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Diagnóstico do Sistema OCB indica melhorias no uso de energia para reduzir impacto ambiental
A busca por eficiência e sustentabilidade está cada vez mais presente na estratégia das cooperativas brasileiras. Um exemplo concreto dessa transformação é a Cocatrel, cooperativa agropecuária com sede em Três Pontas (MG), que acaba de receber a Solução Eficiência Energética, do Programa ESGCoop, iniciativa do Sistema OCB em parceria com as unidades estaduais e consultorias especializadas.
O diagnóstico, realizado entre os dias 5 e 7 de agosto, envolveu representantes da Unidade Nacional da OCB, da Ocemg e da consultoria Stride, além de contar com participação ativa da alta liderança da cooperativa. Logo na chegada, a equipe foi recebida pelo presidente, Jacques Fagundes Miari; Vice-presidente, Luiz Eduardo Vilela de Rezende; e diretor de operações da Cocatrel, Alcione korte, além de engenheiros e gestores de diversas áreas, demonstrando o alinhamento institucional com o tema.
Para Thayná Côrtes, analista do Ramo Infraestrutura do Sistema OCB, a receptividade e o engajamento da Cocatrel foram destaques da missão. “Foi muito interessante perceber que a cooperativa já tinha várias ideias e iniciativas em andamento voltadas à eficiência energética. A Solução veio para somar: ajudar a organizar essas ideias, trazer novas possibilidades e apontar caminhos concretos. A equipe da Cocatrel está realmente engajada, com vontade de estudar, entender e implementar melhorias reais”, afirmou.
Impacto positivo
A Cocatrel já realiza algumas ações importantes na área, como a compra de energia no mercado livre, buscando opções mais sustentáveis e econômicas, além de investimentos em usinas fotovoltaicas. A cooperativa também já vinha estudando a troca de empilhadeiras a gás por elétricas e melhorias nos sistemas de contenção de pó gerado no beneficiamento do café — um dos grandes desafios operacionais do setor.
Segundo o vice-presidente do conselho de administração da Cocatrel, Luiz Eduardo Vilela de Resende, a parceria com o Programa ESGCoop contribui diretamente para alinhar os objetivos econômicos e ambientais da cooperativa. “Trabalhar com eficiência energética é algo estratégico, especialmente dentro da agenda ESG, que prioriza economia, sustentabilidade e impacto positivo. A parceria com o Sistema OCB e a consultoria especializada nos permite enxergar com mais clareza onde estão os gargalos e como podemos evoluir. Estamos orgulhosos de fazer parte dessa iniciativa.”
O projeto também reforça o protagonismo da Ocemg no apoio à sustentabilidade do cooperativismo mineiro. Para Thiago Machado, analista de Educação e Desenvolvimento Sustentável da organização, os benefícios da solução vão além da redução de custos. “A Solução Eficiência Energética melhora a competitividade, libera recursos para novos investimentos e fortalece o compromisso socioambiental das cooperativas. No caso específico das cooperativas de café, por exemplo, contribui ainda para otimizar processos como secagem, beneficiamento e armazenagem, garantindo mais qualidade e menos desperdício”, declarou.
De acordo com Thiago, exemplos práticos incluem a modernização de motores e sistemas de iluminação, o que reduz o consumo de energia e evita cobranças por demanda ociosa ou ultrapassada. “Eficiência energética significa produzir o mesmo resultado — ou melhor — com menos energia. Eliminar desperdícios e ajustar processos para consumir só o necessário, sem perder qualidade ou produtividade”, complementou
Boas práticas
A Solução Eficiência Energética é uma das frentes de atuação do Programa ESGCoop, que busca apoiar as cooperativas brasileiras na construção de modelos de gestão mais alinhados às boas práticas ambientais, sociais e de governança. A iniciativa oferece diagnósticos técnicos, planos de ação sob medida e apoio especializado na implementação das melhorias identificadas.
Além de reduzir custos e emissões, o projeto também fortalece o posicionamento das cooperativas diante do mercado internacional, que valoriza cada vez mais organizações com práticas sustentáveis e compromisso climático.
Com mais de 9 mil cooperados e um faturamento de R$ 3,3 bilhões no último exercício, a Cocatrel reforça, com essa adesão, sua visão de futuro. O diagnóstico realizado é apenas o primeiro passo de uma jornada de transformação, que inclui ações de curto, médio e longo prazo. “São iniciativas que não se implementam da noite para o dia, mas o mais importante é perceber que há um comprometimento real da cooperativa em estudar, planejar e fazer acontecer”, concluiu Thyaná Côrtes.
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Evento reconheceu avanços na medição e gestão de emissões de gases de efeito estufa
O Programa GHG Protocol realizou, em São Paulo, seu evento anual do Ciclo 2025, destacando o protagonismo crescente das cooperativas brasileiras na agenda climática. Ao todo, 29 cooperativas publicaram inventários de emissões de gases de efeito estufa (GEE).
O encontro apresentou um panorama da evolução da medição de emissões no Brasil, que em 2025 alcançou 1,3 mil inventários publicados, um recorde histórico desde o início da série em 2008. A divulgação desses dados, de caráter voluntário, indica que cada vez mais organizações estão incorporando práticas de gestão ambiental e alinhando suas operações a metas de descarbonização e ESG.
Solução Neutralidade Carbono impulsiona o setor
A presença das cooperativas no evento é resultado direto do Projeto Neutralidade de Carbono, iniciativa conduzida pelo Sistema OCB desde 2024, como parte do
Programa ESGCoop. A Solução incentiva cooperativas a medir e gerenciar suas emissões, dando o primeiro passo para a neutralidade de carbono.
Na fase piloto do projeto, participaram a CCPR/MG, a Cooproeste/BA e a Witmarsum/PR, que conquistaram o selo prata já no primeiro ciclo — um avanço significativo para organizações que ainda estavam iniciando a mensuração de emissões. Atualmente, a Solução apoia 18 cooperativas em seus processos de descarbonização, com foco na elaboração do inventário de emissões, publicação no Registro Público de Emissões e na entrega de um relatório com oportunidades concretas de descarbonização.
Para Alex Macedo, coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, o projeto marca uma mudança de cultura dentro do cooperativismo. “O inventário de emissões oferece às cooperativas uma visão estratégica dos seus impactos e abre caminho para ações de redução e compensação de carbono, alinhando o setor às demandas ambientais e de mercado.”
Segundo ele, o reconhecimento no GHG Protocol fortalece a imagem das cooperativas e amplia a confiança de parceiros e consumidores em relação ao compromisso ambiental do setor.
O que é o GHG Protocol
O GHG Protocol é a principal metodologia mundial para contabilizar emissões de gases de efeito estufa, desenvolvida em parceria pelo World Resources Institute (WRI) e o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD). No Brasil, o programa é conduzido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) desde 2008 e oferece ferramentas gratuitas para que organizações calculem, publiquem e gerenciem suas emissões.
A plataforma Registro Público de Emissões reúne todos os inventários publicados. No início da série histórica, apenas 23 empresas haviam divulgado seus dados. Em 2025, o número atingiu 1,3 mil inventários, de 674 organizações, um recorde. As emissões de escopo 3, relacionadas à cadeia de valor das empresas, continuam sendo o maior desafio, respondendo por mais de 1 bilhão de toneladas de CO₂ equivalente.
Vozes do cooperativismo: experiências e aprendizados no GHG Protocol
Após o evento, os representantes das cooperativas participantes compartilharam suas impressões sobre a importância da iniciativa para o fortalecimento da sustentabilidade no setor.
Segundo Francimar Duarte, assessora de sustentabilidade da COMIGO, o evento marcou um momento importante para a cooperativa. “Este foi o primeiro ano em que realizamos nosso inventário de emissões com registro público. Participar do evento nos permitiu compartilhar aprendizados, ouvir experiências e reforçar nosso compromisso com a gestão ambiental.”
Para Alzimiro Thomé, presidente do Cresol Instituto, o encontro foi estratégico para fortalecer o planejamento sustentável da rede. “Foi excelente estar conectado às boas práticas e aprimorar a Estratégia de Sustentabilidade da Cresol. A conquista do Selo Prata nos motiva a seguir firmes no fortalecimento da nossa agenda ESG.”
Juliana Cristina Knopka, analista de Sustentabilidade da Ailos, também destacou a importância da troca entre as instituições presentes. “Foi uma oportunidade valiosa para aprofundar os conhecimentos, compartilhar desafios e reafirmar nosso compromisso com a agenda ambiental. E, claro, celebrar nosso primeiro inventário registrado.”
Ana Paula Maciel, analista ambiental da Copacol, ressaltou o papel fundamental do apoio técnico recebido pelo projeto. “Sem esse incentivo, talvez não tivéssemos conseguido fazer o inventário este ano. Foi essencial para sairmos do zero. O cooperativismo precisa conhecer suas emissões para planejar o futuro. Agora, nosso foco é desdobrar essas ações dentro dos processos da cooperativa e fortalecer a descarbonização de forma integrada.”
Orildo Germano Belegante, presidente da Coasa, reforçou o engajamento da cooperativa com práticas sustentáveis. “Foi uma honra participar do projeto. Estamos comprometidos com uma gestão mais sustentável, tanto internamente quanto junto aos nossos agricultores. Esse trabalho é essencial para construirmos uma sociedade e um ambiente melhores.”
“Foi uma honra contribuir com essa discussão tão relevante. Iniciativas como esta fortalecem a conscientização e promovem ações efetivas em prol de um planeta mais sustentável. Saímos motivados a seguir colaborando para a mitigação dos impactos ambientais.” concluiu Mauro Marquiotti, presidente da Unicred União.
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Eventos conectam jovens de todo o Brasil e reforçam papel para o futuro do modelo de negócios
Fábrica SC recebe diagnóstico que orienta gestão energética inteligente e alinhada à agenda ESG
A AuroraCoop, uma das maiores cooperativas agroindustriais do Brasil, deu mais um passo em sua trajetória de inovação e sustentabilidade ao receber, em sua fábrica de empanados em Chapecó (SC), a terceira fase da Solução Eficiência Energética, iniciativa promovida pelo Programa ESGCoop, do Sistema OCB.
A ação tem como objetivo diagnosticar, padronizar e aprimorar a gestão energética nas cooperativas, com foco na redução de custos operacionais, uso racional de recursos, inovação e alinhamento às práticas ESG. Durante três dias, uma equipe técnica composta por representantes da Unidade Nacional do Sistema OCB, da Ocesc e da consultoria Stride esteve na unidade recém-inaugurada da Aurora para realizar o mapeamento e a avaliação presencial do consumo energético.
Ao longo da visita, foram feitas reuniões com a diretoria da cooperativa, apresentações técnicas, levantamento de dados operacionais e identificação de oportunidades de melhoria. Segundo Laís Nara Castro, analista técnica da OCB, a experiência reforçou o potencial transformador do cooperativismo quando une inovação, propósito e eficiência: “Essa unidade que visitamos é nova, tem apenas um ano de operação, e já conta com uma estrutura muito à frente do que vemos no mercado. A Solução vem para potencializar essas ações, trazendo mais controle e gestão energética. A cooperativa tem muito a crescer nesse tema, que ela já lidera com responsabilidade e visão de futuro”, afirmou.
A energia elétrica é um dos principais insumos da cadeia agroindustrial e representa parte significativa dos custos de produção no setor. Nesse contexto, a gestão eficiente do recurso tornou-se não apenas um diferencial, mas uma necessidade estratégica. A Solução Eficiência Energética propõe exatamente esse caminho: aliar sustentabilidade e competitividade a partir de diagnósticos técnicos, planos de ação sob medida e acompanhamento especializado para implementação das melhorias. Além da redução de custos e do impacto ambiental positivo, o projeto também visa preparar as cooperativas para responder às demandas do mercado internacional, que cada vez mais valoriza empresas alinhadas às diretrizes de ESG — ambiental, social e de governança.
Para Ana Paula Martello Rodrigues, coordenadora técnica do Sistema Ocesc, a adesão da Aurora à Solução reafirma o protagonismo catarinense na agenda da sustentabilidade cooperativista. “A AuroraCoop, que já é uma referência nacional em práticas socioambientais, dá mais um passo importante ao aderir à Solução. É uma demonstração clara de que o cooperativismo no agronegócio está atento às pautas globais e tem capacidade técnica e estratégica para ser agente de transformação”, declarou.
O Programa também reforçou a visão estratégica da própria AuroraCoop. Segundo Anderson Facco, gestor do setor de Engenharia Elétrica Corporativo da cooperativa, a iniciativa gera ganhos múltiplos. “O programa nos ajuda a identificar oportunidades de otimização no uso da energia, reduzir custos e tornar os processos mais eficientes. Além disso, o intercâmbio técnico com outras cooperativas fortalece o papel do cooperativismo na transição para uma economia de baixo carbono.”
Além da AuroraCoop, a Viacredi também integra o projeto piloto da Solução Eficiência Energética, ambas indicadas pela Ocesc. A adesão das cooperativas catarinenses ao projeto foi precedida pela aplicação do Diagnóstico ESGCoop, conduzido pelo Sescoop/SC, além da incorporação de metas relacionadas ao uso racional de recursos nos planejamentos estratégicos das instituições. Também foi necessário estabelecer uma política voltada ao uso de energias renováveis.
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Hospital Cooperar, cooperativas educacionais e intercooperação foram destaques do último dia
O quinto e último dia da Imersão Pré-COP30 evidenciou o poder transformador do cooperativismo quando aplicado com propósito e conexão com as comunidades. Nesta sexta (25), em Vilhena (RO), a delegação formada por representantes do governo federal, organismos internacionais e entidades do setor produtivo mergulhou em experiências que revelam como saúde, educação, crédito e desenvolvimento social podem caminhar juntos — com base na cooperação.
A agenda da imersão começou no Sicoob Credisul, cooperativa de crédito reconhecida por seu protagonismo na região Norte do país. Além de conhecer os projetos de expansão territorial e inclusão financeira promovidos pela instituição, os participantes visitaram o Hospital Cooperar, exemplo notável de intercooperação no setor de saúde.
A iniciativa, hoje administrada pela Unimed Vilhena, nasceu de um desejo antigo da população local por um hospital de média e alta complexidade. Segundo o CEO do Sicoob Credisul, Vilmar Saúgo, foi a união entre os cooperados que transformou esse desejo em realidade. “Depois de várias tentativas sem sucesso, entendemos que só com a força da cooperação seria possível. Apoiados por mais de 15 mil cooperados e com recursos próprios, doações e distribuição de sobras, tiramos o projeto do papel. O que era uma ideia modesta virou um hospital de 12 mil metros quadrados, com um investimento superior a R$ 50 milhões, e que hoje atende não só nossos cooperados, mas toda a comunidade”, descreveu.
Na sequência, a delegação da imersão foi recebida na Favoo Coop, cooperativa educacional que tem como missão transformar realidades por meio da educação e da cultura cooperativista. Fundada por empreendedores sociais e moradores de comunidades periféricas, a Favoo surgiu como resposta concreta à necessidade de geração de renda, inclusão social e valorização de talentos locais — especialmente entre jovens e mulheres.
A Favoo adota um modelo inovador que combina princípios cooperativistas, tecnologias sociais e práticas sustentáveis. Sua atuação vai muito além do ambiente escolar: a cooperativa desenvolve projetos como o Favoo Sustentável, que promove hortas comunitárias e segurança alimentar; o Favoo Costura Criativa, voltado à capacitação de mulheres em situação de vulnerabilidade; o Favoo Digital, que oferece cursos de tecnologia e inclusão digital para jovens das periferias; e o Favoo Comunidade, com microcrédito solidário e capacitações em gestão.
Durante a visita, a delegação da imersão teve contato direto com estudantes e professores da Faculdade Cooperativa Favocop, mantida pela Favoo Coop. O ensino é transversalmente cooperativista, desde a educação infantil até o ensino superior. O modelo inclui experiências práticas, como cooperativas escolares com estrutura formal, assembleias e conselhos próprios. A iniciativa é fortalecida pela parceria com o Sicoob Credisul, que disponibiliza estrutura, programas de estágio e suporte institucional.
Isabela Ribeiro da Mazzo Maia, chefe da gerência de sustentabilidade, relacionamento com investidores internacionais de portfólio do Banco Central, destacou a sinergia entre a atuação das cooperativas e a agenda de finanças sustentáveis. “As cooperativas de crédito têm papel fundamental na inclusão financeira e no desenvolvimento regional. Ver de perto essas práticas, sentir o impacto nas comunidades, só reforça nossa convicção de que elas são essenciais para um sistema mais justo e resiliente.”
O encerramento da Imersão Pré-COP30 consolidou a mensagem central da semana: o cooperativismo brasileiro é um agente real de transformação e está preparado para contribuir ativamente com as metas globais de desenvolvimento sustentável. A jornada, que começou no Rio Grande do Sul com visitas a cooperativas agropecuárias e de crédito, passou por projetos de bioeconomia e produção familiar na serra gaúcha, e terminou com exemplos inspiradores em finanças, saúde e educação na Amazônia, conectando os participantes ao que há de mais inovador e autêntico no setor. O próximo passo é levar esse legado para a COP30, que será realizada em Belém (PA) em novembro de 2025.
A imersão contou com a participação dos ministérios da Agricultura e Pecuária (Mapa), do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Memp), das Relações Exteriores (MRE), do Meio Ambiente (MMA) e da Secretaria-Geral da Presidência (SGPR). Também contou com um representante da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Entre os organismos internacionais estavam a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (UNDESA), o Centro Internacional de Comércio (ITC), o BID Invest e a Rede Brasil do Pacto Global. Completam a comitiva lideranças do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), da Agência Brasileira de Promoção a Exportações e Investimentos (ApexBrasil), do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal e do Banco Central do Brasil (BCB), além de dirigentes e técnicos do Sistema OCB.
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Encontro do comitê destacou ações estratégicas e formação de lideranças no movimento
Representantes de 24 estados participaram, nesta quinta-feira (24), da Reunião Ordinária do Comitê Nacional de Mulheres do Sistema OCB. Realizado de forma virtual, o encontro reforçou o papel das mulheres na consolidação do cooperativismo brasileiro e apresentou uma série de ações voltadas à formação de lideranças, à intercooperação e ao fortalecimento das iniciativas estaduais do movimento Elas pelo Coop.
A reunião, conduzida por Maria Silvana Ramos, secretária executiva suplente do Comitê, e por Maria da Paz Luz da Silva Marques, secretária executiva do mesmo, destacou os pontos focais do comitê, além da atualização sobre projetos em andamento e próximos passos. Atualmente, 17 estados contam com comitês estaduais formados e ativos, com presença marcante em eventos do setor e ações de articulação local.
Entre os destaques da pauta estiveram o incentivo à criação de novos comitês estaduais, o mapeamento de boas práticas, o compartilhamento de experiências entre as participantes e o engajamento contínuo em cursos e formações voltadas à liderança feminina no cooperativismo.
“Esses espaços de escuta, troca e planejamento são essenciais para que as mulheres cooperativistas tenham cada vez mais protagonismo e voz nos processos decisórios. É a partir desse diálogo permanente que conseguimos identificar demandas, estruturar soluções e inspirar outras mulheres a se engajarem no movimento”, destaca Divani Ferreira, analista de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB.
Além das ações já em curso, foi anunciada uma futura capacitação voltada às integrantes do comitê, com a consultora Gisele Gomes, sobre o tema Inclusão, Diversidade e Equidade: Uma Liderança Transformadora. A data será definida nas próximas semanas, e a proposta é ampliar o repertório das lideranças femininas, promovendo reflexões e estratégias para um ambiente mais justo e representativo dentro das cooperativas.
O Elas pelo Coop, iniciativa nacional do Sistema OCB, tem como pilares a representação institucional, a intercooperação e a formação de lideranças femininas dentro do cooperativismo. O comitê atua como instância estratégica para dar visibilidade e sustentabilidade a essas ações, garantindo alinhamento entre as diretrizes nacionais e os esforços estaduais.
“A cada reunião, fortalecemos essa rede de cooperação e reafirmamos nosso compromisso com a equidade de gênero nas cooperativas. Ver tantas iniciativas locais ganhando força mostra que estamos no caminho certo, construindo um movimento que é coletivo, diverso e transformador”, reforça Divani.
Nos próximos meses, o comitê deve se mobilizar para a participação no Dia C – Dia de Cooperar –, marcado para 30 de agosto. A ideia é reunir e compartilhar iniciativas locais em torno da data, além de levantar percepções por meio de uma nova pesquisa com as integrantes. Outro ponto será o reforço no compromisso com as formações e o engajamento nas ações de base.
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Encontro definiu caminhos e ações para ampliar o protagonismo da juventude no movimento
O futuro do cooperativismo já está em movimento – e tem sotaques, vivências e ideias vindas de todas as regiões do país. Prova disso é o Comitê Geração C, que se reuniu nesta quinta-feira (25) para mais um encontro com representantes de 15 estados brasileiros. Criado com a missão de ampliar o protagonismo jovem no cooperativismo e fomentar lideranças futuras, o comitê é composto por 19 integrantes, entre jovens embaixadores Coop e representantes indicados pelas Organizações Estaduais (OCEs) do Sistema OCB.
O encontro foi marcado pela troca de experiências, alinhamento de ações e reforço ao compromisso coletivo de ampliar a participação juvenil nos espaços de decisão do movimento. Na pauta, os participantes debateram o papel do Comitê na formulação de estratégias para engajar novos públicos, com foco em comunicação, formação e articulação em rede.
“Cada reunião da Geração C reforça o quanto há potencial no movimento. Temos jovens preparados, apaixonados pelo cooperativismo e com uma enorme vontade de fazer a diferença nos seus territórios”, afirmou a analista de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB, Divani Ferreira.
A secretária do Comitê, Daniele Scopel, do Sicoob Costa do Descobrimento (BA), conduziu a reunião junto com Lucas Zorzette, vice-coordenador do Cômite, e Elaine Araujo, suplente. Eles destacaram a importância do plano de trabalho para o período 2025-2027. As discussões incluíram o incentivo à participação nas trilhas do CapacitaCoop, o engajamento no Dia de Cooperar e a preparação para o 1º Encontro Nacional de Jovens Cooperativistas, que acontecerá em 12 de agosto. “Foi uma reunião produtiva, com diálogo e ações concretas que já estão em andamento”, afirmou Daniele.
Formado oficialmente em 2020, o Geração C é um dos desdobramentos do 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC), que estabeleceu diretrizes para fortalecer a diversidade e a inclusão no movimento. Desde então, o grupo atua como órgão consultivo da Unidade Nacional do Sistema OCB, contribuindo para o desenvolvimento de políticas e ações que envolvam e ampliem a atuação de jovens cooperativistas.
Durante a reunião, os membros também compartilharam desafios e avanços nas atividades promovidas nos estados, além de trocar ideias para ações futuras em âmbito nacional. Um dos destaques foi a importância de fortalecer as conexões entre os comitês estaduais, incentivando a criação de espaços permanentes de escuta e atuação juvenil dentro das cooperativas e das unidades estaduais do Sistema OCB.
O Comitê Geração C segue como uma das iniciativas centrais do Sistema OCB para a formação de lideranças e renovação do movimento. Ao lado do Comitê de Mulheres, o Elas pelo Coop, criado na mesma época, a proposta é fortalecer a democracia interna das cooperativas e garantir que os espaços de governança reflitam a realidade da base cooperada.
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Delegação desembarca em Rondônia para conhecer boas práticas desenvolvidas por cooperativas
O terceiro dia da Imersão Pré-COP30 levou a delegação de autoridades brasileiras e internacionais ao coração da Amazônia brasileira nesta quarta-feira (23). O destino foi o estado de Rondônia, onde os participantes iniciaram uma nova jornada de aprendizados sobre o impacto transformador das cooperativas na promoção do desenvolvimento sustentável em territórios de fronteira. Após dois dias de atividades no Rio Grande do Sul, o grupo teve a oportunidade de mergulhar na realidade amazônica e conhecer as cooperativas Reca e Sicoop Credip, referências em inclusão, bioeconomia e preservação ambiental.
Fundada em 1989, a Reca (Reflorestamento Econômico Consorciado e Adensado) é formada por mais de 300 famílias agricultoras da região de Nova Califórnia. A cooperativa nasceu da união de agricultores migrantes com comunidades tradicionais da floresta, em um esforço coletivo para desenvolver sistemas agroflorestais adaptados à realidade amazônica. “A Reca trabalha com pequenos agricultores em sistemas produtivos que respeitam a sociodiversidade, valorizam os saberes locais e geram renda com preservação”, explicou Hamilton Condack de Oliveira, presidente da cooperativa.
Além da produção sustentável, a Reca opera agroindústrias de óleos, palmitos e polpas de frutas da floresta, com reconhecimento nacional e internacional. A organização também participa de um projeto de carbono com a União Europeia, voltado à preservação florestal e agregação de valor com base em critérios socioambientais.
O Sicoob Credip, por sua vez, é uma cooperativa de crédito com forte atuação regional e foco no desenvolvimento territorial. Para Oberdan Pandolfi Ermita, presidente do Conselho de Administração, o desafio do Sicoob Credip vai além da inclusão financeira. “Queremos nos tornar relevantes para o território. Nosso trabalho com a cafeicultura é exemplo disso: unimos ciência, pesquisa e boas práticas para transformar a realidade dos produtores, conectar pessoas e valorizar a Amazônia”, afirmou.
O projeto de cafés especiais Robustas Amazônicos, apoiado pelo Sicoob Credip, foi citado como uma inovação sustentável de grande impacto. Por meio de investimento em boas práticas agrícolas e manejo responsável, a região obteve reconhecimento inédito com a Identificação Geográfica (IG) dos cafés canéforas amazônicos, primeira do mundo nesse segmento.
Para João Penna, coordenador de Relações Internacionais do Sistema OCB, a etapa amazônica da imersão é estratégica. “Estamos aqui para mostrar ao Brasil e ao mundo o que o cooperativismo já faz há muito tempo: proteger o meio ambiente colocando as pessoas no centro. Rondônia mostra que é possível promover inclusão, conservação e desenvolvimento em territórios complexos. Esta imersão é uma oportunidade única de conectar nossa agenda à COP30, especialmente no Ano Internacional das Cooperativas”, destacou.
Débora Ingrisano, gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB, reforçou essa conexão histórica do cooperativismo com a sustentabilidade. “Aprendemos lá na Sicredi Pioneira, no Rio Grande do Sul, que nosso pioneiro Theodor Amstad já pensava em manejo sustentável no século XIX. O cuidado com a terra, com a saúde, com o dinheiro das pessoas, tudo isso nasce da centralidade nas pessoas. Quando colocamos o ser humano no centro, o meio ambiente também entra nele. Isso é cooperativismo”, afirmou.
Segundo ela, a tendência global de sustentabilidade e ESG encontrou no cooperativismo um modelo pronto. “Fomos surpreendidos por uma agenda que já praticávamos. Agora, com metodologia e indicadores, estamos mostrando de forma mais estruturada esse valor. E é por isso que trouxemos tantos parceiros nacionais e internacionais: para vivenciarem conosco o que já sabemos e praticamos há muito tempo”, completou.
O dia foi encerrado com um jantar temático com representantes da cooperativa Reca e do Sicoob Credip, promovendo a integração entre os participantes e os anfitriões locais. A programação segue nesta quinta-feira (24), com visitas a comunidades rurais, cooperativas mirins e experiências com povos indígenas. A imersão se encerra na sexta-feira (25), em Vilhena, com visitas ao Hospital Cooperar e à Favoo Coop.
A delegação que participa da Imersão reúne representantes de órgãos estratégicos do governo brasileiro, organismos internacionais e entidades empresariais. Estão presentes os ministérios da Agricultura e Pecuária (Mapa), do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Memp), das Relações Exteriores (MRE), do Meio Ambiente (MMA) e da Secretaria-Geral da Presidência (SGPR). Também participa um um representante da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Entre os organismos internacionais estão a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (UNDESA), o Centro de Comércio internacional (ITC), o BID Invest e a Rede Brasil do Pacto Global. Completam a comitiva lideranças do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), da Agência Brasileira de Promoção a Exportações e Investimentos (ApexBrasil), do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal e do Banco Central do Brasil (BCB), além de dirigentes e técnicos do Sistema OCB.
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Delegação conheceu história, impactos sociais e ambientais das cooperativas no 2º dia da jornada
A Imersão Pré-COP30 seguiu nesta terça-feira (22) com uma programação intensa no Rio Grande do Sul, destacando o papel do cooperativismo como agente de transformação social e ambiental. O grupo de lideranças nacionais e internacionais iniciou o dia em Nova Petrópolis, conhecida como a capital nacional do cooperativismo, e encerrou as atividades em Porto Alegre, com visita a iniciativas de impacto comunitário.
A primeira parada foi na Sicredi Pioneira, a cooperativa de crédito mais antiga da América Latina, fundada em 1902 pelo padre Theodor Amstad. Com mais de 120 anos de atuação, a instituição se mantém fiel aos princípios cooperativistas ao mesmo tempo em que inova em soluções financeiras e ações de sustentabilidade.
Tiago Luiz Schmidt, presidente do Conselho de Administração da Sicredi Pioneira, apresentou ao grupo os programas sociais e educacionais que têm mudado a realidade de muitas famílias, com destaque para o trabalho de sucessão rural. “A cooperativa vem, há quase dez anos, organizando turmas de um programa de sucessão rural familiar onde o principal requisito é a participação de toda a família. Os jovens criam vínculos emocionais com a atividade dos pais, enquanto os pais passam a respeitar mais a participação dos filhos. Temos uma taxa de retorno muito positiva e vemos famílias voltando a investir no campo. Sempre lembramos que sucessão é diferente de substituição: sucessão se faz em vida”, explicou.
Schmidt também destacou o papel da cooperativa no avanço das energias renováveis. “A Sicredi Pioneira sempre acreditou no potencial da energia solar. Trabalhamos na educação sobre essa pauta com nossos cooperados, mostrando os benefícios econômicos, ambientais e técnicos. Hoje, temos uma das maiores carteiras de crédito de energia fotovoltaica do país, mesmo numa região com irradiação solar abaixo da média nacional. Isso mostra o enorme potencial do Brasil para avançar em uma matriz energética mais sustentável”, completou.
Em seguida, a delegação conheceu a Casa Cooperativa, espaço que guarda a memória do cooperativismo brasileiro e latino-americano. Para a presidente da entidade, Heloísa Helena Lopes, preservar e difundir essa história é essencial. “Um dos principais concorrentes do cooperativismo é o desconhecimento. Nosso propósito maior é divulgar e promover esse modelo, para que mais pessoas possam vivenciá-lo”, afirmou.
O coordenador de Relações Governamentais do Sistema OCB, Eduardo Queiroz, reforçou o simbolismo de Nova Petrópolis. “Existe um ditado que diz: ‘aqui não se sabe sobre cooperativismo, aqui se vive o cooperativismo’. É isso que presenciamos na Sicredi Pioneira e na Casa Cooperativa. Um legado que o Brasil inteiro precisa conhecer.”
Após o almoço, o grupo seguiu para Porto Alegre, onde visitou a Cootravipa, cooperativa de trabalho criada há 41 anos em uma comunidade periférica da cidade. A presidente Imanjara Alessandra Marques de Paula relatou como o empreendimento coletivo surgiu como resposta ao desemprego e à exclusão social. “Acreditamos que, por meio do trabalho e da geração de renda, podemos transformar pessoas em protagonistas de suas histórias. Essa é a nossa missão até hoje.”
Entre os projetos sociais apresentados, destacam-se o Coleta Tri, que promove a conscientização sobre a segregação correta de resíduos, e o Empreender para Crescer, que leva educação ambiental e conceitos de sustentabilidade para crianças de escolas públicas. “Estamos construindo hoje o futuro da nossa comunidade com cuidado ao meio ambiente e inclusão social”, acrescentou Imanjara.
Representantes de organismos internacionais também destacaram o alinhamento das cooperativas brasileiras com a agenda global de sustentabilidade. Rosemary Lane, Chefe do Departamento de Povos Indígenas e Desenvolvimento da ONU, disse estar impressionada com o que viu. “Já conhecia o potencial das cooperativas em inclusão social, mas fiquei surpresa ao ver o quanto elas estão conectadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e à agenda climática”, ressaltou.
Para Guilherme Guedes Xavier, diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global, a imersão reforça a sinergia entre os princípios do movimento cooperativista e os do Pacto Global. “É uma oportunidade única ver como o cooperativismo transforma realidades. E para mim tem um significado pessoal, porque meu pai participa de cooperativas de leite e crédito. Estou muito feliz com essa vivência”.
A programação do dia foi encerrada com um jantar oferecido pela Ocergs, que promoveu mais um momento de integração entre os participantes. A Imersão segue até o dia 25 de julho com o objetivo de fortalecer parcerias e consolidar o reconhecimento internacional das cooperativas brasileiras como protagonistas da agenda climática global.
A delegação que participa da Imersão reúne representantes de órgãos estratégicos do governo brasileiro, organismos internacionais e entidades empresariais. Estão presentes os ministérios da Agricultura e Pecuária (Mapa), do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Memp), das Relações Exteriores (MRE), do Meio Ambiente (MMA) e da Secretaria-Geral da Presidência (SGPR). Também participa um representante da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Entre os organismos internacionais estão a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (UNDESA) Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (UNDESA) Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (UNDESA), o Centro de Comércio internacional (ITC), o BID Invest e a Rede Brasil do Pacto Global. Completam a comitiva lideranças do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), da Agência Brasileira de Promoção a Exportações e Investimentos (ApexBrasil), do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal e do Banco Central do Brasil (BCB), além de dirigentes e técnicos do Sistema OCB.
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Encontro destacou manifesto das cooperativas brasileiras e papel do setor na agenda climática
Em Montevidéu, nesta terça-feira (22), as Cooperativas Agrarias Federadas (CAF) realizaram sua Assembleia Geral Anual com a presença de autoridades uruguaias e representantes do cooperativismo agro do Cone Sul. O evento marcou uma etapa importante na preparação do setor para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em novembro, no Brasil.
Entre os destaques da programação esteve o painel Rumo à COP30: O cooperativismo agrário como caminho articulador, que reuniu lideranças e especialistas para discutir os desafios e as oportunidades de um agro mais sustentável e conectado com a agenda climática global. Na ocasião, o Sistema OCB apresentou o Manifesto do Cooperativismo Brasileiro para a COP30, documento que reúne propostas e compromissos do setor para o enfrentamento das mudanças climáticas.
Quem representou o Brasil no encontro foi o coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, Alex Macedo, que participou de forma remota. Em sua apresentação, Alex destacou os cinco pilares do manifesto, construído a partir de uma ampla escuta do setor cooperativista nacional:
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Segurança alimentar, tecnologia e agricultura de baixo carbono: O manifesto reconhece que as cooperativas agro brasileiras são responsáveis por grande parte
da produção nacional de alimentos, com mais de 50% das safras de soja, milho e café passando por produtores associados. O compromisso é intensificar práticas de agricultura regenerativa e de baixo carbono, aliadas ao uso de tecnologias que aumentem a produtividade e reduzam o impacto ambiental.
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Valorização das comunidades e acesso a financiamento climático: O documento defende a ampliação de linhas de crédito e instrumentos financeiros que permitam a pequenos e médios produtores acessar recursos para adaptação e mitigação. Segundo Alex, “é essencial garantir que o financiamento climático alcance o campo e apoie quem está na linha de frente das transformações”.
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Transição energética e desenvolvimento sustentável: As cooperativas já vêm investindo em bioenergia, energia solar e outras fontes limpas. O pilar propõe acelerar essa transição e tornar as cooperativas polos de inovação energética, com ações voltadas também para o uso racional da água e manejo eficiente de resíduos.
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Bioeconomia e uso eficiente dos recursos naturais: A proposta inclui fomentar cadeias produtivas ligadas à bioeconomia, certificações e rastreabilidade de produtos, valorizando o conhecimento local e práticas tradicionais que conciliam produção e conservação.
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Adaptação e mitigação de riscos climáticos: Com o setor agrícola altamente vulnerável aos extremos climáticos, o manifesto enfatiza a importância de fortalecer políticas de seguro rural, assistência técnica e sistemas de alerta precoce. A ideia é construir resiliência para enfrentar secas, enchentes e outras ameaças decorrentes da crise climática.
Alex também apresentou um panorama do cooperativismo brasileiro e pontuou a expressiva contribuição do setor para o desenvolvimento sustentável. Ele reforçouque as 4,5 mil cooperativas espalhadas pelo Brasil reúnem mais de 23 milhões de cooperados, o que representa cerca de 11% da população do país. Somadas, elas geram US$ 124 bilhões em receitas anuais, movimentam 450 milhões de toneladas de cargas e estão presentes em 90% dos municípios brasileiros.
O coordenador ressaltou ainda o protagonismo das cooperativas agrícolas, responsáveis por mais da metade da produção nacional de grãos como soja (52%), milho (53%) e trigo (75%). “Esses números reforçam como o modelo cooperativista alia inclusão produtiva e eficiência econômica, sendo estratégico para avançarmos em uma agricultura de baixo carbono e resiliente ao clima”, destacou.
A CAF convidou o Sistema OCB para integrar o evento no âmbito da Coopsul, articulação criada em 2023 para unir as principais entidades cooperativistas do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai.
O evento contou com a presença do prefeito de Canelones, Yamandú Orsi; do ministro da Agricultura, Alfredo Fratti; do ministro do Meio Ambiente, Edgardo Ortuño; e da subsecretária de Relações Exteriores, Valeria Csukasi, além de apoio institucional das organizações uruguaias, como o Banco República, o Instituto Nacional de Carnes (Inac) e a Administração Nacional de Telecomunicações (Intel).
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Parceria entre as entidades prevê projetos estratégicos e presença conjunta na COP30 em Belém
O cooperativismo e a ciência agropecuária deram mais um passo em direção a parcerias estratégicas que podem transformar o campo brasileiro. O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, e a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, se reuniram nesta quinta-feira (17) para discutir iniciativas conjuntas voltadas a fortalecer a inovação, a sustentabilidade e a competitividade no agronegócio nacional, com foco especial no papel das cooperativas.
“Essa aproximação com a Embrapa é fundamental para levarmos ainda mais tecnologia e conhecimento aos nossos cooperados. Estamos falando de uma parceria que pode gerar impacto direto na produtividade e na sustentabilidade do agro brasileiro”, destacou o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.
Para Silvia Massruhá, a colaboração entre ciência e cooperativismo representa um caminho para acelerar inovações no setor. “O cooperativismo tem uma capacidade extraordinária de mobilização no campo. Juntar essa força com a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico é potencializar resultados para o Brasil e para o mundo”, afirmou.
Entre os temas debatidos, ganharam destaque projetos estratégicos para a inclusão socioprodutiva e digital de pequenos e médios agricultores cooperados. As lideranças também discutiram formas de ampliar a transferência de tecnologias em ambientes digitais, garantindo que soluções inovadoras cheguem com mais agilidade às propriedades rurais.
Outro ponto central foi o avanço de uma parceria para fomentar a pesquisa agropecuária e expandir a rede de extensionistas vinculados a cooperativas. A proposta é criar mecanismos que aproximem ainda mais o trabalho técnico-científico da realidade dos produtores, contribuindo para práticas mais eficientes e sustentáveis no campo.
A reunião também consolidou as tratativas para a presença conjunta da Embrapa e do Sistema OCB no Espaço Agri Zone, da Embrapa, durante a COP30, que será realizada em novembro, em Belém (PA). A iniciativa pretende garantir uma participação qualificada do cooperativismo no espaço institucional, que contará com estandes, vitrines tecnológicas e divulgação de boas práticas em mitigação e adaptação da agricultura à mudança do clima.
Na ocasião, o Sistema OCB apresentou ainda as diretrizes do Manifesto do Cooperativismo Brasileiro à COP30, documento que reforça o papel das cooperativas como protagonistas do desenvolvimento sustentável e da inovação no campo. O manifesto também destaca o alinhamento do setor às demandas globais da agenda climática e à busca por soluções que conciliem produção e preservação ambiental.
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Solução Eficiência Energética apontou caminhos para maior eficiência no uso de recursos energéticos
Com o objetivo de impulsionar a sustentabilidade no cooperativismo, a Solução Eficiência Energética chegou, nos dias 15 e 16 de julho, à Cooperativa Viacredi, em Blumenau (SC). A iniciativa faz parte do portfólio de soluções do Sistema OCB e contou, nessa etapa, com a parceria da Central Ailos, da Ocesc e da consultoria Stride. Durante os dois dias de atividades, foi realizada a etapa de diagnóstico, que envolveu visitas técnicas, análise de dados e reuniões com a diretoria da cooperativa.
A Viacredi foi indicada pela Central Ailos para integrar a iniciativa, que busca promover maior eficiência no uso de energia, redução de custos operacionais e alinhamento às práticas ESG (ambientais, sociais e de governança). Foram diagnosticadas três unidades da cooperativa: a sede, um Ponto de Atendimento (PA) e um Ponto de Relacionamento (PR), onde foram observadas oportunidades de melhorias e inovações nos sistemas já implementados.
Logo no primeiro dia, a equipe da consultoria, acompanhada por representantes da unidade nacional do Sistema OCB, da Ocesc e da Central Ailos, se reuniu com a diretoria da Viacredi para apresentar os objetivos da ação e alinhar expectativas. Ao fim da etapa, no segundo dia, uma nova reunião foi realizada para apresentação dos primeiros resultados e próximos passos, com destaque para o plano de ação que será implementado e monitorado pelas equipes envolvidas.
“A aplicação do diagnóstico é fundamental para que a Viacredi possa avançar ainda mais em seu programa de eficiência energética e se fortalecer enquanto agente de transformação ambiental e social. Além disso, é uma forma importante de demonstrar como o cooperativismo se compromete com as agendas globais de sustentabilidade e preservação ambiental”, afirma Laís Nara Castro, analista de Meio Ambiente do Sistema OCB e representante da entidade no processo de diagnóstico da Viacredi.
Para Ricardo Miotto Ternus, diretor superintendente da Ocesc, a atuação da Viacredi reforça o protagonismo das cooperativas catarinenses na pauta da sustentabilidade. “A Viacredi possui uma trajetória consolidada em práticas sustentáveis, e agora avança ainda mais ao integrar uma iniciativa nacional que une eficiência operacional, responsabilidade ambiental e alinhamento com os princípios ESG. O cooperativismo de crédito de Santa Catarina está conectado com os grandes temas da atualidade e preparado para liderar soluções transformadoras”, afirmou.
Cátia Schäffer Tomaz, coordenadora de Governança Cooperativa e Sustentabilidade da Central Ailos, destacou os ganhos da iniciativa para a cultura interna da cooperativa. “Essa experiência ampliou o nosso olhar estratégico para a gestão de dados nos processos de compras, manutenção e infraestrutura. Também contribuiu para a educação ambiental dos colaboradores, com reflexos inclusive nas suas casas. Acreditamos que esse movimento liderado pelo Sistema OCB com apoio da Ocesc fortalece demais a atuação das cooperativas em sustentabilidade.”
A Viacredi já conta com ações consolidadas na área, como a instalação de 355 painéis fotovoltaicos e sistemas de captação de água da chuva. Para o superintendente de Administração, Compliance, Controladoria e Riscos, Marcelo Marques, a consultoria contribui para elevar ainda mais os padrões adotados. “Estamos sempre buscando maneiras de melhorar nossa estrutura. Essa consultoria potencializa nossas operações, oferecendo soluções que aprimoram a eficiência e reduzem custos. Também contamos com linhas de crédito específicas para apoiar iniciativas sustentáveis entre os nossos cooperados”.
Segundo Tatiana Kraetzer, coordenadora administrativa da Viacredi, participar da Solução Eficiência Energética é uma oportunidade de aprendizado e transformação. “Estamos evoluindo tecnicamente e fortalecendo nosso compromisso com a responsabilidade ambiental. Isso está em plena sintonia com os princípios do cooperativismo que carregamos em nosso DNA”, descreveu.
A etapa de diagnóstico é o primeiro passo da Solução Eficiência Energética, que agora seguirá com o acompanhamento da execução do plano de ação e a mensuração dos resultados. A iniciativa integra o Programa ESGCoop, lançado pelo Sistema OCB para apoiar as cooperativas na implementação de boas práticas ESG, sempre com foco em inovação, impacto positivo e perenidade dos negócios cooperativistas.
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- Sistema OCB impulsiona eficiência energética no cooperativismo
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Iniciativa reunirá autoridades nacionais e internacionais entre os dias 21 e 25 de julho
Com o objetivo de destacar o papel estratégico do cooperativismo no enfrentamento das mudanças climáticas, o Sistema OCB promove, de 21 a 25 de julho, a Imersão em Cooperativismo Pré-COP30. A iniciativa faz parte da agenda nacional de mobilização para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém (PA), em novembro.
Durante cinco dias, representantes de organizações internacionais, ministérios e órgãos governamentais brasileiros percorrerão cooperativas de referência nos estados do Rio Grande do Sul e Rondônia. A proposta é apresentar, de forma prática e imersiva, como o modelo cooperativista tem gerado impacto positivo em territórios diversos, promovendo desenvolvimento sustentável, inclusão produtiva e uso responsável dos recursos naturais.
“Queremos mostrar que o cooperativismo brasileiro já é uma resposta concreta para muitos dos desafios que serão discutidos na COP30. Nossas cooperativas estão na vanguarda de soluções que integram economia verde, bioeconomia, agricultura de baixo carbono, energia limpa e inclusão social”, afirma Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB. “Ao promover essa imersão com atores estratégicos, buscamos ampliar o entendimento sobre nosso papel e abrir caminhos para mais diálogo, parcerias e protagonismo na agenda climática global”, completa.
Convidados estratégicos
A programação da Imersão Pré-COP30 contempla visitas técnicas, rodas de conversa e experiências em campo, com a participação de autoridades de diversos ministérios – como Meio Ambiente, Agricultura, Relações Exteriores, Desenvolvimento Agrário, Empreendedorismo e Secretaria Geral da Presidência da República – além de representantes do Banco Central, da ApexBrasil, da Embrapa, do Consórcio Amazônia, do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e de outras instituições públicas.
No cenário internacional, estão confirmadas presenças de representantes de entidades como a Organização das Nações Unidas (ONU), sede de Nova Iorque (ONU/NY); o Pacto Global da ONU, o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (UNDESA), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e o Centro de Comércio Internacional (ITC).
Segundo Márcio Freitas, o objetivo é que os convidados possam não apenas conhecer, mas vivenciar a realidade das cooperativas, entender sua lógica de funcionamento e seus resultados efetivos. “Vamos mostrar que o cooperativismo é uma força econômica com valores. Ele organiza cadeias produtivas, gera renda, protege o meio ambiente e transforma comunidades. Tudo isso baseado em princípios como solidariedade, democracia e intercooperação”, afirma.
Cooperativas anfitriãs
As visitas serão realizadas em duas rotas paralelas. No Rio Grande do Sul, devem ser visitadas as cooperativas COASA, Aurora, Cresol, Sicredi Pioneira e Cootravipa. Já em Rondônia, estão previstas agendas nas cooperativas Sicoob Credip, Sicoob Credisul, Cooperativa Recca, Cooperativa Mirim e Favoo Coop.
A ação faz parte da mobilização Coop na COP30, lançada pelo Sistema OCB para dar visibilidade às soluções do cooperativismo no contexto da conferência climática. Além da imersão, a estratégia inclui a produção de materiais técnicos, articulação política e institucional e a presença ativa no evento em Belém.
Construção coletiva
A proposta da Imersão Pré-COP30 está sendo construída de forma colaborativa com o apoio de cooperativas, unidades estaduais do Sistema OCB e parceiros nacionais e internacionais. A expectativa é que o resultado fortaleça o reconhecimento do cooperativismo como ator relevante nas negociações climáticas e na implementação dos compromissos ambientais do Brasil.
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Movimento reforça sua relevância estratégica nas discussões globais sobre desenvolvimento sustentável
O Brasil sediará, entre os dias 10 e 21 de novembro, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), em Belém (PA). Com 12% da água doce do planeta, uma das maiores biodiversidades do mundo e uma economia fortemente conectada ao uso da terra, o país tem papel central nas negociações ambientais globais — e o cooperativismo quer estar no centro dessas discussões como parte da solução.
Com esse objetivo, o Sistema OCB vem promovendo uma série de ações preparatórias, incluindo a elaboração do Manifesto do Movimento Cooperativista Brasileiro para a COP30, que reúne as principais contribuições e propostas do setor para a agenda climática. A iniciativa foi destaque no site da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), que entrevistou a gerente-geral da OCB, Fabíola Nader Motta, sobre as expectativas e prioridades das cooperativas brasileiras para o evento.
Na entrevista, Fabíola destaca que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14 e 15 — que tratam da vida na água e da vida terrestre, respectivamente — são particularmente importantes para o cooperativismo brasileiro, especialmente pelas ações das cooperativas agropecuárias.
“As cooperativas ajudam os produtores a adotarem tecnologias mais eficientes, que reduzem o impacto ambiental. Ninguém valoriza mais o meio ambiente do que o agricultor, porque ele quer garantir sua produção para as próximas gerações. As cooperativas se preocupam genuinamente com a prosperidade do meio ambiente e das comunidades onde atuam”, reforça.
O Brasil conta hoje com mais de 1 milhão de produtores rurais cooperados, que têm acesso facilitado a boas práticas e inovações sustentáveis por meio do modelo cooperativista. “O que queremos mostrar na COP30 é que as cooperativas são instrumentos de solução. Levamos uma mensagem clara ao governo: estamos prontos para ajudar o país a alcançar suas metas climáticas”, afirma Fabíola.
Manifesto e articulação com o governo
Para fortalecer essa mensagem, a OCB está articulada com diversos grupos de trabalho e lideranças cooperativistas, promovendo pesquisas e debates sobre os principais desafios e oportunidades do setor. O resultado desse esforço coletivo foi a elaboração do Manifesto do Cooperativismo Brasileiro para a COP30, que apresenta cinco eixos estratégicos:
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Segurança alimentar, tecnologia e agricultura de baixo carbono;
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Valorização das comunidades e financiamento climático;
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Transição energética e desenvolvimento sustentável;
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Bioeconomia como vetor de desenvolvimento;
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Adaptação e mitigação dos riscos climáticos.
Além disso, o Sistema OCB trabalha para garantir um pavilhão próprio na COP30, onde serão apresentadas experiências reais de cooperativas que já promovem práticas sustentáveis no Brasil e no mundo. Muitas dessas histórias já estão disponíveis no portal da COP30 lançado recentemente, que reúne cases, boas práticas e aprendizados do cooperativismo na agenda ambiental.
Financiamento para escalar impacto
Outro ponto crucial destacado por Fabíola é a necessidade de acesso a financiamento para que as cooperativas ampliem seu impacto positivo, especialmente em regiões como a Amazônia. “Todos olham para as árvores e os rios da Amazônia, mas esquecem das pessoas que vivem lá. Sempre dizemos que uma árvore em pé precisa valer mais do que uma derrubada — e as cooperativas são um ótimo caminho para tornar isso realidade. Mas, muitas vezes, esses empreendimentos não conseguem acesso ao crédito necessário para manter seus negócios e sustentar suas famílias. Isso precisa mudar”, defende.
Presença nas discussões globais
A entrevista também destaca a importância de o cooperativismo brasileiro participar ativamente das negociações internacionais, como a COP30 e a Cúpula Social Mundial, que acontecerá em Doha uma semana antes. Segundo Fabíola, esse engajamento é essencial para que o movimento seja reconhecido como agente de transformação. “Se não estivermos presentes, não seremos lembrados. As cooperativas oferecem soluções para problemas ambientais, sociais e econômicos. Precisamos mostrar do que somos capazes e buscar o apoio necessário para escalar nosso impacto”, conclui.
No Brasil, o Sistema OCB trabalha para fortalecer redes de cooperação entre as 4,5 mil cooperativas existentes, com ações de planejamento, articulação institucional e compartilhamento de soluções. Um exemplo disso foi o Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC), evento promovido em 2024, que reuniu mais de 3 mil lideranças cooperativistas para debater o futuro do movimento.
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Cooperativa mineira avança na gestão energética e potencializa ações para redução de emissões
A Expocacer, cooperativa de cafeicultores com sede em Patrocínio (MG), recebeu, entre os dias 8 e 10 de julho, a visita técnica da Solução Eficiência Energética, iniciativa do Programa ESGCoop coordenada pelo Sistema OCB em parceria com o Sistema Ocemg. A ação foi realizada nas duas unidades de armazenamento e beneficiamento de café da cooperativa e contou com a consultoria especializada da Stride.
Reconhecida por sua forte atuação socioambiental, a Expocacer é referência no setor: a cooperativa possui relatório de sustentabilidade, é certificada com o selo Ouro no Programa Brasileiro GHG Protocol e integra ações inovadoras que vão do campo à exportação. Agora, com a Solução Eficiência Energética, a proposta é potencializar essa agenda e avançar ainda mais na redução das emissões de gases de efeito estufa.
“O diagnóstico que aplicamos nesta etapa vai somar aos esforços já consolidados pela Expocacer, especialmente na redução do consumo de energia elétrica e, consequentemente, das emissões de escopo 2 no inventário de GEE da cooperativa. Essa é uma solução pensada para fortalecer estratégias de sustentabilidade e competitividade no cooperativismo”, destacou Laís Nara Castro, analista de meio ambiente do Sistema OCB.
A programação da visita contemplou reuniões iniciais com as lideranças da cooperativa, vistorias técnicas detalhadas nas duas plantas industriais e encontros para alinhamento sobre o levantamento de dados e metodologias. O diagnóstico resultará em um plano de ação com propostas de curto, médio e longo prazos para otimização energética, com acompanhamento contínuo da equipe técnica.
Futuro do café
Para a Expocacer, a participação no Programa ESGCoop reforça a cultura de inovação e responsabilidade ambiental que já faz parte de sua trajetória. “Iniciativas sustentáveis sempre estiveram presentes nas práticas da Expocacer, fomentadas junto aos nossos cooperados e parceiros. Participar deste projeto de soluções energéticas reforça que estamos trilhando o caminho certo para o nosso propósito, gerando impacto positivo no mundo do café. Não medimos esforços para atingir metas sustentáveis, e com este projeto vamos trazer ainda mais resultados a partir da melhoria contínua e dos métodos apresentados”, afirmou Jorge Luiz de Carvalho Leite, coordenador de Sustentabilidade da cooperativa.
Além de consolidar os compromissos já assumidos pela Expocacer, a iniciativa inspira outras organizações do setor a seguirem o mesmo caminho.
“Ao promover eficiência energética, otimizar recursos e gerar impactos positivos, mostramos que competitividade e sustentabilidade não apenas podem caminhar juntas, como se fortalecem mutuamente. Iniciativas como essa inspiram outras cooperativas e reforçam o protagonismo do cooperativismo na transição para uma economia de baixo carbono”, ressaltou Letícia Soares, analista de Educação e Desenvolvimento Sustentável do Sistema Ocemg.
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Superintendente do Sistema OCB apresentou ações para o Ano Internacional das Cooperativas
O cooperativismo brasileiro vive um momento de destaque no cenário internacional. Nesta quinta-feira (3), a superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, participou da live promovida pelo Sistema Ocepar, que celebrou o Ano Internacional das Cooperativas, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, abriu o evento reforçando a importância da mobilização nacional em torno das comemorações. “É um ano muito especial. Estivemos em Washington, onde ouvimos ao vivo a manifestação da Organização das Nações Unidas sobre sua escolha por priorizar as cooperativas neste ano. Ficamos felizes em saber que cooperativas ao redor do mundo terão mais oportunidades a partir da recomendação da ONU para iniciativas que fortaleçam ainda mais esse sistema que leva desenvolvimento, segurança e prosperidade às comunidades”, comentou.
Tania, por sua vez, destacou durante a sua apresentação, que “o reconhecimento da ONU às cooperativas como agentes de transformação econômica e social é uma conquista de todos nós, que trabalhamos diariamente para construir um mundo melhor. Esse é um ano histórico para o nosso movimento”.
A superintendente apresentou dados que comprovam a relevância do cooperativismo no Brasil e no mundo. "Hoje, mais de 1 bilhão de pessoas no planeta são cooperadas. Se as 300 maiores cooperativas fossem um país, teríamos a 9ª maior economia mundial. No Brasil, são mais de 4,5 mil cooperativas, com 23,4 milhões de cooperados e um faturamento superior a R$ 692 bilhões", ressaltou.
Tania também detalhou as principais iniciativas do Sistema OCB para o Ano Internacional das Cooperativas, com destaque para a campanha SomosCoop 2025, as projeções em prédios de capitais brasileiras no Coops Day e o lançamento de um manifesto do cooperativismo brasileiro para a COP30. “Este é o momento de mostrar para o mundo a força do nosso modelo, que promove inclusão, gera renda e transforma comunidades”, afirmou.
Entre os impactos esperados com o Ano Internacional, Tania citou o fortalecimento da imagem do setor, a atração de novos cooperados, especialmente jovens, e o estímulo ao orgulho em ser parte do movimento cooperativista. “O futuro é cooperativo, e cabe a nós aproveitarmos essa oportunidade estratégica para ampliar a conscientização e consolidar o cooperativismo como protagonista no cenário econômico e social global”, concluiu.
A ONU e o tema do Ano Internacional
A Assembleia Geral da ONU proclamou 2025 como o Ano Internacional das Cooperativas, com o tema Cooperativas Constroem um Mundo Melhor. A iniciativa reconhece o papel vital das cooperativas para o desenvolvimento sustentável e para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030.
“As cooperativas são soluções essenciais para os desafios globais que enfrentamos, porque unem pessoas, comunidades e propósitos em torno de um modelo econômico mais justo e resiliente”, destacou Tania.
Ao final da live, José Roberto Ricken e Robson Mafioletti, superintendente da Ocepar, apresentaram as ações programadas pelo sistema paranaense para celebrar a data, reforçando a sintonia entre o Sistema OCB e suas organizações estaduais na mobilização nacional.
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Último dia reuniu ONU e NCBA para fortalecer papel global das cooperativas
Encerrado com força institucional e visão de futuro. Assim foi o último dia da etapa internacional da Jornada dos Presidentes do Sistema OCB, na última sexta-feira (27), em Washington. A agenda contou com uma reunião com o representante da ONU, Andrew Allimadi, coordenador de Assuntos Cooperativos no Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas. O encerramento marcou o ponto alto de uma semana dedicada à articulação global, à troca de experiências e à consolidação da imagem do cooperativismo brasileiro como um agente estratégico para os desafios do desenvolvimento sustentável.
O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, que liderou a comitiva, reforçou a importância da presença do cooperativismo brasileiro em foros internacionais. “Acreditamos no papel das cooperativas na promoção de uma economia mais sustentável e resiliente. Estar aqui, dialogando com o movimento cooperativista norte-americano, é reafirmar que temos muito a contribuir para os grandes debates globais”, afirmou.
Na manhã do último dia, a delegação participou de um diálogo institucional com o representante da ONU, responsável por assuntos cooperativos. A conversa abordou o papel das cooperativas frente aos compromissos globais de neutralidade de carbono e adaptação climática. A aproximação é estratégica, principalmente às vésperas da COP30, que será realizada em Belém (PA), em novembro deste ano.
Durante o encontro, o presidente Márcio destacou o esforço do movimento para ampliar sua atuação em temas ambientais. “Temos cooperativas com práticas alinhadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e com impacto direto na redução de emissões. A COP30 será uma oportunidade de mostrar isso ao mundo. E nossa participação ativa começa aqui, com escuta, articulação e posicionamento institucional”, ressaltou.
A programação também contou com uma apresentação da NCBA CLUSA, principal organização representativa das cooperativas nos Estados Unidos. O presidente da entidade, Doug O’Brien, compartilhou dados sobre o impacto do cooperativismo norte-americano em setores como energia, crédito, habitação e agricultura, além de destacar as estratégias de defesa institucional em um cenário político incerto. No mesmo encontro, o representante da ONU, Andrew Allimadi, reforçou o legado do Ano Internacional das Cooperativas e incentivou a participação ativa do Sistema OCB na construção do World Social Summit 2025, previsto para setembro, como uma oportunidade de dar visibilidade global às soluções cooperativas.
“A missão termina, mas os vínculos criados aqui seguem fortalecendo nossa atuação estratégica. O que vimos nos últimos dias nos inspira a ampliar a presença das cooperativas brasileiras no debate internacional, com voz ativa, propostas concretas e o orgulho de sermos quem somos: cooperativistas”, concluiu o presidente Márcio.
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Sistema OCB entrega documento com propostas ao vice-presidente da República
O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, e a superintendente da entidade, Tania Zanella, estiveram reunidos com o vice-presidente da República e Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, nesta quarta-feira (11), com o objetivo de manifestar a preocupação do cooperativismo com o conjunto de medidas que afetam a tributação de instrumentos financeiros e a estrutura de captação do sistema financeiro nacional.
Grande parte das mudanças anunciadas afeta diretamente o ambiente de captação e investimento do mercado financeiro e o cooperativismo tem preocupação com os efeitos, como oneração do setor produtivo, alterações na atratividade de produtos, aumento do custo para investidores e necessidade de ajustes operacionais. Um dos principais focos da discussão foi o Decreto nº 12.466, que altera as regras de incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A norma determina que cooperativas com operações passivas ou ativas superiores a R$ 100 milhões no exercício anterior passam a ser tributadas. Para o Sistema OCB, essa medida representa um risco de descaracterização do modelo cooperativo, ao penalizar justamente aquelas instituições que mais contribuem para o desenvolvimento das comunidades em que atuam.
O Sistema OCB reforçou a importância de preservar a natureza diferenciada do cooperativismo dentro da arquitetura financeira nacional, garantindo condições justas para que as cooperativas continuem contribuindo com a inclusão financeira e o crescimento regional. “Nos preocupa o movimento de desincentivar o papel do cooperativismo no Brasil. Um cooperativismo forte, independente do porte da cooperativa, é uma plataforma essencial de desenvolvimento social e econômico, desde os municípios até todo o país”, destacou Márcio de Freitas.
Geraldo Alckmin ouviu atentamente as considerações apresentadas pelas lideranças cooperativistas, reconheceu a importância do tema e se comprometeu a analisar as preocupações levantadas pelo setor cooperativista.
COP30
Mais um passo importante rumo à construção de um futuro mais sustentável e justo: no contexto do Ano Internacional do Cooperativismo, declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2025, o Sistema OCB aproveitou a ocasião para entregar ao vice-presidente o Manifesto do Cooperativismo Brasileiro para a COP30. O Manifesto é uma das contribuições do setor à Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá em novembro, em Belém do Pará. Fruto de um trabalho coletivo que envolveu cooperativas de todo o país, o manifesto apresenta propostas concretas e estruturadas em cinco eixos temáticos, todos alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Segundo Márcio Freitas, o momento é estratégico para mostrar a força do modelo cooperativista nas soluções climáticas e sociais. “A COP30 é uma oportunidade única para o Brasil mostrar ao mundo que é possível produzir com responsabilidade, incluindo as pessoas e protegendo o meio ambiente. O cooperativismo já faz isso todos os dias, em milhares de comunidades. Nosso manifesto é a voz desse Brasil que dá certo”, afirmou.
A superintendente Tania Zanella destacou a importância de inserir o cooperativismo no centro das decisões globais. “Queremos que as cooperativas sejam reconhecidas como aliadas estratégicas no enfrentamento das mudanças climáticas. As soluções estão nos territórios, nas comunidades que vivem a realidade dos desafios e já constroem caminhos sustentáveis com base na cooperação.”
O manifesto conta é dividido em cinco eixos:
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Segurança alimentar, tecnologia e agricultura de baixo carbono: destaca o papel das cooperativas na produção de alimentos saudáveis com práticas sustentáveis.
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Valorização das comunidades e financiamento climático: propõe ampliar o acesso a recursos para projetos climáticos nas bases cooperativas.
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Transição energética e desenvolvimento sustentável: posiciona o cooperativismo como agente da democratização da energia limpa e renovável.
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Bioeconomia como vetor de desenvolvimento: promove o uso sustentável da biodiversidade e o fortalecimento de cadeias produtivas de base biológica.
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Adaptação e mitigação de riscos climáticos: incentiva práticas resilientes e regenerativas, com foco na proteção de populações vulneráveis.
O Sistema OCB participou ativamente das últimas quatro edições da conferência climática da ONU (COP26, COP27, COP28 e COP29). Agora, com a COP30 em solo brasileiro, o setor busca protagonismo como uma solução viável, democrática e eficaz na construção de uma economia verde e de baixo carbono.
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Mensagem global destaca o papel das cooperativas de crédito no desenvolvimento.
Em 2025, o cooperativismo de crédito mundial tem um novo convite à reflexão, à união e à ação: Cooperação por um mundo próspero. Esse é o tema oficial do Dia Internacional das Cooperativas de Crédito (DICC), divulgado pela World Council of Credit Unions (Woccu).
A data será celebrada no dia 16 de outubro, tradicionalmente na terceira quinta-feira de outubro, como ocorre todos os anos. A escolha do tema reforça a essência do cooperativismo de crédito: gerar prosperidade por meio da cooperação, da inclusão financeira e da valorização das pessoas — pilares que fortalecem comunidades e constroem um futuro mais justo e equilibrado.
Instituído para celebrar as conquistas e o impacto das cooperativas de crédito ao redor do mundo, o DICC é um momento simbólico de reconhecimento ao trabalho que transforma vidas. Com mais de 393 milhões de cooperados em 118 países, segundo dados da Woccu, o sistema de crédito cooperativo é uma força global que cresce com base na confiança, na solidariedade e no compromisso com o bem comum.
O tema de 2025 dialoga com os grandes desafios globais — como redução das desigualdades, sustentabilidade econômica, acesso ao crédito e fortalecimento da cidadania — e posiciona o cooperativismo de crédito como agente ativo de mudança. A mensagem também convida as cooperativas a refletirem sobre seu papel na construção de soluções coletivas, sempre com foco na prosperidade compartilhada.
A identidade visual elaborada pela Woccu, em português, também foi disponibilizada às cooperativas, e o Sistema OCB está trabalhando em uma adaptação própria, que será divulgada em breve — fortalecendo ainda mais a conexão com a realidade brasileira e com a identidade do movimento SomosCoop.
O Dia Internacional das Cooperativas de Crédito é uma iniciativa de longa data, celebrada desde 1948, e se consolidou como uma oportunidade anual de engajar cooperados, dirigentes, colaboradores e comunidades em torno dos valores e princípios do cooperativismo de crédito.
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Evento discutiu papel da agricultura das Américas na agenda climática rumo à COP30
O Sistema OCB participou, nesta quinta-feira (22), da 34ª Reunião do Conselho Consultivo para a Transformação dos Sistemas Agroalimentares (CATSA), iniciativa vinculada ao Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). Representada pela superintendente Tania Zanella, a organização levou ao debate a visão do cooperativismo brasileiro sobre o financiamento climático para o setor agropecuário, destacando o papel estratégico das cooperativas na construção de um modelo agrícola mais sustentável e resiliente.
A reunião foi centrada no tema Rumo à COP30 no Brasil: desafios para o posicionamento de uma agricultura sustentável e resiliente nas Américas. A proposta reuniu representantes dos países latino-americanos para debater contribuições conjuntas que reflitam as realidades regionais e que possam ser levadas de forma coesa à próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em novembro, em Belém (PA).
Durante o encontro, lideranças reforçaram que a agricultura, ao mesmo tempo em que sofre os impactos da mudança do clima, também pode ser uma aliada poderosa no enfrentamento desse desafio. Foi nesse contexto que a superintendente do Sistema OCB apresentou a proposta do cooperativismo brasileiro para a COP30, fundamentada no Manifesto do Cooperativismo Brasileiro para a Ação Climática.
Em sua fala, Tania Zanella ressaltou que as cooperativas agropecuárias e de crédito têm o potencial de liderar a transição para uma agricultura regenerativa, devido a sua forte presença territorial e capacidade de inclusão produtiva. “As cooperativas formam uma aliança estratégica para viabilizar o financiamento climático no campo — com capilaridade, inclusão e impacto real. Com mais de um milhão de produtores associados, sendo 71% da agricultura familiar, somos protagonistas na segurança alimentar e temos legitimidade para estar no centro das soluções climáticas”, afirmou.
Ela também chamou atenção para os obstáculos que ainda dificultam o acesso dos pequenos produtores aos instrumentos de financiamento climático, como a baixa adaptação dos mecanismos internacionais à realidade rural e a pouca valorização de arranjos coletivos. “É urgente repensar os fluxos de financiamento climático. Precisamos de incentivos que reconheçam a atuação das cooperativas como canais confiáveis e eficientes de distribuição de recursos sustentáveis”, defendeu.
O Sistema OCB propôs, entre outras ações, a criação de linhas específicas de crédito climático com canais cooperativos, a remuneração por serviços ambientais e a integração das cooperativas de crédito aos fundos climáticos nacionais e internacionais.
O CATSA é um espaço de articulação estratégica do IICA, que busca promover sistemas agroalimentares mais produtivos, sustentáveis e equitativos nas Américas. A 34ª reunião teve como foco preparar a região para a COP30, reforçando a necessidade de posicionar a agricultura como parte da solução global para o clima, com protagonismo dos agricultores e das instituições locais.
“O futuro da agricultura depende de cooperação. E o cooperativismo é o melhor caminho para conectar produção, crédito e responsabilidade ambiental em uma só agenda”, concluiu Tania.