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A chamada para os trabalhos do 7º Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo (EBPC), promovido pelo Sistema OCB com o apoio de universidades parceiras, recebeu 177 submissões em todas as modalidades e eixos temáticos, com a participação de 322 autores das cinco regiões brasileiras. A divulgação dos trabalhos aprovados está prevista para 21 de julho. Os 50 mais bem avaliados receberão passagens e hospedagens para participar do evento. O encontro traz como tema Sustentabilidade no cooperativismo: competitividade, inovação e diversidade e o objetivo é estimular estudos direcionados à maior eficácia e eficiência nos processos das cooperativas para que elas atinjam novo patamar de competência por meio da percepção, avaliação e compartilhamento de conhecimentos e experiências.
“Recebemos com muita alegria e gratidão os trabalhos dos 322 autores que se dedicaram, por meio de seus projetos, a apresentar desafios e soluções para impulsionar o cooperativismo. Este é o maior evento direcionado exclusivamente para pesquisadores do coop no país, que reúne a comunidade acadêmica e as organizações estaduais do nosso sistema, em defesa de uma economia mais sustentável e solidária. Como neste ano os trabalhos estão direcionados às questões de responsabilidade ambiental, cuidado social e boa administração, o movimento terá mais munição para impulsionar as cooperativas em temas como o ESG”, avaliou o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.
Das 177 submissões, 133 são artigos científicos, sendo 18 correspondem a trabalhos sobre Contabilidade, Finanças e Desempenho; 23 são sobre Educação Inovação e Diversidade; 37 sobre Governança e Gestão; 25 sobre Identidades e Direito Cooperativo; e 30 sobre Impactos e Contribuições Econômicas, Sociais e Ambientais. Outros 19 são artigos de Iniciação Científica, sendo 1 sobre Contabilidade, Finanças e Desempenho; 5 sobre Educação Inovação e Diversidade; 6 sobre Governança e Gestão; 1 sobre Identidades e Direito Cooperativo; e 6 sobre Impactos e Contribuições Econômicas, Sociais e Ambientais. Além disso, outros 25 trabalhos versam sobre Relatos de Experiências, sendo 15 sobre Educação Inovação e Diversidade; 5 sobre Governança e Gestão; e 5 sobre Impactos e Contribuições Econômicas, Sociais e Ambientais.
O 7º EBPC será realizado entre os dias 18 a 20 de setembro, em Brasília. O evento ocorre a cada dois anos e, de acordo com o cronograma, entre 21 de julho e 21 de agosto, serão realizadas as inscrições gratuitas para o encontro dos autores com trabalhos aprovados. Entre 21 de julho e 1º de setembro, serão abertas também as inscrições para participantes.
O encontro é direcionado aos pesquisadores, gestores e dirigentes de cooperativas, profissionais do sistema de aprendizagem e representação, e elaboradores de políticas públicas. Para quem deseja se preparar para participar, o Sistema OCB disponibiliza gratuitamente em sua plataforma de aprendizagem, a CapacitaCoop, a trilha Programa Pesquisa Científica do Cooperativismo. São cinco cursos: Estatística Básica; Fichamento, Resumo e Resenha; Como elaborar projetos de pesquisa; Escrita acadêmica; e Descomplicando o Lattes.
“Fizemos um programa com mais de 20 medidas para o cooperativismo e o resultado foi o aumento do crédito ofertado”. A afirmação do presidente do Banco Central do Brasil (BCB), Roberto Campos Neto, foi proferida durante exposição no Lide Brazil Conference London, na última semana. O evento debateu os desafios econômicos e institucionais do Brasil e levantou reflexões sobre como estimular relações bilaterais.
Campos Neto falou sobre o crescimento do cooperativismo como uma das iniciativas do Banco Central para reforçar seu comprometimento social e reforçou a importância das cooperativas financeiras que atuam com foco no crédito para pequenos negócios. “Identificamos que o cooperativismo é uma forma de crédito barato e mais direcionado. Nesta demanda socioeconômica, ele atende, principalmente, o pequeno agricultor. O microcrédito gera inclusão real no Brasil”, disse. Segundo ele, nos últimos cinco anos o BC teve a maior agenda inclusiva da história com o cooperativismo, o microcrédito, a educação financeira e o Pix [pagamento instantâneo]. “E isso é só o começo”, salientou.
Em sua apresentação, o presidente fez um apanhado geral sobre a atuação do banco, especialmente no que diz respeito ao estabelecimento das taxas de juros. Ele defendeu que o Copom trabalha com base na meta de inflação e que a brasileira é compatível com a de outros países emergentes. “Uma inflação desancorada faz com que o seu custo seja muito mais alto e duradouro. Os países que abandonaram o sistema de meta registram inflação muito mais alta”.
Além de Campos Neto, expuseram também no Lide Brazil Conference London a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet; a do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; o da Agricultura e Abastecimento, Carlos Fávaro; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco; e o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho.
Confira a apresentação completa do presidente Roberto Campos Neto no link.
“A Embrapa foi fundamental para chegarmos até aqui e continua sendo essencial para o futuro que queremos. São os estudos e as práticas repassadas por seus pesquisadores e técnicos que contribuem para um cooperativismo agropecuário mais pujante em benefício de todos”. A declaração do presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, faz referência aos 50 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), completados nesta quarta-feira (26).
Márcio evidenciou o papel fundamental da empresa no fomento de estudos e pesquisas para impulsionar a agropecuária brasileira e mundial e pontuou que a parceria com a Embrapa tem produzidos bons frutos, especialmente para o Ramo Agro. Sobre o futuro, ele afirmou que há três pontos primordiais que precisam continuar avançando. “O planejamento estratégico de curto, médio e longo prazo; políticas agrícolas robustas e acompanhadas de planos econômicos, ambientais e sociais; e o suporte à pesquisas e desenvolvimento para promover inovações”.
As recomendações do presidente e outras impressões podem ser observadas no livro, já disponibilizado em formato digital, que a empresa lançou em comemoração às suas cinco décadas de atuação, intitulado O futuro da agricultura brasileira: 10 visões. A obra reúne perspectivas sobre o agro abrangendo produção de alimentos, de energia, soluções tecnológicas, inovações e mercado de carbono. O cooperativismo está representado no capítulo O agro em 2050 será mais cooperativo, assinado por Márcio e que traz reflexões do movimento e expectativas para o setor nos próximos 27 anos.
“O agro em 2050 não será somente provedor de alimentos, mas fonte de matérias-primas renováveis para a geração energética e de meios de produção, sendo responsável por interligar o consumidor do futuro com valores como rastreabilidade, qualidade e saudabilidade. É uma cadeia de produção que aproveita seus recursos em harmonia com a natureza por meio de sistemas integrados. E, também, que conecta a tomada de decisões a partir de medições assertivas. Assim, esse segmento, em um horizonte de 27 anos, será conectado, colaborativo, harmonioso, próspero e associado. Ou seja, o agro em 2050 será mais cooperativo”, frisou o presidente.
A Embrapa foi criada em 1973 para ser o braço do Ministério da Agricultura no desenvolvimento de pesquisas e soluções com inovação para a sustentabilidade da agropecuária em benefício da sociedade brasileiras A empresa está em todo o país por meio de suas unidades de pesquisas como o desenvolvimento de inovações tecnológicas sobre sistemas agroflorestais e recursos naturais. Suas contribuições ultrapassaram fronteiras disseminam boas práticas agropecuárias em todo o mundo.
Para obter melhores resultados na produção de grãos em todo o país, o Sistema OCB e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mantém parceria, por meio de convênio, desde 2015. Juntas já promoveram capacitações no cultivo de diversos grãos para dezenas de cooperativas e cooperados. Os aprendizados passam por atividades como manejo do solo, zoneamento agrícola, controle de plantas daninhas, doenças, implantação da lavoura e forrageiras, Integração Lavoura-Pecuária, qualidade tecnológica, mercados potenciais, além de visitas no campo.
Homenagens
A Câmara dos Deputados realizou sessão solene em homenagem aos 50 anos da Embrapa, nessa terça-feira (25). O autor do requerimento foi o vice-presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), deputado Sergio Souza (SP). E parabenizou a atuação dos pesquisadores e colaboradores da empresa e reafirmou o compromisso do Parlamento para o fortalecimento da instituição. “Ano passado garantimos, por meio de projeto de lei complementar, que os recursos destinados à Embrapa sejam incontingenciáveis e conseguimos alocar cerca de R$ 9 bilhões para a empresa. É uma das poucas entidades da administração pública com essa prerrogativa”, lembrou.
O presidente da Frencoop, deputado Arnaldo Jardim (SP) frisou o viés sustentável dos projetos da empresa. “Desejo que a Embrapa amplie ainda mais sua presença em nosso país, pois, ao prestar assistência e orientar na formulação de políticas públicas, a Embrapa lida com todos os elos desde o pequeno produtor até a agropecuária de larga escala. Agradecemos também por ter incorporado o princípio da sustentabilidade em todos os seus projetos. Sabemos que o agro brasileiro tem compromisso e está alinhado a nova economia verde, a de baixo carbono”.
O presidente da Embrapa, Celson Moretti, pontuou que o aniversário é de todos e que as transformações na agricultura do país ao longo destes 50 anos demonstram que é possível produzir preservando o meio ambiente. “Tenho orgulho de ter contribuído para o desenvolvimento da Embrapa. Transformamos o cerrado mesmo quando diziam que não podíamos produzir nele. Em quatro anos entregamos mais de 200 soluções para a agropecuária. Comemoramos 50 anos com um recorde no balanço social. Para cada real que a sociedade colocou na Embrapa, devolvemos R$ 34,7, um lucro de mais de R$ 125 bilhões para toda a população”, ressaltou.
Coordenador Jurídico da Frencoop e presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, o deputado Tião Medeiros (PR), salientou que a empresa é fundamental para o desenvolvimento sustentável da agricultura e para garantir a segurança alimentar e o bem-estar da população. “A Embrapa tem sido importante veículo catalisador de oportunidades para o agronegócio brasileiro. A empresa tem sido referência internacional também. Seus competentes e capacitados pesquisadores têm contribuído decisivamente para a solução de problemas agrícolas em diversos países do mundo”.
Os deputados Evair de Melo (ES), secretário-geral da Frencoop; Pedro Lupion (PR), coordenador do Ramo Agro; Vitor Lippi (SP), coordenador Tributário; e Bia Kicis (DF) também prestigiaram a solenidade e parabenizaram a instituição pelos relevantes serviços prestados ao agro e à sociedade brasileira. Nesta quinta (27), a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado, também prestou homenagens aos 50 anos da empresa.
Comando feminino
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou que a pesquisadora da Embrapa, Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá assumirá a presidência da empresa a partir de maio, no lugar de Celso Moretti. Ela ingressou na Embrapa em 1989 e liderou projetos na área de engenharias de softwares, inteligência artificial e computação científica aplicada à agricultura. Ela também publicou cerca de 100 estudos técnico-científico e desenvolveu 25 softwares. Silvia é a primeira mulher a ocupar a cadeira em toda a história da empresa.
Sílvia Massruhá agradeceu ao ministro pela indicação, ressaltou o papel dos colaboradores da Embrapa nestes 50 anos. “Parabéns a todos os colaboradores, parceiros e agricultores brasileiros que contribuíram para a trajetória de cinco décadas de sucesso. Esta empresa é plural e reconhece a diversidade do país, da agropecuária, da natureza, da biodiversidade e da sociedade, gerando valor e riquezas baseadas na ciência, na tecnologia e na inovação para o benefício de todos”.
Ela também e evidenciou os desafios do presente e do futuro. “Temos alguns desafios como garantir a segurança alimentar, promover o bem-estar de todos e o desenvolvimento sustentável em três dimensões (social, ambiental e econômica), o enfrentamento aos efeitos da mudança do clima, a redução das desigualdades no campo, e que as inovações tecnológicas alcancem a todos independente do porte. Sigamos juntos para fortalecer o papel de referência mundial que a Embrapa é”.
Saiba mais sobre a história e atuação da Embrapa em sua linha do tempo.
As boas práticas das cooperativas do agro no uso e reuso dos recursos naturais foram apresentadas pelo presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, durante sua exposição no 6º Seminário Água Innovation: negócio, gente e futuro, que aconteceu no Ceará nos dias 22 e 23 de março. Ele expôs suas considerações no painel Acelerar o desenvolvimento agropecuário: qual o papel do poder público e da iniciativa privada? acompanhado pelos presidentes do Sistema Ocepar e Sistema OCB/CE, José Roberto Ricken e João Nicédio Alves Nogueira, e pelo secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara.
“Costumo repetir uma frase do meu pai, cooperativista antigo, que diz que uma planta nasce muito melhor de muda do que de semente. Não adianta termos só boas ideias. Por isso, no cooperativismo a gente traz experiências palpáveis. É por isso que temos o privilégio de conhecer neste momento as experiências das cooperativas do Paraná para adaptar estratégias para o Ceará. Temos [cooperativismo] o desafio de movimentar, até 2027, R$ 1 trilhão em prosperidade, reunir 30 milhões de cooperados e gerar 1 milhão de empregos diretos. Cada estado tem sua fatia para que esse desafio seja cumprido”, iniciou Freitas referindo-se ao Desafio BRC 1 Tri de Prosperidade, lançado na Semana de Competitividade 2022.
O presidente ressaltou a versatilidade que o Ramo Agro tem em produzir em escala com equilíbrio econômico e socioambiental. “Somos 1.170 cooperativas do agro, que congregam mais de 1 milhão de cooperados responsáveis por 53,6% da safra nacional de grãos. Nosso sucesso passa por nossos princípios e valores cooperativistas, mas também pela assistência técnica que assessora 63,8% dos agricultores. Segundo o IBGE, apenas 20,2% dos produtores rurais do país recebem estas orientações”, comparou.
Freitas frisou o Programa ESGCoop, recém lançado pelo Sistema OCB, que estimula cooperativas e cooperados a refletirem e atuarem em quatro aspectos: ambiental; inovação e acesso às tecnologias; equidade e diversidade; e liderança e governança para criar métodos e indicadores. “Somos uma força social expressiva e os dados comprovam nossa força. Nosso movimento, desde sua origem, é adequado aos anseios das novas gerações que clamam por um mundo mais próspero e uma economia mais compartilhada e solidária”.
O presidente apresentou algumas iniciativas de cooperativas que contribuem para uma produção ambientalmente correta, em especial, com projetos direcionados à preservação de nascentes. O primeiro foi sobre o Projeto Nossa Água, da Cooperativa Integrada (PR), que propôs medidas de recuperação e conservação dos recursos naturais e da biodiversidade, em conjunto com a conscientização de seus cooperados.
No case da mineira Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), denominado Nascentes da Mata do Sino, Freitas ressaltou a promoção da coop na proteção das nascentes e corpos d’água aliado ao incentivo aos produtores para estabelecerem novas zonas de conservação ao longo dos cursos de água.
O Projeto Café Produtor de Água, do Conselho Nacional do Café (CNC), também foi citado pelo presidente. As estratégias de sustentabilidade na cadeia produtiva do grão como recuperação e conservação das áreas de recarga e nascentes; melhoria da qualidade e aumento da oferta de água nas bacias hidrográficas; e conservação da biodiversidade, têm sido práticas de produtores de diversas regiões do país.
Água Innovation: O evento realizado pelo Instituto Future tem por objetivo reunir informações sobre o desempenho de atividades que integram os recursos naturais e produção agropecuária, com a finalidade de fomentar o desenvolvimento do setor no Nordeste. O encontro também promove a conscientização do uso racional da água, sua importância para a vida humana e para o desenvolvimento sustentável de outros setores, como o de energias renováveis.
As cooperativas de crédito foram incluídas no rol de instituições financeiras autorizadas a operacionalizar os recursos do Fundo Nacional sobre Mudanças do Clima (FNMC). A participação foi assegurada, nesta quinta-feira (30), com a aprovação da Medida Provisória 1.151/22, pelo Plenário da Câmara. O texto foi relatado pelo deputado Zé Vitor (MG), membro da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), e seguirá para análise do Senado.
“O cooperativismo está sempre pronto para ajudar o país aliando desenvolvimento socioeconômico e sustentabilidade. Nossas cooperativas agro já atuam em conformidade com as boas práticas ambientais, inclusive no sequestro de gases do efeito estufa. A operacionalização destes recursos pelas cooperativas de crédito certamente fará cumprir o objetivo da medida”, salientou o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.
Em seu parecer, o deputado Zé Vitor ressaltou que a medida está diretamente ligada ao compromisso mundial de reduzir, até 2030, as emissões de carbono em 50% e, até 2050, em 100%. Ele defendeu que esta é mais uma forma de fortalecer o desenvolvimento sustentável. “O texto aprovado tem o aval de líderes partidários, órgãos de gestão ambiental do Poder Executivo e de diversos representantes da iniciativa privada e da sociedade civil organizada. Ele leva em consideração as perspectivas dos setores produtivos, financeiros e da academia. A habilitação de novos agentes financeiros para operar o fundo também traz nova conceituação de ativos ambientais como ativos financeiros.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), responsável por gerir o Fundo do Clima, fará a habilitação das instituições. Antes da medida, apenas agentes financeiros públicos, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal tinham acesso ao fundo.
A medida deliberada pelos deputados altera as Leis de Gestão de Florestas Públicas (11.284/06), para que a comercialização de créditos decorrentes da emissão evitada de carbono em florestas naturais seja parte integrante da concessão, tornando-a mais atrativa; do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (11.516/07), para prever mecanismos de desenvolvimento e comercialização dos créditos de carbono e serviços ambientais de forma ampla; do Fundo Nacional sobre Mudanças Climáticas (12.114/09), para permitir a ampliação do número de agentes financeiros, além do BNDES, para o financiamento com recursos do Fundo Nacional sobre Mudanças do Clima.
A matéria ainda será analisada pelo Senado Federal, antes de seguir para a sanção presidencial.
Cooperativas como a Camta, referência em sustentabilidade com reconhecimento internacional, podem ser beneficiadas com incentivos do Fundo Amazônia. Nesta quarta-feira (15), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) realizou reunião para reinstalar o Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa), suspenso desde 2018. Na coletiva de imprensa, o presidente o banco, Aloizio Mercadante, anunciou que o fundo já conta com aporte de R$ 5,4 bilhões e que outros países, além de Alemanha e Noruega, desejam contribuir para o desenvolvimento sustentável na Região Amazônica.
Mercadante destacou a importância do agro na busca por alternativas para a produção sustentável, a partir da utilização de tecnologias de produção de alimentos com baixa emissão de gás carbono e em conformidade com Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). De acordo com ele, o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que regulariza as propriedades rurais do país, é fundamental no combate às práticas criminosas.
“As falas do presidente do BNDES simbolizam apoio ao cooperativismo, uma vez que temos os recursos necessários para contribuir com as políticas propostas”, afirma o coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, Marco Morato.
Confira a matéria completa no site Cooperação Ambiental.
A mensagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso Nacional, lida na abertura dos trabalhos da 57ª Legislatura, nesta quinta-feira (2), destacou o cooperativismo em temas de grande relevância para o movimento como a Reforma Tributária, o desenvolvimento de projetos e ações para impulsionar a agropecuária brasileira e o fomento aos financiamentos públicos. O presidente também prometeu diálogo permanente e trabalho harmônico com o Congresso Nacional, reforçando que a busca do consenso é essencial para a reconstrução do país.
Como medidas de curto e médio prazo, Lula, em sua mensagem, priorizou o debate de temas estruturantes como a Reforma Tributária que, segundo ele, é essencial para a retomada sustentável do crescimento e precisa redistribuir a carga de impostos de maneira mais justa. “Será proposta uma reforma tributária solidária, justa e sustentável, que simplifique tributos e que assegure que os pobres paguem menos e os ricos, mais; que contemple a transição para uma economia ecologicamente sustentável; aperfeiçoando a tributação sobre o comércio internacional; e que desonere, progressivamente, produtos com maior valor agregado e tecnologia embarcada”.
O texto ressaltou o estímulo ao cooperativismo para a criação de oportunidades de emprego no país. “O Brasil precisa criar oportunidades de trabalho e emprego. Para isso, o governo irá propor a retomada dos investimentos em infraestrutura e habitação; a reindustrialização nacional em novas bases tecnológicas e ambientais; a reforma agrária; e o estímulo à economia criativa e à economia verde inclusiva, baseada na conservação, na restauração e no uso sustentável da biodiversidade brasileira. O apoio ao cooperativismo, ao empreendedorismo e às micro e pequenas empresas também será estendido”.
A garantia de crédito facilitado; assistência técnica e, em gestão; acesso à tecnologia; prioridades em compras públicas; e superação de burocracia para cooperativas também foram abordados. “O novo Governo irá estimular a economia criativa e o empreendedorismo social, que têm elevado potencial de inclusão produtiva, geração de renda e inovação social. Serão construídas políticas de fomento e fortalecimento de redes e cadeias produtivas e outras iniciativas de cooperativismo, de facilitação do acesso a mercados e ao crédito e de estímulo à inovação”, afirma a mensagem.
O presidente afirmou ainda que novas experiências em cooperação precisam ser estimuladas e que é necessário enfrentar as restrições orçamentárias para assegurar recursos ao Plano Safra em áreas estratégicas como o cooperativismo. “Em um país continental como o Brasil, é necessário combater as desigualdades regionais, fortalecendo o desenvolvimento das regiões e estimulando novas experiências de cooperação e organização territorial. O desenvolvimento regional passa pela inovação, pelo conhecimento, por investimentos, pela articulação de políticas públicas e pelo compartilhamento de boas práticas.
Para o presidente do Sistema OCB, Marcio Lopes de Freitas, a mensagem presidencial trouxe a esperança de que o movimento continuará tendo o protagonismo que merece na elaboração de políticas públicas que estimulem ainda mais o seu desenvolvimento. “O cooperativismo é um instrumento de organização e transformação social que promove ajuda mútua, colaboração e solidariedade na busca de soluções coletivas. Sabemos como unir desenvolvimento econômico e social, produtividade e sustentabilidade e queremos continuar contribuindo para que o Brasil possa ser cada vez mais próspero”, destacou.
A edição do Panorama do Coop desta semana apresenta uma análise política sobre a nova Legislatura do Congresso Nacional e a mensagem presidencial. Confira!
O 7º Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo (EBPC) - Sustentabilidade no cooperativismo: competitividade, inovação e diversidade, promovido pelo Sistema OCB, UFMG e UFV, já tem data marcada para sua realização. Será em setembro de 2023, em Brasília. A abertura das inscrições para submissão de artigos acontece em março e terá como tema central a agenda ESG. Em breve, as atualizações sobre o evento poderão ser encontradas no endereço https://somoscooperativismo.coop.br/EBPC.
“Este é o único evento direcionado exclusivamente para pesquisadores em cooperativismo. Pretendemos, novamente, alcançar toda a comunidade acadêmica de pesquisadores, inclusive das nossas Organizações Estaduais para que colaborem, por meio de seus artigos, com a apresentação de desafios e soluções para impulsionar o cooperativismo, em especial, nas questões de responsabilidade ambiental, cuidado social e gestão e governança, o nosso ESGCoop”, declarou o presidente do Sistema OCB, Marcio Lopes de Freitas.
O primeiro EBPC aconteceu em 2010 e teve como objetivo fomentar o intercâmbio de pesquisadores e a produção técnica e científica sobre cooperativismo em diversas áreas do conhecimento, além de promover uma maior integração entre as necessidades de pesquisa das cooperativas brasileiras e as pesquisas acadêmicas. O tema explorado foi a importância e a necessidade de adaptar os comportamentos das organizações ao novo paradigma da sustentabilidade.
A Organização das Nações Unidas (ONU) denominou 2012 como o Ano Internacional das Cooperativas e o EBPC, em sua segunda edição, explorou o tema Ano Internacional das Cooperativas: cooperativas constroem um mundo melhor. A edição então se debruçou em promover reflexões sobre o papel das cooperativas no processo de desenvolvimento socioeconômico.
Já em 2014, o Encontro teve como objeto o Cooperativismo como Modelo de Negócios: as cooperativas conquistam desenvolvimento sustentável para todos. Os eixos explorados foram participação; sustentabilidade; identidade; quadro legal; e capital.
Em 2017, o evento trouxe como slogan Desenvolvendo Negócios Inclusivos e Responsáveis: Cooperativas na Teoria, Política e Prática. O encontro contou com a parceria do Prêmio ABDE-BID 2019 - categoria Desenvolvimento e cooperativismo de crédito. Os eixos tratados foram identidade e educação; quadro legal; governança e gestão; e capital e finanças.
Em 2019, o último encontro antes da crise sanitária que impediu a edição de 2021, tratou de Negócios sustentáveis em cenários de transformação. Em um ambiente favorável à criatividade, experimentação e implementação de ideias para unir competitividade e desenvolvimento sustentável, foram abordados eixos como identidade e cenário jurídico; educação e aprendizagem; governança, gestão e inovação; capital, finanças e desempenho; e impactos econômicos, sociais e ambientais.
Alinhado com as práticas internacionais de contabilidade, o Banco Central do Brasil publicou a Instrução Normativa 325/22, que regulamenta os mecanismos financeiros de sustentabilidade climática e socioambiental. O normativo, divulgado nesta segunda-feira (21), passa a vale a partir de 1º de janeiro de 2023. Com a medida, as instituições financeiras deverão padronizar a forma como são registrados os créditos de carbono e demais ativos de sustentabilidade.
De acordo com coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, Marco Morato, a medida contribuirá para o crescimento e solidificação, em especial, do mercado de crédito de carbono, uma vez que os ativos serão reconhecidos e classificados nos balanços das financeiras. Para ele, o normativo também aumentará a transparência para quem deseja investir.
Leia matéria completa aqui.
Com a intenção de propagar as boas práticas ambientais das coops do Ramo Agro na 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, a COP27, o Ministério do Meio Ambiente convidou o Sistema OCB e as cooperativas CCPR (MG), Coopercitrus (SP), Cocamar (PR) e Coplana (SP) para apresentarem seus cases no painel A importância das cooperativas para o agro sustentável, nesta sexta-feira (11). O evento acontece no Egito até o próximo dia 18 e a participação foi realizada de forma virtual no Pavilhão Brasil da COP.27.
“O cooperativismo agro é protagonista na temática da produção sustentável. Sabemos que somos um player fundamental no fornecimento de alimentos para o Brasil e para o mundo. Tanto que representamos 53% da produção de grãos que são exportados para mais de 100 países. Temos responsabilidade e atuamos na diminuição de emissão de gases que contribuem para o efeito estufa, na fixação de carbono e também na sua neutralização. Os cooperados contam com auxílio de técnicos e tecnologias de sustentabilidade. Queremos mostrar possibilidades de ampliar essas iniciativas por todo o mundo”, disse o presidente do Sistema OCB, Marcio Lopes de Freitas, na abertura.
De acordo com o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, o papel que as coops desempenham em prol da sustentabilidade e preservação ambiental precisava ser amplamente divulgado para o mundo, na COP27. “O Brasil é uma potência capaz de transmitir tecnologias importantes e o cooperativismo é um dos protagonistas na busca de soluções coletivas e sustentáveis que fazem a diferença”.
CCPR
A CCPR foi representada por seu presidente Marcelo Candiotto. Ela reúne 31 cooperativas do segmento, que estão distribuídas em 280 municípios mineiros e goianos. Seus mais de 4,5 mil associados produzem 90 milhões de leite por mês. Além de produtos lácteos, a coop também atua na produção de proteínas bovina, equina, suína, aves, peixes e até ração para os pets.
No painel, Candiotto falou que na CCPR “o agro e o meio ambiente caminham juntos há 74 anos e o cooperativismo é a maior plataforma de negócios do mundo com boa gestão, sustentabilidade e cuidado com as pessoas”. Ele destacou, dentre outros, o programa Prática Nota 10, que incentiva o produtor a adotar procedimentos de gestão, de qualidade do leite, de infraestrutura e de bem-estar animal. “Produzimos 1 bilhão de litros de leite, por ano. Tudo alinhado à sustentabilidade com foco na descarbonização da agropecuária brasileira. Já há indicadores da Embrapa de que reduzimos mais de 40% das emissões de carbono. O produtor rural é um agente de transformação”.
A cooperativa também tem o projeto Recicla Mais, para a unidade industrial, que faz a destinação correta de cerca de 2 milhões de embalagens de resíduos, seguindo orientações dos órgãos ambientais. Outra iniciativa é a usina fotovoltaica, que além de abastecer a coop também contribui com parte da demanda de energia da Santa Casa de Misericórdia, em Minas. “Utilizamos energia limpa que gera 1 megawats/hora. Essa usina é responsável pelo atendimento de usina é utilizada por todas as nossas fábricas e postos de captação de leite e parte da energia gerada nesse sistema é doada para a Santa Casa. doamos parte da energia gerada para a Santa Casa. Então, mais que produzir energia renovável, temos responsabilidade social, que já é um princípio do cooperativismo”, orgulhou-se Candiotto.
Coopercitrus
“Diferente de outras organizações empresariais, as cooperativas atuam dentro da porteira com um excelente time técnico. Somos 39 mil agricultores, que atuam em SP, MG e GO, na produção agropecuária, serviços técnicos, insumos e equipamentos. Na minha percepção as cooperativas caminham em uma velocidade superior à do Estado. Já temos carbono reduzido, 40% de nossos cooperados possuem o Cadastro Ambiental Rural (CAR) analisado, são um milhão de hectares preservados. São 500 profissionais técnicos no campo atuando para redução e captura de carbono e metano”, expressou o presidente do Conselho da Coopercitrus, Matheus Kfouri.
Para acelerar as inovações na produção agro de baixo carbono e recuperação de florestas e nascentes, a Coopecitrus criou, em 2019, a Fundação Coopercitrus Credicitrus, com foco em pesquisa, educação e meio ambiente, e em benefício do produtor e da comunidade do entorno. Segundo ele, os dois projetos da entidade, CooperSemear, que auxilia cooperados a restaurarem áreasrestaurarem áreas de conservação de vegetação nativa, e o CooperNascentes, focado na restauraçãorecuperação de minas d’água no campo, “permitiuram restauro ambiental e o plantio de 70 mil mudas”.
Kfouri reforça ainda que o serviço ambiental é extremamente estratégico para o produtor. “Já existem os acordos de créditos de carbono. No caso da cana-de-açúcar, há créditos regulados. E, no futuro, todo o mercado estará assim, o que representa avanços concretos para a redução de emissão de carbono com ganhos financeiros”.
Coplana
A maior produtora e exportadora de amendoim do país é a cooperativa Coplana, que atua também na produção de cana-de-açúcar e soja. Segundo seu presidente, Bruno Rangel, a policultura mantém a diversidade no solo e faz com que os negócios na região progridam. Ele destacou três pontos que tornam a coop e seus 1, 2 mil cooperados reconhecida na questão socioambiental.
“Logo na década de 1990 começamos a atuar na logística reversa das embalagens. Esse trabalho inspirou uma lei nacional e temos muito orgulho disso porque é um valor muito grande para o nosso país. Em um movimento de intercooperação, a Coplana e o Sicredi [central de cooperativas de crédito] desenvolvem o projeto Top Cana, que classifica e certifica o produtor que esteja em consonância com os métodos de sustentabilidade do solo. Esse produtor consegue, então, acessar créditos verdes na compra de insumos, equipamentos e outros. É um modelo que poderia ser replicado em todo o país. Outra iniciativa nossa, em parceria com o Governo Federal, é o Adote um Parque, onde o recurso aportado pela cooperativa ajuda no trabalho das pessoas que vivem nestas áreas”, expôs Rangel.
Cocamar
A paranaense, com atuação também em São Paulo e no Mato Grosso do Sul, é referência na implementação da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (IiLPF). A estratégia agrega diferentes sistemas produtivos, na mesma área e em épocas diferentes, para não “viciar” o solo e reduzir a emissão de gases que contribuem para o efeito estufa. O presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, explicou que “desde a adoção do programa reduziu-se de 11,5 para 1,5 de emissão de carbonogases de efeito estufa, para a produção de 1 tonelada de carne com a integração e fixação de 1,5 tonelada/hectare/ano de carbono no solo, com a integração”.
A cooperativa é composta por 18 mil associados, que em sua maioria são pequenos e médios produtores. “Com menos de 100 hectares, 73% dos nossos cooperados melhoraram suas produções com a ILPF. São 160 milhões de hectares já implantados, que causaram uma verdadeira revolução nas áreas degradadas. Produzimos ainda biogás para gerar energia para o nosso complexo, além da utilização de energia fotovoltaica. Desta forma, atendemos nossas 16 unidades industriais onde atuamos com soja, milho e gado”, pontuou Lourenço.
O cooperativismo brasileiro tem atuado de forma propositiva e significativa para o alcance das metas globais de sustentabilidade e de desenvolvimento social. Alinhado e cumprindo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 30, da Organização das Nações Unidas (ONU), o coop brasileiro foi convidado a expor, mais uma vez, suas iniciativas na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que já está em sua 27ª edição, a COP27. A cúpula esteve reunida no Egito, entre os dias 6 e 20 de novembro, e contou com participação de cerca de 200 nações.
As cooperativas expositoras foram indicadas pelos ministérios do Meio Ambiente (MMA) e de Minas e Energia (MME). Para falar sobre o agro sustentável, o ministro do Meio Ambiente acionou as cooperativas CCPR (MG), Coopercitrus (SP), Cocamar (PR) e Coplana (SP), que apresentaram suas ações em defesa de um ambiente produtivo mais sustentável. A MinasCoop Energia foi convidada para expor seu programa de energia fotovoltaica, que conta ainda com viés social atribuído à doação de parte da energia produzida para entidades filantrópicas da região.
As exposições das coops e suas estratégias podem ser reverberadas em todo o mundo, pois tratam da utilização de energia renovável, a chamada energia verde; da preservação do meio ambiente, bem como da recuperação de áreas degradadas, de nascentes e de florestas. O coop agro já se consolida como referência na econômica de baixo carbono, com adoção de estratégias sustentáveis e reaproveitamento de dejetos. Entre outras ações, o coop demonstrou que é possível construir um futuro mais produtivo, socialmente justo e ambientalmente mais correto.
Destaques da COP
Para minimizar os impactos dos efeitos das mudanças climáticas, especialmente, em países mais vulneráveis, a cúpula criou o fundo de redução de perdas e danos, como forma de compensar financeiramente as nações vulneráveis afetadas. No entanto, os critérios de repasse e volume de recursos, por exemplo, serão definidos somente no próximo ano, durante a COP28. Países afetados por adversidades climáticas poderão ser beneficiários do fundo, principalmente os que sofrem com elevação do nível do mar, como os países ilhas; tempestades graves e outros efeitos de destruição irreparável oriundos das mudanças climáticas.
Sobre a temperatura global, a COP27 reafirmou a meta estabelecida em 2015, na COP21, com o Acordo de Paris. Continua definido que o aumento da temperatura global está fixado no limite de 1,5°C até o final do século. Para isso, a mitigação de emissões de gases de efeito estufa (GEE), adaptações nas atividades dos países e o financiamento para os mais vulneráveis se adaptarem permanecem no roteiro para manter a temperatura do planeta estável.
Criação de fundo de redução de perdas e danos para países menos abastados, mercado de carbono e metano, segurança alimentar, recuperação de áreas degradadas e proteção da biodiversidade foram temas evidenciados na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP27, realizada no Egito, entre os dias 6 e 20 de novembro, e que reuniu cerca de 200 países.
O cooperativismo brasileiro vem atuando de forma propositiva e significativa para o alcance das metas globais. Na conferência, um painel foi reservado para que as coops falassem sobre a importância das cooperativas para o agro sustentável. As cooperativas CCPR (MG), Coopercitrus (SP), Cocamar (PR) e Coplana (SP) apresentaram suas ações em defesa de um ambiente produtivo mais sustentável.
O coop brasileiro, em cumprimento da Agenda 30, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) pode reverberar suas boas práticas para todo o mundo. O Brasil integrou, ainda, painéis sobre agro sustentável, economia de baixo carbono, mobilidade e futuro verde.
Para saber mais sobre os compromissos assumidos pelas nações durante a COP 27, acesse aqui.
“Nós cooperativistas sabemos que é perfeitamente possível aliar produtividade e desenvolvimento com sustentabilidade, prosperidade e responsabilidade social. Afinal, toda cooperativa — independentemente do tamanho, área de atuação ou país— já nasce com o compromisso de cuidar da comunidade onde atua, o que só pode ser feito com justiça social, equilíbrio ambiental e viabilidade econômica. E, o cooperativismo brasileiro vem se apresentando como protagonista na construção de uma economia de baixo carbono.”
A citação é parte da carta aberta do cooperativismo brasileiro para a 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, a COP27, que acontece no Egito até o próximo dia 18 de novembro. Até lá, o mundo está com a atenção voltada nos debates sobre os esforços para conter os avanços das mudanças climáticas, em especial do aquecimento global, por meio da economia de baixo carbono.
O manifesto, publicado no dia 7 de novembro destaca seis princípios de atuação do coop brasileiro no trato das questões ambientais evidenciadas na conferência. O primeiro trata da redução das emissões de gases que contribuem para o efeito estufa na atmosfera, o que resulta no aumento da temperatura global. Neste aspecto, o coop brasileiro ressalta a necessidade da regulamentação do mercado de carbono para comercializar os chamados créditos de carbono por diferentes setores da economia.
“A maneira mais inteligente de se fazer isso é regulamentando o mercado internacional de carbono, assim vamos valorizar os modelos de baixa emissão e sequestro de carbono com investimentos e esforços em defesa da preservação, conservação e recuperação ambiental. Com um ambiente regulatório favorável, os projetos localizados em Áreas de Preservação Permanente (APP), Reservas Legais (RL) e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) podem ser potencializados em suas iniciativas de proteção”, declara Marcio.
A transição energética é o segundo ponto de defesa do cooperativismo brasileiro, o que corrobora também para a neutralidade de carbono em escala mundial. As soluções apresentadas passam pela diversidade de fontes de energia como a eólica, a fotovoltaica, a hídrica e a biomassa. O Sistema OCB reforça que, com apoio internacional, estes arranjos podem ser ampliados no Brasil e no mundo.
O combate ao desmatamento ilegal na Amazônia e nos demais biomas brasileiros é o terceiro princípio defendido no manifesto. As medidas de comando e controle da prática são indispensáveis para combater, entre outros aspectos, os efeitos do aquecimento global. As cooperativas brasileiras são destaque neste tema, pois a preservação ambiental, em algumas áreas, tem excedido o percentual indicado por lei.
“A preservação das cooperativas pode chegar a 80% de suas terras, a depender do bioma. Temos excelentes exemplos de sustentabilidade por todo o país e acreditamos que eles devam contar com instrumentos de apoio econômico nacionais e internacionais para se desenvolverem cada vez mais”, endossa o presidente.
O quarto princípio se consolida sob a esfera de pagamento por serviços ambientais. “A nossa Política Nacional de Pagamento Por Serviços Ambientais instituiu o incentivo, monetário ou não, para os produtores rurais que adotam medidas efetivas de proteção e promoção do meio ambiente. A emissão de títulos verdes (green bonds) também pode colaborar de forma decisiva para o aumento de interesse das pessoas e instituições por projetos sustentáveis”, assegura Marcio.
O Brasil, já denominado celeiro do mundo na produção de alimentos para o combate à fome e para a garantia da segurança alimentar global, também passa pelo trabalho dos produtores cooperados. O quinto princípio salienta que acabar com a fome, proporcionar acesso a alimentos seguros e nutritivos, além da garantia e disponibilidade de alimentos, são os pilares direcionadores do movimento coop, que já “tem papel fundamental com presença significativa no comércio mundial de café, soja, milho, algodão, carne bovina, de frango e suína, açúcar, além de suco de laranja e celulose, dentre outros alimentos e fibras”, explicita o presidente do Sistema OCB.
O pleito por políticas públicas de fomento ao coop como arranjo produtivo e sustentável, ambientalmente responsável e socialmente justo é o sexto princípio presente no documento. “Juntos somos capazes de proporcionar a inclusão produtiva, a economia de escala, a geração de renda e o desenvolvimento regional e local. Dessa forma, colaboramos com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para que o Brasil fique mais próximo de cumprir as metas estabelecidas em acordos internacionais”, garante Marcio.
O presidente reforça ainda que o coop é um modelo de negócios que conecta milhões de pessoas no campo e na cidade, estruturado na boa gestão e governança, na valorização do empreendedorismo coletivo e na economia compartilhada, tão solicitada pelas novas gerações. “As cooperativas brasileiras aproveitam esta carta para reafirmar seu compromisso de trabalhar pela construção de um futuro melhor, mais justo e mais sustentável para esta e para as futuras gerações. Temos consciência dos inúmeros desafios dos próximos anos e enxergamos neles a oportunidade de construir um mundo guiado pelo espírito da cooperação”, finaliza.
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