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Evento marcou início da gestão de Guilherme Theo, com foco em modernização e integração logística
O Sistema OCB participou, nesta terça-feira (16), da cerimônia de posse da nova diretoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), realizada em Brasília. O evento oficializou Guilherme Theo Sampaio como diretor-geral da autarquia e Alex Antônio de Azevedo Cruz como diretor, ambos com a missão de conduzir a agência em um cenário de grandes desafios e transformações para a logística nacional.
Na mesma ocasião, também tomou posse o diretor substituto, José Aires Amaral, que exercerá a função de forma temporária, inicialmente por seis meses. Reconhecido como parceiro do cooperativismo, Amaral tem se destacado pela defesa dos pleitos do setor e pela atuação próxima às demandas das cooperativas de transporte. Sua presença na diretoria reforça a expectativa de maior diálogo e alinhamento da agência com o segmento.
Em seu discurso de posse, Guilherme Theo apresentou os pilares que orientarão sua gestão, destacando concessões modernas, inovação regulatória, avanços tecnológicos voltados à experiência do usuário, atração de investimentos privados, fortalecimento interno da equipe e integração logística nacional. Para o novo diretor-geral, a condução da agência deve se apoiar em um tripé fundamental: estabilidade, previsibilidade e segurança. “São elementos indispensáveis para gerar confiança nos agentes do setor e viabilizar projetos estruturantes no longo prazo”, afirmou.
Tiago Barros, analista do Ramo Transporte do Sistema OCB, que acompanhou a solenidade, destacou que esses princípios dialogam diretamente com as demandas do cooperativismo de transporte. “O setor defende, há anos, a necessidade de marcos regulatórios claros, modernização da legislação do Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC) e aprimoramento da fiscalização, de forma mais eficiente e transparente. A perspectiva apresentada pela nova diretoria da ANTT traz novo fôlego para essas pautas, com a possibilidade de maior alinhamento entre os objetivos da autarquia e as necessidades das cooperativas”, afirmou.
Ainda segundo Tiago, o momento é muito importante para o futuro do setor. “O discurso do novo diretor-geral demonstra sensibilidade aos principais desafios da logística no Brasil. Para as cooperativas de transporte, a defesa de estabilidade, previsibilidade e segurança representa a oportunidade de avançarmos em um ambiente regulatório mais claro, eficiente e favorável ao desenvolvimento. Esse alinhamento é fundamental para que possamos contribuir cada vez mais com a modernização da infraestrutura nacional”, acrescentou.
A fala de Guilherme Theo também destacou temas como inclusão, sustentabilidade e modernização regulatória, caminhos que convergem com os valores do cooperativismo. “Ao unir inovação, eficiência e responsabilidade socioambiental, as cooperativas têm potencial para se inserir de forma qualificada nos grandes projetos de mobilidade e logística integrada que o país demanda”, concluiu Tiago.
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Evento reuniu mais de 80 cooperativas do estado e destacou dados e diretrizes do setor
Nos dias 11 e 12 de setembro, o Sistema OCB marcou presença no 1º Fórum das Cooperativas Alagoanas, realizado em Maceió, que reuniu lideranças de mais de 80 cooperativas do estado. O encontro foi promovido pelo Sescoop/AL e teve como objetivo construir diretrizes conjuntas para fortalecer o cooperativismo local, promover integração e estimular novas oportunidades de negócios.
Representando o Sistema OCB, o gerente do Núcleo de Inteligência e Inovação, Guilherme Souza Costa, apresentou dados inéditos do AnuárioCoop 2025 e destacou os impactos do modelo de negócios na economia e na vida das pessoas. A publicação mostra que as cooperativas brasileiras movimentaram R$ 757,9 bilhões em 2024, reuniram 25,8 milhões de cooperados e geraram mais de 578 mil empregos diretos.
Em Alagoas, os números também impressionam: foram R$ 2,7 bilhões em ingressos, R$ 112,4 milhões em sobras e mais de 94 mil cooperados, com 4,5 mil empregos diretos. “Esses resultados reforçam a força do cooperativismo como modelo econômico sustentável e de impacto social. Nosso compromisso é transformar dados em estratégias que ajudem as cooperativas a serem mais competitivas e prósperas, sempre conectadas às demandas regionais e nacionais”, afirmou Guilherme.
Além da análise de indicadores, o gerente destacou o papel das diretrizes estratégicas construídas pelo movimento cooperativista brasileiro. Entre 2018 e 2023, por exemplo, o impacto do crédito concedido pelas cooperativas gerou R$ 135 bilhões em atividade econômica no país, ampliando empregos, renda e inclusão social. “O planejamento estratégico até 2030 nos aponta metas ousadas para impulsionar o cooperativismo. Além disso, temos o desafio BRC 1 Tri, de chegar a R$ 1 trilhão de faturamento, 30 milhões de cooperados e 630 mil empregos diretos. Esse futuro é possível porque já estamos construindo-o agora, com união e cooperação”, completou.
A programação do Fórum também contou com palestras sobre governança, encantamento de clientes, oficinas de planejamento e cases de sucesso com aplicação da Solução NegóciosCoop. Nesse contexto, a coordenadora de Negócios do Sistema OCB, Pâmella Jerônimo de Lima, destacou a importância de iniciativas que aproximam teoria e prática. “O NegóciosCoop tem mostrado que, quando cooperativas se conectam, elas multiplicam resultados. É uma solução que fortalece os negócios, amplia a competitividade e traz impacto direto para os cooperados”, relatou.
O Fórum foi marcado pela construção coletiva de um plano de trabalho para 2026, resultado das oficinas realizadas durante o evento. A expectativa é que esse documento se torne um guia estratégico para as cooperativas alagoanas, alinhado às diretrizes nacionais do cooperativismo.
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Evento destacou impactos da Reforma Tributária e importância de segurança jurídica para coops
O Sistema OCB marcou presença na XVII Convenção de Contabilidade da Bahia, realizada entre 10 e 12 de setembro, em Salvador. O analista tributário da organização, Yann Santos Teixeira, foi um dos palestrantes do Fórum das Normas Contábeis sobre Sociedades Cooperativas, e abordou o tema Ato Cooperativo referente à Reforma Tributária e o novo cenário.
A participação reforçou a importância de discutir os desafios e oportunidades trazidos pela Emenda Constitucional nº 132/2023, que alterou o modelo de tributação sobre o consumo no país. Durante a exposição, Yann destacou a relevância do ato cooperativo – instrumento que diferencia as sociedades cooperativas das demais organizações empresariais – e os reflexos práticos da Reforma Tributária para o setor.
Segundo ele, a clareza sobre o conceito e a proteção do ato cooperativo são fundamentais para a devida aplicação do novo sistema tributário. “O ato cooperativo é o coração da identidade das cooperativas. A cooperativa atua como extensão dos cooperados, agindo com o mercado em sua representação, obrigando-se por eles como se os próprios estivessem praticando o referido ato para exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro”, afirmou.
Ao longo da apresentação, Yann explorou a escrituração contábil das cooperativas e detalhou o funcionamento do novo regime de tributação sobre o consumo, destacando pontos de atenção para as cooperativas. “O desafio agora é garantir a segurança jurídica na regulamentação infralegal, seguindo as prescrições normativas presentes no texto constitucional e na legislação complementar. Esse é um compromisso que o Sistema OCB continuará acompanhando de perto”, ressaltou.
A convenção reuniu profissionais, acadêmicos e representantes de entidades do setor contábil de todo o país, em uma programação marcada por fóruns, painéis temáticos e debates sobre inovação, tecnologia, normas e sustentabilidade.
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Setores financeiro, saúde e agro discutiram impactos da tributação no cooperativismo
Encerrando a programação do V Seminário Jurídico do Sistema OCB, que ocorreu nesta terça (9), três painéis simultâneos reuniram especialistas, dirigentes e tributaristas para debater como os regimes específicos da Reforma Tributária vão impactar diretamente o cooperativismo nos setores de crédito, saúde e agropecuário. A proposta foi trazer um olhar prático sobre a Lei Complementar já aprovada e abrir espaço para a troca de experiências entre advogados, assessores jurídicos, contadores de cooperativas e das OCEs e acadêmicos da área.
Os debates aconteceram em um momento crucial, já que a transição para o novo modelo de tributação sobre o consumo começa a ganhar forma. Para o Sistema OCB, acompanhar cada detalhe dessa implementação é essencial para assegurar que as especificidades do ato cooperativo sejam preservadas e que as cooperativas mantenham sua competitividade em relação aos demais agentes de mercado.
Instituições financeiras
No painel sobre instituições financeiras, o debate foi conduzido pelo superintendente jurídico do Sicredi, Evandro Kotz, e contou com a exposição de Hélio de Mello, auditor fiscal da Receita Federal e membro titular do GT-3 do PAT-RTC. Hélio destacou os desafios globais de tributar serviços financeiros, especialmente aqueles remunerados por margem, como no crédito bancário. “Diferenciar os juros puros da remuneração de serviços é fundamental para evitar distorções e garantir neutralidade ao sistema”, afirmou.
O auditor lembrou que, embora a maioria dos países adote o modelo de isenção, o Brasil avançou ao rejeitar essa alternativa. A isenção, segundo ele, gera graves distorções econômicas, como a sobretributação do crédito empresarial e a subtributação do crédito ao consumo. “Optamos por uma solução mais próxima do que já conhecemos com o PIS/Cofins, o que preserva segurança jurídica e garante continuidade”, explicou. Para ele, ainda que não seja um modelo perfeito, o caminho escolhido oferece mais previsibilidade às instituições financeiras, incluindo as cooperativas de crédito.
A relevância do tema ficou clara nas perguntas dos participantes, que trouxeram preocupações sobre como a regulamentação poderá afetar a neutralidade do ato cooperativo e a competitividade das cooperativas de crédito em relação aos bancos. Kotz destacou o papel desses espaços de diálogo. “Estamos todos aprendendo juntos nesse processo. O que importa é garantir que as especificidades do cooperativismo estejam sempre no centro das soluções construídas”, afirmou.
Custos assistenciais
O setor de saúde também esteve em pauta, com moderação do advogado tributarista João Muzzi e palestra do Doutor André Branco, da Uniodonto. O grupo discutiu os efeitos da nova tributação sobre os custos assistenciais e a sustentabilidade das cooperativas médicas. André Branco destacou que o princípio da não tributação de determinadas atividades cooperativas já é reconhecido há anos, mas sua aplicação ainda gera controvérsias. “O grande desafio é lidar com a complexidade regulatória, que muitas vezes cria obstáculos práticos para que os direitos constitucionais das cooperativas sejam plenamente aplicados”, avaliou.
Ele lembrou que as cooperativas operadoras de planos de saúde já enfrentam um ambiente desafiador, com custos crescentes e a necessidade de manter a lógica mutualista no atendimento. Nesse contexto, segundo ele, a Reforma Tributária pode trazer tanto riscos quanto oportunidades. “Assim como navegar sem mapa em uma cidade desconhecida, lidar com leis tributárias pouco claras pode levar cooperativas a erros caros. Precisamos de clareza para seguir em frente”, reforçou. Os debates conduzidos pelo Doutor João Muzzi ressaltaram a importância de a agenda política e jurídica se manter atenta, para evitar que o novo modelo crie custos adicionais que possam comprometer a sustentabilidade das cooperativas médicas.
Produtor rural contribuinte e não contribuinte 
Já o painel sobre o setor agropecuário foi moderado por Rogério Croscato, coordenador jurídico da Ocepar, e teve apresentações dos advogados tributaristas Doutor Fábio Calcini e Doutor Marcelo Jabour. O foco esteve na operacionalização da alíquota zero entre cooperados contribuintes e não contribuintes e as cooperativas e nos impactos da transição para o IVA. Os especialistas lembraram que o agronegócio brasileiro é altamente competitivo no mercado internacional e não pode ser prejudicado por uma tributação mal calibrada.
“A reforma tributária é um verdadeiro quebra-cabeça coletivo. Se uma peça não encaixar, todo o sistema pode perder equilíbrio”, afirmou Calcini, ao comentar a necessidade de regulamentações claras e de transição suave para as novas regras. Jabour complementou destacando a importância de preparar produtores e cooperativas para o novo cenário. “As mudanças exigirão ajustes contábeis, adaptação de estratégias e, sobretudo, proximidade ainda maior entre cooperativas e seus associados, para garantir conformidade e competitividade”, disse.
Visão unificada
Ao final dos debates, os participantes se reuniram novamente no plenário para a conclusão e compartilhamento dos painéis simultâneos, momento conduzido pela assessora jurídica do Sistema OCB, Ana Paula Ramos. Ela destacou que a divisão em salas paralelas buscou aprofundar a especialização, atendendo tanto profissionais jurídicos quanto contábeis dos oito ramos do cooperativismo, e que o retorno ao plenário foi essencial para reunir visões distintas em uma lógica única. “O cooperativismo se rege por uma lógica societária própria, que impacta todas as demais dimensões, inclusive a tributária. Por isso, é fundamental que todos compreendam as discussões em sua totalidade”, reforçou.
Ana Paula também registrou agradecimento especial aos moderadores que, segundo ela, “desde 2019 vêm se dedicando integralmente ao estudo das questões tributárias do cooperativismo, construindo de forma coletiva soluções para garantir segurança jurídica e sustentabilidade às cooperativas”. Em sua fala, enfatizou a importância da participação ativa de cooperativas na base, das Organizações Estaduais (OCEs) e do Sistema OCB nacional no processo que resultou na aprovação da reforma. “Se não foi a reforma sonhada, foi a possível, construída com diálogo e protagonismo do cooperativismo”, complementou.
Síntese
O encontro foi encerrado com a síntese das contribuições apresentadas nos três painéis, seguida de um sorteio de livros jurídicos entre os participantes. A atmosfera final foi de reconhecimento mútuo pelo esforço coletivo que envolveu dirigentes, advogados, técnicos e cooperativas de todo o país. Como destacou Ana Paula, o trabalho não termina com a aprovação da lei. “Temos ainda um longo caminho na regulamentação. Mas o cooperativismo está pronto para seguir unido, vigilante e colaborativo, honrando sua essência e seu compromisso com o desenvolvimento sustentável.”
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Debates trataram de sigilo, citação eletrônica, fraudes e impactos da inteligência artificial
O Sistema OCB recebeu, nesta quarta-feira (10), dirigentes, advogados e especialistas para o I Encontro Jurídico Intersistêmico das Cooperativas de Crédito, um evento criado para alinhar estratégias, aprofundar debates técnicos e antecipar tendências que impactam diretamente o setor. Com cerca de 125 participantes de diferentes instituições, entre eles representantes do Sicredi, Sicoob, Unicred, Cresol, Ailos, Cooperativas independentes, FGCoop e do próprio Sistema OCB, o encontro mostrou a diversidade e a representatividade do setor.
A abertura ficou por conta da superintendente da entidade, Tania Zanella, que relembrou o esforço coletivo para garantir a inclusão do cooperativismo de crédito na Reforma Tributária. “Foram 45 dias intensos de trabalho. Cada ponto, cada vírgula importava”, contou. Para ela, a conquista foi resultado da união e da atuação sistêmica do movimento. “No projeto original, o Ramo Crédito estava fora. Avançamos porque nos mantivemos alinhados e soubemos defender nosso modelo de negócios. Essa vitória mostra a força do cooperativismo”, acrescentou.
Tania também lembrou a importância de não perder de vista a essência cooperativa, destacando uma frase que considera inspiradora: “Aproximem-se cada vez mais do modelo cooperativo, porque é nele que vocês fazem a diferença. Isso deve ser seguido como nosso norte”, afirmou. Ao encerrar, fez questão de agradecer às equipes envolvidas na organização do encontro.
Novo layout da quebra de sigilo (IN BCB 636/2025)
O evento seguiu com uma série de painéis que abordaram temas centrais para o futuro das cooperativas de crédito. Carlos Eduardo e Denis Carvalho, representantes do Departamento de Atendimento Institucional do Banco Central, apresentaram a IN BCB 636/2025, que redefine o layout da quebra de sigilo bancário e exige atenção redobrada das instituições. O painel foi conduzida por Ricardo Senra (superintendente jurídico do Centro Cooperativo do Sicoob) e contou com a análise e provocações do debatedor Rodrigo Marques, do Sicoob, que destacou pontos de atenção para a aplicação prática da norma.
Citação Eletrônica
O juiz auxiliar do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Adriano da Silva Araújo, discutiu os impactos e riscos da citação eletrônica. O painel foi moderado por Mayara Schramm Strube (gerente jurídica da Ailos), com participação de Andressa Gudde, gerente jurídica da Sicredi, e Fernando Arndt, coordenador jurídico da Ailos, que trouxeram a perspectiva das cooperativas sobre os desafios da digitalização nos processos judiciais.
Tribunais Superiores
A atuação estratégica nos Tribunais Superiores foi o tema do debate mediado por Ana Paula Ramos, assessora jurídica do Sistema OCB. Os advogados Fabiano Jantalia (Jantalia Advogados), João Caetano Muzzi Filho (BMAS Advogados) e Stella Castro (Demarest Advogados) compartilharam experiências da atuação em Brasília e reforçaram a importância de consolidar entendimentos favoráveis ao cooperativismo de crédito nos tribunais.
Fraudes financeiras
A exposição da advogada Camilla Jimene (Opice Blum Advogados) trouxe ao centro da discussão o aumento das fraudes financeiras, golpes digitais e riscos em jogos online. A mediação ficou a cargo de Vinícius Lima Marques, assessor jurídico da Unicred, e Sandreia Dorr, gerente institucional da Cresol. O debate foi enriquecido ainda pela análise de Marco Túlio de Rose (advogado e fundador da De Rose Advogados), que reforçou a necessidade de protocolos internos e treinamentos preventivos.
Inteligência Artificial
Já o advogado Fabrício da Mota (Serur Advogados) apresentou reflexões sobre os impactos da inteligência artificial no direito e nas decisões judiciais, destacando mudanças já em curso no sistema de justiça. O painel contou com moderação de Taíse Ribeiro, consultora jurídica da FGCoop, e Jefferson Thomé, gerente jurídico na Cooperforte, além da contribuição de Edson Rodrigues, superintendente-executivo de TI do Sicoob, que trouxe a visão prática de como a tecnologia pode ser aplicada ao ambiente das cooperativas de crédito.
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Encontro discute futuro do cooperativismo com integração entre teoria e prática
As inscrições para a 8ª edição do Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo (EBPC) vão até 03 de outubro, por meio do formulário disponível no site do evento. Pesquisadores, gestores de cooperativas, dirigentes e profissionais do setor têm a oportunidade de participar de um dos principais espaços de debate e troca de conhecimento sobre cooperativismo no país.
O EBPC consolidou-se como um evento essencial para fortalecer a integração entre teoria e prática, incentivando a produção e a disseminação de conhecimento científico aplicado ao cooperativismo. A edição deste ano tem como tema Ano Internacional das Cooperativas: Integração, Impacto e Perspectivas para o Cooperativismo Brasileiro, e será realizada de forma presencial entre os dias 6 e 8 de outubro, em Brasília.
O evento promove debates sobre pesquisas acadêmicas e experiências práticas, contribuindo para a geração de novas abordagens e soluções aos desafios enfrentados pelo setor. Além de apresentar estudos que aprimorem a eficácia e a eficiência dos processos cooperativos, o EBPC oferece um ambiente de troca de experiências e avaliação de boas práticas, fortalecendo a formação de redes de colaboração entre pesquisadores e profissionais.
“O EBPC é uma oportunidade única de integrar pesquisa, prática e inovação no cooperativismo brasileiro, fomentando debates que fortalecem todo o setor”, destaca Guilherme Souza Costa, gerente do Núcleo de Inteligência e Inovação do Sistema OCB.
Confira a programação completa:
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06/10 (segunda-feira)
14h00 – 17h00 | Credenciamento
17h00 – 19h00 | Abertura oficial
19h00 – 21h00 | Momento Integração
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07/10 (terça-feira)
08h00 – 10h00 | Painel 1 – Impacto social das cooperativas: qual prosperidade para redução de iniquidades?
10h00 – 10h30 | Coffee Break
10h30 – 12h30 | Painel 2 – O crescimento das cooperativas e os desafios à manutenção da sua identidade
12h30 – 13h30 | Almoço
13h30 – 15h30 | Painel 3 – Cooperativismo e Meio Ambiente: estratégias para um futuro sustentável
15h30 – 16h00 | Coffee Break
16h00 – 18h00 | Sessão 1 – Apresentação de Trabalhos
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08/10 (quarta-feira)
08h30 – 10h00 | Mesa de discussão – O cooperativismo e as pesquisas do futuro
10h00 – 10h30 | Coffee Break
10h30 – 12h30 | Sessão 2 – Apresentação de Trabalhos
12h30 – 13h30 | Almoço
13h30 – 15h30 | Sessão 3 – Apresentação de Trabalhos
15h30 – 16h00 | Coffee Break
16h00 – 17h30 | Encerramento
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Evento discutiu governança, regimes específicos e desafios das novas legislações
O V Seminário Jurídico do Sistema OCB, realizado nesta terça-feira (9), trouxe ao centro do debate os aspectos jurídicos e societários das cooperativas de seguros, além de um amplo painel sobre os impactos da reforma tributária no cooperativismo. Juristas, autoridades da Receita Federal e dos governos federal e estaduais apresentaram análises sobre governança, regimes específicos e inovações que estão sendo implementadas com a nova legislação.
Seguros
A advogada e consultora jurídica, Angélica Carlini, destacou que a atividade securitária tem total afinidade com os princípios cooperativistas, por estar baseada em solidariedade e mutualismo. Ela explicou que a Lei Complementar nº 213/2025 estabeleceu novas exigências de governança para cooperativas que atuarão nesse segmento, incluindo conselhos de administração, diretorias e conselhos fiscais, lembrando que a regulamentação dessas exigências deverá ser proporcional ao porte e à complexidade das operações. “No seguro, dois pontos exigem máxima transparência: a subscrição de riscos e a regulação de sinistros. Sem governança adequada, esses processos não se sustentam”, ressaltou.
Na mesma linha, o diretor da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Carlos Roberto Alves de Queiroz, reforçou a confiança da autarquia no papel do cooperativismo dentro do mercado segurador. “O cooperativismo mostrou estar preparado para assumir uma função relevante na sociedade, e a Susep está convicta de que ele terá protagonismo no setor. A Lei Complementar 213 trouxe dispositivos importantes para garantir solvência e segurança, e vejo que o aspecto de conduta de mercado será uma contribuição essencial da comunidade jurídica cooperativista”, afirmou.
Reforma Tributária
O secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, trouxe uma abordagem técnica sobre a incidência do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços). Ele explicou que a neutralidade tributária é um princípio que precisa ser respeitado, evitando que o uso da cooperativa seja desincentivado. “O conceito é que o imposto não deve prejudicar ou favorecer formas específicas de organização econômica. O desafio é aplicar isso em um sistema onde parte dos cooperados não está no regime regular de débito e crédito, o que gera complexidade”, apontou.
Em seguida, José Evande Carvalho Araújo, consultor da Câmara dos Deputados, apresentou um panorama histórico das tentativas de reforma desde 1988 até a aprovação da Emenda Constitucional 132/2023. Ele elencou críticas ao sistema atual, como carga elevada, regressividade e guerra fiscal, e mostrou como o modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) moderno busca simplificar, ampliar a base de incidência e reduzir litígios.
Na visão de Vanessa Canado, coordenadora do Núcleo de Tributação do Insper, essa mudança tem ligação direta com o contencioso das cooperativas: 67% das decisões judiciais analisadas tratam de tributos que serão substituídos pela nova sistemática. “Um bom desenho legal do IVA é essencial para reduzir disputas e dar segurança jurídica ao setor”, observou.
O auditor fiscal da Receita Federal, Fernando Mombelli detalhou o regime específico das sociedades cooperativas previsto na legislação. Ele lembrou que a Constituição exige tratamento adequado ao ato cooperativo, e que a lei complementar recente permite aplicar alíquota zero em operações entre cooperados e cooperativas, assegurando neutralidade.
Split Paymentt
No período da tarde, o evento contou com a participação de Sheyne Leal, integrante do Grupo de Trabalho do Split Payment no Programa de Assessoramento Técnico à Implementação da Reforma da Tributação do Consumo (PAT-RTC). A especialista explicou o funcionamento dessa metodologia de pagamento, que será central na operacionalização do novo sistema de tributação do consumo no Brasil.
Segundo ela, o Split Payment tem como base a Lei Complementar nº 214/2025, que determina como os débitos do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) serão pagos. O modelo exige que o valor da operação seja automaticamente fracionado, garantindo transparência e rastreabilidade no recolhimento dos tributos.
O processo envolve diretamente fornecedor e adquirente: enquanto a transação é realizada, a parcela correspondente aos impostos é separada e destinada ao Comitê Gestor do IBS e à Receita Federal. Para isso, de acordo com Sheyne, estão previstas três modalidades de aplicação: a inteligente, em que o contribuinte informa os valores e eventuais excessos são ajustados em até três dias úteis; a superinteligente, em que o próprio governo calcula os valores, levando em conta créditos e pagamentos anteriores; e a simplificada, que utiliza percentuais pré-estabelecidos sobre a transação.
A implementação do modelo será gradual, começando pelas operações business-to-business (B2B) e em caráter opcional. Para a especialista, um dos pontos mais desafiadores será a integração dos sistemas de pagamento — como boleto, Pix e TED — ao mecanismo de divisão automática dos tributos.
Ela destacou ainda os princípios que orientam a adoção do Split Payment, como a necessidade de minimizar impactos financeiros, assegurar a fluidez no caixa das empresas e reduzir riscos operacionais. “A proposta é modernizar a arrecadação sem comprometer a atividade econômica, trazendo mais segurança jurídica para todos os envolvidos”, afirmou.
Painéis simultâneos
Encerrando a programação, o seminário promoveu três painéis simultâneos, cada um dedicado a um setor específico: instituições financeiras, operadoras de saúde e agropecuário.
No painel de instituições financeiras, advogados e dirigentes de cooperativas de crédito discutiram como os regimes específicos previstos na lei complementar dialogam com a atuação dessas entidades, em especial no que se refere à neutralidade do ato cooperativo e à competitividade das cooperativas de crédito.
O debate sobre operadoras de saúde reuniu especialistas em direito tributário e representantes de cooperativas de saúde. O grupo analisou como o novo sistema de tributação pode impactar os custos assistenciais, a sustentabilidade do modelo e a preservação da lógica mutualista na prestação de serviços de saúde.
Já o painel do setor agropecuário, que contou com tributaristas e especialistas, teve como foco a operacionalização da alíquota zero nas operações entre cooperados e cooperativas, a transição para o IVA e os desafios para manter a competitividade do agronegócio brasileiro no cenário global.
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Superintendente do Sistema OCB ressaltou desafios e oportunidades presentes no movimento
A superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, participou, nesta terça-feira (9), do 20º Encontro Estadual de Mulheres Cooperativistas, um dos eventos mais tradicionais do calendário cooperativista catarinense. Promovido pelo Sistema Ocesc, o encontro reuniu mais de 1,2 mil mulheres de 48 cooperativas nos dias 9 e 10 de setembro.
A edição de 2025 é considerada especial, uma vez que marca duas décadas de uma iniciativa que tem contribuído para fortalecer a participação feminina no movimento cooperativista. O tema escolhido, Raízes fortes, asas livres, simboliza a Foto: Cassius Souza
ligação das mulheres com os valores do cooperativismo, ao mesmo tempo em que reforça a autonomia, a leveza e a inspiração que elas espalham nos diversos ramos de atividade.
A programação inclui palestras, apresentações artísticas e culturais, rodas de conversa e momentos de convivência. Entre os destaques do primeiro dia, a superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, ministrou a palestra Cooperativismo: desafios e oportunidades. Primeira mulher a ocupar o cargo de superintendente da entidade, Tania compartilhou dados sobre a força do cooperativismo no Brasil e no mundo, além de refletir sobre o papel das lideranças femininas no futuro do setor.
Inicialmente, ela destacou que o cooperativismo brasileiro já reúne 25,8 milhões de cooperados e gera 578 mil empregos diretos, com movimentação financeira acima de R$ 757 bilhões em 2024. “Esses números mostram que somos parte fundamental da economia e da vida das pessoas. Mas, ainda mais importante, é lembrar que por trás de cada indicador estão histórias de trabalho coletivo, de inclusão e de impacto positivo nas comunidades”, afirmou.
Segundo Tania, ampliar a presença feminina em cargos de decisão é um dos grandes desafios do movimento. “As mulheres já representam uma parcela expressiva da base cooperativista, mas precisamos avançar na ocupação de espaços estratégicos. Isso não é apenas uma questão de justiça social, mas de competitividade. Diversidade gera inovação e resultados mais sustentáveis”, ressaltou.
A superintendente lembrou ainda que o Sistema OCB tem desenvolvido iniciativas específicas para promover a inclusão, diversidade e equidade, como os comitê Elas pelo Coop. “O que queremos é que cada mulher cooperativista se reconheça como parte essencial dessa jornada. Nossos comitês e programas são ferramentas para abrir portas, mas o verdadeiro protagonismo acontece quando cada uma se sente capaz de transformar sua realidade e o da sua comunidade”, disse.
Para Tania, o simbolismo de celebrar 20 anos do encontro é um chamado para o futuro. “Estamos aqui para honrar as raízes, mas também para abrir caminho para novas gerações de mulheres no cooperativismo. Esse é um movimento que não para de crescer, e as mulheres têm muito a contribuir para que ele seja cada vez mais forte, justo e inovador”, concluiu.
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Participantes discutem caminhos para ampliar proteção e garantir equilíbrio jurídico das cooperativas
O V Seminário Jurídico do Sistema OCB reúne nesta terça-feira (9), em Brasília, advogados, contadores e especialistas de todo o país para debater os principais avanços e desafios do cooperativismo nos campos jurídico e tributário. A abertura foi conduzida pelo presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, que destacou a importância do encontro como um fórum de alto nível para consolidar conhecimentos e fortalecer a segurança jurídica das cooperativas brasileiras. “Quero agradecer a todos os participantes e palestrantes que se dedicam a construir esse ambiente de troca e aprendizado. É assim que fortalecemos o nosso modelo de negócio, criando bases sólidas para o futuro”, afirmou.
O presidente destacou três pontos centrais que estarão no foco do seminário: a regulamentação do ramo de seguros, os avanços alcançados com a Reforma Tributária e a consolidação da rede de profissionais que atuam na área jurídica e contábil do movimento. Segundo ele, a criação do ramo Seguros é uma oportunidade única de ampliar o acesso da população a esse tipo de serviço. “Estamos muito atentos ao processo regulatório, em diálogo com a Susep e nossos consultores, para que esse novo ramo nasça bem estruturado e seja capaz de cumprir sua missão de maneira responsável. O seguro cooperativo pode ser uma ferramenta essencial para ampliar a proteção da população, mas precisa nascer com qualidade e inteligência”, reforçou.
Márcio também destacou a conquista recente do reconhecimento do ato cooperativo no âmbito da Reforma Tributária. Ele lembrou que, após décadas de debate, a nova legislação trouxe maior segurança ao modelo, resultado de um esforço conjunto de todo o movimento. “Alcançamos maturidade no diálogo com a Receita Federal e com a equipe responsável pela Reforma. Ainda temos regulamentações a enfrentar, mas conquistamos um marco que traz justiça e equilíbrio para as nossas operações”, avaliou.
Por fim, o presidente reforçou a importância de o seminário contribuir para a formação de uma rede nacional de excelência jurídica e contábil. “O cooperativismo já movimenta uma economia trilionária e reúne mais de 25 milhões de cooperados. Precisamos construir inteligência, procedimentos acertados e uma comunicação mais clara sobre o nosso modelo de negócios. O futuro do cooperativismo depende dessa união”, concluiu.
Palestra magna: recuperação judicial e a exclusão do ato cooperativo
Logo após a abertura, o evento recebeu a palestra magna do ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que abordou um tema de grande relevância: a exclusão dos atos cooperativos dos processos de recuperação judicial.
Segundo Cueva, três fundamentos principais justificam essa exclusão. O primeiro é a natureza jurídica diferenciada: a cooperativa de crédito não atua como banco tradicional, mas em uma lógica em que os associados são, ao mesmo tempo, donos e usuários da instituição. O segundo é a proteção do sistema cooperativo: submeter os créditos de uma cooperativa à recuperação judicial significaria transferir o prejuízo para todo o conjunto de cooperados, o que distorceria a lógica do modelo. O terceiro ponto é a coerência legislativa e constitucional: o ato cooperativo é protegido pela Constituição Federal e pela Lei 5.764/1971, que há mais de 50 anos estabelece suas particularidades.
“A exclusão dos atos cooperativos da recuperação judicial não é um privilégio, mas uma consequência da própria natureza do sistema. Esse entendimento garante segurança para que as cooperativas sigam cumprindo seu papel econômico e social sem comprometer a proteção de seus associados”, afirmou o ministro.
Com uma programação intensa ao longo do dia, o V Seminário Jurídico segue com debates sobre regime tributário, split payment, aspectos societários e painéis específicos sobre cooperativismo financeiro, de saúde e agropecuário.
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XIV Encontro Elas Pelo Coop BA teve como foco em inovação e formação feminina
Na última sexta-feira (5), mulheres cooperativistas da Bahia se reuniram em Salvador para o XIV Encontro de Mulheres Cooperativistas – Elas Pelo Coop BA. Realizado pelo Sistema Oceb, em parceria com o Comitê Elas Pelo Coop BA, o evento teve como objetivo capacitar lideranças femininas e dar continuidade ao planejamento estratégico construído coletivamente em 2024.
O evento contou com aproximadamente 100 participantes, e a programação combinou reflexões sobre o papel das mulheres no setor e temas de inovação, com destaque para a palestra sobre Inteligência Artificial (IA), ministrada por Rodrigo Rangel, analista de estudos econômicos do Sistema OCB.
IA como aliada da produtividade
Com o tema Inteligência Artificial e seu potencial para produtividade, Rodrigo apresentou conceitos básicos, desmistificou ideias equivocadas e trouxe exemplos práticos de uso das ferramentas digitais. Ele explicou como a IA pode apoiar tanto processos internos das cooperativas quanto estratégias de comunicação e marketing.
Segundo ele, compreender e dominar a interação com essas tecnologias já se tornou uma competência essencial. “A Inteligência Artificial não substitui as pessoas, mas potencializa aquelas que sabem usá-la. É uma ferramenta que amplia nossa capacidade de análise, de criação e de tomada de decisão”, afirmou.
A palestra abordou desde mitos e verdades sobre a IA até as diferenças entre machine learning e IA generativa, além de exemplos de aplicações no cotidiano das organizações. Rodrigo também explicou como funcionam os prompts – comandos que direcionam as respostas da IA – e deu dicas para torná-los mais eficientes.
“Um bom prompt é como uma boa pergunta: quanto mais claro e contextualizado, mais assertiva será a resposta. É isso que torna a IA uma parceira estratégica, seja para elaborar um plano de ação, resumir informações complexas ou gerar insights de mercado”, destacou.
Além do debate sobre inovação, o encontro deu continuidade à execução do planejamento do Comitê de Mulheres, elaborado em 2024 a partir de uma ampla escuta das cooperativistas baianas. O documento prevê ações de capacitação, promoção de lideranças e fortalecimento da rede de apoio entre mulheres.
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Debates abordaram ainda sustentabilidade e desafios para o futuro do cooperativismo no Ceará
O Sistema OCB teve papel de destaque no 2º Encontro Cooperativo Cearense – CoopCE 2025, realizado em Fortaleza, nesta sexta (5). O evento, promovido pelo Sistema OCB/CE, reuniu dirigentes, cooperados e parceiros institucionais sob o tema O Cooperativismo que o Ceará Precisa.
Com a presença de Guilherme Souza Costa, gerente do Núcleo de Inteligência e Inovação, e Débora Ingrisano, gerente de Desenvolvimento de Cooperativas, o Sistema OCB contribuiu com reflexões estratégicas sobre os rumos do setor. A participação aconteceu em dois dos três painéis temáticos que nortearam a programação.
Inovação como motor de transformação
No painel Inovação e futuro: o cooperativismo como protagonista da transformação, Guilherme destacou que as cooperativas brasileiras já reconhecem a inovação como prioridade, mas ainda enfrentam desafios para estruturar processos e ampliar resultados.
Segundo ele, a transformação digital, a inteligência estratégica e a capacidade de adaptação a megatendências como inteligência artificial, economia circular e diversidade são fundamentais para garantir competitividade. “A inovação precisa ser entendida não apenas como tecnologia, mas como cultura organizacional, capaz de gerar impacto econômico e social de longo prazo. O cooperativismo tem tudo para liderar essa agenda no Brasil”, afirmou.
Ele também compartilhou dados da Pesquisa de Inovação do Cooperativismo Brasileiro 2024, que mostram que 84% das cooperativas consideram inovação um tema muito importante e 79% já incluem a prática em seus planejamentos estratégicos.
Propósito e identidade como diferenciais
Já no painel Cooperativismo com propósito: sustentabilidade, diversidade e identidade, Débora Ingrisano ressaltou que a identidade cooperativista é, por si só, um compromisso com a Agenda ESG e com o desenvolvimento sustentável.
“Uma organização sustentável é aquela que se preocupa com o presente sem comprometer as gerações futuras. Isso significa ser economicamente viável, ambientalmente correta e socialmente justa. O cooperativismo já comprova, por indicadores concretos, que conseguimos equilibrar essas três dimensões. Somos um movimento com mais de 25 milhões de cooperados e que administra cerca de R$ 800 milhões, mostrando que é possível unir propósito, impacto social e solidez econômica”, destacou Débora.
A gerente também lembrou que 2025 foi proclamado pela ONU como o Ano Internacional das Cooperativas, reforçando o papel estratégico do movimento para enfrentar desigualdades e propor alternativas econômicas mais justas.
O CoopCE 2025 contou ainda com a palestra magna de Marcio Callage, diretor de Marketing da Vulcabras, e com a participação de Robson Mafioletti, superintendente do Sistema Ocepar, que conduziu o painel de encerramento com reflexões sobre o futuro do cooperativismo no Ceará.
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Evento reuniu lideranças para debater inclusão, equidade e futuro do cooperativismo
A valorização da liderança feminina no cooperativismo foi pauta central nesta quarta-feira (3), durante o Encontro do Comitê Elas pelo Coop, realizado na Casa do Cooperativismo, na Expointer 2025, em Esteio (RS). O evento reuniu cooperativistas de diferentes ramos, dirigentes e representantes institucionais em um espaço de diálogo e inspiração sobre inclusão, equidade e diversidade no movimento. A programação contou com a participação da superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, e teve objetivo promover a troca de experiências, incentivar novas lideranças femininas e reforçar o papel estratégico das mulheres no futuro do cooperativismo.
Em sua participação, Tania destacou a relevância do encontro no Rio Grande do Sul, estado que tem se tornado referência no fortalecimento do Elas pelo Coop. “O cooperativismo gaúcho mostra, mais uma vez, sua força e capacidade de liderar agendas transformadoras. O protagonismo das mulheres no Rio Grande do Sul inspira todo o Brasil e reforça que estamos no caminho certo para construir um movimento mais justo, diverso e representativo”, afirmou.
Presença em ascensão
De acordo com o AnuárioCoop 2025, as mulheres representam hoje 41,78% do quadro social das cooperativas brasileiras, com presença majoritária em ramos como Trabalho (57%) e Saúde (50%). No mercado de trabalho, a participação feminina também vem crescendo de forma expressiva: em 2024, elas já correspondiam a 52% dos empregados em cooperativas, somando mais de 301 mil trabalhadoras, contra 190 mil em 2021 — um crescimento de 58%.
Para a superintendente, esses avanços refletem o potencial transformador das cooperativas, mas também evidenciam que ainda há espaço para evoluir. “Não se trata apenas de garantir oportunidades iguais, mas de reconhecer que a diversidade de olhares é fundamental para a inovação e para o desenvolvimento sustentável. Quando as mulheres estão à frente, o cooperativismo se torna ainda mais forte”, declarou.
Liderança
Apesar do aumento no número de cooperadas e empregadas, os dados sobre liderança ainda revelam um desafio. Apenas 22% dos dirigentes de cooperativas no Brasil são mulheres, proporção que pouco mudou nos últimos anos. Em contrapartida, o fato de 28% dessas dirigentes terem menos de 40 anos, contra apenas 14% dos homens, sinaliza uma renovação geracional importante.
O Comitê Elas pelo Coop atua justamente para acelerar esse processo. Criado a partir de uma deliberação do 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC), o comitê tem como missão fortalecer a presença feminina nos espaços de decisão estratégica. Para isso, desenvolve ações em quatro eixos: intercooperação, elaboração de diretrizes, formação e capacitação, e representação institucional. Atualmente, já existem 17 comitês estaduais espalhados pelo país, que promovem oficinas, mentorias e participação ativa em fóruns regionais e nacionais.
Pioneirismo
O Rio Grande do Sul foi um dos pioneiros na criação do comitê estadual, coordenado por Agueda Kunz, e tem se destacado por sua capacidade de mobilização. “O engajamento das cooperativas gaúchas é um exemplo para todo o Brasil. Aqui vemos mulheres ocupando espaços de representação, investindo em capacitação e mostrando que a diversidade não é apenas um discurso, mas uma prática concreta”, ressaltou Tania.
Segundo ela, a meta institucional do Sistema OCB é avançar para um equilíbrio de 60/40 na representatividade de gênero nas lideranças cooperativistas. “Esse objetivo é ambicioso, mas plenamente possível. Cada comitê estadual criado, cada mulher que assume um cargo de liderança e cada espaço de voz conquistado nos aproxima dessa meta. O Elas pelo Coop é uma semente que já está germinando e que, com certeza, dará frutos cada vez mais consistentes”, acrescentou.
Atualmente, o cooperativismo brasileiro está presente em 64% do território nacional, reúne 25,8 milhões de cooperados e gera 578 mil empregos diretos, além de movimentar R$ 757,9 bilhões em ingressos. Dentro desse universo, a crescente participação feminina mostra que a inclusão e a diversidade são estratégias de fortalecimento do setor.
“O futuro do cooperativismo é diverso, inovador e inclusivo. E as mulheres têm papel central nessa construção. Seguiremos firmes nesse compromisso, porque acreditamos que o cooperativismo só é verdadeiramente cooperativo quando todas e todos têm espaço para crescer”, concluiu Tania.
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Evento no Banco Central destacou avanços do ecossistema e contou com case do coop
O cooperativismo brasileiro esteve em evidência na celebração dos cinco anos de regulamentação do Open Finance no Brasil, realizada na última quinta-feira (28), na sede do Banco Central, em Brasília. O encontro reuniu autoridades, reguladores, representantes do setor financeiro e especialistas em tecnologia para debater a evolução do ecossistema, seus resultados e as próximas etapas.
Um dos momentos de destaque foi a participação de Marta Dalpian Heis, superintendente de Soluções de Crédito e Negócios do Sicredi e conselheira suplente na cadeira doo cooperativismo no conselho do Open Finance. Marta apresentou um caso de uso prático desenvolvido a partir da estrutura do sistema, mostrando como a análise responsável dos dados compartilhados pode gerar soluções financeiras mais personalizadas e vantajosas para os cooperados.
Segundo ela, a iniciativa já tem permitido ampliar a abertura de contas e facilitar o acesso ao crédito dentro do Sicredi. “Essa é uma forma de transformar informação em valor para o associado, garantindo soluções mais justas, transparentes e conectadas à realidade das pessoas. Nosso papel, enquanto cooperativas, é assegurar que o Open Finance atenda às pessoas de forma equilibrada, sem perder de vista a inclusão financeira e o desenvolvimento das comunidades”, ressaltou.
A celebração dos cinco anos foi marcada pela apresentação de números que demonstram a consolidação do ecossistema. Hoje, o Open Finance no Brasil já soma mais de 103 milhões de autorizações ativas de compartilhamento de dados, envolvendo 68 milhões de contas. Somente em julho de 2025, as movimentações em pagamentos e transferências via Open Finance chegaram a R$ 1,16 bilhão, reforçando a confiança e a adesão dos usuários. Além disso, o Banco Central destacou que mais de R$ 31 bilhões em operações de crédito foram originados a partir da análise de dados compartilhados.
Entre os próximos passos, a agenda evolutiva do Banco Central prevê a implementação da portabilidade de crédito via Open Finance, medida que deve agilizar processos, reduzir custos e ampliar a concorrência, beneficiando diretamente os consumidores. Para as cooperativas, a mudança representa mais uma oportunidade de mostrar a força do modelo em levar inclusão financeira a regiões e públicos muitas vezes pouco atendidos por instituições tradicionais.
O evento Open Finance 5 anos: Conectando o Futuro contou ainda com painéis sobre integração de ecossistemas, governança, inovação e impactos para consumidores e instituições financeiras.
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Conferência em San José, na Costa Rica, destaca avanços do país no cooperativismo de seguros
A presença brasileira na 30ª Conferência da Federação Internacional de Cooperativas e Mútuas de Seguro (ICMIF Américas), realizada entre os dias 27 e 29 de agosto em San José (Costa Rica), marcou um momento histórico para o cooperativismo nacional: é a primeira vez que a OCB participa como membro oficial da ICMIF — organização global que reúne cooperativas e mútuas de seguro — elevando o país ao centro de discussões internacionais do setor. A entidade foi representada por Tiago Barros, analista técnico da Gerência de Relações Institucionais e Daniel Antunes, advogado.
A conferência teve como tema Rooted resilience (Resiliência enraizada) e explorou como as cooperativas de seguros podem resistir, se adaptar e inovar em meio a transformações socioeconômicas e ambientais. O evento reuniu lideranças das Américas para trocar experiências, debater políticas regulatórias e apresentar boas práticas para modernizar o setor em tempos de rápidas mudanças globais.
Para o cooperativismo brasileiro, agora como membro ativo da entidade, a presença no ICMIF representa a confirmação de sua capacidade de contribuir com soluções robustas e sustentáveis também no âmbito internacional.
Nova era do seguro cooperativo no Brasil
A promulgação da Lei Complementar nº 213/2025 foi um divisor de águas. A nova legislação abre caminho para que cooperativas possam atuar no mercado segurador com mais liberdade, gerando oportunidades inéditas de crescimento e democratização do acesso à proteção. Esses avanços regulatórios permitem ao país se aproximar das cooperativas de seguro que respondem atualmente por mais de 26% do mercado global, conforme dados da ICMIF.
Durante a conferência, o Brasil foi apontado como um case emergente de transformação regulatória, com destaque especial à participação técnica do Sistema OCB.
Painel com participação brasileira
No painel Opening up and diversifying an insurance market: challenges and opportunities, (Abertura e diversificação do mercado de seguros: desafios e oportunidades) Tiago Barros compartilhou a experiência brasileira frente às mudanças legais. Ele sublinhou que a nova lei permitirá que o mercado se torne mais competitivo, acessível e cooperativo.
“Estamos diante de uma oportunidade histórica. O Brasil agora pode mostrar que o seguro cooperativo não é apenas eficiente, mas também inclusivo e socialmente transformador. O Sistema OCB está pronto para apoiar o setor com inovação, governança e segurança institucional”, afirmou.
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Maior movimento de voluntariado cooperativista do país acontece neste sábado, 30 de agosto
Neste sábado (30), cooperativas de todo o Brasil vão sair às ruas para promover o Dia de Cooperar – o Dia C, maior movimento de voluntariado cooperativista do país. A iniciativa, que já se consolidou no calendário nacional, leva serviços gratuitos, atividades culturais, ambientais e de saúde às comunidades.
Criado para colocar em prática o sétimo princípio cooperativista – o interesse pela comunidade –, o Dia C une milhares de voluntários, cooperados, familiares e parceiros em uma corrente de solidariedade que cresce a cada ano. Em 2025, a mobilização chega a centenas de cidades em todos os estados brasileiros, alcançando diretamente milhares de pessoas.
“As cooperativas não medem esforços para estar ao lado da população. O Dia C é a oportunidade de mostrar, de forma concreta, o quanto estamos comprometidos com o bem-estar das comunidades. É um dia de união, solidariedade e transformação social”, afirma Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB.
Diversidade de ações pelo país
A programação varia em cada região, mas todas têm em comum o objetivo de transformar vidas por meio de gestos simples e voluntários.
No Nordeste, por exemplo, Petrolina (PE) terá caminhada cooperativa, entrega de equipamentos a hospitais e um grande mutirão de serviços de saúde. Em Recife, atividades esportivas, oficinas artísticas e de educação financeira também fazem parte da agenda. Na Bahia, cidades como Salvador, Porto Seguro e Itabuna receberão mobilizações com atendimentos médicos, ações de lazer e apoio a instituições sociais.
No Norte, Manaus (AM) organiza um dia inteiro de atividades, com atendimentos médicos e odontológicos, oficinas de artesanato e serviços sociais. No Pará, além de oficinas educativas e atendimentos de saúde, haverá ainda a Corrida do Voluntariado, que une esporte e solidariedade.
O Sudeste também terá forte participação. Em Belo Horizonte (MG), a Praça da Assembleia vai receber apresentações culturais, oficinas, espaço kids, serviços de saúde e educação financeira. Já no Espírito Santo, cidades como Cachoeiro de Itapemirim e Castelo organizam desde atividades recreativas até corridas de rua, além da campanha de doação de sangue Coopere com a Vida.
No Centro-Oeste, Campo Grande (MS) terá mutirão de serviços gratuitos à população, incluindo atendimentos médicos, educação financeira e ações ambientais. Em Três Lagoas, a programação inclui feira de adoção de animais e apoio ao empreendedorismo local.
Já no Sul, o Paraná se destaca com mobilizações em diversas cidades, como mutirões de saúde, arrecadação de alimentos, doação de sangue e até a reconstrução de instituições sociais. No Rio Grande do Sul, o Dia C vai integrar a programação da Expointer, em Esteio, na Casa do Cooperativismo, com atividades educativas e ambientais.
Força coletiva
Segundo o presidente Márcio, o evento só é possível graças à parceria entre cooperativas de diferentes ramos, organizações estaduais e a unidade nacional, que oferecem estrutura, voluntários e apoio institucional. “O Dia C mostra o poder da coletividade. Quando cooperativas, associados e parceiros se unem, conseguimos resultados que transformam a realidade de milhares de pessoas em todo o Brasil”, reforça.
A mobilização também deixa legados. Muitas ações iniciadas no Dia C se transformam em projetos contínuos, fortalecendo a presença do cooperativismo na vida das comunidades.
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Evento reuniu lideranças para discutir previdência, licitações e avanços do setor
O Sistema OCB participou, na quarta-feira (26), do Encontro das Cooperativas de Trabalho do Rio Grande do Sul, evento promovido pela Federação das Cooperativas de Trabalho do estado (Fe Trabalho RS), com apoio do Sistema Orcergs. Realizado em Porto Alegre, o encontro reuniu lideranças, especialistas e cooperados para debater os principais desafios e oportunidades do ramo, que desempenha papel essencial na geração de trabalho e renda em diferentes setores da economia.
Representaram o Sistema OCB a analista técnica da Gerência de Relações Institucionais, Priscilla Silva Coelho, e o advogado Paulo Portuguez, que conduziram uma parte da agenda com duas pautas centrais: a contribuição previdenciária individual dos cooperados e a participação das cooperativas de trabalho em licitações públicas.
Reforma tributária e previdência em pauta
Na parte da manhã, os participantes acompanharam uma consultoria especializada sobre os impactos da reforma tributária nas cooperativas de trabalho. O tema despertou grande interesse, já que o setor busca segurança jurídica e melhores condições para competir em igualdade com outros modelos econômicos.
À tarde, Priscilla apresentou o estudo desenvolvido pelo Sistema OCB sobre os impactos da atual contribuição previdenciária incidente sobre os cooperados. Hoje, o trabalhador associado à cooperativa de trabalho é enquadrado como contribuinte individual e sofre com a incidência de uma alíquota de 20% sobre sua remuneração.
“Esse modelo onera de forma excessiva o cooperado e acaba desestimulando a adesão ao cooperativismo de trabalho. Nosso estudo mostra que a carga previdenciária para o cooperado é muito mais pesada do que para profissionais contratados por CLT, pessoas jurídicas, e até mesmo o modelo instituído pelo MEI, gerando uma concorrência desigual. Muitas cooperativas têm perdido associados por conta dessa realidade”, explicou Priscilla.
O levantamento, que analisou casos de cooperativas de diferentes áreas, apontou as faixas de renda que são mais impactadas e comparou a tributação com outros Como encaminhamento, o estudo proporciona trazer novas informações que embasam a atuação institucional do Sistema OCB junto ao Legislativo e ao Executivo, buscando construir alternativas mais justas.
Licitações: busca por igualdade de condições
Na sequência, Paulo Portuguez tratou das dificuldades enfrentadas pelas cooperativas de trabalho para participar de licitações públicas. Apesar de não haver justificativa legal consistente, muitos editais ainda restringem a presença das cooperativas.
“Há uma série de interpretações equivocadas em normativos que acabam limitando a participação das cooperativas em licitações. Nosso esforço tem sido mostrar que elas têm plena capacidade de prestar serviços e que impedir sua participação significa restringir a concorrência e prejudicar a coletividade”, destacou Paulo.
Segundo ele, o Sistema OCB vem desenvolvendo um plano de ação junto à Advocacia-Geral da União (AGU), ao Tribunal de Contas da União (TCU) e a outros órgãos federais para construir uma nova interpretação da legislação e eliminar barreiras desnecessárias. “O que defendemos é igualdade de condições. As cooperativas precisam ser vistas como empreendimentos sólidos, que geram emprego, renda e entregam resultados de qualidade à sociedade”, reforçou.
Cooperação em rede
O encontro foi considerado um momento estratégico de aproximação entre o Sistema OCB e as cooperativas de trabalho gaúchas. Além de apresentar estudos e encaminhamentos, a equipe nacional pôde ouvir de perto as principais demandas das organizações, fortalecendo a agenda conjunta de atuação.
Para Priscilla, a oportunidade foi valiosa. “O diálogo com as cooperativas em campo é fundamental. É ouvindo as dores e expectativas delas que conseguimos construir propostas consistentes e defender políticas públicas que realmente façam diferença”, afirmou.
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Encontro em Cancún reuniu lideranças do cooperativismo e debateu temas estratégicos
A cidade de Cancún, no México, sediou nesta semana a 104ª Reunião do Conselho da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) Américas, braço regional da ACI, reunindo dirigentes de diversos países para tratar de temas administrativos, financeiros e estratégicos do movimento. Embora a pauta oficial tenha seguido os trâmites regulares, a presença do presidente da ACI, Ariel Guarco, deu um tom especial ao encontro. Ele anunciou sua intenção de concorrer a um terceiro mandato à frente da entidade global, recebendo apoio unânime dos conselheiros presentes.
Entre os assuntos de rotina, o Conselho aprovou atas e relatórios da reunião anterior, analisou os resultados financeiros do semestre e debateu o orçamento para 2026. Houve também a ratificação de mudanças na representação de alguns membros, além da apresentação de um panorama do cooperativismo mexicano, anfitrião do encontro. A agenda incluiu ainda informes sobre os eventos oficiais do Ano Internacional das Cooperativas 2025, com destaque para as atividades realizadas no Chile, México e as previstas para Paraguai e Panamá.
Ariel Guarco, que já cumpre o segundo mandato como presidente da ACI, sinalizou sua disposição em disputar a reeleição em 2026, último mandato permitido pelo estatuto da entidade. “Guarco compartilhou com os conselheiros sua visão de continuidade no trabalho de fortalecimento das cooperativas no cenário global e recebeu manifestações de apoio de todos os membros presentes”, relatou João Penna, coordenador de Relações Internacionais do Sistema OCB, que acompanha a agenda no México.
Outro ponto relevante da programação foi a preparação para as próximas atividades do Ano Internacional das Cooperativas, proclamado pela ONU. Durante o encontro, os conselheiros receberam informes sobre o evento regional de finanças cooperativas, que está sendo realizado em Cancún entre 27 e 29 de agosto, e sobre os compromissos futuros, como a reunião do Conselho Mundial da ACI, prevista para dezembro em Brasília.
O Brasil também marcou presença na agenda com a participação de Fernando Colombo, da Ocesp, que, no dia seguinte, conduziu uma apresentação sobre o cooperativismo de crédito no país. A fala reforçou a contribuição do setor financeiro cooperativo para a inclusão e o desenvolvimento econômico, destacando experiências brasileiras que têm servido de referência internacional.
Para João Penna, a reunião reforçou o papel estratégico da ACI como espaço de diálogo e articulação global. “O alinhamento em torno da Agenda Internacional do Cooperativismo tornou esse momento relevante. É a partir dessas instâncias que o movimento projeta sua presença no cenário mundial e prepara o terreno para desafios como a implementação da Agenda 2030 e a consolidação de novas formas de cooperação”, destacou.
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Edital seleciona planos de negócio em áreas estratégicas da Nova Indústria Brasil
Está aberta a Chamada Pública Nordeste, uma iniciativa conjunta do BNDES, Finep, Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Caixa Econômica Federal, com apoio técnico da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (CNE). O objetivo é selecionar Planos de Negócio com foco em investimentos estratégicos na região, vinculados às missões da Nova Indústria Brasil (NIB).
O Sistema OCB incentiva a participação por considerar que a chamada representa uma oportunidade inédita para as cooperativas brasileiras, que poderão apresentar projetos individuais ou em consórcio. O valor mínimo de cada proposta é de R$ 10 milhões, e a estimativa global de recursos disponíveis chega a R$ 10 bilhões.
Setores prioritários
As propostas devem se enquadrar em uma das seguintes áreas:
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Energias Renováveis (armazenamento): soluções inovadoras para ampliar a autonomia da matriz elétrica sustentável.
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Bioeconomia (fármacos): desenvolvimento de medicamentos e terapias a partir de recursos biológicos renováveis.
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Hidrogênio Verde: produção e uso do H2V em escala, com foco em eficiência e redução de custos.
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Data Center Verde: implantação de estruturas de baixo impacto ambiental e alta eficiência energética.
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Setor Automotivo (incluindo máquinas agrícolas): inovações em combustíveis limpos, novas propulsões e produtividade.
Como participar
A inscrição deve ser feita até 15 de setembro de 2025, às 18h, por meio do formulário eletrônico disponível no portal da Finep. Além do envio do plano de negócios, é obrigatório anexar um vídeo de até dez minutos, apresentando a relevância do projeto e a capacidade técnica e operacional da cooperativa proponente.
O processo de seleção será conduzido por um Grupo de Trabalho formado (GT) pelas instituições financeiras parceiras. Os critérios de análise incluem a aderência às missões da NIB, a consistência técnica e financeira do plano, além da capacidade de execução e de cooperação com universidades e centros de pesquisa.
Modalidades de apoio
Os projetos aprovados terão diferentes modelos de financiamento. Após a seleção, cada proposta dará origem a um Plano de Suporte Conjunto (PSC), que indicará os instrumentos mais adequados às suas necessidades, podendo incluir crédito, participação acionária, subvenção econômica ou recursos não reembolsáveis destinados a projetos cooperativos com instituições tecnológicas.
Prazos e resultados
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Inscrição: até 15/09/2025, às 18h
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Divulgação dos resultados: até 28/11/2025
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Estruturação dos Planos de Suporte: até 15/01/2026
Dúvidas podem ser encaminhadas aos e-mails
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Encontro discutiu novos modelos societários e parceria institucional entre as entidades
Na última quinta-feira (21), o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, recebeu, na sede da entidade, o superintendente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Alessandro Octaviani. A reunião marcou um passo importante para o avanço da regulamentação e do fortalecimento da atuação das cooperativas no setor securitário brasileiro.
Durante o encontro, Octaviani apresentou um panorama das principais mudanças legais e regulatórias ocorridas em 2024 e 2025, bem como o esforço da Susep em preparar o setor para recepcionar novos modelos societários que deverão compor o mercado de seguros nos próximos anos. Ele destacou a importância do cooperativismo como alternativa inovadora e democrática para a ampliação da oferta de serviço.
Segundo o superintendente, a Susep está empenhada em assegurar um ambiente regulatório adequado às especificidades do cooperativismo, favorecendo tanto a solidez quanto a competitividade. Nesse sentido, ele antecipou que, nos próximos dois meses, a regulamentação voltada especificamente às cooperativas de seguros deve entrar em consulta pública, um avanço aguardado por todo o setor.
O presidente Márcio ressaltou a relevância dessa agenda e a necessidade de construir um ambiente institucional seguro para o desenvolvimento das novas cooperativas. “A regulação é um marco essencial para que as cooperativas de seguros possam nascer e se consolidar com solidez, transparência e segurança jurídica. O que estamos discutindo aqui é uma base que permitirá ao cooperativismo ampliar sua atuação em um setor estratégico para a sociedade brasileira”, afirmou.
Ele lembrou ainda que o cooperativismo já tem atuação consolidada em outros segmentos regulados, como o crédito e a saúde, o que reforça sua capacidade de se adaptar e prosperar em ambientes de alta exigência normativa. “Nestes segmentos, o cooperativismo brasileiro já mostrou sua força e sua capacidade de oferecer soluções competitivas e inclusivas. Temos confiança de que o mesmo acontecerá no setor de seguros, desde que estejamos amparados por uma regulação moderna e adequada”.
A reunião também foi uma oportunidade para consolidar a parceria institucional entre o Sistema OCB e a Susep. “Estamos iniciando uma relação muito positiva com a Superintendência, baseada em diálogo, confiança e respeito mútuo. Essa parceria é fundamental para que as cooperativas de seguros surjam fortes e bem estruturadas, prontas para atender às demandas da sociedade”, reforçou o presidente.
O Sistema OCB se comprometeu a acompanhar de perto os próximos passos do processo regulatório, oferecendo suporte técnico às cooperativas já existentes e orientando novos grupos interessados em constituir cooperativas de seguros. A entidade também seguirá atuando como interlocutora qualificada junto à Susep, para que as especificidades do modelo cooperativo estejam refletidas na regulamentação.
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Iniciativa reforça compromisso do Sistema OCB em qualificar continuamente suas equipes estaduais
Com foco na profissionalização da gestão cooperativista, o Sistema OCB, com o apoio do Sescoop/PE, promoveu na semana passada, em Recife, dois dias de treinamento para equipes técnicas das OCEs do Nordeste. O evento, que teve início na quinta-feira (21), reuniu técnicos, analistas e coordenadores da região com o objetivo de capacitar as equipes na utilização de três ferramentas fundamentais para a atuação da entidade nacional: Arrecadação, SouCoop e Desempenho.
Para Guilherme Souza Costa, gerente do Núcleo de Inteligência e Inovação do Sistema OCB, a iniciativa reforça o papel da entidade em qualificar continuamente suas equipes. “Esse treinamento representa um passo importante para a profissionalização do cooperativismo brasileiro. Quando fortalecemos o conhecimento das nossas equipes estaduais, ampliamos a capacidade de atender às cooperativas de forma mais estratégica, entregando informações consistentes e apoio qualificado para a tomada de decisão”, afirmou.
Ele também destacou o impacto direto das ferramentas digitais na rotina das cooperativas. “As plataformas SouCoop e Desempenho nasceram com o propósito de trazer mais transparência, agilidade e visão estratégica para as cooperativas. Quanto mais bem preparadas estiverem as equipes que as operam, maior será o impacto positivo na ponta, no dia a dia das nossas cooperativas”, completou.
Na avaliação de Fábio Trinca, gerente Financeiro do Sistema OCB, o encontro contribuiu para nivelar o conhecimento entre os colaboradores das OCEs. “O treinamento foi uma oportunidade valiosa para que os colaboradores, tanto os mais experientes quanto os recém-chegados, pudessem se familiarizar com a operação desses sistemas, compreendendo sua relevância e a legislação que os rege. A iniciativa reforça o compromisso do Sistema OCB em equipar suas equipes com as ferramentas necessárias para um trabalho de excelência”, destacou.
Sistemas estratégicos
O SouCoop é a principal plataforma de gestão e atualização de dados das cooperativas. Por meio dela, as organizações mantêm suas informações em dia e têm acesso a serviços e soluções oferecidos pelo Sistema OCB. Além disso, a ferramenta concentra três processos essenciais para a representação do setor: o registro das cooperativas, a atualização cadastral e a consolidação dos dados que compõem o Anuário do Cooperativismo Brasileiro.
O Desempenho, por sua vez, possibilita que as cooperativas acompanhem, em tempo real, seus indicadores econômico-financeiros e realizem benchmarking com organizações de todo o país. A plataforma apoia os gestores em tomadas de decisões mais assertivas, fomenta a autogestão, promove a transparência e contribui diretamente para a sustentabilidade dos negócios cooperativos.
Já o Arrecadação garante maior organização e padronização na gestão das obrigações financeiras das cooperativas, para manutenção da adimplência e regularidade do junto à OCB.