executivo, pressionando pela rápida publicação da portaria que permitirá a habilitação das cooperativas de crédito sem exigência do código bancário; e no Legislativo, e com a apresentação de emendas à Medida Provisória 1.292/2025, que regula o programa. “Já perdemos o mês de maio. Precisamos que essa portaria saia o quanto antes para que em junho essas cooperativas já estejam operando”, completou.
Sandro Pereira, diretor de Gestão de Fundos do Ministério do Trabalho e Emprego, reconheceu as dificuldades enfrentadas pelas cooperativas de crédito e confirmou que a nova portaria está em fase final de elaboração. “As cooperativas são fundamentais para ampliar o alcance do programa e reduzir a taxa de juros média. Os dados mostram que elas já praticam as menores taxas. Queremos que participem ativamente, e a portaria trará essa flexibilidade”, garantiu.
A gerente-geral da OCB, Fabíola Nader, reforçou que muitas cooperativas estão há três meses sem operar, o que ameaça sua sustentabilidade e o atendimento de milhares de cooperados. “Além da impossibilidade de operação, há uma série de cooperados impedidos de acessar crédito por falhas na integração da base legada. Isso contraria os princípios do programa e expõe esses trabalhadores a práticas abusivas de instituições que cobram juros muito mais altos”, explicou.
Durante a live, a analista do Ramo Crédito, Feulga Abreu, detalhou junto com Fabíola os principais pleitos levados pelo Sistema OCB à Comissão Mista do Congresso que analisa a MP 1.292.
Audiência
O sistema OCB será expositor na audiência pública da Comissão Mista marcada para o dia 28 de maio e já realizou articulações com o relator da matéria, senador Rogério Carvalho (SE), e com o presidente da comissão, deputado Fernando Monteiro (PE), apresentando todos os pleitos e dados técnicos que justificam a importância das cooperativas no programa.
“Estamos atuando em todas as frentes: Ministério do Trabalho, Dataprev, Congresso Nacional e associações do sistema financeiro. E faremos uma mobilização estratégica com base cooperativa quando for o momento certo, com texto único e argumentação sólida. Precisamos de união para sermos ouvidos”, destacou Fabíola.
A expectativa é que a nova portaria seja publicada ainda em maio.
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Instituições são reconhecidas por impulsionar crédito, inovação e apoio à reconstrução no RS
O cooperativismo de crédito brasileiro demonstrou mais uma vez sua força e protagonismo no desenvolvimento econômico e social do país. Durante o evento Reconhecimento BNDES 2025 – Agentes Financeiros Destaque 2024, realizado em São Paulo, cooperativas de crédito foram amplamente premiadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pelo desempenho de destaque no repasse de recursos e na ampliação do acesso ao crédito em todo o território nacional.
A cerimônia, que chegou à sua 4ª edição, homenageou 17 instituições financeiras que se destacaram nas 12 categorias estabelecidas pelo Banco, com atenção especial à inovação, sustentabilidade, apoio às micro, pequenas e médias empresas, empreendedorismo feminino e ações emergenciais no Rio Grande do Sul. Os agentes financeiros credenciados foram responsáveis, em 2024, por mais de 357 mil operações de crédito e 145 mil operações de garantia, alcançando 93% dos municípios brasileiros.
O Sicredi foi reconhecido em oito categorias e líder em seis delas: Mulheres empreendedoras, Apoio a Micro e Pequenos Negócios, Destaque em linhas agropecuárias, Atendimento ao cliente, Reconstrução RS e Finame 60 anos. A instituição ainda conquistou o segundo lugar na categoria Mais Verde e o terceiro lugar em Canal MPME.
A gerente de produtos do Sicredi, Mariana Zaniol, ressaltou o papel do cooperativismo diante dos desafios enfrentados pelos empreendedores gaúchos. “É um momento para celebrarmos esta parceria forte que temos com o BNDES e pela qual liberamos R$ 2 bilhões em crédito em 2024 para essas companhias que trabalham para retomar a normalidade de suas operações. É essa a essência do cooperativismo, a de estarmos próximos dos nossos associados e ágeis na solução de suas demandas”, afirmou.
Com uma base de mais de 8,8 milhões de cooperados, o Sicoob também foi destaque na premiação. A instituição ficou em primeiro lugar na categoria +Verde, evidenciando sua liderança no apoio a iniciativas sustentáveis e de preservação ambiental. No total, o Sicoob foi reconhecido em cinco categorias, incluindo o segundo lugar em Linhas Agropecuárias, Finame 60 anos e Atendimento ao Cliente, além do terceiro lugar em Apoio a Micro e Pequenos Negócios.
Para Francisco Reposse Junior, diretor Comercial e de Canais do Sicoob, as conquistas reafirmam a confiança do BNDES no modelo cooperativista. “Essas conquistas representam o esforço coletivo de nossas cooperativas e colaboradores, além de reafirmarem a confiança do BNDES em nosso modelo de atuação. Seguimos empenhados em transformar crédito em desenvolvimento, com impacto positivo e duradouro na vida das pessoas e no crescimento do país”, destacou.
O Sistema Cresol também, por sua vez, foi reconhecido em três categorias: Apoio a micro e pequenos negócios, Mulheres empreendedoras e Linhas agropecuárias. A parceria com o BNDES, que em 2024 completou 25 anos, rendeu números expressivos: 117 mil contratos aprovados no ano passado, totalizando R$ 7,6 bilhões em crédito.
O presidente da Cresol Confederação, Cledir Magri, reforçou a importância histórica da relação com o banco. “Quando estamos em um evento desta magnitude, demonstramos a materialidade de uma parceria sólida. Portanto, nos cabe agradecer e parabenizar a cada um, cada uma que ajudou a construir as ações que nos levaram a receber esses prêmios. Esta premiação fortalece ainda mais nossa relação histórica com este parceiro estratégico que é o BNDES”.
Já o Sistema Ailos foi reconhecido como o terceiro melhor agente financeiro do país na categoria Atendimento. Em 2024, o sistema movimentou R$ 1,03 bilhão em operações com recursos do BNDES, atendendo 11.110 tomadores e firmando mais de 13 mil contratos. Adriane da Costa Nunes, gerente de Produtos de Crédito da Central Ailos, comentou o reconhecimento. “A conquista nos deixa orgulhosos e destaca a dedicação e o relacionamento próximo que nossas cooperativas singulares têm junto aos nossos cooperados, oferecendo soluções financeiras adequadas às suas necessidades”.[Quebra da Disposição de Texto]
Protagonismo que transforma
O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, destacou o papel essencial do cooperativismo de crédito no processo de interiorização do desenvolvimento econômico e social. “As cooperativas de crédito estão presentes onde muitas vezes nenhuma outra instituição financeira chega. Elas democratizam o acesso ao crédito e promovem desenvolvimento com raízes profundas na comunidade. O reconhecimento do BNDES comprova que o modelo cooperativista é eficiente, resiliente e transformador”.
Com atuação descentralizada, capilaridade e compromisso com o desenvolvimento local, as cooperativas de crédito reforçam sua importância estratégica para a economia nacional — especialmente no apoio a quem mais precisa: micro e pequenos empreendedores, agricultores familiares, cooperadas e cooperados em todas as regiões do Brasil.
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CNCoop participou de reunião no MTE para alinhar atuação da delegação brasileira no evento
O Sistema OCB, por meio da Confederação Nacional das Cooperativas (CNCoop), participou na quarta-feira (21) de uma reunião tripartite preparatória para a 113ª Conferência Internacional do Trabalho. O encontro foi realizado no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em Brasília, com a coordenação do ministro Luiz Marinho.
A conferência, promovida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), acontece de 2 a 13 de junho, em Genebra, na Suíça. A delegação brasileira será formada com representantes do governo, das confederações patronais e das entidades de trabalhadores. A convite do governo federal, a CNCoop volta a integrar a missão brasileira, assim como fez na edição anterior da conferência, realizada em 2024.
Entre os temas em destaque para este ano estão o Trabalho Decente na Economia de Plataforma, que será discutido pela primeira vez, e a Proteção Contra Riscos Biológicos no Ambiente de Trabalho, que terá continuidade em 2025, com o objetivo de elaborar uma convenção específica sobre o tema. A discussão sobre riscos biológicos ganhou força após a pandemia de 2020 e a inclusão, em 2022, da proteção ao meio ambiente de trabalho como princípio fundamental da OIT.
A Conferência reúne representantes dos governos, empregadores e trabalhadores dos 187 Estados-membro da OIT. A delegação brasileira dos empregadores é formada por um delegado, dez conselheiros e 76 observadores, sendo que apenas os delegados têm direito a voto.
Neste ano, a CNCoop ocupará a posição de conselheiro técnico substituto na comissão que discutirá os riscos biológicos. Para Bruno Vasconcelos, coordenador de Relações Trabalhistas e Sindicais da CNCoop, essa participação é um avanço importante. “Representa um reconhecimento da representatividade do setor cooperativista, permitindo uma atuação mais efetiva nas decisões do grupo dos empregadores do Brasil”, destaca.
Em sua primeira participação, em 2024, a CNCoop participou da conferência como observadora e acompanhou, em especial, os debates das comissões de trabalho decente e de proteção contra riscos biológicos. “Mesmo como observadores pudemos apresentar sugestões e de alinhar as decisões antes das votações. Agora, teremos um papel ainda mais representativo”, completou Bruno.
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Sistema OCB será ouvido em audiência pública prevista para o dia 28 de maio
A comissão mista responsável por analisar a Medida Provisória (MP) 1.292/2025, que regula o empréstimo consignado para trabalhadores do setor privado, aprovou nesta quarta-feira (21) o plano de trabalho apresentado pelo relator, senador Rogério Carvalho (SE).
A pedido do Sistema OCB, em atuação conjunta com a Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), Rogério Carvalho apresentou requerimento, aprovado pela comissão, para incluir o Sistema OCB entre os convidados da audiência pública prevista para a próxima semana, dia 28 de maio. A participação da entidade é fundamental para assegurar que os pleitos do cooperativismo de crédito sejam considerados no relatório final.
“Nosso objetivo é assegurar que as cooperativas de crédito, sobretudo as independentes, não fiquem de fora do novo modelo e continuem contribuindo com a inclusão financeira de milhares de brasileiros. Por isso, desde já, queremos apresentar nossos pleitos à Comissão e trabalhar para que as especificidades dessas cooperativas sejam respeitadas”, destacou o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas. De acordo com o plano de trabalho apresentado pelo relator, a expectativa é que o relatório da Medida Provisória seja lido no dia 17 de junho e votado pela comissão no dia seguinte (18).
Reunião com o presidente da comissão mista
Também na quarta-feira (21), o Sistema OCB se reuniu com o presidente da comissão mista, deputado Fernando Monteiro (PE), para apresentar os principais pleitos do cooperativismo de crédito, em especial das cooperativas independentes. Durante o encontro, também foi reforçada a importância da participação da entidade na audiência pública do dia 28, como forma de contribuir com os debates e defender a manutenção da atuação das cooperativas no novo modelo proposto pela MP.
Tramitação
A MP, editada em 12 de março, precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional até 9 de julho para não perder a validade. A comissão mista responsável por analisar a proposta, composta por 26 parlamentares titulares e 27 suplentes, foi instalada em 7 de maio e é presidida pelo deputado Fernando Monteiro (PE). O deputado Giacobo (PR) atua como relator-revisor. Após análise do colegiado, a MP seguirá para votação no Plenário da Câmara e do Senado, respectivamente.
Saiba Mais:
Diretoria é reconduzida e define metas para fortalecer o cooperativismo internacional.
A Casa do Cooperativismo, espaço institucional do Sistema OCB na AgroBrasília 2025, sediou nesta quarta-feira (21) a Assembleia Geral Ordinária da Organização das Cooperativas dos Países de Língua Portuguesa (OCPLP). O encontro reuniu representantes de nove nações lusófonas em um momento de avaliação, planejamento e reafirmação do compromisso com o desenvolvimento cooperativo internacional.
Na pauta da Assembleia, dois temas centrais marcaram os debates: a aprovação da prestação de contas do último biênio e a recondução da atual diretoria para mais um mandato de dois anos. A decisão de manter a composição da diretoria, segundo o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, sinaliza confiança na continuidade do trabalho desenvolvido e visa garantir estabilidade diante de mudanças geopolíticas, como as recentes eleições parlamentares em Portugal.
“Foi uma assembleia tranquila, onde todas as contas foram aprovadas sem qualquer obstáculo. Houve um consenso de que a melhor estratégia, neste momento, é dar continuidade à diretoria atual para que possamos consolidar as ações em curso e avançar nas novas metas”, afirmou Márcio. Ele destacou ainda a simbologia do evento acontecer em meio aos campos cultivados da AgroBrasília. “Tivemos a honra de realizar esse encontro aqui, com uma vista maravilhosa dos campos de milho, girassol e outras culturas. É um ambiente que traduz o espírito do cooperativismo: trabalho, produção e união.”
Entre os novos desafios estabelecidos para o próximo biênio, ganha destaque a criação de uma base de dados unificada das cooperativas dos países de língua portuguesa. A proposta é consolidar informações estratégicas para ampliar a integração, facilitar parcerias e promover o intercâmbio de boas práticas entre os membros da OCPLP.
Outro ponto importante da agenda futura é a realização de encontros virtuais regulares. A ideia é promover lives bimestrais com a participação de cooperativas de todos os países membros, como forma de manter o diálogo ativo, disseminar conhecimento e fortalecer a articulação conjunta em temas prioritários.
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Sistema OCB atuou ativamente nas articulações pela modernização da legislação
Em uma conquista histórica, o Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (21) o Projeto de Lei 2.159/2021, que estabelece a Lei Geral do Licenciamento Ambiental. A nova legislação traz mais clareza, segurança jurídica e agilidade aos processos de licenciamento, sem abrir mão da proteção ao meio ambiente. O cooperativismo brasileiro, por meio do Sistema OCB, teve papel de destaque na construção e articulação pela aprovação do texto.
A superintendente do Sistema OCB e presidente do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), Tania Zanella, representou uma coalizão formada por 89 entidades do setor produtivo na entrega de uma carta aberta em apoio à proposta e à senadora Tereza Cristina (MS), vice-presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) e relatora da matéria na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) e no Plenário.
“O cooperativismo entende que a modernização do licenciamento ambiental é essencial para o crescimento sustentável do país. Esse novo marco garante segurança jurídica, desburocratiza os processos e respeita os compromissos ambientais. Estivemos à frente desse debate desde o início, porque acreditamos que é possível produzir, preservar e incluir”, afirmou Tania.
A atuação do Sistema OCB foi decisiva nas negociações com os relatores e na construção de um texto que contemplasse as especificidades do setor agropecuário, infraestrutura e das atividades de menor impacto. No IPA, 59 das entidades signatárias já haviam manifestado apoio formal à proposta. O projeto aprovado, relatado também pelo senador Confúcio Moura (RO) na Comissão de Meio Ambiente (CMA), tramitava há 20 anos no Congresso. Entre os avanços, destaca-se a criação de instrumentos como a Licença por Adesão e Compromisso (LAC) e a Licença
Ambiental Única (LAU), que desburocratizam processos para atividades de menor risco e simplificam o trâmite para empreendimentos com múltiplas fases.
Além disso, o texto:
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Uniformiza critérios e define prazos máximos para a análise dos pedidos;
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Dispensa o licenciamento para atividades agropecuárias primárias já reguladas por outros instrumentos, como o Cadastro Ambiental Rural (CAR);
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Respeita as competências federativas, evitando centralização excessiva na União, em consonância com a Lei Complementar 140/2011;
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Padroniza o processo de licenciamento com critérios objetivos, reconhecendo a diversidade de atividades econômicas, inclusive dentro de um mesmo empreendimento cooperativo;
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Delimita a responsabilidade ambiental de contratantes, como instituições financeiras, que deixam de ser responsabilizados por danos causados por terceiros licenciados.
Esses avanços são especialmente relevantes para cooperativas agropecuárias, de reciclagem e de infraestrutura, que agora terão menos burocracia, mais agilidade e segurança jurídica, com ganhos em produtividade e capacidade de investimento. Segundo levantamento da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), mais de 5 mil obras de infraestrutura estão atualmente paradas por entraves no licenciamento ambiental. Com a nova lei, espera-se destravar investimentos fundamentais em setores como energia, saneamento e transporte — áreas em que as cooperativas têm atuação crescente.
O PL segue agora para nova análise na Câmara dos Deputados, por conta das alterações feitas no Senado.
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Em decisão unânime, a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) estabeleceu que os créditos oriundos de contratos firmados entre cooperativas de crédito e seus associados são considerados atos cooperativos e, portanto, não se submetem aos efeitos da recuperação judicial. O entendimento foi consolidado no julgamento conjunto dos Recursos Especiais 2.091.441 e 2.110.361, interpostos, respectivamente, pela Sicredi Alta Noroeste e pela Cooperativa de Crédito Nosso – Sicoob Nosso. Ambas buscavam o reconhecimento de que os créditos oriundos da concessão de empréstimos a seus cooperados, no contexto de suas finalidades sociais, não deveriam ser alcançados pelos efeitos da recuperação judicial de empresas devedoras.
As empresas em recuperação judicial argumentavam que tais operações possuíam natureza mercantil, similares às praticadas por instituições financeiras tradicionais, e, assim, deveriam ser incluídas no processo recuperacional.
O relator, ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, destacou que a concessão de crédito pelas cooperativas a seus associados está intrinsecamente ligada aos objetivos sociais dessas entidades, conforme definido no artigo 79 da Lei 5.764/71. Além disso, ressaltou a validade do §13 do artigo 6º da Lei 11.101/05, introduzido pela Lei 14.112/20, que exclui expressamente os atos cooperativos dos efeitos da recuperação judicial.
"O ato de concessão de crédito realizado entre a cooperativa de crédito e seu associado está dentro dos objetivos sociais da cooperativa, devendo ser considerado como ato cooperativo e, portanto, não sujeito aos efeitos da recuperação judicial", afirmou o ministro Villas Bôas Cueva.
A decisão representa importante reforço à segurança jurídica das relações entre cooperativas de crédito e seus cooperados, assegurando o adequado tratamento jurídico às suas operações típicas e reconhecendo a especificidade do modelo cooperativista.
Essa vitória é resultado de um trabalho conjunto entre os sistemas cooperativos de crédito e o Sistema OCB, que há mais de três anos mantém atuação técnica e institucional contínua perante os Tribunais Superiores com foco em temas estratégicos para o ramo crédito. A articulação visa garantir a correta aplicação do direito cooperativo e o reconhecimento das singularidades do modelo no âmbito do Poder Judiciário.
Até o momento, o acórdão ainda não foi publicado.
Sistema OCB integra coalizão com 89 entidades em defesa da modernização da legislação
Durante a reunião-almoço da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), realizada nesta terça-feira (20), o cooperativismo brasileiro reafirmou seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e com a modernização do país. A superintendente do Sistema OCB e presidente do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), Tania Zanella, participou da entrega oficial de carta aberta do setor produtivo em apoio à aprovação do Projeto de Lei (PL) 2.159/2021 — que institui a Lei Geral do Licenciamento Ambiental — à senadora Tereza Cristina (PP-MS), relatora da matéria no Senado.
A carta foi assinada por 89 entidades, incluindo cooperativas, federações e outras organizações do setor produtivo. “O cooperativismo tem um papel essencial no desenvolvimento sustentável e entende que a modernização do licenciamento ambiental é um passo decisivo para garantir segurança jurídica, fomentar investimentos e manter os compromissos com a preservação ambiental. Por isso, o Sistema OCB se une a essa coalizão em apoio a proposta da nova lei do licenciamento ambientou”, destacou Tania durante a entrega.
Ela lembrou ainda que, no Instituto Pensar Agro, 59 entidades do setor já haviam se posicionado a favor da proposta. “Essa manifestação coletiva demonstra a maturidade do debate e a urgência de avançarmos com regras claras, modernas e proporcionais à realidade dos empreendimentos”, acrescentou.
A proposta de lei, aprovada também nesta terça-feira na Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado, tem o objetivo de uniformizar e desburocratizar o processo de licenciamento ambiental, respeitando a complexidade e o impacto de cada tipo de empreendimento. O texto traz inovações importantes, como a Licença por Adesão e Compromisso (LAC) para atividades de baixo impacto, e estabelece prazos máximos para análise e emissão das licenças. Tudo isso sem comprometer a exigência de estudos técnicos rigorosos nos casos em que há maior potencial de impacto ambiental.
Para o Sistema OCB, que participou efetivamente na construção do texto de consenso, a nova lei representa um marco para destravar obras e iniciativas fundamentais em áreas como infraestrutura, energia, logística e saneamento básico — muitas delas com participação direta ou indireta de cooperativas. Segundo levantamento da FPA, mais de 5 mil obras estão paralisadas atualmente por entraves no processo de licenciamento.
“Com o novo marco legal, o Brasil poderá dar um salto em eficiência e previsibilidade, sem abrir mão da responsabilidade ambiental. É exatamente isso que o cooperativismo defende: equilíbrio entre produzir, preservar e incluir. Por isso, seguimos comprometidos com a construção de um ambiente regulatório mais justo, transparente e capaz de fomentar o crescimento sustentável do país”, concluiu Tania.
A expectativa é de que o texto avance para votação no plenário do Senado ainda nesta semana, antes de retornar à Câmara dos Deputados.
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Parceria destaca o cooperativismo como solução para segurança alimentar e desenvolvimento rural
Nesta quinta-feira (15), o Sistema OCB recebeu a comitiva do governo do Senegal liderada pelo ministro da Agricultura, Soberania Alimentar e Pecuária, Mabouba Diagne. O objetivo da visita foi conhecer de perto a experiência do cooperativismo brasileiro como modelo estratégico para promover o desenvolvimento rural, a inclusão produtiva e a soberania alimentar.
Uma das principais pautas do governo senegalês é a redução da dependência de alimentos importados — realidade que afeta especialmente os municípios menos desenvolvidos do país. Atualmente, o Senegal importa cerca de 75% do leite que consome, e busca soluções para estimular a produção local. Para isso, o governo lançou recentemente o programa Cooperativa Agrícola Comunitária (CAC), que visa fortalecer os ecossistemas agrícolas locais por meio do modelo de negócios cooperativista.
Durante a visita, a comitiva destacou o Brasil como uma referência mundial no tema e demonstrou grande interesse nos modelos adotados pelas cooperativas agropecuárias brasileiras, especialmente no que diz respeito à governança, intercooperação e acesso a mercados. Os representantes buscam estratégias para estimular a atuação de agroindústrias que possam integrar e fortalecer a base produtiva de pequenos agricultores.
O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, ressaltou a importância do diálogo internacional e reafirmou o compromisso do cooperativismo brasileiro com o desenvolvimento sustentável em escala global. “O cooperativismo brasileiro está à disposição para contribuir com o fortalecimento do modelo de negócios cooperativo no Senegal. Temos muito a compartilhar, mas também muito a aprender com a experiência senegalesa, especialmente em sua organização comunitária e visão de futuro”, afirmou.
O ministro Mabouba Diagne agradeceu a recepção e apontou o valor do encontro para o avanço do cooperativismo em seu país. Segundo ele, o próximo passo será enviar uma equipe técnica do ministério para visitar, in loco, cooperativas brasileiras de referência, como forma de fortalecer a cooperação entre os países e contribuir para o desenvolvimento do modelo de negócios cooperativo no Senegal.
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Reunião abordou isenção para ganhos de até R$ 5 mil e nova tributação para altas rendas
O Sistema OCB participou, nesta quarta-feira (14), da reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), que discutiu a proposta de atualização da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). O encontro, conduzido pelo Secretário Especial da Receita Federal, Robinson Sakiyama Barreirinhas, teve como objetivo apresentar os principais pontos do projeto de lei e esclarecer dúvidas dos conselheiros.
A coordenadora tributária do Sistema OCB, Amanda Oliveira, acompanhou os debates e destacou a importância do diálogo direto com o Executivo sobre o tema. “A reunião foi relevante para ouvir do governo seus objetivos com o projeto e perceber sua abertura para as dúvidas e preocupações trazidas pelas entidades de representação”, afirmou.
Apresentada ao Congresso Nacional em 18 de março de 2025, a proposta do governo é considerada uma das mudanças mais significativas no IRPF em anos, com foco na justiça tributária e na progressividade. O projeto prevê isenção total para rendimentos mensais de até R$ 5 mil e isenção parcial para rendas de até R$ 7 mil, beneficiando diretamente cerca de 26 milhões de brasileiros.
Como forma de compensação, será instituída uma tributação complementar para rendas anuais superiores a R$ 600 mil, com alíquota adicional de até 10% para rendimentos acima de R$ 1,2 milhão. A medida deverá atingir aproximadamente 141 mil contribuintes no topo da pirâmide de renda. Segundo Barreirinhas, não se trata de um novo imposto, mas de uma complementação que visa garantir um pagamento mínimo proporcional entre as diferentes faixas de renda.
O secretário esclareceu ainda que o projeto não é voltado à tributação de dividendos, mas sim à correção de distorções na tributação da pessoa física. A retenção na fonte sobre dividendos ocorrerá apenas para valores mensais acima de R$ 50 mil e recebidos de uma mesma fonte. Caso o contribuinte já tenha sofrido retenção de IR por outro mecanismo, não haverá nova incidência da tributação complementar.
Com o objetivo de evitar sobreposição entre a carga tributária da pessoa jurídica (PJ) e da pessoa física (PF), a proposta estabelece que a tributação combinada de dividendos e lucros não ultrapasse 34%, índice considerado competitivo frente a padrões internacionais, que chegam a ultrapassar 45%.
Barreirinhas também informou que os novos cálculos e ajustes estarão disponíveis na Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física (DIRPF) pré-preenchida, proporcionando mais praticidade e transparência aos contribuintes.
A proposta segue em tramitação no Congresso Nacional e poderá passar por ajustes antes de sua eventual aprovação. A expectativa é que, se aprovada, entre em vigor no exercício fiscal de 2026.
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Celebração reforça protagonismo do cooperativismo no enfrentamento dos desafios globais
O Dia Internacional do Cooperativismo, o Coops Day 2025, já tem tema definido. Em sintonia com o Ano Internacional das Cooperativas, proclamado pela ONU, a Aliança Cooperativa Internacional (ACI) escolheu o mote Cooperativas: promovendo soluções inclusivas e sustentáveis por um mundo melhor para as comemorações deste ano. A data, celebrada anualmente no primeiro sábado de julho, reforça o poder transformador do cooperativismo e, no Brasil, será utilizada para uma mobilização nacional liderada pelo Sistema OCB.
“O tema deste ano reflete a essência do cooperativismo: um modelo de negócios centrado nas pessoas, baseado na propriedade coletiva e na gestão democrática, que coloca o bem-estar social e ambiental como prioridade. Frente aos grandes desafios do século 21, como desigualdade, mudanças climáticas e exclusão financeira, as cooperativas oferecem soluções concretas e sustentáveis, contribuindo de maneira direta para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) da ONU. Também se conecta diretamente com a relevância da realização da COP30 no Brasil”, afirma o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.
Para amplificar a mensagem, o Sistema OCB preparou uma campanha ousada e inovadora. No sábado, 5 de julho, prédios emblemáticos de cinco capitais brasileiras (Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre e Belém), servirão de tela para projeções visuais que celebrarão o cooperativismo como força para um mundo melhor.
Cada projeção contará com a participação de influenciadores digitais locais, que farão vídeos de reação aos conteúdos exibidos, ampliando o alcance da campanha nas redes sociais com engajamento autêntico e regionalizado. A ação será registrada em vídeo e publicada em todas as redes sociais do Movimento SomosCoop na segunda-feira, 7 de julho, além de ganhar espaço em portais de notícias nacionais como o Metrópoles e o Estadão.
As Organizações Estaduais (OCEs) do Sistema OCB também estão sendo convidadas a aderir a ação e replicar a ideia em seus estados. Um kit de apoio com vídeos e orientações técnicas foi disponibilizado, inclusive com contato de fornecedores especializados para facilitar a viabilização das projeções locais.
Para a gerente de Marketing e Comunicação do Sistema OCB, Samara Araujo, essa integração entre visibilidade urbana, presença digital e influência regional permite que a campanha chegue de forma eficaz a públicos diversos, com uma mensagem clara: cooperativas são protagonistas na construção de um mundo mais justo, inclusivo e sustentável. “Mais que uma data simbólica, o Coops Day 2025 será uma plataforma de mobilização nacional e internacional, alinhando-se a um ano em que o cooperativismo estará sob os holofotes do mundo. Para o Sistema OCB, essa é uma oportunidade de ampliar o reconhecimento do modelo cooperativo como uma solução viável, moderna e estratégica para os desafios sociais e econômicos da atualidade”, destaca.
Ainda segundo a gerente, “com criatividade, cooperação e propósito, o movimento celebra suas conquistas e convida a sociedade a construir, junto com ele, um futuro melhor para todos”.
História
O Dia Internacional do Cooperativismo Dia Internacional do Cooperativismo tem como objetivo conscientizar as cooperativas e promover os sucessos do movimento no avanço do desenvolvimento social e econômico. Ele destaca como as cooperativas contribuem para a solução de desafios globais e, ao mesmo tempo, para a construção de um mundo melhor e mais inclusivo.
Comemorado pela primeira vez em 1923 pela ACI e oficialmente reconhecido pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1995, o Coops Day destaca como as cooperativas empoderam pessoas, fortalecem comunidades e defendem os valores da democracia, da solidariedade e da sustentabilidade.
Desde 1995, a ACI e as Nações Unidas — por meio do Comitê para a Promoção e o Avanço das Cooperativas (COPAC) — selecionam em conjunto o tema anual para o Coops Day. O evento é celebrado por cooperativas, organizações da sociedade civil, governos e cidadãos em todo o mundo.
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Sistema OCB lança iniciativa nacional para mostrar, em imagens e histórias, narrativas que inspiram
Valorizar as pessoas, evidenciar boas práticas e dar visibilidade à diversidade do cooperativismo brasileiro. Esses são os pilares do projeto Cooperativas do Brasil: retratos de um mundo melhor, lançado pelo Sistema OCB como parte das ações planejadas para comemorar o Ano Internacional das Cooperativas, proclamado pela ONU. O projeto vai percorrer o território nacional para registrar, por meio da fotografia e da linguagem documental, a essência transformadora do cooperativismo nas diferentes regiões do país. O resultado será um conjunto de imagens autorais e textos que irão compor um livro e uma exposição fotográfica itinerante.
As primeiras imagens foram produzidas nesta semana (5 a 9 de maio) em Minas Gerais. A equipe do projeto chegou primeiro na cidade de Curvelo. O objetivo foi retratar a cooperativa de jovens artesãos Dedo de Gente, que tem como propósito gerar possibilidades inovadoras de desenvolvimento humano e profissional de forma comprometida com as pessoas, com a cultura e com o meio ambiente. O desafio foi conseguir captar não apenas a beleza das peças produzidas, mas também a realização dos envolvidos com um projeto que transforma vidas a partir da arte.
O artesanato é a ferramenta utilizada pela cooperativa para desenvolver múltiplas habilidades e gerar aprendizados inúmeros como compromisso, responsabilidade, pontualidade, convivência e respeito. “Mais do que oferecer uma primeira oportunidade de trabalho para jovens, oferecemos um projeto educativo. Por meio do trabalho, desenvolvemos valores humanos e formamos cidadãos conscientes. Mais do que formar artesãos, formamos protagonistas de suas próprias histórias”, conta a coordenadora pedagógica da cooperativa, Cláudia Aparecida da Silva Santos.
A Dedo de Gente é vista como uma causa viva e pulsante. Como uma rede de afeto, educação e transformação que resiste, insiste e persiste. E que acredita no poder de cada jovem, no potencial de cada história, no futuro que se pode construir a partir da união e da força coletiva. “Cada dia que passa penso que somos uma gota d'água no oceano. Mas uma gota que pode pensar diferente, incluir pessoas, transformar realidades. Quando você transforma a vida de um jovem, transforma o mundo”, destaca Doralice Barbosa Mota, presidente da Dedo de Gente.
Sicoob Sarom
A segunda parada da equipe foi em São Roque de Minas. A missão, dessa vez, foi registrar os feitos do Sicoob Sarom, uma cooperativa de crédito que alterou por completo as características da cidade. Com 33 anos de existência, a instituição nasceu com um único objetivo: oferecer serviços financeiros básicos para a comunidade que não contava com nenhuma agência bancária tradicional. Nesse tempo, idosos viajavam por uma estrada de terra para receber suas aposentadorias; comerciantes sofriam sem capital e esperança; o queijo era ilegal e havia apenas alguns pés de café. Além disso, jovens e adolescentes buscavam por conhecimento em outros municípios e não voltavam. O desemprego era evidente na região. E assim, a cidade morria aos poucos. Hoje, a cooperativa conta com 26 agências localizadas no Centro-Oeste, Sul, Alto Paranaíba e Sudoeste de Minas, além do Vale do Ribeira em São Paulo, e mais de 46 mil associados – que são, na verdade, seus donos.
Solange Aparecida Vieira Soares trabalha na área comercial da Fazenda Capão Grande, uma das responsáveis pela produção de queijos artesanais da região, e foi uma das personagens retratadas nas imagens capturadas. Segundo ela, a presença do Sicoob Sarom é fundamental para a região. “Não há nenhuma dúvida a esse respeito. Isso porque é uma cooperativa que oferece apoio para os mais diferentes segmentos de atividades e, no nosso caso, para o queijo. Com o suporte dado à nossa associação de produtores, a Aprocan, muitas vidas foram alavancadas. Nossas vidas mudaram muito e para melhor”, afirma.
A opinião de Solange é compartilhada por Onésio Leite da Silva, proprietário da fazenda. “Para nós, o Sicoob Sarom é como um pai. Começamos muito pequeninos e estamos crescendo junto com ele. O apoio é contínuo, a convivência é muito boa. Realmente acredito que a cooperativa ajuda a construir um mundo melhor. Ela está sempre junto, comprometida com o nosso sucesso”.
Para Alexandre Gatti Lages, superintendente do Sistema Ocemg, o projeto em andamento é uma iniciativa que ampliará a visibilidade do cooperativismo no Brasil e no mundo. “Precisamos disseminar a cultura, os valores e os princípios cooperativistas e nada melhor que fazer isso contando histórias reais, que impactam a vida de milhares de pessoas, exemplificando que é possível conciliar os interesses individuais e coletivos, simultaneamente, bem como produtividade com sustentabilidade, e o desenvolvimento econômico aliado ao social. Essa é uma iniciativa rica que, sem dúvida, irá fomentar novas oportunidades para esse modelo de negócios tão relevante”, diz.
Legado
O projeto Cooperativas do Brasil: retratos de um mundo melhor vai retratar cerca de 60 cooperativas distribuídas nos 26 estados do país e no Distrito Federal. Os produtos passarão a fazer parte do legado e história do cooperativismo. “O objetivo é humanizar e ilustrar o que o cooperativismo realiza de melhor: transformar vidas e promover desenvolvimento com base na cooperação. Vamos mostrar, com sensibilidade e técnica, o Brasil que dá certo por meio das cooperativas”, salienta a fotógrafa e curadora do projeto, Luísa Dorr.
A execução do projeto foi dividida em três fases. Na pré-produção, realizada em março deste ano, as cooperativas selecionadas com apoio das Organizações Estaduais do Sistema OCB foram convidadas a participar e tiveram suas histórias apuradas por jornalistas especializados. A partir dessas narrativas, foram construídas pautas fotográficas personalizadas para cada local.
Na segunda fase, fotógrafos vão percorrer as cooperativas selecionadas para realizar as imagens. A produção será cuidadosamente planejada para capturar retratos, cenas de interação, detalhes simbólicos e até imagens aéreas com uso de drones. Já na etapa final, serão feitas a seleção e o tratamento das imagens.
De acordo com Samara Araujo, gerente de Marketing e Comunicação do Sistema OCB, mais do que registrar pessoas, ambientes e atividades, o projeto busca criar uma narrativa visual potente. “Para isso, estamos priorizando o uso de luz natural, cenários com forte presença de cores e composições que expressem emoção, propósito e pertencimento. Queremos refletir o cotidiano das cooperativas com autenticidade para mostrar o poder do cooperativismo como motor de transformação social e econômica”, explica.
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Com foco na escuta ativa, visitas técnicas fortalecem diálogo institucional e superação de desafios
Em mais uma rodada de visitas técnicas, o coordenador de Ramos do Sistema OCB, Hugo Andrade, e a analista de relações institucionais, Thayná Cortês, estiveram no Mato Grosso do Sul para conhecer de perto a realidade das cooperativas do Ramo Infraestrutura no estado. A agenda incluiu encontros com lideranças locais, reuniões com autoridades reguladoras e visitas a cooperativas que atuam na distribuição de energia elétrica, com foco no fortalecimento do diálogo institucional e no aprimoramento do ambiente regulatório.
A visita começou na cidade de Dourados, onde a equipe foi recebida pela Cooperativa Cergrand, que possui cerca de 6 mil cooperados e é classificada como cooperativa autorizada, ou seja, possui permissão legal para distribuir energia elétrica em áreas específicas, especialmente no meio rural. A Cergrand tem enfrentado desafios regulatórios e operacionais com a concessionária local, o que motivou um diálogo aprofundado com seus dirigentes.
O presidente da cooperativa, Jorge Luiz Soares Barbosa, que também preside a Federação das Cooperativas de Eletrificação Rural do Estado de Mato Grosso do Sul (Fecoerms), entidade que reúne as cooperativas Cergrand, Cercampo e Coeso, compartilhou a trajetória da instituição e seus esforços para superar os entraves regulatórios. “Temos buscado alternativas para garantir um crescimento sustentável, como a aquisição de energia mais barata no mercado livre, investimentos em usinas solares e melhorias na infraestrutura elétrica, incluindo a instalação de novos postes — sempre com foco no atendimento eficiente aos cooperados”, descreveu.
A comitiva também visitou a Cooperativa Cercampo, que atende cerca de 250 cooperados e tem papel estratégico no atendimento à população da região. Ambas as visitas permitiram identificar demandas prioritárias do setor e reforçar a importância do apoio institucional oferecido pelo Sistema OCB. “As visitas nos permitiram compreender com mais profundidade os desafios enfrentados pelas cooperativas de infraestrutura e reafirmar o papel do Sistema OCB na articulação por um ambiente regulatório mais estável e favorável ao crescimento do modelo cooperativista no setor de energia”, destacou Thayná.
A agenda contou ainda com reunião na sede do Sistema OCB/MS, em Campo Grande, com o presidente Celso Ramos Régis e a superintendente Dalva Garcia Caramalac. O encontro foi dedicado à discussão dos principais desafios do ramo infraestrutura no estado e às estratégias de atuação conjunta para fortalecer o setor. “As ações presenciais e a escuta ativa coordenadas pela unidade nacional são fundamentais para a construção de soluções realistas, que levem em conta a realidade de cada cooperativa”, afirmou Dalva.
Outro ponto alto da viagem foi a reunião com a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul (Agems) que tem exercido papel fundamental na mediação entre as cooperativas e a concessionária local. Em 2023 e 2024, a Agems realizou fiscalizações nas quatro cooperativas autorizadas do estado, o que resultou em avanços importantes, como um termo de acordo em negociação.
O Sistema OCB e a OCB-MS se colocaram à disposição da agência para apoiar suas ações com informações técnicas e institucionais, buscando contribuir para um ambiente regulatório mais justo e adequado às especificidades das cooperativas.
Hugo Andrade destacou que a visita ao Mato Grosso do Sul reforçou o compromisso do Sistema OCB com o desenvolvimento do cooperativismo de infraestrutura no país. “Ficamos muitos satisfeitos com a recepção que tivemos. A entidade seguirá atuando com firmeza para garantir que as cooperativas autorizadas tenham condições de operar com segurança jurídica, equilíbrio regulatório e qualidade no serviço prestado”, declarou.
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Nova lei moderniza concessões e permite que setor participe de contratos de longo prazo
Arnaldo Jardim relatou projeto do novo marco legal das PPPs. Foto: Bruno Spada/Câmara dos DeputadosA Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (7), o Projeto de Lei (PL) 7.063/17, que estabelece o novo marco legal das parcerias público-privadas (PPPs) e concessões. O texto, relatado pelo deputado Arnaldo Jardim (SP), presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), moderniza as Leis 11.079/2004 e 8.987/1995, ampliando a segurança jurídica e a atratividade dos projetos.
O novo marco é resultado de amplo diálogo com setores estratégicos, como o de infraestrutura e o cooperativista. Segundo Arnaldo Jardim, a proposta é essencial para ampliar os investimentos em serviços públicos e criar oportunidades. “Modernizar as regras é fundamental para garantir mais qualidade na prestação de serviços”, afirmou o parlamentar.
As PPPs são contratos de parceria entre o setor público e o setor privado com duração de 5 a 35 anos, usados principalmente para viabilizar serviços públicos de forma eficiente. Com a nova legislação, as PPPs e concessões podem ganhar cada vez mais corpo e, consequentemente, gerar novas possibilidades para o cooperativismo.
O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, comemorou a aprovação da proposta que faz parte da Agenda Institucional do Cooperativismo 2025 e destacou que o setor está otimista com a mudança das regras. “Trata-se de um modelo de contratação pública de longo prazo, focado em resultados e que gera legados para o país. É um passo importante para garantir mais protagonismo às cooperativas nas políticas públicas”, afirmou.
As cooperativas de saúde estão presentes em 90% dos municípios brasileiros, atendem cerca de 20 milhões de pessoas e têm potencial para assumir a gestão de hospitais, prestação de serviços e execução de obras. Já as cooperativas agropecuárias e de infraestrutura podem colaborar em projetos de irrigação, armazenagem, estradas e saneamento, contribuindo para o desenvolvimento urbano e rural.
Dessa forma, projetos de PPPs liderados e incentivados por cooperativas serão importantes veículos para que o movimento continue a gerar valor para as cidades onde atuam, levando como marca a qualidade no gasto público e gerando o efetivo aprimoramento dos ecossistemas nos territórios impactados.
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Acordo busca impulsionar práticas sustentáveis e ampliar protagonismo do coop frente aos desafios climáticos
Em um momento simbólico para a agenda agroambiental do país, a superintendente do Sistema OCB e presidente do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), Tania Zanella, e a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, participaram da assinatura de um Protocolo de Intenções, que estabelece as bases de uma aliança estratégica em ciência, tecnologia e inovação para o agro sustentável. O documento, avalizado pela OCB e pelo IPA, instituições de ciência e tecnologia, universidades e outras entidades privadas representativas do setor agropecuário, foi firmado durante a solenidade de comemoração dos 52 anos da Embrapa, realizada após o encerramento do evento Diálogos pelo Clima, nesta quarta-feira (7), no auditório da sede da entidade em Brasília (DF).
A parceria tem como objetivo central fomentar soluções tecnológicas e colaborativas para enfrentar os desafios complexos da agropecuária em um contexto de mudanças climáticas. Entre os compromissos assumidos, estão o desenvolvimento de projetos estruturantes, o fortalecimento da base científica nacional e a promoção da imagem do Brasil como líder global em inovação sustentável para a agricultura tropical. “Estamos construindo uma agenda estratégica que une o saber científico à força do cooperativismo. Essa aliança é um marco para transformar desafios em oportunidades, conectando inovação, sustentabilidade e produção responsável”, destacou Tania Zanella.
Ainda segundo Tania, o acordo reforça o plano estratégico do Sistema OCB para a participação do cooperativismo na COP30. “Nosso objetivo é evidenciar e consolidar o protagonismo do movimento como parte da transformação necessária para enfrentar os desafios climáticos e destacar exemplos práticos de união, sustentabilidade, inovação e compromisso com um futuro mais verde. Vamos reafirmar nosso engajamento com a neutralidade de carbono e inspirar outras organizações”, acrescentou.
Tania Zanella durante solenidade na EmbrapaO protocolo firmado prevê ações conjuntas para identificar e enfrentar gargalos estratégicos da agropecuária brasileira, promover redes de pesquisa, atrair investimentos e fomentar práticas que conciliem produtividade com preservação ambiental. A proposta também valoriza a atuação em rede com outros parceiros públicos e privados, nacionais e internacionais.
Na prática, as instituições participantes unirão esforços e integrarão competências e recursos com o propósito de gerar e disponibilizar soluções de alta complexidade para questões que impactam severamente a agricultura. Para a presidente da Empresa, Silvia Massruhá, a aliança “permitirá construir prioridades, estratégias e propósitos comuns entre as instituições, bem como focalizar recursos em agendas absolutamente prioritárias para o país”.
O evento também contou com a participação do engenheiro agrônomo e enviado especial para Agricultura na COP30, Roberto Rodrigues, que reforçou a importância do cooperativismo na sustentabilidade global. “No mundo contemporâneo, quem traz escala e organização para o pequeno produtor é a cooperativa. Essa é uma das chaves centrais para a sustentabilidade no Brasil e no mundo”, afirmou.
O encontro marca o lançamento da Jornada pelo Clima, iniciativa da Embrapa em preparação para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em novembro, em Belém (PA). A Jornada busca ampliar o diálogo com a sociedade e promover o uso de tecnologias que contribuam para a segurança alimentar e a resiliência climática.
Ao longo de 2025, o circuito Diálogos pelo Clima visitará todos os biomas brasileiros, promovendo discussões técnico-científicas com especialistas, lideranças do setor produtivo, representantes do governo e da sociedade civil, em busca de soluções adequadas às realidades regionais.