A COP30 será realizada em Belém, de 10 a 21 de novembrode 2025, com foco na discussão de ações globais sobre mudanças climáticas. O evento priorizará temas como o combate ao desmatamento, a conservação da Amazônia, a transição energética com uso de energias renováveis, o financiamento climático e práticas agrícolas sustentáveis.
Além disso, devem ser rediscutidas as metas do Acordo de Paris, marcando os 10 anos desde sua entrada em vigor.
O encontro é também uma oportunidade estratégica para o cooperativismo brasileiro destacar seu compromisso com a sustentabilidade e a neutralidade de carbono. Por meio de ações integradas, o Sistema OCB buscará posicionar o modelo cooperativista como um agente essencial para o alcance das metas climáticas globais.
Nossos objetivos na COP30
Demonstrar o compromisso das cooperativas com a neutralidade de carbono e as práticas sustentáveis.
Ampliar o reconhecimento do cooperativismo como um agente de transformação social e ambiental em debates globais.
Reforçar o papel do cooperativismo como modelo de negócios sustentável e alinhado aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Engajar cooperativas brasileiras na agenda climática, promovendo descarbonização e inovação sustentável.
O que a sua coop pode fazer?
Adotar práticas sustentáveis, com foco em reduzir emissões, otimizar recursos e implementar iniciativas de conservação ambiental.
Divulgar boas práticas e compartilhar iniciativas da sua cooperativa com a sociedade, nas redes sociais e com o Sistema OCB.
Usar as hashtags #COOPnaCOP30 #SomosCoop nas postagens digitais para que todos possam ver a relevância de nossas ações e o tamanho do nosso movimento.
Acompanhar e engajar-se nas ações do Sistema OCB, participando de reuniões estaduais, eventos e soluções de desenvolvimento.
Quer levar o case da sua cooperativa
para a COP30?
Quer levar o case da sua cooperativa
para a COP30?
Confira o que as coops já estão fazendo
Case | 01/08/2025
Objetivo: Reafirmar o compromisso de responsabilidade socioambiental instalando uma agência 100% sustentável, construída com 22 contêineres, isolamento térmico, infraestrutura verde e todos os demais pré-requisitos sustentáveis. Resultados: Construção de agência sustentável. Diminuição do impacto ambiental por meio da recaptação de água da chuva. Economia por meio da geração de energia elétrica fotovoltaica.
Case | 01/08/2025
Estado: Rio Grande do Sul Ação: Projeto Água Viva ODS: Objetivo 6. Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todas e todos Objetivo 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade Resultados Esperados: Promover a preservação e recuperação de nascentes na área de atuação da cooperativa Mobilizar os cerca de 200 estudantes que participarão do projeto para serem "agentes de transformação" em suas comunidades Realização de uma Feira de Conhecimento onde os estudantes poderão mostrar o que aprenderam sobre a importância de preservar as nascentes da região onde vivem. Contribuir para o desenvolvimento social e econômico das comunidades onde atuamos
Case | 01/08/2025
Projeto: Programa Pronascentes – Cuidando das Águas do Canavial Objetivo: Proteção, preservação, conservação e recuperação de todas as 83 nascentes mapeadas da microbacia do Córrego Canavial (Minas Gerais) através do cercamento das áreas das nascentes, plantio e replantio de mudas. Resultados: Número total de nascentes preservadas: 24 (antes) e 54 (após a finalização do projeto). Produtores aptos pelo programa de preservação: 0 (antes) e 22 (após a finalização). Aumento da vazão do Córrego Canavial: 8,5 milhões l/dia (antes) para 10 milhões l/dia (depois).
Case | 01/08/2025
Objetivo: Disseminar o conceito de Sustentabilidade e Educação Ambiental no contexto escolar por meio de um projeto de Geração Solar Fotovoltaica com a implantação de um Sistema Off-Grid. Resultados: Capacitação de alunos e professores no desenvolvimento de projetos voltados à geração de energia limpa. Premiação em eventos científicos externos à escola na categoria Engenharia e Ciências da Natureza pelos alunos na forma de pesquisa científica. Valores doados em equipamentos para o projeto: R$ 3.600,00. Avaliação dos participantes do projeto em relação à satisfação em ter participado: 92%.
Case | 01/08/2025
Estados: Paraná e São Paulo Ação: Programa Descarte Certo Área: Gestão de Resíduos ODS: Objetivo 12 - Consumo e produção responsáveis Resultados: Descarte adequado de 167 toneladas de resíduos veterinários desde 2014; Capacitação de cooperados e funcionários das propriedades rurais para separação e destinação adequada de resíduos; Adequação dos cooperados a leis estaduais de licenciamento ambiental e à Política Nacional de Resíduos Sólidos; Expansão do programa para coleta de resíduos agrícolas e de manutenção de maquinário.
Notícias

Cooperativismo integra agenda climática da Casa do Seguro na COP30
Evento da CNseg destacou parceria do cooperativismo e participação em painéis do evento global
A parceria com o cooperativismo brasileiro foi um dos pontos altos do evento Pré-COP30 – A Casa do Seguro, promovido pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), nesta quarta-feira (8), em Brasília. O encontro lançou oficialmente a participação do setor de seguros na COP30, com a criação de um espaço físico próprio – a Casa do Seguro – que sediará debates e painéis diários durante o evento global sobre clima, em Belém (PA).
Clara Maffia, gerente de Relações Institucionais do Sistema OCB, participou do painel Seguros como instrumento de proteção social. A discussão reuniu Júlia Normande Lins, diretora técnica da Susep; Nicolás Morales, gerente regional para a América Latina e Caribe da Microinsurance Network; e Alexandre Leal, diretor técnico e de estudos da CNseg, que atuou como moderador. O debate abordou como o setor pode contribuir para reduzir a vulnerabilidade socioeconômica diante dos eventos climáticos extremos.
“Foi um evento muito importante, que marcou o lançamento oficial da Casa do Seguro na COP30. O Sistema OCB é parceiro dessa iniciativa e um dos dias de programação em Belém será totalmente dedicado ao cooperativismo, com foco nas cooperativas de seguros”, destacou Clara.
Modelo cooperativo
Durante sua participação, Clara apresentou o potencial do modelo cooperativo para ampliar o acesso à proteção securitária e fortalecer a resiliência de comunidades vulneráveis. Ela respondeu a duas questões centrais: o papel das cooperativas na construção dessa resiliência e os desafios para ampliar o acesso aos seguros inclusivos no Brasil.
Ao tratar do primeiro ponto, a gerente destacou que o diferencial das cooperativas está na forte presença comunitária e territorial, que permite compreender de perto as vulnerabilidades de cada região e oferecer soluções sob medida. “As cooperativas são, por natureza, instrumentos de inclusão. Elas têm uma atuação enraizada nas comunidades, o que as torna essenciais para desenvolver seguros acessíveis e adequados a grupos historicamente excluídos do mercado tradicional”, explicou.
Clara também ressaltou o papel das cooperativas na educação financeira e securitária, no incentivo à criação de fundos mutualistas comunitários e no uso de tecnologia e dados climáticos para estruturar produtos inovadores, como microseguros e seguros paramétricos voltados a agricultores familiares, comunidades ribeirinhas e periferias urbanas.
Na segunda questão, sobre os obstáculos para ampliar a resiliência da população, a gerente apontou que a baixa cultura de proteção securitária, a exclusão financeira e as mudanças climáticas em ritmo acelerado são os principais desafios. Segundo ela, esses entraves exigem uma estratégia conjunta de educação, inovação regulatória e parcerias intersetoriais. “Ampliar o acesso ao seguro no Brasil passa por fortalecer a cultura de prevenção, criar produtos proporcionais à realidade das pessoas e fomentar ecossistemas colaborativos entre cooperativas, seguradoras tradicionais, governos e sociedade civil”, afirmou.
Cenário
O painel também foi espaço para destacar o avanço do cooperativismo de seguros no Brasil. Após a aprovação da Lei Complementar 213/2025, que ampliou a participação das cooperativas no mercado brasileiro, o Sistema OCB instituiu o 8º Ramo do cooperativismo – o de Seguros. Com a nova norma, as cooperativas passam a poder atuar em praticamente todos os ramos de seguros privados, além dos agrícolas, de saúde e de acidentes de trabalho, em que já possuíam autorização.
No cenário internacional, as cooperativas e mútuas de seguros já somam 5 mil instituições em 79 países, que empregam 230 mil pessoas e atendem a 340 milhões de membros, com ativos que ultrapassam R$ 11 trilhões, segundo dados da ICMIF.
O Sistema OCB tem acompanhado de perto o processo de regulamentação conduzido pela Susep, participando de grupos de trabalho sobre seguros e catástrofes. “Estamos satisfeitos de ver que a proposta regulatória brasileira se inspira no modelo cooperativista de crédito, que tem crescido de forma sustentável e competitiva. As cooperativas de seguros terão papel central na construção de soluções inovadoras diante das mudanças climáticas”, completou Clara.
Saiba Mais:
Crédito cooperativo é evidenciado como motor da economia verde
Solução Neutralidade de Carbono: Cooperativas avançam na agenda climática
Sistema OCB apresenta propostas do cooperativismo de crédito à Sudene

Cooperativismo se destaca nos Diálogos pelo Clima da Embrapa
Sistema OCB reforça o papel das cooperativas na mitigação e adaptação às mudanças climáticas
A capital paulista reuniu, nesta quarta-feira (8), lideranças da pesquisa, do setor produtivo e do cooperativismo para a edição Mata Atlântica dos Diálogos pelo Clima — iniciativa da Embrapa inserida na Jornada pelo Clima em preparação para a COP30. O encontro, marcado por painéis que percorreram da ciência à inovação, destacou a relevância do cooperativismo como ator estratégico para a mitigação, adaptação e a governança territorial frente às mudanças do clima. O Sistema OCB foi representado por Fabíola Nader Motta, gerente geral da Organização das Cooperativas Brasileiras.
Na abertura, Silvia Massruhá, presidente da Embrapa, enfatizou a importância de articular conhecimento científico com políticas públicas e iniciativas produtivas. Entre as mesas, houve momentos-chave: negociações climáticas com Ana Toni, Diretora Executiva da COP30; perspectivas setoriais que congregaram especialistas em bioinsumos, agricultura familiar, mercado e modelo de produção; e uma rodada dedicada à sociedade, inovação e financiamento climático, com nomes como Carlos Nobre, climatologista, e representantes do setor financeiro e de tecnologia.
Em sua apresentação, Fabíola reafirmou que o cooperativismo tem escala e capilaridade para ser “o pilar dessa transformação” — expressão que sintetiza a estratégia do setor para a COP30. Segundo dados mostrados pela gerente, o movimento brasileiro reúne 4.384 cooperativas, 25,8 milhões de cooperados e receitas que somam R$ 757,9 bilhões, além de gerar 578 mil empregos diretos. Números que, na visão do Sistema OCB, fundamentam a capacidade das cooperativas de oferecer soluções práticas e locais para os desafios climáticos.
“As cooperativas tem esse papel de levar o desenvolvimento lá na ponta. A ONU declarou 2025 como o Ano Internacional das Cooperativas porque acredita que, onde tem cooperativa, tem desenvolvimento também”, destacou.
Ela ressaltou ainda que o plano de ação do cooperativismo para a COP30 vem sendo desenvolvido desde o ano passado, com a implementação gradual de cada um dos eixos definidos pelo setor.
“Nosso plano de ação para a COP30 vem sendo trabalhado desde o ano passado, e nós colocamos em prática cada um desses pontos. Temos que mostrar que temos um papel diferenciado nessa COP30”, afirmou.
Ao enfatizar a força coletiva e a natureza colaborativa do modelo, Fabíola reforçou que o cooperativismo tem condições reais de contribuir para uma transição justa e sustentável.
“A força das cooperativas está na combinação entre tecnologia, governança local e compromisso com a sustentabilidade. Temos presença territorial e capacidade de transformar boas práticas em escala”, disse.
Ela também defendeu maior integração das cooperativas aos planos de implementação das NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) e ampliação do acesso a mecanismos de financiamento climático:
“Sem acesso a crédito verde e capacitação, boa prática fica no papel — precisamos de políticas que descentralizem recursos e apoiem a transição justa no campo”, acrescentou.
Fabíola encerrou sua fala com uma mensagem de otimismo e confiança na contribuição do cooperativismo para os compromissos globais de clima: “O modelo cooperativo é, sim, a solução que o mundo precisa. Ele mostra que é possível crescer e incluir ao mesmo tempo, com equilíbrio entre economia, sociedade e meio ambiente”, concluiu.
Os debates também exploraram temas concretos para a Mata Atlântica, como agricultura conservacionista, saúde do solo, uso de bioinsumos, inclusão socioprodutiva e digital de pequenos produtores. Do lado financeiro, representantes discutiram caminhos para ampliar o financiamento climático voltado ao setor rural, enquanto empresas de tecnologia e consultores exibiram soluções para monitoramento, modelagem e combate à desinformação científica.
Além do conteúdo técnico, o Sistema OCB levou ao público a experiência prática do cooperativismo: a organização tem conduzido imersões pré-COP, visitas a cooperativas e campanhas de visibilidade para posicionar o setor como parceiro estratégico na agenda climática. Essas iniciativas incluem formação em mudança climática, inventário de emissões e mercado de créditos de carbono, disponíveis na plataforma de capacitação do setor, a Capacitacoop.
Saiba Mais:
Sistema OCB apresenta propostas do cooperativismo de crédito à Sudene
Solução Neutralidade de Carbono: Cooperativas avançam na agenda climática
Sistema OCB retoma rotina de reuniões com cooperativas independentes de crédito

Solução Neutralidade de Carbono: Cooperativas avançam na agenda climática
Workshop do Sistema OCB destaca resultados de 2025 e presença estratégica na COP30
Nesta sexta-feira (3), o Sistema OCB realizou o Workshop da Solução Neutralidade de Carbono: do projeto piloto ao palco internacional, com a participação de dirigentes e técnicos de cooperativas, representantes das organizações estaduais e parceiros estratégicos. O encontro online marcou a consolidação dos resultados do ciclo 2025 do projeto e apontou os próximos passos da iniciativa, que ganhará visibilidade internacional na COP30, em Belém (PA).
Na abertura, Débora Ingrisano, gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB, destacou a importância do engajamento coletivo. “Este projeto só existe porque as cooperativas acreditaram e se engajaram. Hoje, temos a materialização prática do princípio da intercooperação. Juntos conseguimos negociar melhor, aprender juntos e avançar em uma pauta que parecia distante, mas que agora é realidade para o cooperativismo brasileiro”, afirmou.
A solução já conta com a adesão de 18 cooperativas, que realizaram seus inventários de emissões de gases de efeito estufa e publicaram no Registro Público de Emissões. Para Débora, esse movimento fortalece a imagem do cooperativismo como regime produtivo sustentável, capaz de responder a um dos maiores desafios globais. “Estamos saindo do discurso para a prática, e é essa experiência que queremos levar para a COP30. O cooperativismo brasileiro tem muito a mostrar ao mundo”, acrescentou.
Resultados e avanços
A apresentação dos resultados ficou a cargo de Laís Nara Castro, analista de sustentabilidade do Sistema OCB. Ela explicou que todas as cooperativas participantes conquistaram, no mínimo, o Selo Prata no Programa Brasileiro GHG Protocol – reconhecimento que certifica a qualidade dos inventários de emissões.
Segundo Laís, a Solução Neutralidade de Carbono vai além da mensuração: oferece consultoria, ferramentas tecnológicas, capacitação e suporte metodológico, e cria condições para que as cooperativas avancem na redução de emissões e no desenvolvimento de projetos de descarbonização.
“O inventário funciona como um diagnóstico. A partir dele, conseguimos identificar oportunidades de melhoria de processos, redução de custos e até acesso a novos mercados e linhas de crédito. Mais do que uma exigência de mercado, a descarbonização se mostra como um diferencial competitivo para as cooperativas”, explicou.
Laís também apresentou o guia metodológico desenvolvido em parceria com a Ambipar, que orienta passo a passo o processo de inventário e será disponibilizado às organizações estaduais e às cooperativas interessadas.
Narrativa estratégica
Para o coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, Alex Macedo, o maior desafio é construir uma narrativa clara e acessível para a alta liderança das cooperativas. “Carbono não é algo tangível, mas precisamos traduzir esse tema em valor: em redução de custos, reputação, novos negócios e acesso facilitado ao crédito. Esse é o papel da solução: apoiar tecnicamente e ajudar a comunicar de forma simples e direta o valor da descarbonização”, destacou.
Alex reforçou ainda que a agenda climática é um caminho sem volta, seja por demanda dos consumidores, exigências regulatórias ou pressão do mercado financeiro. “As cooperativas que quiserem se manter relevantes e competitivas precisam começar agora. E o Sistema OCB está preparado para apoiá-las nessa jornada”.
Conexão com a COP30
Um dos pontos altos do workshop foi a discussão sobre a presença do cooperativismo na COP30, marcada para novembro de 2025, em Belém. O Sistema OCB terá participação em diferentes espaços de debate e articulação, com destaque para o AgriZone, em parceria com a Embrapa e cooperativas de crédito, e para o pavilhão de Negócios de Impacto, em cooperação com uma entidade da ONU.
“Não basta estar presente fisicamente. Precisamos ocupar espaços de diálogo e decisão, levando propostas e mostrando a relevância do cooperativismo na agenda climática”, afirmou Débora Ingrisano.
Próximos passos
Além dos reconhecimentos já conquistados, o Sistema OCB projeta a evolução da solução, para incentivar as cooperativas a darem continuidade ao processo de inventário e implementação de ações de descarbonização. Também foi anunciado que cursos do CapacitaCoop e o novo guia metodológico estarão disponíveis para ampliar a capilaridade do tema e dar suporte técnico às organizações.
“A COP30 não é um ponto de chegada, mas parte de um processo de fortalecimento da agenda climática dentro das cooperativas. O Sistema OCB seguirá ao lado das cooperativas brasileiras, potencializando a jornada rumo à neutralidade de carbono”, concluiu Alex Macedo.
Saiba Mais:
Cooperativismo de transporte participa de encontro nacional da ANTT
Câmara aprova isenção do Imposto de Renda para salários até R$ 5 mil
Governo federal sanciona pacote de leis voltadas para agricultura familiar

Cooperativas mostram que estão preparadas para participar da COP30
Histórias de inovação, inclusão e preservação projetam o movimento para a Conferência do Clima
Por Raquel SachetoEdição: Samara Araujo Fotos: Lucas Badú e Cleyton Silva
Quando o Brasil foi definido como sede da COP30, que será realizada entre os dias 10 e 21 de novembro, em Belém (PA), cresceu também a expectativa sobre como o país mostraria ao mundo suas soluções para o clima e o desenvolvimento sustentável. Foi nesse cenário que o cooperativismo abriu suas portas para lideranças nacionais, organismos internacionais e jornalistas.
Em duas jornadas complementares — a Imersão Pré-COP30 e a Press Trip Coop na COP30 — o setor revelou, do Sul à Amazônia, experiências concretas de comunidades que unem preservação ambiental, geração de renda e inclusão social, para projetar o modelo de negócios como uma das respostas mais eficazes e efetivas aos desafios globais.
Imersão Pré-COP30: cooperativas do sul ao norte
A imersão reuniu autoridades de ministérios, agências da Organização das Nações Unidas (ONU), BID Invest (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Rede Brasil do Pacto Global, ApexBrasil e representantes da sociedade civil. A jornada começou no Rio Grande do Sul, em visitas à Coasa, referência na agricultura familiar; à Cresol, que alia crédito e sustentabilidade; e à Vinícola Aurora, com sua robusta agenda ESG. O roteiro seguiu por Nova Petrópolis, onde os participantes conheceram a Sicredi Pioneira, berço do cooperativismo de crédito na América Latina, e a Casa Cooperativa, guardiã da memória do setor. Em Porto Alegre, a Cootravipa mostrou como o trabalho coletivo promove inclusão social em comunidades urbanas vulneráveis.
Na Coasa, os visitantes conheceram projetos de manejo do solo e agricultura sustentável que fortalecem comunidades inteiras. “Aqui, acreditamos que cuidar do solo é cuidar do nosso futuro”, resumiu o presidente Orildo Germano Belegante. Já na Cresol, foi possível conhecer como a cooperativa integra crédito e práticas socioambientais em seu modelo de atuação. A Vinícola Aurora, por sua vez, destacou sua estratégia ESG, que já contempla 13 temas materiais e 20 compromissos assumidos, entre eles o uso eficiente da água, a destinação correta de resíduos e o investimento em programas sociais voltados para jovens e comunidades do entorno.
A Sicredi Pioneira chamou a atenção por seu programa de sucessão familiar no campo e pela carteira de crédito em energia solar. “Temos uma das maiores carteiras de energia fotovoltaica do país, mesmo em uma região de baixa irradiação solar”, destacou Tiago Luiz Schmidt, presidente do Conselho de Administração da cooperativa. O papel de guardião da memória e de promotora do modelo de negócios cooperativismo foi destacado pela Casa Cooperativa. “Um dos principais concorrentes do cooperativismo é o desconhecimento. Nosso propósito é divulgar e promover esse modelo para que mais pessoas possam vivenciá-lo”, disse a presidente da entidade, Heloísa Helena Lopes.
A visita à Cootravipa mostrou como o cooperativismo urbano pode transformar exclusão em oportunidade. Criada há mais de 40 anos em uma comunidade periférica, a cooperativa reúne trabalhadores que encontraram no coletivo uma forma de superar o desemprego e conquistar dignidade. Entre os projetos, destacam-se o Coleta Tri, que promove a segregação correta de resíduos, e o Empreender para Crescer, que leva educação ambiental a crianças da rede pública. “Acreditamos que, por meio do trabalho e da geração de renda, podemos transformar pessoas em protagonistas de suas histórias. É isso que nos move todos os dias”, afirmou a presidente Imanjara Alessandra Marques de Paula.
Na etapa amazônica, o grupo desembarcou em Rondônia para visitar a Reca, pioneira em sistemas agroflorestais, e o Sicoob Credip, que impulsiona a cafeicultura sustentável e foi responsável pela conquista da Identificação Geográfica dos Robustas Amazônicos. A jornada terminou em Vilhena, com experiências de intercooperação no Hospital Cooperar e a inovação social da Favoo Coop, que alia educação, inclusão digital e microcrédito solidário.
A Reca mostrou como sistemas agroflorestais podem unir preservação da floresta e renda para mais de 300 famílias. Formada por migrantes e comunidades tradicionais, a cooperativa é referência internacional e mantém agroindústrias de óleos, polpas e palmitos.“A Reca trabalha com pequenos agricultores em sistemas produtivos que respeitam a sociodiversidade, valorizam os saberes locais e geram renda com preservação”, explicou o presidente Hamilton Condack de Oliveira.
Na visita ao Sicoob Credip, o grupo descobriu como a cafeicultura sustentável é impulsionada pela organização que também apoiou a conquista da primeira Identificação Geográfica mundial para cafés canéforas amazônicos. Já no Sicoob Credisul, foi possível acompanhar como a cooperativa de crédito reinveste seus resultados na comunidade, apoiando desde produtores rurais até microempreendedores urbanos. Programas de educação financeira, linhas de crédito acessíveis e apoio a projetos sociais deram a dimensão de como o crédito cooperativo pode transformar territórios.
Idealizado inicialmente pelos cooperados do Sicoob Credisul, o Hospital Cooperar nasceu do desejo da comunidade de Vilhena de ter acesso a serviços de média e alta complexidade em saúde. Mais de 15 mil cooperados uniram recursos próprios, doações e distribuição de sobras para erguer a estrutura de 12 mil metros quadrados, com investimento superior a R$ 50 milhões. Hoje, sob gestão da Unimed Vilhena, o hospital atende toda a população local e mostra como a cooperação pode preencher lacunas históricas do sistema de saúde. “O que era um sonho coletivo se tornou um patrimônio para toda a região. Isso é a prova viva de que a união transforma realidades”, destacou Vilmar Saúgo, CEO do Sicoob Credisul.
O roteiro foi encerrado com a visita à Favoo Coop, cooperativa educacional que nasceu em comunidades periféricas e hoje mantém a Faculdade Cooperativa Favocop. Seu modelo combina educação com inclusão social e geração de renda. Projetos como o Favoo Sustentável, voltado a hortas comunitárias e segurança alimentar, o Favoo Costura Criativa, que capacita mulheres em situação de vulnerabilidade, e o Favoo Digital, que oferece cursos de tecnologia para jovens das periferias, mostraram como a educação cooperativista pode multiplicar oportunidades.
“Vivenciei o fortalecimento da agricultura familiar e da inclusão produtiva de mulheres e povos tradicionais. A Sicoob Credip, por exemplo, realiza um trabalho incrível com comunidades indígenas”, contou Ricardo Vieira Vidal, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. “Estar aqui, olho no olho, foi fundamental para compreender o papel das cooperativas na inclusão financeira”, acrescentou Isabela Maia, do Banco Central. “O cooperativismo valoriza cultura, relações e saberes comunitários. Conhecer iniciativas como a produção de café robusta por povos tradicionais e a cooperativa mirim foi transformador, completou Lilian Lindoso, do Ministério do Meio Ambiente.
Para Débora Ingrisano, gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB, o saldo foi claro: “Mostramos, na prática, como o cooperativismo brasileiro contribui para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e para a agenda climática mundial. As cooperativas brasileiras estão preparadas para entregar soluções que o mundo precisa”, declarou.
Press Trip Coop na Cop30: imprensa vivencia o coop no Pará
Um mês depois, foi a vez da imprensa conhecer esse universo. A Press Trip Coop na COP30 reuniu 15 jornalistas de veículos nacionais em um percurso pelo Pará, entre Santarém, Alter do Chão, Belém e Tomé-Açu para conhecer iniciativas que simbolizam a diversidade e a força do cooperativismo brasileiro.
A primeira parada foi na Turiarte, localizada na comunidade de Anã, às margens do Rio Arapiuns, em Alter do Chão. Especializada em turismo de base comunitária e artesanato amazônico, a cooperativa mostrou como a renda é gerada de forma sustentável a partir da floresta em pé.
Os visitantes acompanharam de perto a confecção de mandalas, sousplats e cestos feitos da palha de tucumã, tingida com pigmentos naturais de urucum, jenipapo e açafrão. Além disso, participaram de vivências em piscicultura e meliponicultura, a produção de mel de abelhas sem ferrão. “Nosso trabalho é mostrar que a floresta pode gerar renda sem ser destruída. Cada peça que produzimos carrega a história da nossa comunidade”, afirmou a artesã e cooperada, Ivaneide de Oliveira.
Em Tomé-Açu, a visita foi à Camta, cooperativa agroindustrial com quase um século de história e reconhecida mundialmente por seus sistemas agroflorestais. O grupo percorreu propriedades que adotam o modelo de consórcio entre culturas como dendê, cacau e açaí, que recuperam áreas degradadas e preservam a biodiversidade. “O Sistema Agroflorestal de Tomé-Açu é uma prova de que podemos produzir em escala e, ao mesmo tempo, cuidar da floresta. Levamos frutas e derivados da Amazônia para o mundo com rastreabilidade e compromisso socioambiental”, explicou o cooperado Ernesto Suzuki, um dos anfitriões da visita.
Já em Belém, a comitiva conheceu a Concaves, cooperativa formada por catadores de materiais recicláveis que se consolidou como referência em economia solidária. Ali, os jornalistas ouviram histórias de superação de trabalhadores que antes atuavam na informalidade e hoje têm renda digna, proteção social e voz ativa nas decisões. A Concaves terá papel de destaque na própria COP30, sendo uma das responsáveis pela coleta seletiva do evento. “Nosso trabalho vai muito além da reciclagem. Mostramos que inclusão social e cuidado com o meio ambiente caminham juntos, e a COP30 é uma oportunidade de dar visibilidade a essa realidade”, afirmou a presidente da cooperativa, Débora Bahia.
Além dessas experiências, a imprensa também conheceu cooperativas de crédito — como Sicredi Norte, Sicoob Coesa Cresol Amazônia — que ampliam o acesso a serviços financeiros em regiões da Amazônia antes desassistidas. Essas cooperativas reinvestem seus resultados nas próprias comunidades, gerando um ciclo virtuoso de desenvolvimento local. No Pará, suaatuação têm fortalecido agricultores familiares, empreendedores e comunidades tradicionais, oferecendo crédito acessível, educação financeira e projetos sociais.
“Queríamos mostrar que o cooperativismo brasileiro não é apenas um modelo de negócios, mas uma forma de transformar comunidades, gerar renda digna e preservar o meio ambiente. Cada visita foi uma oportunidade de revelar histórias inspiradoras, que agora ganharão ainda mais visibilidade”, afirmou Samara Araujo, gerente de Marketing e Comunicação do Sistema OCB.
Ela reforça que a aproximação com a imprensa foi estratégica: “O jornalismo tem o poder de ampliar vozes e conectar pessoas. Ao vivenciarem o cotidiano das cooperativas, os repórteres perceberam que soluções locais já estão acontecendo, com potencial de serem replicadas em todo o mundo”.
Coop como resposta global
Com mais de 4,3 mil cooperativas, 25,8 milhões de cooperados e cerca de 578 mil empregos diretos, o Brasil mostrou, nessas duas experiências, que o cooperativismo é um ator essencial na construção de soluções para o futuro. A Imersão Pré-COP30 e a Press Trip Coop na COP30 confirmaram que o modelo cooperativo brasileiro está pronto para ocupar lugar de destaque na Conferência do Clima, em Belém.
Para saber mais sobre o Coop na COP30, acesse: cop30.coop.br

Assessoria de Imprensa
Para informações, releases, solicitações entrevistas ou outros conteúdos relacionados a participação do cooperativismo na COP30 entre em contato com a assessoria de imprensa do Sistema OCB.