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Cooperativas como a Camta, referência em sustentabilidade com reconhecimento internacional, podem ser beneficiadas com incentivos do Fundo Amazônia. Nesta quarta-feira (15), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) realizou reunião para reinstalar o Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa), suspenso desde 2018. Na coletiva de imprensa, o presidente o banco, Aloizio Mercadante, anunciou que o fundo já conta com aporte de R$ 5,4 bilhões e que outros países, além de Alemanha e Noruega, desejam contribuir para o desenvolvimento sustentável na Região Amazônica.
Mercadante destacou a importância do agro na busca por alternativas para a produção sustentável, a partir da utilização de tecnologias de produção de alimentos com baixa emissão de gás carbono e em conformidade com Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). De acordo com ele, o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que regulariza as propriedades rurais do país, é fundamental no combate às práticas criminosas.
“As falas do presidente do BNDES simbolizam apoio ao cooperativismo, uma vez que temos os recursos necessários para contribuir com as políticas propostas”, afirma o coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, Marco Morato.
Confira a matéria completa no site Cooperação Ambiental.
A mensagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso Nacional, lida na abertura dos trabalhos da 57ª Legislatura, nesta quinta-feira (2), destacou o cooperativismo em temas de grande relevância para o movimento como a Reforma Tributária, o desenvolvimento de projetos e ações para impulsionar a agropecuária brasileira e o fomento aos financiamentos públicos. O presidente também prometeu diálogo permanente e trabalho harmônico com o Congresso Nacional, reforçando que a busca do consenso é essencial para a reconstrução do país.
Como medidas de curto e médio prazo, Lula, em sua mensagem, priorizou o debate de temas estruturantes como a Reforma Tributária que, segundo ele, é essencial para a retomada sustentável do crescimento e precisa redistribuir a carga de impostos de maneira mais justa. “Será proposta uma reforma tributária solidária, justa e sustentável, que simplifique tributos e que assegure que os pobres paguem menos e os ricos, mais; que contemple a transição para uma economia ecologicamente sustentável; aperfeiçoando a tributação sobre o comércio internacional; e que desonere, progressivamente, produtos com maior valor agregado e tecnologia embarcada”.
O texto ressaltou o estímulo ao cooperativismo para a criação de oportunidades de emprego no país. “O Brasil precisa criar oportunidades de trabalho e emprego. Para isso, o governo irá propor a retomada dos investimentos em infraestrutura e habitação; a reindustrialização nacional em novas bases tecnológicas e ambientais; a reforma agrária; e o estímulo à economia criativa e à economia verde inclusiva, baseada na conservação, na restauração e no uso sustentável da biodiversidade brasileira. O apoio ao cooperativismo, ao empreendedorismo e às micro e pequenas empresas também será estendido”.
A garantia de crédito facilitado; assistência técnica e, em gestão; acesso à tecnologia; prioridades em compras públicas; e superação de burocracia para cooperativas também foram abordados. “O novo Governo irá estimular a economia criativa e o empreendedorismo social, que têm elevado potencial de inclusão produtiva, geração de renda e inovação social. Serão construídas políticas de fomento e fortalecimento de redes e cadeias produtivas e outras iniciativas de cooperativismo, de facilitação do acesso a mercados e ao crédito e de estímulo à inovação”, afirma a mensagem.
O presidente afirmou ainda que novas experiências em cooperação precisam ser estimuladas e que é necessário enfrentar as restrições orçamentárias para assegurar recursos ao Plano Safra em áreas estratégicas como o cooperativismo. “Em um país continental como o Brasil, é necessário combater as desigualdades regionais, fortalecendo o desenvolvimento das regiões e estimulando novas experiências de cooperação e organização territorial. O desenvolvimento regional passa pela inovação, pelo conhecimento, por investimentos, pela articulação de políticas públicas e pelo compartilhamento de boas práticas.
Para o presidente do Sistema OCB, Marcio Lopes de Freitas, a mensagem presidencial trouxe a esperança de que o movimento continuará tendo o protagonismo que merece na elaboração de políticas públicas que estimulem ainda mais o seu desenvolvimento. “O cooperativismo é um instrumento de organização e transformação social que promove ajuda mútua, colaboração e solidariedade na busca de soluções coletivas. Sabemos como unir desenvolvimento econômico e social, produtividade e sustentabilidade e queremos continuar contribuindo para que o Brasil possa ser cada vez mais próspero”, destacou.
A edição do Panorama do Coop desta semana apresenta uma análise política sobre a nova Legislatura do Congresso Nacional e a mensagem presidencial. Confira!
O 7º Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo (EBPC) - Sustentabilidade no cooperativismo: competitividade, inovação e diversidade, promovido pelo Sistema OCB, UFMG e UFV, já tem data marcada para sua realização. Será em setembro de 2023, em Brasília. A abertura das inscrições para submissão de artigos acontece em março e terá como tema central a agenda ESG. Em breve, as atualizações sobre o evento poderão ser encontradas no endereço https://somoscooperativismo.coop.br/EBPC.
“Este é o único evento direcionado exclusivamente para pesquisadores em cooperativismo. Pretendemos, novamente, alcançar toda a comunidade acadêmica de pesquisadores, inclusive das nossas Organizações Estaduais para que colaborem, por meio de seus artigos, com a apresentação de desafios e soluções para impulsionar o cooperativismo, em especial, nas questões de responsabilidade ambiental, cuidado social e gestão e governança, o nosso ESGCoop”, declarou o presidente do Sistema OCB, Marcio Lopes de Freitas.
O primeiro EBPC aconteceu em 2010 e teve como objetivo fomentar o intercâmbio de pesquisadores e a produção técnica e científica sobre cooperativismo em diversas áreas do conhecimento, além de promover uma maior integração entre as necessidades de pesquisa das cooperativas brasileiras e as pesquisas acadêmicas. O tema explorado foi a importância e a necessidade de adaptar os comportamentos das organizações ao novo paradigma da sustentabilidade.
A Organização das Nações Unidas (ONU) denominou 2012 como o Ano Internacional das Cooperativas e o EBPC, em sua segunda edição, explorou o tema Ano Internacional das Cooperativas: cooperativas constroem um mundo melhor. A edição então se debruçou em promover reflexões sobre o papel das cooperativas no processo de desenvolvimento socioeconômico.
Já em 2014, o Encontro teve como objeto o Cooperativismo como Modelo de Negócios: as cooperativas conquistam desenvolvimento sustentável para todos. Os eixos explorados foram participação; sustentabilidade; identidade; quadro legal; e capital.
Em 2017, o evento trouxe como slogan Desenvolvendo Negócios Inclusivos e Responsáveis: Cooperativas na Teoria, Política e Prática. O encontro contou com a parceria do Prêmio ABDE-BID 2019 - categoria Desenvolvimento e cooperativismo de crédito. Os eixos tratados foram identidade e educação; quadro legal; governança e gestão; e capital e finanças.
Em 2019, o último encontro antes da crise sanitária que impediu a edição de 2021, tratou de Negócios sustentáveis em cenários de transformação. Em um ambiente favorável à criatividade, experimentação e implementação de ideias para unir competitividade e desenvolvimento sustentável, foram abordados eixos como identidade e cenário jurídico; educação e aprendizagem; governança, gestão e inovação; capital, finanças e desempenho; e impactos econômicos, sociais e ambientais.
Alinhado com as práticas internacionais de contabilidade, o Banco Central do Brasil publicou a Instrução Normativa 325/22, que regulamenta os mecanismos financeiros de sustentabilidade climática e socioambiental. O normativo, divulgado nesta segunda-feira (21), passa a vale a partir de 1º de janeiro de 2023. Com a medida, as instituições financeiras deverão padronizar a forma como são registrados os créditos de carbono e demais ativos de sustentabilidade.
De acordo com coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, Marco Morato, a medida contribuirá para o crescimento e solidificação, em especial, do mercado de crédito de carbono, uma vez que os ativos serão reconhecidos e classificados nos balanços das financeiras. Para ele, o normativo também aumentará a transparência para quem deseja investir.
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Com a intenção de propagar as boas práticas ambientais das coops do Ramo Agro na 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, a COP27, o Ministério do Meio Ambiente convidou o Sistema OCB e as cooperativas CCPR (MG), Coopercitrus (SP), Cocamar (PR) e Coplana (SP) para apresentarem seus cases no painel A importância das cooperativas para o agro sustentável, nesta sexta-feira (11). O evento acontece no Egito até o próximo dia 18 e a participação foi realizada de forma virtual no Pavilhão Brasil da COP.27.
“O cooperativismo agro é protagonista na temática da produção sustentável. Sabemos que somos um player fundamental no fornecimento de alimentos para o Brasil e para o mundo. Tanto que representamos 53% da produção de grãos que são exportados para mais de 100 países. Temos responsabilidade e atuamos na diminuição de emissão de gases que contribuem para o efeito estufa, na fixação de carbono e também na sua neutralização. Os cooperados contam com auxílio de técnicos e tecnologias de sustentabilidade. Queremos mostrar possibilidades de ampliar essas iniciativas por todo o mundo”, disse o presidente do Sistema OCB, Marcio Lopes de Freitas, na abertura.
De acordo com o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, o papel que as coops desempenham em prol da sustentabilidade e preservação ambiental precisava ser amplamente divulgado para o mundo, na COP27. “O Brasil é uma potência capaz de transmitir tecnologias importantes e o cooperativismo é um dos protagonistas na busca de soluções coletivas e sustentáveis que fazem a diferença”.
CCPR
A CCPR foi representada por seu presidente Marcelo Candiotto. Ela reúne 31 cooperativas do segmento, que estão distribuídas em 280 municípios mineiros e goianos. Seus mais de 4,5 mil associados produzem 90 milhões de leite por mês. Além de produtos lácteos, a coop também atua na produção de proteínas bovina, equina, suína, aves, peixes e até ração para os pets.
No painel, Candiotto falou que na CCPR “o agro e o meio ambiente caminham juntos há 74 anos e o cooperativismo é a maior plataforma de negócios do mundo com boa gestão, sustentabilidade e cuidado com as pessoas”. Ele destacou, dentre outros, o programa Prática Nota 10, que incentiva o produtor a adotar procedimentos de gestão, de qualidade do leite, de infraestrutura e de bem-estar animal. “Produzimos 1 bilhão de litros de leite, por ano. Tudo alinhado à sustentabilidade com foco na descarbonização da agropecuária brasileira. Já há indicadores da Embrapa de que reduzimos mais de 40% das emissões de carbono. O produtor rural é um agente de transformação”.
A cooperativa também tem o projeto Recicla Mais, para a unidade industrial, que faz a destinação correta de cerca de 2 milhões de embalagens de resíduos, seguindo orientações dos órgãos ambientais. Outra iniciativa é a usina fotovoltaica, que além de abastecer a coop também contribui com parte da demanda de energia da Santa Casa de Misericórdia, em Minas. “Utilizamos energia limpa que gera 1 megawats/hora. Essa usina é responsável pelo atendimento de usina é utilizada por todas as nossas fábricas e postos de captação de leite e parte da energia gerada nesse sistema é doada para a Santa Casa. doamos parte da energia gerada para a Santa Casa. Então, mais que produzir energia renovável, temos responsabilidade social, que já é um princípio do cooperativismo”, orgulhou-se Candiotto.
Coopercitrus
“Diferente de outras organizações empresariais, as cooperativas atuam dentro da porteira com um excelente time técnico. Somos 39 mil agricultores, que atuam em SP, MG e GO, na produção agropecuária, serviços técnicos, insumos e equipamentos. Na minha percepção as cooperativas caminham em uma velocidade superior à do Estado. Já temos carbono reduzido, 40% de nossos cooperados possuem o Cadastro Ambiental Rural (CAR) analisado, são um milhão de hectares preservados. São 500 profissionais técnicos no campo atuando para redução e captura de carbono e metano”, expressou o presidente do Conselho da Coopercitrus, Matheus Kfouri.
Para acelerar as inovações na produção agro de baixo carbono e recuperação de florestas e nascentes, a Coopecitrus criou, em 2019, a Fundação Coopercitrus Credicitrus, com foco em pesquisa, educação e meio ambiente, e em benefício do produtor e da comunidade do entorno. Segundo ele, os dois projetos da entidade, CooperSemear, que auxilia cooperados a restaurarem áreasrestaurarem áreas de conservação de vegetação nativa, e o CooperNascentes, focado na restauraçãorecuperação de minas d’água no campo, “permitiuram restauro ambiental e o plantio de 70 mil mudas”.
Kfouri reforça ainda que o serviço ambiental é extremamente estratégico para o produtor. “Já existem os acordos de créditos de carbono. No caso da cana-de-açúcar, há créditos regulados. E, no futuro, todo o mercado estará assim, o que representa avanços concretos para a redução de emissão de carbono com ganhos financeiros”.
Coplana
A maior produtora e exportadora de amendoim do país é a cooperativa Coplana, que atua também na produção de cana-de-açúcar e soja. Segundo seu presidente, Bruno Rangel, a policultura mantém a diversidade no solo e faz com que os negócios na região progridam. Ele destacou três pontos que tornam a coop e seus 1, 2 mil cooperados reconhecida na questão socioambiental.
“Logo na década de 1990 começamos a atuar na logística reversa das embalagens. Esse trabalho inspirou uma lei nacional e temos muito orgulho disso porque é um valor muito grande para o nosso país. Em um movimento de intercooperação, a Coplana e o Sicredi [central de cooperativas de crédito] desenvolvem o projeto Top Cana, que classifica e certifica o produtor que esteja em consonância com os métodos de sustentabilidade do solo. Esse produtor consegue, então, acessar créditos verdes na compra de insumos, equipamentos e outros. É um modelo que poderia ser replicado em todo o país. Outra iniciativa nossa, em parceria com o Governo Federal, é o Adote um Parque, onde o recurso aportado pela cooperativa ajuda no trabalho das pessoas que vivem nestas áreas”, expôs Rangel.
Cocamar
A paranaense, com atuação também em São Paulo e no Mato Grosso do Sul, é referência na implementação da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (IiLPF). A estratégia agrega diferentes sistemas produtivos, na mesma área e em épocas diferentes, para não “viciar” o solo e reduzir a emissão de gases que contribuem para o efeito estufa. O presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, explicou que “desde a adoção do programa reduziu-se de 11,5 para 1,5 de emissão de carbonogases de efeito estufa, para a produção de 1 tonelada de carne com a integração e fixação de 1,5 tonelada/hectare/ano de carbono no solo, com a integração”.
A cooperativa é composta por 18 mil associados, que em sua maioria são pequenos e médios produtores. “Com menos de 100 hectares, 73% dos nossos cooperados melhoraram suas produções com a ILPF. São 160 milhões de hectares já implantados, que causaram uma verdadeira revolução nas áreas degradadas. Produzimos ainda biogás para gerar energia para o nosso complexo, além da utilização de energia fotovoltaica. Desta forma, atendemos nossas 16 unidades industriais onde atuamos com soja, milho e gado”, pontuou Lourenço.
O cooperativismo brasileiro tem atuado de forma propositiva e significativa para o alcance das metas globais de sustentabilidade e de desenvolvimento social. Alinhado e cumprindo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 30, da Organização das Nações Unidas (ONU), o coop brasileiro foi convidado a expor, mais uma vez, suas iniciativas na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que já está em sua 27ª edição, a COP27. A cúpula esteve reunida no Egito, entre os dias 6 e 20 de novembro, e contou com participação de cerca de 200 nações.
As cooperativas expositoras foram indicadas pelos ministérios do Meio Ambiente (MMA) e de Minas e Energia (MME). Para falar sobre o agro sustentável, o ministro do Meio Ambiente acionou as cooperativas CCPR (MG), Coopercitrus (SP), Cocamar (PR) e Coplana (SP), que apresentaram suas ações em defesa de um ambiente produtivo mais sustentável. A MinasCoop Energia foi convidada para expor seu programa de energia fotovoltaica, que conta ainda com viés social atribuído à doação de parte da energia produzida para entidades filantrópicas da região.
As exposições das coops e suas estratégias podem ser reverberadas em todo o mundo, pois tratam da utilização de energia renovável, a chamada energia verde; da preservação do meio ambiente, bem como da recuperação de áreas degradadas, de nascentes e de florestas. O coop agro já se consolida como referência na econômica de baixo carbono, com adoção de estratégias sustentáveis e reaproveitamento de dejetos. Entre outras ações, o coop demonstrou que é possível construir um futuro mais produtivo, socialmente justo e ambientalmente mais correto.
Destaques da COP
Para minimizar os impactos dos efeitos das mudanças climáticas, especialmente, em países mais vulneráveis, a cúpula criou o fundo de redução de perdas e danos, como forma de compensar financeiramente as nações vulneráveis afetadas. No entanto, os critérios de repasse e volume de recursos, por exemplo, serão definidos somente no próximo ano, durante a COP28. Países afetados por adversidades climáticas poderão ser beneficiários do fundo, principalmente os que sofrem com elevação do nível do mar, como os países ilhas; tempestades graves e outros efeitos de destruição irreparável oriundos das mudanças climáticas.
Sobre a temperatura global, a COP27 reafirmou a meta estabelecida em 2015, na COP21, com o Acordo de Paris. Continua definido que o aumento da temperatura global está fixado no limite de 1,5°C até o final do século. Para isso, a mitigação de emissões de gases de efeito estufa (GEE), adaptações nas atividades dos países e o financiamento para os mais vulneráveis se adaptarem permanecem no roteiro para manter a temperatura do planeta estável.
Criação de fundo de redução de perdas e danos para países menos abastados, mercado de carbono e metano, segurança alimentar, recuperação de áreas degradadas e proteção da biodiversidade foram temas evidenciados na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP27, realizada no Egito, entre os dias 6 e 20 de novembro, e que reuniu cerca de 200 países.
O cooperativismo brasileiro vem atuando de forma propositiva e significativa para o alcance das metas globais. Na conferência, um painel foi reservado para que as coops falassem sobre a importância das cooperativas para o agro sustentável. As cooperativas CCPR (MG), Coopercitrus (SP), Cocamar (PR) e Coplana (SP) apresentaram suas ações em defesa de um ambiente produtivo mais sustentável.
O coop brasileiro, em cumprimento da Agenda 30, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) pode reverberar suas boas práticas para todo o mundo. O Brasil integrou, ainda, painéis sobre agro sustentável, economia de baixo carbono, mobilidade e futuro verde.
Para saber mais sobre os compromissos assumidos pelas nações durante a COP 27, acesse aqui.
“Nós cooperativistas sabemos que é perfeitamente possível aliar produtividade e desenvolvimento com sustentabilidade, prosperidade e responsabilidade social. Afinal, toda cooperativa — independentemente do tamanho, área de atuação ou país— já nasce com o compromisso de cuidar da comunidade onde atua, o que só pode ser feito com justiça social, equilíbrio ambiental e viabilidade econômica. E, o cooperativismo brasileiro vem se apresentando como protagonista na construção de uma economia de baixo carbono.”
A citação é parte da carta aberta do cooperativismo brasileiro para a 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, a COP27, que acontece no Egito até o próximo dia 18 de novembro. Até lá, o mundo está com a atenção voltada nos debates sobre os esforços para conter os avanços das mudanças climáticas, em especial do aquecimento global, por meio da economia de baixo carbono.
O manifesto, publicado no dia 7 de novembro destaca seis princípios de atuação do coop brasileiro no trato das questões ambientais evidenciadas na conferência. O primeiro trata da redução das emissões de gases que contribuem para o efeito estufa na atmosfera, o que resulta no aumento da temperatura global. Neste aspecto, o coop brasileiro ressalta a necessidade da regulamentação do mercado de carbono para comercializar os chamados créditos de carbono por diferentes setores da economia.
“A maneira mais inteligente de se fazer isso é regulamentando o mercado internacional de carbono, assim vamos valorizar os modelos de baixa emissão e sequestro de carbono com investimentos e esforços em defesa da preservação, conservação e recuperação ambiental. Com um ambiente regulatório favorável, os projetos localizados em Áreas de Preservação Permanente (APP), Reservas Legais (RL) e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) podem ser potencializados em suas iniciativas de proteção”, declara Marcio.
A transição energética é o segundo ponto de defesa do cooperativismo brasileiro, o que corrobora também para a neutralidade de carbono em escala mundial. As soluções apresentadas passam pela diversidade de fontes de energia como a eólica, a fotovoltaica, a hídrica e a biomassa. O Sistema OCB reforça que, com apoio internacional, estes arranjos podem ser ampliados no Brasil e no mundo.
O combate ao desmatamento ilegal na Amazônia e nos demais biomas brasileiros é o terceiro princípio defendido no manifesto. As medidas de comando e controle da prática são indispensáveis para combater, entre outros aspectos, os efeitos do aquecimento global. As cooperativas brasileiras são destaque neste tema, pois a preservação ambiental, em algumas áreas, tem excedido o percentual indicado por lei.
“A preservação das cooperativas pode chegar a 80% de suas terras, a depender do bioma. Temos excelentes exemplos de sustentabilidade por todo o país e acreditamos que eles devam contar com instrumentos de apoio econômico nacionais e internacionais para se desenvolverem cada vez mais”, endossa o presidente.
O quarto princípio se consolida sob a esfera de pagamento por serviços ambientais. “A nossa Política Nacional de Pagamento Por Serviços Ambientais instituiu o incentivo, monetário ou não, para os produtores rurais que adotam medidas efetivas de proteção e promoção do meio ambiente. A emissão de títulos verdes (green bonds) também pode colaborar de forma decisiva para o aumento de interesse das pessoas e instituições por projetos sustentáveis”, assegura Marcio.
O Brasil, já denominado celeiro do mundo na produção de alimentos para o combate à fome e para a garantia da segurança alimentar global, também passa pelo trabalho dos produtores cooperados. O quinto princípio salienta que acabar com a fome, proporcionar acesso a alimentos seguros e nutritivos, além da garantia e disponibilidade de alimentos, são os pilares direcionadores do movimento coop, que já “tem papel fundamental com presença significativa no comércio mundial de café, soja, milho, algodão, carne bovina, de frango e suína, açúcar, além de suco de laranja e celulose, dentre outros alimentos e fibras”, explicita o presidente do Sistema OCB.
O pleito por políticas públicas de fomento ao coop como arranjo produtivo e sustentável, ambientalmente responsável e socialmente justo é o sexto princípio presente no documento. “Juntos somos capazes de proporcionar a inclusão produtiva, a economia de escala, a geração de renda e o desenvolvimento regional e local. Dessa forma, colaboramos com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para que o Brasil fique mais próximo de cumprir as metas estabelecidas em acordos internacionais”, garante Marcio.
O presidente reforça ainda que o coop é um modelo de negócios que conecta milhões de pessoas no campo e na cidade, estruturado na boa gestão e governança, na valorização do empreendedorismo coletivo e na economia compartilhada, tão solicitada pelas novas gerações. “As cooperativas brasileiras aproveitam esta carta para reafirmar seu compromisso de trabalhar pela construção de um futuro melhor, mais justo e mais sustentável para esta e para as futuras gerações. Temos consciência dos inúmeros desafios dos próximos anos e enxergamos neles a oportunidade de construir um mundo guiado pelo espírito da cooperação”, finaliza.
Para ler o manifesto completo, clique aqui.
Entre os dias 6 e 18 de novembro, Sharm El-Sheik, no Egito, sediará a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. A COP 27, como é popularmente denominada, reunirá representantes de todo o mundo para debater temas ligados às mudanças climáticas no planeta e o Sistema OCB também estará presente mostrar e valorizar as ações sustentáveis realizadas por cooperativas e produtores do Ramo Agro.
Marcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB, coordenará, na próxima sexta-feira (11), o painel A importância das cooperativas para o agro sustentável, que contará também com a participação de dirigentes da CCPR (MG), Coopercitrus (SP), Cocamar (PR) e Coplana (SP). O painel fará parte do seminário Energia, Indústria, Agro e Investimentos Verdes, organizado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) no Pavilhão Brasil. O início está previsto para às 9h da manhã e terá transmissão ao vivo pelo canal Youtube do Sistema OCB.
O convite para a participação foi feito pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, em função do importante papel que as cooperativas desempenham em prol da sustentabilidade e preservação ambiental. “O Brasil é uma potência capaz de transmitir tecnologias importantes e o cooperativismo é um dos protagonistas na busca de soluções coletivas e sustentáveis que fazem a diferença”.
“Faz parte da natureza do cooperativismo a busca e a implementação de soluções que conciliem o desenvolvimento econômico com o combate ao aquecimento global e a preservação do meio ambiente. Somos, definitivamente, parte da solução no que diz respeito às questões climáticas, tanto que já somos referência mundial na produção sustentável. O agronegócio cooperativo é pautado em sustentabilidade e no desafio de alcançar uma economia neutra em carbono, com destaque para a redução das emissões de metano”, afirma o presidente Marcio.
Alguns exemplos das ações sustentáveis desenvolvidas pelas cooperativas agro também serão detalhadas durante o painel.
Clique aqui e conheça os cases que serão apresentados na Conferência.
A Coopercitrus Cooperativa de Produtores Rurais, Coopercitrus, vai expor o protagonismo de seu sistema de agricultura de baixo carbono, produção de energia limpa para autoconsumo e recuperação de florestas e nascentes na 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, a COP 27, nesta sexta-feira (11).
O conjunto de ações da coop garantiu a ela certificação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) com base no certificado ISO 14001, que especifica ações para proteção do meio ambiente, controle dos impactos e melhoria contínua de processos, em 10 unidades operacionais.
“As cooperativas são fundamentais nesse processo de redução dos gases de efeito estufa e captura de carbono na atividade agropecuária, bem como na recuperação de biomas. Os produtores têm mudado seus processos para, sobretudo, reduzir as emissões de gases e captura do carbono. O movimento cooperativista apresenta resultados concretos na direção de práticas conservacionistas que geram resultados efetivos. O que antes era obrigação tornou-se oportunidades”, avalia o presidente do Conselho da Coopercitrus, Matheus Kfouri Marino.
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“Já somos referência mundial em produção sustentável como uma ferramenta para o alcance de uma economia de carbono neutro. Temos incentivado os produtores cooperados com o auxílio de nossos técnicos rurais prestando atendimento dentro das cooperativas. Há diversos exemplos que contemplam a questão produtiva, ambiental e social. Nas questões climáticas somos definitivamente parte da solução mundial, pois estamos pautados na sustentabilidade do ambiente e dos negócios.”
A citação do presidente do Sistema OCB, Marcio Lopes de Freitas, refere-se a participação das cooperativas do Ramo Agro, nesta sexta-feira (11), na 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, a COP 27. A Cooperativa Central dos Produtores Rurais, mais conhecida como CCPR, é considerada a maior captadora de leite do Brasil com seu sistema que reúne dezenas de coops singulares que atuam, conjuntamente, há mais de 70 anos.
O presidente da CCPR, Marcelo Candiotto, destaca que é responsabilidade e missão do cooperativista promover o desenvolvimento sustentável do meio ambiente, bem como das comunidades. Ara ele, a participação na conferência vai ajudar a desmistificar a ideia que o agro brasileiro causa impactos negativos ao meio ambiente.
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