cooperativas constroem um mundo melhor • cooperativas constroem um mundo melhor • cooperativas constroem um mundo melhor • cooperativas constroem um mundo melhor • cooperativas constroem um mundo melhor • cooperativas constroem um mundo melhor • cooperativas constroem um mundo melhor • cooperativas constroem um mundo melhor

Notícias saber cooperar

 

Foto das crianças beneficiadas pela cooperativa
Featured

Cooperativa mirim do Marajó transforma realidade de crianças ribeirinhas

  • Nenhum

A 16 horas de barco de Belém (PA), a comunidade Santo Ezequiel Moreno, no Arquipélago do Marajó, reúne cerca de 200 ribeirinhos que têm na floresta e nas águas sua fonte de trabalho e renda. Assim como em outros territórios amazônicos, as crianças e adolescentes da comunidade precisavam de mais espaços de lazer, cultura e educação. Em 2024, a criação da Cooperativa Mirim Marajoara começou a mudar essa realidade. 

Desenvolvido pelo Sicoob Cooesa em parceria com o Sistema OCB/PA, o Instituto Sicoob e a Coopiaçá, uma cooperativa de produtores de açaí da comunidade, o projeto beneficia diretamente 68 filhos e filhas de cooperados extrativistas, com impactos para toda a comunidade. A iniciativa ganhou reconhecimento nacional com o primeiro lugar no Prêmio SomosCoop Melhores do Ano 2024 na categoria Cultura Cooperativista.

De acordo com a diretora financeira do Sicoob Cooesa, Andrea Almeida, as crianças e adolescentes da comunidade sempre estiveram envolvidos em projetos das cooperativas que atuam no local, mas não tinham um espaço exclusivo em que pudessem conhecer os valores e a cultura cooperativistas. 

"Desenvolver o sentimento de cooperativismo entre  essas crianças e adolescentes será algo ímpar na educação e na vida delas. A cooperativa mirim tem a preocupação de formar, capacitar e estimular a sucessão cooperativista, considerando as atividades do extrativismo e a necessidade de promover a permanência das crianças e adolescentes na escola, o preparo para a inclusão no mundo do trabalho, de forma decente, dentro de suas realidades culturais, mas com proteção social, protagonismo, cooperação, cidadania e autonomia, afirma. 

Para a implantação da Cooperativa Mirim Marajoara, quatro professores e 68 crianças e jovens receberam capacitação sobre o funcionamento de uma coop, princípios e valores cooperativistas, importância da formação de novos líderes cooperativistas para sucessão, entre outros temas. 

Além disso, as cooperativas do projeto construíram uma brinquedoteca completa e um espaço de convivência para os encontros dos cooperados mirins.

“Com a cooperativa formada por elas, as crianças já vão entender o processo do cooperativismo dentro da comunidade, vivenciando na prática, na sala de aula e em pequenas ações, a importância do cooperativismo e das cooperativas para o desenvolvimento das comunidades do Marajó”, destaca o presidente da Coopiaçá, Teofro Lacerda Gomes.

Cooperada da Coopiaçá e mãe de participantes do projeto, Sonia do Socorro espera que o projeto abra novas oportunidades de educação e trabalho para os filhos.“Para nós, da cooperativa e da comunidade, é muito importante que os nossos filhos participem e conheçam o cooperativismo para, futuramente, nos ajudarem a tocar a cooperativa sem precisar sair da escola ou da comunidade”, planeja.

Exemplo de transformação

Mais do que uma iniciativa local, a Cooperativa Mirim Marajoara Santo Ezequiel Moreno demonstra o potencial do cooperativismo como ferramenta de transformação social de comunidades. Além de formar jovens conscientes, o projeto reforça os laços comunitários e fortalece o compromisso com a educação de qualidade, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Em plena Amazônia, a cooperativa mirim também tem como foco fortalecer entre as crianças e jovens da comunidade o cuidado com o meio ambiente como estratégia para melhoria da qualidade de vida das populações ribeirinhas do Marajó. 

Depois dos bons resultados em Santo Ezequiel Moreno, a meta é implantar cooperativas mirins em outros territórios amazônicos e comunidades tradicionais.

O Programa Cooperativa Mirim é um projeto do Instituto Sicoob voltado para crianças e jovens de 8 a 17 anos para promover a formação de cooperativas em escolas e instituições, com base nos princípios do cooperativismo. A metodologia é interdisciplinar, focada na educação para o desenvolvimento de competências sociais e coletivas.

Featured

Representação política e institucional

  • Nenhum

O trabalho de representação política e institucional do Sistema OCB estabelece um diálogo estratégico e constante com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, para defender os interesses do movimento cooperativista e promover um ambiente favorável ao desenvolvimento de políticas públicas que valorizem o cooperativismo brasileiro.

Featured

Brasileiro presidente da ACI-Américas diz que cooperativas podem reduzir desigualdades no continente

  • Nenhum

Um cooperativista brasileiro lidera a representação regional da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) nas Américas e tem a missão de fortalecer o cooperativismo no continente no momento em que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece e valoriza o segmento como ferramenta para construção de um mundo melhor. 

Ao longo de mais de 30 anos dedicados ao cooperativismo, José Alves de Souza Neto conheceu de perto o potencial de transformação das cooperativas e acredita que elas são um modelo de negócios capaz de promover a equidade, autonomia e justiça social em uma região com tantas desigualdades. 

Com décadas de experiência no comando de uma das maiores centrais de cooperativas de saúde do país, a Uniodonto do Brasil, Dr. José Alves, como é conhecido, afirma estar pronto para conduzir a ACI-Américas no Ano Internacional das Cooperativas e aproveitar a oportunidade de 2025 para construir um legado cooperativista para as novas gerações. 

“É fundamental aproveitarmos esse momento não apenas para realizar ações pontuais ao longo de 2025, mas para desencadear processos e projetos que tenham continuidade e impacto nos anos seguintes”, disse Alves em entrevista concedida ao Sistema OCB após participar, em Nova Delhi, na Índia, da Conferência Global da ACI. Confira a entrevista completa:

 

Sistema OCB: Como o senhor recebeu o desafio de liderar a ACI-Américas em um momento tão importante para o cooperativismo, às vésperas do Ano Internacional das Cooperativas?

Dr. José Alves: Recebi a missão de liderar a ACI-Américas com profundo senso de responsabilidade e entusiasmo. Estar à frente de uma organização tão representativa neste momento histórico é uma oportunidade única de potencializar o impacto do cooperativismo nas Américas e no mundo. O reconhecimento da ONU ressalta a relevância do nosso movimento para o desenvolvimento econômico e social, e estamos comprometidos em aproveitar essa oportunidade para fortalecer e promover iniciativas que evidenciem nosso impacto positivo nas comunidades. 

 

Como líder da ACI-Américas, qual a expectativa do senhor para o Ano Internacional das Cooperativas? Como o segmento pode aproveitar a visibilidade desse reconhecimento global?

O Ano Internacional das Cooperativas é uma oportunidade única para aumentar a visibilidade do movimento em todo o mundo. Pretendemos destacar como as cooperativas constroem um mundo melhor, promovendo eventos, campanhas de conscientização e fortalecendo parcerias com governos e organizações internacionais.

No entanto, é fundamental que aproveitemos esse momento não apenas para realizar ações pontuais ao longo de 2025, mas para desencadear processos e projetos que tenham continuidade e impacto nos anos seguintes. Nosso objetivo é criar movimentos que fortaleçam o cooperativismo de forma duradoura, consolidando práticas, iniciativas e parcerias que permaneçam e continuem gerando benefícios para as comunidades e para a sociedade global.

                                                                                          

Qual o papel do cooperativismo nas Américas, tendo em vista os indicadores econômicos e sociais do continente, e também a diversidade de realidades entre os países?

O cooperativismo nas Américas desempenha um papel crucial na promoção da inclusão social, geração de empregos e desenvolvimento sustentável. Embora rico em recursos e culturas, o continente apresenta profundas desigualdades sociais e de direitos, que demandam soluções inovadoras e inclusivas. Nesse contexto, as cooperativas se destacam por oferecer modelos que promovem equidade, autonomia e justiça social.

Além disso, é fundamental que a ACI-Américas se aproxime de organismos internacionais que possam potencializar nossas ações, reconhecendo nas cooperativas um parceiro estratégico que comprovadamente promove a distribuição de renda, justiça e inclusão social. Essa articulação não apenas amplia o impacto das iniciativas cooperativistas, mas também fortalece o movimento como uma força transformadora para enfrentar os desafios sociais e econômicos do continente. Nossa missão é fortalecer essas iniciativas por meio da intercooperação e do compartilhamento de boas práticas, contribuindo para a construção de sociedades mais justas e igualitárias.

 

Quais os principais desafios para o cooperativismo nas Américas e como a ACI pode apoiar entidades e cooperativas para ampliar o conhecimento sobre o coop e aumentar a adesão ao modelo de negócios cooperativista?

Os principais desafios para o cooperativismo nas Américas incluem o fortalecimento do alinhamento legal entre os países, a diversificação e modernização dos modelos de negócios cooperativos e a disseminação de boas práticas para ampliar a adoção do modelo cooperativista. A ACI-Américas atua como facilitadora, promovendo o diálogo e a intercooperação entre as cooperativas do continente.

Um aspecto fundamental é aproveitar os modelos de sucesso como exemplos para o desenvolvimento de outras cooperativas. Existem países com mais experiência em determinados ramos do cooperativismo, como o agropecuário, financeiro ou de saúde, que podem servir de referência para outros países menos desenvolvidos nesses setores. Vale destacar que o alinhamento legal entre os países é crucial para reduzir barreiras burocráticas, facilitar a intercooperação e criar um ambiente favorável para o crescimento do cooperativismo. 

Quais são as prioridades e perspectivas de sua gestão à frente da ACI-Américas? 

Minha gestão à frente da ACI-Américas tem como prioridade o fortalecimento institucional do movimento cooperativista, criando uma base sólida para que as cooperativas possam se desenvolver e prosperar. Isso inclui fomentar a intercooperação entre cooperativas de diferentes países, harmonizar marcos legais e promover uma governança mais eficiente e inclusiva.

O fortalecimento institucional passa também por assegurar que as cooperativas sejam reconhecidas como atores-chave nos debates econômicos e sociais, tanto no nível local quanto no internacional. Precisamos ampliar nossa capacidade de articulação com governos, organismos internacionais e outros parceiros estratégicos, destacando o papel das cooperativas como motores de desenvolvimento sustentável e inclusão social. Outro ponto essencial é apoiar as cooperativas na adoção de modelos de negócios inovadores e sustentáveis, garantindo que possam enfrentar os desafios do futuro com competitividade e resiliência. 

Que mensagem o senhor gostaria de transmitir aos cooperativistas do Brasil e do continente?

Aos cooperativistas do Brasil e das Américas, reforço que o cooperativismo é mais do que um modelo de negócios – é um movimento de transformação social. Unidos pelos nossos valores e princípios, temos a força necessária para construir um futuro mais justo, sustentável e inclusivo. Juntos, podemos superar os desafios e aproveitar as oportunidades que se apresentam, deixando um legado de impacto positivo para as próximas gerações.

 Agenda da ACI-Américas para o  Ano Internacional das Cooperativas

A ACI-Américas estruturou uma agenda estratégica de eventos para 2025, com foco em quatro áreas temáticas de grande relevância para o desenvolvimento sustentável e a promoção do modelo cooperativista:

Produtividade e Desenvolvimento Local e Territorial

Data: 12 e 13 de maio de 2025 

Local: Chile 

Economia do Cuidado

Data: 8 e 9 de julho 

Local: Panamá

Finanças Cooperativas para o Desenvolvimento Sustentável

Data: 27 e 28 de agosto  

Local: México 

Educação e Cooperativismo

Data: 9 e 10 de outubro

Local: Paraguai

Featured

Cooperativa refloresta área de Mata Atlântica com apoio de cooperados

  • Nenhum

Já pensou em adotar uma árvore? Com essa proposta, o Sicoob Coopemata, de Minas Gerais, mobilizou seus cooperados e conseguiu recompor quase 9 mil metros quadrados de Mata Atlântica. De árvore em árvore, a iniciativa “Transformação Sustentável: Neutralização de CO² e Reflorestamento para um Futuro Verde” recuperou uma área degradada de vegetação nativa com a força da cooperação e venceu o Prêmio SomosCoop Melhores do Ano 2024 na categoria Desenvolvimento Ambiental. 

Tudo começou com uma ideia que parecia simples: plantar algumas árvores para compensar o uso de papel nos trâmites do dia a dia da cooperativa, como uma devolução simbólica à natureza das que haviam sido transformadas em celulose. O que os colaboradores da cooperativa não imaginavam é que a missão ganharia uma proporção muito maior e resultaria na restauração florestal de uma grande área de Mata Atlântica em Juiz de Fora, no sudeste de Minas. 

Historicamente formado pelos ciclos do café, pecuária e indústria, o município mantém apenas cerca de 12% da floresta original de Mata Atlântica que cobria seu território. Para proteger o que resta de vegetação e recompor as zonas degradadas, algumas áreas de conservação formam um cinturão verde ao redor da cidade. Uma delas é a Reserva Santuário, um oásis de 920 mil metros quadrados (m²) utilizados para pesquisa, ensino e recepção de animais silvestres resgatados. 

Uma parceria firmada entre o Sicoob Coopemata e a Associação dos Amigos (Aban)Associação dos Amigos (Aban), responsável pela reserva ecológica, juntou a vontade de plantar com uma floresta inteira em processo de recuperação. Para cumprir a tarefa, a cooperativa sabia que ia precisar do apoio dos cooperados, e lançou a campanha Adote uma Árvore, em que os interessados contribuíam com R$ 195, aportados em suas contas capitais, para levar o projeto adiante. 

Com o apoio dos associados, a cooperativa investiu R$ 18 mil na realização de seu inventário de gases de efeito estufa (para calcular as emissões da cooperativa) e R$ 133,6 mil no plantio e manutenção das árvores. 

De muda em muda, a campanha resultou em mais de 2,2 mil árvores, contribuindo para a recuperação do solo e da vegetação de 8,9 mil m² de áreas degradadas inseridas na Reserva Santuário, e a neutralização do equivalente a 43 toneladas de gás carbônico (CO²), gás de efeito estufa que agrava as mudanças climáticas.

Pai adotivo de algumas árvores do projeto, o voluntário da Aban e analista do Centro Cooperativo Sicoob, Luiz Edmundo Rosa Júnior, participou da construção e execução da campanha e destaca a importância de iniciativas de desenvolvimento socioambiental como essa. “É muito coerente com os princípios cooperativistas. Envolver cooperados, comunidades e a parceria com o terceiro setor é exemplo prático de cooperação a favor de uma economia sustentável.”

Resultados estratégicos 

As ações não apenas reforçaram o compromisso do Sicoob Coopemata com a sustentabilidade, mas também contribuíram diretamente para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 13 - Combater a Mudança do Clima e seus Impactos, estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU). 

Além disso, o projeto demonstrou como práticas sustentáveis podem gerar valor econômico e social. O case exemplifica, ainda, como a inovação e a colaboração podem criar um impacto positivo duradouro, fortalecendo a cooperação e promovendo um ambiente mais saudável e sustentável para todos. 

Além do plantio de árvores, em outra estratégia de redução de emissões de gases de efeito estufa, a cooperativa instalou uma usina fotovoltaica composta por 70 painéis solares em sua sede administrativa, melhorando a eficiência energética e reduzindo os custos operacionais.

A superintendente de Gestão Estratégica do Sicoob Coopemata, Vanessa Lacerda Alves Fajardo, destaca o orgulho de ter colaboradores voluntários engajados em fazer a diferença para a preservação ambiental e combate à crise climática. “A neutralização de CO² é uma preocupação de todos, por isso o Adote uma Árvore deu tão certo, porque é um pouco de cada um, que se transforma em muito e pode melhorar o mundo.”

Outro ganho do projeto vencedor do Prêmio SomosCoop Melhores do Ano 2024 foi o fortalecimento da imagem institucional e ampliação do engajamento de cooperados e empregados do Sicoob Coopemata na agenda de sustentabilidade. “Assim que o projeto foi iniciado, decidi adotar uma árvore para ajudar na neutralização do CO². Tive a oportunidade de participar pessoalmente do plantio, o que fortaleceu ainda mais meu sentimento de pertencimento a essa cooperativa. À medida que fui conhecendo os projetos, princípios e valores, passei a considerá-la minha principal instituição”, afirma Nelci Cardoso Mendonça, cooperada há mais de quatro anos.

O diretor da Aban e voluntário da Reserva Santuário, Renato Lopes, destaca a parceria com a cooperativa como um marco para a cooperação em prol do meio ambiente, que pode inspirar projetos sustentáveis em outras regiões. “Fazer parte do processo de recomposição de biomas com o Sicoob Coopemata é uma realização pessoal. Após 10 anos na Amazônia, onde vi a beleza e a destruição causadas pelo atual sistema de desenvolvimento, a parceria nos permite restaurar florestas usando a agricultura sintrópica, que imita a natureza e ainda gera alimentos para famílias vulneráveis. Somos gratos pelas oportunidades que essas parcerias proporcionam”, afirmou. 

Saiba mais sobre os vencedores do Prêmio SomosCoop Melhores do Ano 2024.

Featured

Cooperativas com mais de 70 anos de atuação mostram resiliência do cooperativismo brasileiro

  • Nenhum

Em um país em que a duração média de uma empresa é de cinco anos, completar décadas de atuação em um negócio é uma prova de excelência, capacidade de adaptação e potencial para inovar. E o cooperativismo tem tudo isso. De acordo com o Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2024, mais da metade (53,3%) das 4.509 cooperativas do país têm mais de 20 anos no mercado. É comum conhecer cooperativas que comemoram bodas de prata ou de ouro e há algumas centenárias espalhadas pelo Brasil. 

“O cooperativismo é um modelo de negócio resiliente e sustentável. Pelo país todo, temos muitas cooperativas com décadas de histórias, em vários ramos. Essa longevidade está diretamente ligada à capacidade do cooperativismo de gerar trabalho e prosperidade com foco nas pessoas e no desenvolvimento das comunidades”, afirma a gerente-geral do Sistema OCB, Fabíola Nader Motta. 

O maior exemplo de resiliência e longevidade do coop brasileiro é a Sicredi Pioneira, a primeira cooperativa do país. Prestes a completar 122 anos em dezembro, a coop segue de portas abertas e em pleno crescimento. Fundada em 1902 pelo padre Theodor Amstad em Nova Petrópolis (RS), Capital Nacional do Cooperativismo, a Pioneira também foi a primeira cooperativa de crédito da América Latina e inaugurou no continente o modelo de instituição financeira que apoia as pessoas em momentos de crise. 

Em mais de um século de história, a Sicredi Pioneira esteve ao lado dos cooperados durante a gripe espanhola, as duas Guerras Mundiais, os períodos de instabilidade política e econômica do país, a hiperinflação nos anos 1980, a pandemia de covid-19, e em muitos outros. 

Para o atual presidente da cooperativa, Tiago Luiz Schmidt, o fato de estar ao lado da comunidade em todos esses momentos históricos é justamente um dos motivos da longevidade da Sicredi Pioneira. “A Pioneira vivenciou esses desafios e dificuldades junto com as pessoas e foi se adaptando. Conseguimos chegar aos 122 anos vivendo a comunidade, fazendo parte dos sonhos, das alegrias e dos desafios. Se fazer presente é um dos requisitos para essa atuação tão longeva”, afirma. 

Além da Pioneira, o Sicredi tem mais cinco cooperativas centenárias pelo país. Segundo Schmidt, para se manterem atualizadas em um segmento em que a transformação tecnológica é tão dinâmica, as cooperativas apostam nos diferenciais cooperativistas. Um exemplo é a presença de agências físicas no interior do país: enquanto os bancos fecham suas portas, as cooperativas fazem questão de oferecer atendimento presencial para alguns públicos, principalmente nas áreas rurais.

“Esse é um dos grandes segredos para a cooperativa conseguir se manter atualizada: ter um vínculo forte com as escolas, com as entidades de classe, os sindicatos rurais, as universidades, empresas, e, claro, com os cooperados”, explica. Cooperado da Sicredi Pioneira desde 2005, Schmidt é o sétimo presidente da cooperativa, que atualmente reúne 250 mil cooperados. 

Por ano, a Sicredi Pioneira recebe mais de 10 mil pessoas interessadas na história e trajetória de solidez da cooperativa, entre estudantes, associados, colaboradores, conselheiros, diretores, dirigentes de Organizações Estaduais e de outros ramos do cooperativismo. “Isso para nós é uma honra e uma grande responsabilidade. Um dos nossos papéis é compartilhar nossa trajetória, porque ela também é a história do cooperativismo brasileiro”, orgulha-se Schmidt. 

Precursora das compras coletivas 

Em outubro, a Coop, uma cooperativa de consumo criada em Santo André, na Região Metropolitana de São Paulo, completou 70 anos com participação consolidada no mercado e histórias que marcam gerações de clientes. 

Com 1 milhão de cooperados e mais de 6 mil colaboradores, a Coop tem mais de 100 unidades de negócios, entre elas 35 supermercados e 68 drogarias, além de canais digitais. No setor de varejo alimentar, o grupo tem 30% de participação de mercado na região do Grande ABC. 

Tudo começou em 1954, quando um grupo de 292 funcionários da Rhodia, uma indústria química e têxtil tradicional da região, decidiu se unir para criar uma alternativa para a compra de alimentos e outros produtos. Em conjunto, eles conseguiam negociar preços no atacado, estocar os itens em um armazém e vender a preços mais justos por meio da Cooperativa de Consumo dos Empregados das Companhias Rhodia, Rhodiaceta e Valisère – que em 1997 mudou de nome para Coop. 

Em poucos anos, o número de cooperados saltou para mais de 3 mil e, ainda na década de 1950, a cooperativa começou a abrir mais unidades. Em 1970, tornou-se uma cooperativa de livre adesão, ou seja, aberta a qualquer pessoa interessada em fazer compras com preços justos. No fim da década, a Coop já tinha quase 75 mil associados de várias cidades do Grande ABC.

Nos anos 1990, passou atuar também no setor de farmácias e criou uma marca própria de produtos, abrindo caminho para se tornar a maior cooperativa de consumo da América Latina na década seguinte e chegar ao primeiro milhão de cooperados. Durante a pandemia de covid-19, criou dois canais de compras online, um para os supermercados e outro para produtos das farmácias. 

Para o diretor-geral da Coop, Pedro Mattos, atuar com base nos princípios cooperativistas é um dos motivos para os resultados da cooperativa paulista em 70 anos de atuação. “Por sete décadas seguimos os princípios do cooperativismo, contribuindo com a comunidade não apenas no emprego e geração de renda, como também ao colaborar com pessoas menos favorecidas, por meio de programas e projetos sociais, culturais, esportivos e de promoção da saúde”, afirma. 

Em 70 anos, muitos cooperados tiveram a Coop como parte do cenário de suas vidas e de momentos com suas famílias, como o aposentado Antônio Albardeiro, cooperado desde 1968. “Tenho histórias com a Coop que marcaram minha vida. Além de sempre poder comprar o que precisamos na cooperativa, como cooperado também aprendi a valorizar a honestidade e o caráter. A Coop foi uma escola para mim”, afirma. A história de Albardeiro com a Coop está na websérie SomosCoop na Estrada e no podcast PodCooperar, produzidos pelo Sistema OCB. 

Tradição no agro

No setor agropecuário, a tradição cooperativista é reconhecida nacionalmente. Responsáveis por metade da produção de grãos do país e com participação significativa no mercado de leite e carnes, as cooperativas agropecuárias estão no dia a dia dos brasileiros, com marcas e produtos reconhecidos por várias gerações. 

A Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR), que completa 76 anos em 2024, criou e manteve por mais de 50 anos a marca Itambé, uma das mais conhecidas pelos consumidores brasileiros. Criada em 1948, a central atualmente reúne 31 cooperativas e 25 mil cooperados e capta 90 milhões de litros de leite por mês. 

A CCPR tem a trajetória marcada pela colaboração com instituições acadêmicas para o desenvolvimento de pesquisas sobre a produção de laticínios e pela atuação institucional em defesa dos interesses dos cooperados ao longo de décadas. 

Para o presidente da central, Marcelo Candiotto, a história da CCPR é um exemplo de como a união e a cooperação podem gerar resultados duradouros e positivos para as pessoas diretamente envolvidas e para a sociedade como um todo.

“Chegar aos 76 anos de história com solidez e estabilidade, mesmo diante das adversidades econômicas do nosso país, é algo que merece ser celebrado. Para os cooperados, a longevidade representa segurança e confiança, eles sabem que estão associados a uma organização sólida, capaz de enfrentar crises e se adaptar às mudanças do mercado. Para a sociedade, demonstra a viabilidade e a resiliência do modelo cooperativista. Isso inspira outras iniciativas e reforça a importância da cooperação e da solidariedade como pilares para o desenvolvimento econômico e social”, afirma. 

Presidente da CCPR desde 2017, Candiotto diz que uma das estratégias da central para se manter firme e relevante no mercado por tantas décadas é investir continuamente na capacitação de cooperados e colaboradores e no desenvolvimento de processos e produtos para acompanhar as transformações tecnológicas do setor. “Outro fator importante é a sustentabilidade. Investimos em práticas que garantem a preservação ambiental e a responsabilidade social”, acrescenta.

Imagem da COP29
Featured

Cooperativismo consolida protagonismo sustentável na COP 29

  • Nenhum

A participação do cooperativismo brasileiro na 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), em Baku, no Azerbaijão, mostrou a importância do segmento para uma economia mais verde e com menos impacto para o planeta. As cooperativas brasileiras participaram de painéis sobre combate às mudanças climáticas no setor agrícola e finanças sustentáveis. Realizado de 11 a 22 de novembro, o evento reuniu representantes de mais de 200 países em uma extensa agenda de negociações sobre ações para limitar o aquecimento global e mitigar seus impactos. 

“É parte da estratégia do Sistema OCB participar das Conferências do Clima das Nações Unidas como uma forma de destacar a atuação do cooperativismo como um instrumento de combate às mudanças climáticas", explica o coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, Alex Macedo.

No painel “O Papel das Cooperativas no Combate às Mudanças Climáticas”, vinculado ao Centro de Comércio Internacional, organismo associado às Nações Unidas, o Sistema OCB apresentou iniciativas de produção sustentável do setor agrícola, com a participação de duas grandes cooperativas brasileiras, a Cooxupé e a Coopercitrus.

Já o evento “Cooperativismo e Finanças Sustentáveis”, realizado no pavilhão do governo brasileiro na COP29, ressaltou a responsabilidade das cooperativas de crédito no financiamento de iniciativas verdes. A apresentação incluiu cases do Sicredi, Cresol Minas Gerais e Sicoob, além da participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

 “A COP29 é uma oportunidade única para mostrar como as cooperativas brasileiras lideram os quesitos inovação e responsabilidade na agenda da sustentabilidade, além de apoiar metas globais. São inúmeros os exemplos de que é possível desenvolver iniciativas de impacto econômico e social positivo, sem abrir mão de preservar o planeta”, afirma a superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella.

Agricultura coop e sustentável 

No agronegócio, um dos setores com maior potencial de ações de mitigação de emissões de gases de efeito estufa (que agravam o aquecimento global), o cooperativismo tem sido protagonista em produzir com sustentabilidade. Na COP29, cooperativas brasileiras mostraram que é possível construir uma cadeia tecnológica para emitir menos carbono na atmosfera e, ao mesmo tempo, contribuir para a inclusão de pequenos produtores no mercado. 

O presidente do Conselho de Administração da Coopercitrus, Matheus Kfouri, afirma que o cooperativismo tem possibilitado a entrada de agricultores brasileiros nesse novo modelo de produção, por meio de suporte técnico e acesso a tecnologias verdes. “A principal barreira para adoção de tecnologias que terão impacto ambiental positivo é o conhecimento. A cooperativa agrícola consegue demonstrar para o agricultor que as tecnologias vão entregar resultados positivos e os ensina a adotá-las. Em uma empresa privada isso dificilmente acontece”, pondera. 

Maior cooperativa de café do mundo, a mineira Cooxupé apresentou no Azerbaijão seu projeto Protocolo Gerações, de sustentabilidade econômica, social e ambiental, e outros programas que dão suporte a pequenos produtores de café. Entre as ações, a cooperativa prepara os agricultores para atender a padrões internacionais de certificação e rastreabilidade do café, garantindo acesso a mercados. 

“Apesar de sermos a maior coop do ramo, somos formados por pequenos produtores. O mundo pensa que a gente, por fazer parte do setor cafeeiro brasileiro, é enorme, que todos os nossos produtores são gigantes e não precisam de apoio. Mas ressaltamos que eles são pequenos produtores, dentro dos padrões nacionais, e que precisam sim de apoio, principalmente de reconhecimento para que toda a produção seja sustentável”, afirma a gerente de ESG da Cooxupé, Natalia Carr. 

Crédito para transformação 

Em outra contribuição do cooperativismo brasileiro para uma economia de baixo carbono, as cooperativas de crédito têm se destacado como agentes financiadores de projetos sustentáveis em várias áreas. Com regras específicas, os recursos viabilizam a geração de energias renováveis, apoio a agricultores familiares, inclusão produtiva de comunidades extrativistas, entre outros. 

“O cooperativismo de crédito trabalha com públicos vulneráveis com uma margem que, às vezes, não é tão rentável quanto a de uma grande instituição financeira. O setor está presente nas comunidades e financia projetos voltados à restauração de ecossistemas, à produção agrícola sustentável, ao empreendedorismo feminino e à inclusão de jovens e de mulheres”, ressalta Alex Macedo.

Um exemplo da atuação sustentável do cooperativismo financeiro levado à COP29 é o apoio do Sicredi para a construção de pequenas unidades de energia solar. Desde 2017, mais de R$ 12 bilhões em crédito foram destinados a esse tipo de projeto. “As cooperativas de crédito têm a oportunidade de promover soluções que estejam conectadas com a preservação ambiental. É nosso papel como instituição financeira com foco nas pessoas e nas comunidades”, afirma o diretor executivo de Sustentabilidade, Administração e Finanças do Sicredi, Alexandre Englert Barbosa.

A diretora e superintendente da Cresol MG, Mayara Viana Ribas, que também participou da COP em Baku, afirma que a conferência foi uma grande oportunidade para demonstrar como o cooperativismo pode liderar a transição para uma economia sustentável. “Esperamos que o cooperativismo de crédito saia ainda mais fortalecido e reconhecido pela sua atuação estratégica e presença nos territórios, principalmente nos mais vulneráveis.”

Segundo Ênio Meinen, diretor de Coordenação Sistêmica, Sustentabilidade e Relações Institucionais do Sicoob, a presença do cooperativismo de crédito brasileiro na Conferência reforçou o comprometimento do setor com as agendas globais de sustentabilidade. “Essa representatividade na COP29 também evidencia a contribuição ativa do cooperativismo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável [ODS], consolidando-o como uma alternativa real e essencial para enfrentar as demandas e desafios do século XXI”, afirma

 

Conheça algumas iniciativas de sustentabilidade apresentadas pelas cooperativas brasileiras nos painéis na COP29: 

 

Cooperativa: Coopercitrus

Ação: A Coopercitrus, que conta com mais de 42 mil cooperados, alia tecnologia e práticas sustentáveis, contribuindo para a preservação de florestas nativas, a fim de promover uma agricultura regenerativa e mitigar mudanças climáticas. 


Cooperativa: Cooxupé

Ação: A Cooxupé criou o Protocolo Gerações, uma ferramenta de melhoria contínua que conta com auditorias independentes e fornece suporte aos pequenos produtores, tanto no quesito organizacional como para a obtenção de certificados de produção sustentável. 

 

Cooperativa: Cresol

Ação: A Cresol promove a sustentabilidade por meio do crédito a projetos verdes, em especial no setor de bioeconomia e agricultura familiar. Além disso, internamente, a cooperativa trabalha a diversidade como valor fundamental e promove a inclusão de mulheres em cargos de liderança.

 

Cooperativa: Sicredi

Ação: O Sicredi possui iniciativas de financiamento de energia renovável e agricultura sustentável. A cooperativa também apoia o empreendedorismo feminino por meio do programa Donas do Negócio.

 

Cooperativa: Sicoob
Ação: A parceria entre o Sicoob Credisul e indígenas Mamaindê, de Rondônia, fomenta negócios que geram renda e autonomia para a comunidade, também promove capacitação  para que possam autogerir o seu negócio.

Os exemplos de alinhamento do cooperativismo brasileiro à agenda climática apresentados na COP29 são apenas uma parte das milhares de iniciativas desenvolvidas em todos os ramos de atuação do coop no Brasil. Para dar visibilidade a esses projetos e inspirar outras cooperativas, o Sistema OCB criou o site Cooperação Ambiental, que reúne cases e reportagens especiais sobre a atuação sustentável do segmento cooperativista.

Rumo à COP30 no Brasil 

Para o coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, Alex Macedo, a presença na COP29 também mostrou a importância de estimular a implementação de práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) nas cooperativas. “O mundo passa por um processo de mudanças climáticas sério, que já acomete várias comunidades. Como cooperativistas, temos a oportunidade de mitigar impactos e conscientizar as pessoas a fazerem sua parte”, pondera. 

De acordo com Macedo, a presença do cooperativismo em eventos internacionais aumenta a visibilidade do setor e gera novas oportunidades de negócios. “Um resultado prático dessa participação é o aumento do conhecimento sobre o cooperativismo por atores de organismos vinculados às Nações Unidas, centros de comércio, Banco Mundial. Isso tem reverberado do ponto de vista de negócios, de acesso a recursos financeiros internacionais”, explica. 

Em 2025, a Conferência do Clima será realizada em Belém, capital do Pará, e o cooperativismo já se prepara para ter uma participação expressiva. “A COP 30 no Brasil, juntamente com o Ano Internacional das Cooperativas, será um momento muito rico para gerarmos mais conhecimento sobre os benefícios à sociedade que o nosso modelo promove”, ressalta Alexandre Englert Barbosa, do Sicredi.

Featured

O que é a intercooperação

  • Nenhum

A intercooperação abre portas para novos negócios e ajuda a ampliar a participação de mercado e os resultados das cooperativas envolvidas. Assista ao vídeo e veja como a união entre cooperativas pode potencializar os resultados dos negócios cooperativos.

Cultura cooperativista pelo mundo

  • Nenhum

As cooperativas foram declaradas Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, graças à sua contribuição essencial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Com presença em mais de 150 países, o modelo de negócio se destaca por oferecer soluções inovadoras para desafios sociais, promoção de empregos e cuidados com o meio ambiente. Descubra exemplos inspiradores de como o cooperativismo impacta positivamente o mundo.

infografia, com desenho  coop

O que é intercooperação

  • Nenhum

A intercooperação é um dos pilares essenciais do cooperativismo, promovendo o fortalecimento das cooperativas por meio de parcerias estratégicas. Ao trabalhar em conjunto, as cooperativas criam um ambiente mais competitivo, ampliando oportunidades de negócio, reduzindo custos e oferecendo mais valor aos seus membros. Essa união entre diferentes cooperativas, tanto em nível local quanto internacional, potencializa o movimento cooperativista e solidifica sua presença no mercado.

O que é Coop

O que é cooperativismo?

  • Nenhum

Nem sempre é fácil explicar o que é o cooperativismo, mas estamos aqui para te ajudar a entender! Este infográfico foi criado para responder as principais perguntas sobre o movimento cooperativista de forma clara e simples. Com 7 perguntas e respostas, você vai aprender o que é o cooperativismo, seu propósito, como funciona e quem pode participar. Vamos juntos explorar o poder da cooperação e como ela impacta a vida de pessoas e comunidades. Clique nos tópicos abaixo e descubra mais!

Grupo de pessoas em volta de uma mesa participando do curso
Featured

DNA Cooperativo promove imersão sobre o cooperativismo pelo Brasil

  • Nenhum

"Conhecer, viver e disseminar", esse é o tripé que o Sistema OCB acredita ser necessário para a difusão do cooperativismo. Com base nessas três etapas, a instituição criou o programa DNA Cooperativo, uma imersão no nosso modelo de negócio para capacitar e apoiar as cooperativas na preservação e fortalecimento da identidade cooperativista. 

A necessidade de uma solução inovadora para fortalecer a cultura cooperativista foi identificada pela Pesquisa Nacional do Cooperativismo, realizada para estruturar os debates do 15º Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC). O levantamento revelou que 56% das lideranças consideram a conscientização dos cooperados sobre os princípios coop o maior desafio na gestão e governança. Já 49% relataram baixa participação e engajamento dos cooperados no dia a dia das cooperativas como a principal dificuldade nessa área. 

Com conteúdo atrativo, dinâmicas lúdicas e troca de experiências entre os participantes, a imersão DNA Cooperativo foi a solução formativa encontrada para resgatar os princípios e valores do cooperativismo e o envolvimento com a cultura coop. 

Em oito horas de duração, a imersão aborda, com dados e informações, a história do cooperativismo no mundo e no Brasil, explica os princípios e valores do movimento e nossa atuação nos sete ramos. Desenvolvido para turmas de 30 pessoas, o programa estimula a interação e troca de experiências para conectar os interesses individuais dos participantes com os propósitos do movimento cooperativista. 

Jornada coop  

O analista de Desenvolvimento de Cooperativas no Sistema OCB, Joaci Medeiros, um dos idealizadores do programa, conta que a imersão foi inspirada no DNA Sicoob, projeto do sistema cooperativista de crédito para incentivar e fortalecer a identidade coop entre os novos colaboradores da instituição. Além disso, para conhecer de perto as raízes do cooperativismo brasileiro, o núcleo responsável pelo desenvolvimento do DNA Cooperativo foi até Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul, onde nasceu a Sicredi Pioneira, primeira cooperativa de crédito do país. 

"O DNA Cooperativo foi construído a muitas mãos, tivemos três pilotos até chegar a essa solução atual", lembra Medeiros. A aplicação do programa teve uma fase piloto com três etapas: primeiro, turmas de colaboradores do Sistema OCB Nacional; em seguida, representantes de Organizações Estaduais de todo o Brasil viajaram a Brasília para um segundo teste; e o terceiro grupo reuniu representantes do ramo Crédito. 

Após a validação na etapa piloto, 34 turmas demonstrativas da imersão DNA Cooperativo já foram realizadas pelo país, em um total de quase mil pessoas impactadas pela solução. Além disso, houve nove formações de multiplicadores para ampliar o alcance do programa. 

E os resultados têm sido satisfatórios. A nota média dos participantes em relação à satisfação com o programa é 9,8, a qual está na Zona de Encantamento da metodologia Net Promoter Score (NPS), que utiliza ferramentas de pesquisa e classificação para analisar o nível de satisfação. Já a respeito da aplicação do conteúdo no dia a dia, em uma escala de 0 a 5, a média é de 4,8. 

Segundo Medeiros, os dados refletem o sucesso e a importância da iniciativa para a disseminação da cultura cooperativista. “O intuito é que, ao final do DNA Cooperativo, os participantes tenham entendido que o cooperativismo é um movimento global e centenário, que cresce continuamente e está cada vez mais consolidado no Brasil. Ele se origina de dores, mas se realiza em torno da união de pessoas que tem um propósito em comum e evolui à medida que seus cooperados e colaboradores pensam, vivem, compram e fazem negócios”, pondera. 

Experiência compartilhada 

No Sistema OCB Nacional, todos os colaboradores internos passaram pela imersão, inclusive quem acabou de entrar na Casa do Cooperativismo, como  a analista de Desenvolvimento de Cooperativas, Sabrina Carvalho, recém-efetivada. "Participar da imersão foi essencial para resgatar a sensação de pertencimento, de colaboração, de cooperação, de estar todo mundo junto, de que juntos conseguimos chegar mais longe”, avalia. 

Para o analista em Documentação do Sistema OCB, Edvan Moura, o momento mais interessante da imersão DNA Cooperativo foi a interação com outros cooperativistas. "Foi muito valioso ouvir o depoimento dos outros colegas sobre cooperativismo, como isso atravessa cada um. O cooperativismo é um movimento econômico, mas não deixa de ser uma ideologia, uma forma de enxergar o mundo. E o DNA Cooperativo é uma ferramenta que leva os princípios e o propósito do cooperativismo para várias pessoas e mais partes interessadas”, destaca. 

Colaborador do Sistema OCB desde 2011, Moura conta que descobriu fatos importantes sobre o cooperativismo durante o programa e ficou impressionado com a força econômica do nosso modelo de negócio. Dados da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) apresentados na imersão mostram que se as 300 maiores cooperativas do mundo fossem um país, seriam a oitava maior economia do mundo, com faturamento combinado de US$2,4 trilhões. 

Com o sucesso das primeiras turmas, o programa DNA Cooperativo está em fase de planejamento da expansão e o objetivo do Sistema OCB é levar a iniciativa para mais pessoas em todo o país, com o apoio das Organizações Estaduais. "Já tivemos turmas no Crédito, vamos realizar turmas no ramo Saúde, este movimento está ganhando corpo. O público-alvo são cooperados e colaboradores das cooperativas. Nas turmas demonstrativas, as Organizações Estaduais puderam entender o que é o DNA Cooperativo para facilitar a oferta da solução para as cooperativas de seus respectivos estados", explica Joaci Medeiros.

Ficou interessado em participar da imersão? Procure sua Organização Estadual para saber como sua cooperativa pode fazer parte do programa DNA Cooperativo. 

Fotografia do Congresso Nacional
Featured

Eleições municipais são oportunidade para fortalecer cultura cooperativista no país

  • Nenhum

Garantir um ambiente regulatório favorável ao desenvolvimento das cooperativas é uma tarefa fundamental para a disseminação da cultura cooperativista entre os brasileiros. E as eleições municipais, como as que ocorrem este ano, são um momento propício para influenciar os tomadores de decisão e a formulação de políticas públicas que fortaleçam as cooperativas. 

O modelo de negócios do cooperativismo está diretamente ligado ao desenvolvimento das cidades e das economias locais, temas que estão na agenda de todos os candidatos a prefeituras ou câmaras de vereadores. Um estudo recente da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) comprovou que municípios onde o cooperativismo atua com maior protagonismo têm um aumento médio de R$5,1 mil no Produto Interno Bruto (PIB) por habitante, além de maior número de empregos formais, de estabelecimentos comerciais e de exportações. 

“O momento das eleições municipais é importante para garantir que os gestores públicos, prefeitos e vereadores reconheçam e incorporem o potencial das cooperativas como motor de desenvolvimento econômico e instrumento de políticas públicas de inclusão produtiva e financeira, economia de escala e modelo de negócios viável para transformar a realidade das pessoas, garantindo trabalho e renda por meio da economia colaborativa e do empreendedorismo coletivo”, aponta o coordenador de Relações Governamentais do Sistema OCB, Eduardo Queiroz.

Apesar da sua importância para o desenvolvimento local, o cooperativismo ainda é pouco lembrado de forma expressa nos planos de governo municipais. Com esse objetivo, o Sistema OCB tem incentivado e fomentado, por meio do Programa de Educação Política, ações que visem fomentar o voto consciente e o aumento da representatividade do cooperativismo nas instâncias decisórias.

Um exemplo de sucesso vem do Espírito Santo, onde o Sistema OCB/ES tem atuado fortemente para promover legislações que beneficiem o cooperativismo nos municípios. Desde o final de 2022, um trabalho estratégico foi realizado junto às prefeituras e câmaras municipais, resultando na aprovação de 11 leis municipais que reconhecem e apoiam o modelo cooperativista em cidades como Vila Velha, Serra, Santa Leopoldina, entre outras. “Conseguimos avançar no reconhecimento das cooperativas por parte de muitas prefeituras e câmaras. Já há um diálogo muito avançado em alguns municípios”, afirma o assessor de Relações Institucionais do Sistema OCB/ES, David Duarte Ribeiro. 

As legislações de fomento ao movimento cooperativista promovidas pelo Sistema OCB/ES em nível municipal têm, entre seus pontos principais, o incentivo à educação cooperativista em nível local, com a previsão de inclusão de conteúdos e atividades relativos ao cooperativismo nos currículos das escolas estaduais de ensino médio. Para a entidade, esse esforço busca fortalecer a cultura cooperativista entre os jovens, incentivando a formação de novas gerações de cidadãos mais conscientes sobre a importância da cooperação e do desenvolvimento sustentável.

Para ampliar os resultados da representação institucional do cooperativismo no estado, o Sistema OCB/ES elaborou uma minuta de projeto de lei que serve como base para atuação junto ao Legislativo e Executivo, com foco na valorização e apoio à participação das coops em espaços como conselhos municipais e certames públicos. Em alguns locais, essa interlocução é realizada por meio de parlamentares que já têm relação com o movimento cooperativista. Quando não há essa ponte, a entidade procura a presidência das câmaras municipais para apresentar a proposta e explicar aos parlamentares o que representa o cooperativismo, em âmbito local e nacional. Há ainda um trabalho semelhante realizado com as prefeituras, para alinhar esse entendimento.

“Nossa avaliação é que os resultados têm sido altamente positivos, pois conseguimos avançar no reconhecimento por parte de muitas prefeituras e câmaras sobre a importância econômica e social do nosso modelo societário. Já percebemos que problemas que antes tínhamos de certames públicos realizados e que vedavam a participação de cooperativas em licitações deixaram de existir, assim como em alguns municípios já se iniciou, por parte de algumas prefeituras, movimentações econômicas com cooperativas financeiras”, destaca Ribeiro.

Políticas públicas na ponta

Outro exemplo de sucesso na promoção da cultura do cooperativismo por meio da atuação institucional é o Sistema Ocemg. Nos últimos anos, a instituição cooperativista mineira atuou fortemente para informar os gestores públicos municipais sobre benefícios e a possibilidade de as cooperativas de crédito captarem depósitos e operarem com disponibilidade de caixa das prefeituras, em conformidade com a Lei Complementar 161/2018. 

“Percebemos que, apesar de o novo marco regulatório possibilitar essa maior aproximação das prefeituras com as cooperativas de crédito, existia ainda um certo receio de como seria essa operacionalização, muito por conta do desconhecimento que ainda existe sobre o modelo cooperativista. Assim, nosso esforço foi no sentido de apresentar o cooperativismo para esses atores. Juntamos esforços com o Sistema OCB, Confebras, Sebrae, FGCoop e Banco Central para elaborarmos e divulgarmos a cartilha “Retenção de Riqueza no Município – Relação entre Prefeitura e Cooperativas de Crédito” junto aos gestores públicos municipais, o que melhorou substancialmente à adesão das prefeituras a essa parceria com o cooperativismo”, explica o assessor institucional do Sistema Ocemg, Geraldo Magela.

O resultado não poderia ser melhor: com a colaboração do Governo do Estado de Minas Gerais e da Associação Mineira de Municípios (ANM), o material cooperativista foi divulgado para os mais de 850 municípios do estado. E a atuação tem surtido efeito. Em Minas Gerais, as disponibilidades de caixa de prefeituras operadas por cooperativas de crédito subiram de R$299,8 milhões em 2021 para R$748 milhões em 2023. Também aumentou o número de municípios com parceria efetivada entre cooperativas de crédito e prefeituras: em 2021, eram 107 cidades alcançadas; hoje, 484 municípios mineiros (56% do total) possuem suas disponibilidades de caixa operacionalizadas pelo cooperativismo financeiro.

“Essa é uma política pública de muito potencial, pois os recursos das prefeituras depositados em cooperativas de crédito são retidos e reinvestidos no próprio município, de forma a incentivar o desenvolvimento da economia dos municípios. Por mais que a legislação que possibilitou essas operações seja de caráter federal, a efetividade de sua implementação dependeu, em grande parte, dessa maior aproximação com os agentes locais”, destaca Magela.

Janela de oportunidade

Para fomentar iniciativas como essas, o Sistema OCB tem atuado, em nível nacional, para estimular as cooperativas a participarem de forma legítima e transparente das eleições municipais deste ano, por meio de diretrizes reunidas em duas cartilhas: "Cooperativismo e as Eleições Municipais 2024", que aborda boas práticas da participação das cooperativas e dos cooperados no período eleitoral; e "Propostas para Cidades Mais Cooperativas", que busca incluir as cooperativas como instrumento de desenvolvimento nas agendas públicas municipais. 

Queiroz destaca que as Eleições Municipais 2024 são um período-chave para que o cooperativismo seja reconhecido pelos futuros ocupantes de prefeituras e câmaras de vereadores e ganhe mais espaço nos planos de governo.

“É estratégico inserir o cooperativismo na agenda pública municipal, porque nós já temos alguns levantamentos em nível local que apontam que o cooperativismo ainda é pouco citado em planos de governo para prefeituras. Isso é um paradoxo porque as cooperativas estão no centro da agenda de desenvolvimento das comunidades”, aponta. 

De acordo com o coordenador de Relações Governamentais do Sistema OCB, diante da importância das cooperativas para os contextos locais, as eleições municipais são ainda mais estratégicas para construir pontes com o Poder Público, em especial em um momento em que os candidatos estão dispostos e interessados em ouvir o eleitor e se comprometer com determinadas causas. 

“A percepção e o grau de conhecimento dos parlamentares sobre o cooperativismo não são conquistados em Brasília, eles vêm, logicamente, da base. Portanto, é importante a gente construir essa proximidade com estes atores desde o nível local. Estamos falando, por exemplo, de candidatos a membros das câmaras municipais, que vão seguir suas carreiras políticas e eventualmente se tornarão deputados estaduais, deputados federais e senadores da República”, afirma. 

Saiba mais sobre as cartilhas do Sistema OCB com orientações para a atuação do cooperativismo nas eleições municipais: 

Cooperativismo e as Eleições 2024 

O material explica como funcionam as eleições, esclarece alguns mitos e pontua de que forma as cooperativas podem se engajar na escolha de candidatos conscientes sobre o papel do cooperativismo na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Destaca ainda quais condutas são vedadas às organizações cooperativistas, como doação financeira a campanhas e realização de propaganda eleitoral. 

Propostas para Cidades Mais Cooperativas 

O objetivo deste material é oferecer insumos aos candidatos às prefeituras e às câmaras municipais para a elaboração de políticas públicas que contemplem as especificidades do movimento cooperativista. A publicação destaca as ações, projetos e normas que necessitam da ação do governo municipal para a sua continuidade, ampliação ou implementação.

 

Featured

Cultura cooperativista: como fortalecer nosso jeito de fazer negócio com princípios

  • Artigo Inferior 1

O nosso lema já diz: o cooperativismo é sempre um bom negócio. Mas, quando esse negócio se expande, ganha volume e competitividade no mercado, as organizações precisam empenhar esforços para não perder de vista o que temos de mais valioso: nossos princípios. 

Em 2024, pela primeira vez, o Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC) teve como um dos eixos de discussão a Cultura Cooperativista. A inclusão do tema foi feita a partir do diagnóstico da Pesquisa Nacional do Cooperativismo, utilizada para estruturar os debates do 15º CBC, evento mais importante do nosso setor e responsável por definir as diretrizes de futuro do coop brasileiro. 

O estudo ouviu lideranças de todo o país e revelou que 56% consideravam como o maior desafio do cooperativismo, na área da gestão, a baixa conscientização dos cooperados sobre os princípios cooperativistas. O segundo maior problema, de acordo com 49% dos entrevistados, é a baixa participação e engajamento dos cooperados no dia a dia da organização. Essas duas queixas se relacionam, diretamente, à falta de compreensão da cultura cooperativista e apontam para a necessidade de fortalecer esses princípios - para dentro e para fora. 

“Os dados destacam, mais especificamente, a necessidade significativa de disseminar os princípios e valores cooperativistas, tanto dentro quanto fora das cooperativas, e as dificuldades na comunicação sobre esses princípios para a sociedade. Esses foram aspectos relevantes identificados que reforçam a importância de manter a cultura cooperativista viva e presente nas ações do movimento”, destaca o gerente de Planejamento do Sistema OCB, Fábio Storti, responsável pela pesquisa.

 Diretrizes estratégicas prioritárias de Cultura Cooperativista aprovadas no 15º CBC 

1. Difundir o cooperativismo na educação formal brasileira em todos os níveis (do ensino básico ao técnico e superior), por meio de parcerias com escolas, universidades e órgãos educacionais.

2. Promover a formação das lideranças cooperativistas para fortalecer o seu papel como promotoras e multiplicadoras da cultura cooperativista dentro de suas organizações e no movimento.

 

Grandes negócios, grandes desafios

Quando a cooperativa cresce, os desafios para manter a essência dessa cultura podem ser tão grandes quanto o tamanho do negócio. De acordo com Storti, embora o diagnóstico feito a partir da pesquisa não tenha abordado diretamente essa relação, a diversidade regional e a heterogeneidade entre os ramos tornam o desafio de manter uma cultura coesa ainda mais complexo. “É razoável inferir que, quanto maior a cooperativa, mais desafiador pode ser manter esses valores e princípios fortes, dado o aumento da complexidade organizacional”, compara.

Grandes negócios coop têm mostrado que é possível responder a esses desafios e crescer com a força do nosso DNA. Presente em mais de 120 municípios de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, com mais de 1,6 milhão de cooperados, o Sistema de Cooperativas de Crédito Ailos dedica planejamento e muito esforço, em ações contínuas, para manter a cultura cooperativista viva e pulsante no coração do negócio. 

“Esse é um grande desafio, mas é fundamental para a nossa identidade. Garantimos que as decisões estratégicas estejam sempre alinhadas com os princípios cooperativistas e promovemos uma cultura organizacional que valoriza a participação e a transparência. Continuamos a investir em projetos que beneficiem a comunidade e a oferecer um serviço personalizado que prioriza as necessidades dos nossos cooperados”, pontua o diretor de Produtos e Negócios do Sistema Ailos, Adelino Sasse.

Atualmente com 13 cooperativas, mais de R$23 bilhões em ativos totais e R$4 bilhões em patrimônio líquido, o sistema investe em ações diversificadas para assegurar que a expansão não comprometa seus valores fundamentais. São realizados periodicamente treinamentos, workshops, palestras e eventos que fomentam a cultura cooperativista entre os cooperados, além de um investimento constante em comunicação para manter a base informada e engajada com os objetivos do grupo. 

“Além disso, incentivamos a integração por meio de comitês e grupos de trabalho que permitem aos cooperados contribuir diretamente para a tomada de decisões e para o desenvolvimento da cooperativa”, exemplifica Sasse. 

Para ‘calibrar’ as ações, é preciso um olhar atento: o Ailos realiza pesquisas de satisfação e acompanhamento contínuo para garantir o nível alto de participação e identificar em quais áreas é possível melhorar. 

“Avaliamos que o nível de engajamento de nossos cooperados e funcionários com o cooperativismo é bastante positivo. Nossos cooperados demonstram um forte comprometimento com os valores e objetivos da cooperativa, participando ativamente das assembleias e eventos. Os colaboradores também são capacitados e motivados a representar e vivenciar os princípios cooperativistas em suas atividades diárias”, afirma Sasse.

Em plena expansão em todos os ramos, mesmo diante dos cenários econômicos e políticos mais adversos, o cooperativismo tem o desafio de alcançar um desenvolvimento equilibrado com seus valores e princípios, absorvendo as demandas e oportunidades de mercado com uma compreensão sólida da cultura cooperativista. Uma equação que deve incluir o crescimento aliado à participação ativa de associados nos processos de decisão e nos negócios das cooperativas.

Para a superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, o desafio das grandes organizações em manter seu DNA cooperativista pode ser encarado como uma “dor de crescimento”.

“A cura para essa dor de crescimento é ter um propósito claro de onde se quer chegar e de quais são seus valores. É necessário encontrar um modelo de gestão que equilibre sua dupla natureza, guiando-se tanto pelos aspectos econômicos quanto os sociais, que no nosso caso são  indissociáveis” aponta. 

Diferencial de mercado

Fortalecer nossos valores e identidade não é relevante apenas para o desenvolvimento da comunidade em que estamos inseridos, ou para alavancar a qualidade de vida dos cooperados. Ainda que esses sejam objetivos primordiais, que estão na nossa essência, nossos valores fazem bem também para os negócios. Seja nas pequenas coops que movimentam a economia do interior do país, ou nas gigantes do crédito ou do agro de grande impacto no cenário nacional, a identidade cooperativista é um fator de diferenciação no mercado. 

Para Fábio Storti, aspectos que constituem a alma do cooperativismo, como a gestão democrática e a intercooperação, promovem um ambiente favorável para o crescimento sustentável dos negócios. “A prática dos valores cooperativistas pode fortalecer o aspecto econômico ao favorecer que os cooperados permaneçam engajados, que as tomadas de decisão sejam democráticas e alinhadas, que a capacitação contínua seja estimulada, que se estabeleçam parcerias entre cooperativas e reforcem a relação com as comunidades”, enumera. 

Em um mercado em constante transformação como o financeiro, com a chegada das fintechs e de outras tecnologias que transformaram a relação dos consumidores com o seu próprio dinheiro, o Ailos aposta no reforço da marca cooperativista como um diferencial. 

“Em um ambiente em que os consumidores estão cada vez mais conscientes e exigentes, a transparência, a responsabilidade social e o compromisso com a comunidade são altamente valorizados. Os valores cooperativistas, como a equidade, a solidariedade e justiça social, ressoam positivamente com um público que busca empresas que operam com ética e responsabilidade. Investimos em campanhas de marketing e ações de responsabilidade social que comunicam claramente os benefícios e os valores do cooperativismo. Mostrar como a nossa cooperativa contribui para o desenvolvimento local e para a inclusão financeira ajuda a fortalecer a marca”, destaca o diretor de Produtos e Negócios do Sistema Ailos.

 

 

 

 

Featured

Por que as cooperativas devem prestar atenção no TikTok

Se você acha que o TikTok se resume a um lugar em que adolescentes estão perdendo tempo com vídeos de dancinhas, maquiagem e memes, talvez esteja na hora de você conhecer um pouco mais sobre a plataforma e descobrir como ela pode impulsionar os negócios do cooperativismo. A rede é conhecida por funcionar como porta de entrada para que os usuários mergulhem em diferentes universos até então desconhecidos, inclusive de interesses e consumo.  De acordo com uma pesquisa da Opinion Box no Brasil, 1 em cada 3 usuários já comprou algum produto que conheceu pelo TikTok. 

O aplicativo de compartilhamento de vídeos ostenta mais de 1 bilhão de usuários ativos em todo o mundo. Disponibiliza vídeos curtos, em média de 15 segundos a três minutos, com conteúdos de música, dança, dublagem, trends, humor, entre outros. A plataforma oferece amplos recursos de edição de fácil uso, impulsionando a criatividade na produção de conteúdos. O público principal são os jovens entre 16 a 24 anos, a chamada geração Z, mas a plataforma vem ampliando a faixa etária de seus usuários. Se popularizou em 2020, durante a pandemia de Covid-19, e segue crescendo. 

Fã de rede social, o brasileiro logo adotou a plataforma, cujo diferencial é um algoritmo poderoso que rapidamente entende os interesses e gostos do usuário para entregar conteúdo personalizado. O TikTok acumula quase 99 milhões de usuários no Brasil, crescimento de 19,9% em relação a 2023, segundo dados de janeiro de 2024 do Data Reportal. Uma das suas marcas é o apelo para a viralização: os usuários engajam em desafios, as chamadas “trends”, sátiras e imitações, estimulando uns aos outros a participarem da brincadeira. 

O cooperativismo e o marketing de influência

Nós também estamos presente no TikTok, buscando atingir novos públicos e espalhar a palavra do coop em diferentes espaços. O destaque vai para o ramo crédito que usa a temática da educação financeira, popular na plataforma, para apresentar seus serviços, produtos e valores do cooperativismo em diferentes formatos. 

O sistema Sicredi vem explorando, desde 2022, novas formas de atingir o público por meio do TikTok. A conta da financeira na plataforma conta com 109 mil seguidores e mais de 1,2 milhão de curtidas no perfil - um crescimento de 54% em relação a 2023, bem superior ao crescimento registrado em outras redes, como o Instagram. O foco são os jovens, pessoas físicas, que não conhecem a marca. Ainda em 2023, a média do alcance mensal do perfil do Sicredi foi de 5,3 milhões, um aumento de 236% em relação ao ano anterior

Dentro da estratégia de redes sociais, o Sicredi investe em produção de conteúdo específica para o TikTok, com linguagem e formato mais adequados à rede. “Esse crescimento foi muito alavancado pelo fato de a gente trabalhar de forma muito ativa com criadores de conteúdo. A maior parte do nosso conteúdo no TikTok são desses criadores”, aponta a Gerente de Conteúdo, Redes Sociais e Site do Sicredi, Bruna Rodriguez. 

A estratégia adotada pelo Sicredi na plataforma é o caminho percorrido por muitas marcas: o marketing de influência. Na prática, significa associar a marca ao conteúdo criado por influenciadores que já contam com o reconhecimento e engajamento dos usuários da plataforma.

@sicredi Você tem um objetivo, mas acha que o salário não dá conta? Confira algumas dicas que vão te ajudar a se organizar e conta com o Sicredi para realizar os seus sonhos. 😍 #sicredi #EducaçãoFinanceira ♬ som original - Sicredi

“Se antes o foco das marcas era investir em propaganda nos canais de TV, rádios e outdoors por aí, hoje um formato muito procurado é a associação da marca com pessoas que têm poder de influência nas redes sociais, os famosos influenciadores. Isso significa contratar pessoas que tenham relevância em seus nichos e usar suas redes sociais para divulgar uma marca”, explica Vanessa Campos especialista em comunicação digital, redes sociais e marketing de influência. 

O Sicredi trabalha com diferentes perfis de influenciadores, e cerca de 50 creators já colaboraram com a marca - atualmente são nove ativos. Um desses perfis é o Vivenciando, focado em organização financeira para jovens. O perfil foi criado em 2021 pelos primos Fernando Bisi e Pedro Bisi. Os dois influenciadores, de 21 anos, já criaram conteúdos diversos para o sistema, desde dicas simples de poupança e investimento até como se organizar financeiramente para fazer um casamento - e assim o Sicredi aparece acompanhando o crescimento e os diferentes momentos de vida dos jovens. 

 

@sicredi Chegou o terceiro e último episódio desta série sobre organização financeira no planejamento do casamento 💚 Para finalizar com chave de ouro, o @vivenciando_ deu uma dica super importante de como organizar os custos e desejos. Assista ao vídeo e confira! Quando você conta com o Sicredi, todos os sonhos são possíveis. 😍 #Sicredi #PlanejandoUmCasamento ♬ som original - Sicredi

“Essa questão do contexto, da vida real, de trazer os creators para nos ajudar a fazer conteúdos que sejam feitos de pessoas para pessoas, contextualizados dentro da vida real, é onde a gente é muito bem-sucedido e garante o nosso crescimento, ano a ano”, afirma Bruna. 

Pedro conta que o Vivenciando surgiu como um “produto da pandemia”: o tempo extra em casa e as notícias sobre o cenário econômico em ebulição chamaram atenção dos jovens. “A gente percebeu que tinha uma fatia do mercado, que éramos nós jovens iniciando seus primeiros empregos, que não eram atendidos pelos grandes influenciadores de finanças - investir de R$ 1 mil a R$ 3 mil por mês era fora da nossa realidade. Então decidimos falar  e entender o que é melhor para esse público”, lembra Pedro, que trocou a faculdade de direito pela de economia a partir da experiência no TikTok. Hoje o perfil conta com 258 mil seguidores e acumula mais de 2 milhões de curtidas. 

A dupla tem muito cuidado ao se relacionar com marcas para garantir que os produtos e serviços que divulgam sejam de fato benéficos para saúde financeira do público. “A gente só quer parceiros que façam uma diferença na vida do nosso público, para melhor. A seleção dos parceiros tem que ser muito rigorosa porque estamos investindo a nossa credibilidade  e a confiança dos nossos seguidores na marca”, diz Pedro. 

emoram a parceria com o Sicredi, que permite levar a educação financeira a mais pessoas, de forma alinhada aos valores cooperativistas. “Antes do Sicredi, eu conhecia o cooperativismo de forma muito básica. Mas antes de assinar, fomos a fundo para entender e vimos que o Sicredi ajuda as pessoas de verdade. Para nós foi muito interessante e muito fácil se associar com esse modelo de negócio, porque é algo que a gente sempre acreditou”, acrescenta o primo Fernando Bisi . 

Jovens, mas nem tanto

O TikTok é reconhecido por ser uma rede de jovens. Mas, embora seja o público mais presente, Vanessa destaca que o perfil vem mudando a partir da evolução da ferramenta.“O TikTok já foi uma rede social "dos jovens”, mas esse perfil de usuário está mudando junto com os novos formatos que a plataforma tem disponibilizado. Ao adotarem conteúdos mais longos e novos formatos, está atraindo pessoas de outras gerações, inclusive crescendo a base de 40+”, aponta a especialista.

Outro grande player do cooperativismo financeiro, o Sicoob também colhe bons resultados na rede e já foca em outros públicos além da Geração Z. “O Sicoob visa atingir uma variedade de públicos no TikTok, incluindo jovens, empreendedores, famílias e o setor agro. Embora a rede seja amplamente reconhecida por sua popularidade entre o público jovem, a plataforma tem se tornado cada vez mais representativa para outros segmentos, alcançando uma audiência diversificada em todo o Brasil”, confirma Raquel Frois, coordenadora de Comunicação e Marketing do Sicoob.

@sicoob

Sabedoria do agro com @mineira_do_agro

♬ som original - Sicoob

O foco principal dos conteúdos é educação financeira, com recortes específicos para cada um dos públicos. “Desde o início, buscamos destacar o papel transformador do cooperativismo financeiro como um movimento de proximidade, seja ele com atendimento humanizado ou digital. O TikTok oferece uma oportunidade única para o Sicoob aumentar a visibilidade da marca e conquistar o interesse dos brasileiros, permitindo que mais pessoas conheçam, considerem e amem o Sicoob”, aponta Raquel. 

Um dos patrocinadores do Campeonato Brasileiro de Futebol, o Sicoob também usa o esporte em suas campanhas na rede, paixão nacional que dialoga com o público e cria conexão emocional. “Um dos casos recentes de sucesso do Sicoob no TikTok foi a campanha de anúncio do patrocínio do Brasileirão, com o mote "Vem pro Sicoob". A campanha incentivou os brasileiros a usarem sua criatividade para fazer jogadas inusitadas, conectando a ideia de cooperação no futebol com os valores do Sicoob. A resposta do público foi fenomenal, com mais de 34 milhões de visualizações, 2,4 milhões de likes e a hashtag #VEMPROSICOOB alcançando mais de 8 milhões de pessoas”, conta a coordenadora. 

@nayuriabe No @Sicoob você é o craque da sua vida financeira, baixe agora o Super App Sicoob e abra a sua conta! 💚 #vemprosicoob #maisqueumaescolhafinanceira #sicoob #publi ♬ som original - nay

Para essas e outras campanhas, o Sicoob também usa o marketing de influência, contratando influenciadores que já contam com uma base de peso na rede. A especialista Vanessa Campos destaca a importância da co-criação: as marcas podem ter um controle da narrativa, mas devem permitir que eles tenham liberdade na sugestão de formatos, assegurando a espontaneidade. 

“Na parceria com influenciadores, as marcas conseguem ter um controle maior da narrativa e escolher influenciadores que estejam mais conectados com uma audiência que combine com seu público-alvo. Também pode aproveitar picos de engajamento de conteúdos virais e ter um retorno mais rápido, já que as pessoas estarão consumindo mais aquele formato ou assunto. É bem interessante também cocriar os conteúdos com o creator, mantendo a espontaneidade da linguagem dele, fugindo do modelo tradicional de publicidade. Essa naturalidade hoje é o que aumenta a conexão com o público”, recomenda a especialista. 

 

Saiba mais:

Diretrizes estratégicas orientam comunicação do coop para os próximos anos

https://somoscooperativismo.coop.br/noticias-saber-cooperar/diretrizes-estrategicas-orientam-comunicacao-do-coop-para-os-proximos-anos

Como preparar o porta-voz da sua cooperativa para falar com a imprensa?

https://somoscooperativismo.coop.br/noticias-saber-cooperar/como-preparar-o-porta-voz-da-sua-cooperativa-para-falar-com-a-imprensa

Carimbo SomosCoop: como utilizar a marca para fortalecer sua cooperativa

 

 

Featured

Diretrizes estratégicas orientam comunicação do coop para os próximos anos

E se mais brasileiros conhecessem o jeito cooperativista de fazer negócios de forma sustentável e humana? Nosso movimento precisa ser visto, ouvido e lembrado para conquistar mais cooperados, consumidores e aumentar nosso impacto nas comunidades. Uma das ferramentas para atingir esse objetivo estratégico é a comunicação assertiva, democrática e eficaz sobre o que é o cooperativismo, seus diferenciais e vantagens. 

Com esse foco, durante o 15ª Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC), realizado em Brasília, em maio, representantes do coop de todo o país elegeram duas diretrizes estratégicas prioritárias para a comunicação cooperativista nos próximos cinco anos: 

1. Definir públicos estratégicos, selecionar canais de comunicação e adaptar a linguagem para atingir todos os públicos (crianças, jovens e adultos) de forma eficaz, acessível e inclusiva.

2. Promover ações de sensibilização e engajamento da comunidade escolar e da sociedade

em geral sobre os princípios e benefícios do cooperativismo, por meio de eventos, campanhas educativas e programas de educação continuada.

As duas ações fazem parte do conjunto de 25 diretrizes que irão guiar o planejamento estratégico do Sistema OCB para o período de 2025 a 2030. A seleção das diretrizes prioritárias foi baseada em dois critérios-chave: impacto, com foco na capacidade de promover o aumento da competitividade das cooperativas;  e urgência, relacionado ao quão imediata e prioritária é sua implementação.

No caso da Comunicação, as duas diretrizes prioritárias irão orientar a atuação do Sistema OCB Nacional e das Organizações Estaduais na definição de campanhas, produção de conteúdo para sites e redes sociais, relacionamento com a mídia, patrocínios, eventos, escolha de novos produtos e formatos para conversar com os públicos-alvos, entre outras iniciativas. 

“As diretrizes de Comunicação serão norteadoras para o Sistema OCB promover o cooperativismo para a sociedade. Hoje já temos como estratégia o movimento SomosCoop e suas iniciativas. Vamos manter algumas dessas estratégias, melhorar as iniciativas e criar novos projetos”, antecipa a gerente de Comunicação e Marketing do Sistema OCB, Samara Araujo. 

Todas essas ações também precisam levar em conta um olhar da comunicação cooperativista sobre o futuro, considerando o avanço da Inteligência Artificial e o uso de ferramentas como o ChatGPT para produção de conteúdo; o crescimento do chamado marketing de influência, em que criadores mobilizam milhões de seguidores em redes sociais como o Instagram e TikTok; e, claro, os novos hábitos de consumo de mídias, com prevalência do digital e de formatos dinâmicos e interativos. 

“Nosso objetivo é aprimorar as estratégias de comunicação do cooperativismo com base em dados, além de alinhar o discurso em todo o movimento, capacitar porta-vozes, fortalecer campanhas e ampliar a presença do coop no mundo on-line, entre outras ações”, acrescenta a gestora. 

Precisamos falar sobre o coop

A primeira diretriz estratégica de Comunicação aprovada no 15º CBC deixa claro que precisamos falar mais sobre o coop, em canais diversos, e de uma maneira que todas as pessoas entendam. 

Matéria-prima para produzir conteúdo de qualidade e atrativo não falta, afinal, estamos tratando de um modelo de negócio sustentável, que produz trabalho e riqueza com foco nas pessoas, comunidades e no meio ambiente e que já representa mais de 10% da população brasileira. 

“Definir públicos estratégicos, selecionar canais e adaptar a linguagem são práticas essenciais para alcançar uma comunicação efetiva, com resultados positivos. Cada público tem necessidades, interesses e características diferentes”, explica Samara Araujo.

Adaptar a linguagem e o tom da comunicação sobre o coop torna a mensagem mais relevante e adequada às demandas de cada público, aumentando a probabilidade de engajamento e compreensão. Já a escolha do canal correto de comunicação leva em conta preferências do público em relação a formatos como redes sociais, emails, comunicações impressas, etc. Com o canal certo, é mais provável que a mensagem sobre o coop chegue a mais pessoas. 

Para identificar as demandas e oportunidades de comunicação sobre o coop, o Sistema OCB monitora a percepção da sociedade sobre o movimento cooperativista com pesquisas, análise de testes e estudos de comportamentos e tendências. 

Recentemente, a Pesquisa de Imagem do Cooperativismo 2023 identificou que para 88% dos brasileiros o cooperativismo é atual, inovador ou moderno, e está associado a conceitos como união, solidariedade e cooperação. Na pesquisa, 77% dos entrevistados conseguiram citar pelo menos uma cooperativa, mas, de forma geral, a maioria ainda não relaciona o coop a negócios e competitividade. 

A partir de informações como essas, as ações de comunicação são desenvolvidas baseadas em dados, aumentando as chances de acertar o público-alvo com as informações que ele precisa conhecer. 

Educação sobre o coop

Em outra frente, a segunda diretriz estratégica de comunicação destaca a necessidade de apresentar o coop para os cidadãos do futuro. A meta, neste caso, é promover a informação sobre o cooperativismo em escolas e programas de educação continuada para mostrar, desde cedo, que o coop é um bom negócio e um caminho para um mundo mais justo. 

“Divulgar o cooperativismo nas escolas é importante para transmitir os valores cooperativistas e para garantir a sustentabilidade desse modelo de negócio, uma vez que se planta a semente do coop junto ao público jovem. É importante destacar que as ações de comunicação devem estar atreladas a iniciativas pedagógicas, como programas educativos e experiências práticas”, pondera Samara Araujo. 

Muito além do ambiente escolar, esse tipo de iniciativa reverbera em toda a comunidade. O que se aprende na escola é compartilhado em casa, ampliando o alcance das informações e formando novos porta-vozes do cooperativismo. 

Trabalho em conjunto 

Além da comunicação institucional, feita pelo Sistema OCB e pelas Organizações Estaduais, as cooperativas brasileiras também podem adotar as diretrizes estratégicas em seus planejamentos de comunicação e marketing, fortalecendo um discurso alinhado e unificado sobre o coop. 

Os materiais para colocar em prática as novas orientações serão disponibilizados por meio do SomosCoop, um movimento criado para ressignificar e dar visibilidade ao cooperativismo, com conteúdos informativos e inspiradores de uso livre pelas cooperativas. 

“Hoje, todas as nossas iniciativas para divulgar o cooperativismo são feitas via SomosCoop. O site funciona como um hub de tudo que é desenvolvido para promover o coop, facilitando o acesso à informação e promovendo a disseminação das nossas iniciativas. São notícias, e-books, vídeos informativos, histórias transformadoras, webséries e podcasts”, lista a gerente. 

Uma das ferramentas disponíveis para as cooperativas é a Central da Marca, em que é possível acessar os materiais das campanhas do SomosCoop e orientações sobre como utilizá-los. 

“Além disso, mantemos uma presença ativa nas redes sociais com postagens que promovem a imagem do coop e desenvolvemos campanhas publicitárias que destacam os benefícios do modelo de negócios para toda sociedade”, acrescenta Samara Araujo.

Conheça mais diretrizes estratégicas de Comunicação

Além das duas diretrizes prioritárias, durante o 15º CBC também foram definidas mais oito diretrizes estratégicas gerais de Comunicação para o cooperativismo brasileiro nos próximos anos: 

1. Alinhar o discurso em todo o cooperativismo, tendo como base o movimento SomosCoop, com uma linguagem simples e acessível.

2. Ampliar a presença do cooperativismo no mundo on-line investindo em estratégias de marketing digital.

3. Aprimorar as estratégias de comunicação do cooperativismo baseada em dados.

4. Capacitar porta-vozes do setor com materiais padronizados sobre os benefícios do cooperativismo.

5. Fortalecer a campanha SomosCoop para divulgação do cooperativismo e seus benefícios nos principais canais de comunicação com mídias on-line e off-line.

6. Incentivar a intercooperação na comunicação do cooperativismo, de maneira unificada e integrada para valorização do setor.

7. Investir nas áreas de marketing e de gestão de marca (branding) nas cooperativas, seja com um profissional dedicado a esse tema em cada cooperativa ou com a contratação de parceiros especializados.

8. Mapear continuamente tendências em comunicação para aprimorar as estratégias de divulgação do cooperativismo

Featured

Como preparar o porta-voz da sua cooperativa para falar com a imprensa?

  • Nenhum

O cooperativismo já representa cerca de 10% da população brasileira, com 23,4 milhões cooperados, segundo o Anuário do Cooperativismo 2024. Para comunicar os diferenciais desse modelo de negócio tão relevante para o país, é preciso capacitar as cooperativas para o relacionamento com a imprensa, fazendo o coop ser visto, ouvido e compreendido por mais brasileiros.

Em seu papel como defensor do coopbrasileiro, o Sistema OCB acredita que o preparo de dirigentes e representantes é fundamental para divulgar boas ações, promover a capilaridade do movimento, além de prevenir riscos e solucionar crises.

Essa preparação para lidar com os meios de comunicação é chamada de media training, treinamento que orienta relação com diversos veículos de imprensa para divulgar ações do cooperativismo, lidar com crises e evitar riscos à imagem. As cooperativas brasileiras têm à disposição um manual produzido pelo Sistema OCB (veja box) com orientações para um relacionamento bem-sucedido com a mídia em casos de crises de imagem das cooperativas. Um dos autores do guia é o professor e mestre em Comunicação pela Universidade de Brasília João José Forni, diretor da empresa de consultoria Comunicação e Crise.

“O media training tornou-se uma competência fundamental para quem ocupa cargos de destaque ou precisa se posicionar na mídia, promover o próprio negócio, e não é diferente para as cooperativas”, explica o especialista.

Segundo ele, o treinamento é parte fundamental da construção de um bom relacionamento com a imprensa tradicional séria e de credibilidade.

Aperfeiçoar e capacitar

Em Goiás, o Sistema OCB/GO realiza, desde 2020, cursos de media training para presidentes, diretores, cooperados e colaboradores que atuam como porta-vozes das cooperativas. O superintendente Jubrair Caiado explica que a iniciativa surgiu de uma preocupação com a preparação dos porta-vozes.

“O curso nos levou a outro patamar, porque é uma formação bem prática, em que o porta-voz aprende como se portar em uma entrevista para rádio, para TV. E isso despertou também o interesse em melhorar nosso relacionamento com a imprensa”, afirma Caiado, que também destaca a importância de as cooperativas terem setores de assessoria de imprensa bem estruturados.

Ao todo, 33 cooperativas goianas foram contempladas com o curso, em um total de 123 participantes em 9 turmas. A mais recente foi realizada em maio deste ano. A presidente da Cooperativa de Catadores de Material Reciclável (Cooprec), Noelia Maria de Carvalho, que participou do media training da OCB/GO, destaca a simulação de entrevista feita com um jornalista como um dos pontos altos do curso.

“Nos ensinaram como agir em público, a pensar antes de responder a uma pergunta. Foi importante para aprender a falar melhor da nossa área de atuação e explicar como funciona”, afirma.

Segundo ela, o aprendizado será aplicado pelo departamento de Comunicação da coop para divulgar a atividade de reciclagem, um tema em alta na mídia por estar associado ao meio ambiente e à sustentabilidade.

“Quando a gente trabalha nessa área, a gente sofre algumas discriminações, porque a gente trabalha com lixo. Mas, na verdade, somos agentes ambientais, porque trabalhamos praticamente limpando a cidade. Como seria se não existissem as cooperativas de reciclagem em todo o mundo? Temos que destacar esse nosso papel”, pondera


Capacitação multidisciplinar

O curso do Sistema OCB/GO também oferece orientações sobre como se comportar em uma entrevista, gestos que não são adequados e até dicas de como se vestir durante uma gravação em vídeo. O instrutor da capacitação é o jornalista e escritor Luiz Augusto Araujo Pereira, especializado em Assessoria de Comunicação pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

São oito horas de duração, com a participação de cinco jornalistas de mídias diversificadas e uma fonoaudióloga. O cronograma foi montado em torno de pontos como preparação de discursos, cuidados com a voz e gestos, relacionamento com imprensa e gestão de crise com simulações práticas de entrevistas para cada tipo de veículo.

“Muitos se surpreendem porque a gente mostra como funciona a imprensa, as editorias e o que é ou não notícia do ponto de vista da imprensa, quais as possibilidades de notícias do cooperativismo, o que tem valor noticioso ou não”, explica Luiz Pereira.

Com exemplos práticos, os especialistas apresentam aos cooperativistas critérios técnicos jornalísticos para gerar pautas, internas ou externas, e oferecer à imprensa informações mais envolventes e interessantes. “A notícia está em constante evolução e esse olhar, essa observação e percepção do gestor da cooperativa é muito trabalhada durante o treinamento”, acrescenta Pereira.

Gestão de imagem 

Além da preparação para o relacionamento proativo com a imprensa, o media training tem outra função: auxiliar as cooperativas na gestão de eventuais crises de imagem.

Segundo Forni, com o crescimento do movimento cooperativista, a prevenção a vulnerabilidades é uma necessidade que não pode ser relegada. No Manual de Gestão de Crises e Imagem, elaborado pelo Sistema OCB, especialistas detalham como identificar os tipos e níveis de crises, a importância de destacar uma equipe exclusiva e um comitê de gestão para lidar com o tema de modo preventivo, com reuniões periódicas, ou durante uma situação específica.

 Manual da OCB orienta cooperativas sobre como gerenciar crises

Elaborado em 2019, o guia tem orientações práticas para situações que ameacem a imagem e a reputação do Sistema OCB, de qualquer uma das instituições que o integram e do movimento cooperativista brasileiro como um todo.

O manual abrange várias etapas:

  • Identificar o tipo de crise, que pode ser classificada por sua natureza (silenciosa, de ebulição lenta ou repentina), abrangência (local, regional, nacional ou internacional) e intensidade (leve, moderada ou grave).

  • Estruturar equipes e comitês de gestão de crise, que serão responsáveis pelo relacionamento com a imprensa, definição de estratégias e outras atribuições.

  • Orientações sobre como agir durante a crise, com detalhamento das primeiras medidas, elaboração de comunicados, preparação de porta-vozes, monitoramento do caso na imprensa, entre outras.

  • Também há orientações sobre como lidar com fake news nas redes sociais relacionadas à cooperativa.

 Acesse o Manual de Gestão de Crises e Imagem e saiba mais.

Featured

A relação entre Cooperativas e Bioeconomia

  • Nenhum

Qual é a relação entre cooperativas e bioeconomia?

A onda verde chegou com força ao setor econômico. A chamada bioeconomia está em alta, mas você saber o que ela propõe, na prática?

Featured

Cooperativismo e ESG

  • Artigo Inferior 1

Qual é a relação entre cooperativas e bioeconomia?

A onda verde chegou com força ao setor econômico. A chamada bioeconomia está em alta, mas você saber o que ela propõe, na prática?

Featured

Carimbo SomosCoop: como utilizar a marca para fortalecer sua cooperativa

Uma marca forte, de fácil identificação, reconhecida pelos consumidores e que associa um produto diretamente com o cooperativismo. Esse é o carimbo SomosCoop, criado em 2019 pelo Sistema OCB para caracterizar e diferenciar os produtos do nosso modelo de negócio. De acordo com levantamento recente, uma em cada quatro cooperativas brasileiras já aderiram à marca e a meta é ampliar esse engajamento. 

O SomosCoop está tanto nas prateleiras dos supermercados – estampado em embalagens de produtos como café, lácteos, carnes, frutas, vinhos, sucos, castanhas, entre outros – como em cartões de cooperativas de crédito, carteirinhas de beneficiários de cooperativas de saúde e também pelas ruas e estradas do país, em carros e caminhões de coops de transporte. 

A marca gráfica do carimbo SomosCoop reúne dois conceitos fundamentais: a identidade visual do movimento cooperativista internacional COOP – formada com elos – e a bandeira do Brasil. A palavra Somos representa a união em torno do cooperativismo. O resultado é uma marca harmônica, humana e inclusiva e que representa o coop brasileiro. 

“Ter uma marca forte e que destaque a nossa união é uma forma de mostrar que somos um movimento nacional, transversal, que atua em vários setores da economia, sempre com produtos e serviços justos e de qualidade, produzidos de forma sustentável. O Sistema OCB trabalha para representar o cooperativismo, mas o engajamento das cooperativas é o que faz o nosso movimento ganhar força”, afirma a gerente-geral do Sistema OCB, Fabíola Nader Motta.

Em um mercado em que os consumidores valorizam cada vez mais a origem e as condições de produção, estar associado a um modelo de negócio justo e sustentável é uma vantagem competitiva para as cooperativas. Segundo o analista de Design Gráfico do Sistema OCB, Lucas Badú, o carimbo funciona como uma garantia de origem cooperativista. 

“Os consumidores estão buscando modelos de produção que respeitem as pessoas, o meio ambiente e a ética, e o cooperativismo tem tudo isso. O carimbo SomosCoop tem esse objetivo: mostrar para os consumidores que aquele produto ou serviço é diferente porque é de uma cooperativa”, explica. 

Para as cooperativas, a marca única reduz o caminho até o consumidor, o que pode representar economia em investimentos em marketing  ligados às etapas de convencimento do cliente para a venda. Para os consumidores, o carimbo facilita a decisão de compra ao identificar com clareza quando se trata de um produto coop. 

Identidade coop 

O carimbo SomosCoop é de livre uso pelas cooperativas em produtos, serviços e comunicações. As possibilidades de aplicação são diversas, de crachás e embalagens a banners e fachadas de prédios.

Com um box com cantos arredondados que contém a palavra SomosCoop e a bandeira do Brasil em um pequeno círculo, o carimbo foi desenvolvido para facilitar a aplicação e garantir leitura em diferentes formatos.

Como o carimbo SomosCoop pode ser utilizado? 

 Embalagens de produtos  Estandes em eventos
 Pontos de atendimento e de venda  Cartazes
 Sedes e escritórios das cooperativas  Sites
 Frotas  Redes sociais
 Uniformes  Aplicativos
 Carteirinhas de planos de saúde  Assinaturas de e-mails
 Cartões de cooperativas financeiras  Banners
 Totem de autoatendimento  Telas de Computador

 

estande somoscoop

O carimbo pode ser utilizado com as cores institucionais do SomosCoop – verde e amarelo –,  assumir tons próximos ou a cor da identidade da cooperativa. Para as embalagens de produtos, por exemplo, é possível alterar a cor para que o carimbo fique em sintonia com a marca da cooperativa ou com tons que prevaleçam na embalagem e materiais gráficos.

A Cocamar Cooperativa Agroindustrial utiliza o carimbo SomosCoop em suas embalagens de néctares de frutas, bebidas à base de soja, farinha de trigo e café. Segundo a analista de Marketing da cooperativa, Rafaela Brentegani, além de identificar a Cocamar como cooperativa, a marca atrai consumidores conscientes e cria um senso de pertencimento e orgulho nos cooperados.

“Mesmo com sua grande relevância para a economia do Paraná e do país, o sistema cooperativista ainda é pouco conhecido da sociedade, de uma forma em geral. Iniciativas como essas, de utilizar o carimbo SomosCoop, ajudam nessa comunicação”, pondera.

Na Cooperativa de Transportadores Autônomos de Cargas e Passageiros da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Coopmetro), a frota de serviços de delivery, e-commerce e transporte de carga leva a marca SomosCoop por onde circula. O carimbo está inclusive no primeiro caminhão elétrico da cooperativa, que é abastecido com energia limpa e renovável produzida em uma usina solar própria, em um exemplo de atuação sustentável do coop.

caminhão somoscoop

“A Coopmetro decidiu utilizar o carimbo SomosCoop como forma de reforçar o seu compromisso com os princípios e valores do cooperativismo. Ao exibir a marca, a cooperativa evidencia sua adesão aos pilares de solidariedade, democracia, igualdade e preocupação com o desenvolvimento sustentável, que são fundamentais para o cooperativismo. Além disso, o carimbo SomosCoop representa um símbolo de confiança e transparência, demonstrando ao consumidor e à sociedade em geral que operamos de acordo com padrões éticos e sociais elevados”, afirma o diretor da Coopmetro, Evaldo Matos.

Segundo ele, os benefícios da marca unificada se refletem em todo o cooperativismo, porque aumentam a visibilidade e o reconhecimento das cooperativas em diferentes ambientes. “Ao se deparar com o carimbo SomosCoop, o consumidor reconhece que está apoiando um modelo de negócios baseado na colaboração e na busca pelo bem comum, o que pode influenciar positivamente suas decisões de compra”, acrescenta.

Todas as possibilidades de utilização do carimbo SomosCoop e as instruções para a aplicação correta de cada uma estão disponíveis na Central da Marca. É possível baixar os arquivos e começar a usar o selo imediatamente. O acesso é livre para todas as cooperativas em situação regular com o Sistema OCB.

“A ideia é que mais e mais pessoas conheçam o cooperativismo e tudo o que ele representa. Para que os esforços de comunicação sobre os diferenciais do coop tenham resultado é preciso garantir que o consumidor possa identificar com facilidade quais produtos e serviços são, de fato, de uma cooperativa. Quanto mais coops aderirem a essa iniciativa e estamparem o carimbo, fica mais fácil essa ideia pegar”, acrescenta Lucas Badú.

Featured

Investimento em comunicação é estratégico para cooperativas

Imagine uma empresa de tecnologia que pretenda realizar o feito de lançar um foguete para o espaço. O sucesso da empreitada depende de planejamento, estudo, técnica e uma equipe preparada com conhecimentos específicos. O mesmo vale para o desenvolvimento da comunicação estratégica de uma cooperativa, uma tarefa que vai muito além de dar visibilidade. 

A comunicação é uma área fundamental para o cooperativismo, pois é a ferramenta para mostrar à sociedade os diferenciais de um modelo de negócio com foco nas pessoas, justo e sustentável. Com um planejamento de inteligência nessa área, é possível tornar as marcas cooperativistas reconhecidas, promover ações direcionadas a diferentes públicos e estabelecer um diálogo constante e sólido com cooperados, fornecedores, consumidores, tomadores de decisão e a sociedade em geral. 

Estruturar uma área de comunicação eficiente e eficaz é uma preocupação cada vez mais presente em grandes corporações, e as cooperativas brasileiras também estão atentas a esse cenário para garantir voz e lugar aos produtos e serviços coop. 

Assim como na construção de um foguete, que requer a união de físicos, engenheiros e matemáticos bem qualificados, uma estrutura de comunicação estratégica depende de um time de especialistas e da colaboração de outras áreas. 

O professor e curador do curso de Comunicação Pública oferecido em parceria entre a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) e a Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública), Jorge Duarte, destaca como primeiro passo a escolha da equipe. “Uma comunicação eficaz requer profissionais capazes de realizar um diagnóstico aprofundado, elaborar estratégias e planejar ações adequadas para cada situação específica”, afirma.

Ou seja, a estratégia não tem nada a ver com o senso comum de que basta criar um perfil em uma rede social e ir tocando. “Soluções prontas costumam gerar resultados mínimos e burocráticos, além de não acolherem especificidades de questões aparentemente simples, mas que podem guardar complexidades que precisam ser tratadas por especialistas”, explica Duarte.

Caminhos para a comunicação estratégica 

Estudiosos e acadêmicos apontam alguns métodos para uma boa comunicação organizacional nas cooperativas. Conceitos e etapas como planejamento, segmentação, mensuração de resultados e gestão de crises são aplicados com olhar sobre valores cooperativistas e objetivos internos e externos. 

Mas não basta só conhecer os termos, a troca de experiências e vivência profissional fazem a diferença na hora de aplicá-los, conforme ressalta Jorge Duarte. “Profissionais bem preparados são capazes de identificar e mitigar riscos comunicacionais, aproveitar oportunidades, enfrentar desafios, desenvolver mensagens claras e utilizar ferramentas e canais de comunicação de forma estratégica e não apenas operacionais”. 

O Sistema Ocepar sabe disso há muito tempo. Desde abril de 1971 , a instituição tem seu Departamento de Comunicação, criado pela diretoria da época para informar tanto as cooperativas quanto a sociedade em geral sobre os feitos do movimento cooperativista paranaense.

Em 53 anos de atividades, foram inúmeros projetos de sucesso. Um deles o Jornal Paraná Cooperativo,  publicação que circulou de junho de 1972 até 2004, quando migrou para o formato de revista mensal Paraná Cooperativo. 

O coordenador de Comunicação da Ocepar, Samuel Milléo Filho, também destaca entre os produtos de sua equipe uma newsletter enviada a cinco mil endereços de e-mail, além de conteúdos em áudio produzidos para mais de 160 programas de rádio de cooperativas do estado.

Tudo feito por uma equipe composta por jornalistas, designers e uma bibliotecária, time construído aos poucos por Milléo Filho desde que assumiu a comunicação da Ocepar, em 2002. “Tivemos períodos em que estávamos com apenas três profissionais na área, três jornalistas. E nós tínhamos dificuldades em atender todas as demandas e algumas coisas acabávamos fazendo de maneira terceirizada, como o marketing para desenvolvimento de campanhas, quando necessário”, recorda.

O investimento na equipe faz toda a diferença para a comunicação da Ocepar, que desenvolve iniciativas de referência na divulgação do cooperativismo paranaense no estado e em todo o Brasil. 

“E para que isso seja possível, precisamos ter cada vez mais na equipe profissionais de comunicação que tenham muito mais do que um bom texto. Profissionais que possuam facilidade de comunicação, conhecimento do setor, além de um conjunto diversificado de competências, desde conhecimento em gestão, mundo digital, capacidade analítica, gestão de crise, adaptação e flexibilidade, bom relacionamento, pensamento criativo entre outros atributos necessários”, destaca o gestor.

Trabalho em equipe 

Um time de comunicação deve ser formado de acordo com o perfil da cooperativa e as metas a serem alcançadas. O professor Jorge Duarte explica que, primeiro, é importante conhecer o porte da cooperativa, definir os objetivos, os recursos disponíveis e o contexto em que a instituição está inserida. “Embora seja possível terceirizar algumas atividades, acredito que deve haver profissionais vinculados diretamente à organização para garantir uma solidez na estratégia e uma conexão mais precisa com a cultura e os objetivos institucionais”, destaca.

Em um mundo ideal, as equipes de comunicação cooperativistas devem ser compostas por profissionais de diferentes especialidades, “com visão global, sistêmica e integrada da comunicação”, conforme orienta Duarte, e “capazes de atuar de forma colaborativa trançando disciplinas específicas para desenvolver estratégias e soluções de comunicação abrangentes.”

Mas também é possível alcançar bons resultados com a terceirização dos serviços para empresas especializadas no assunto, sempre com alinhamento estratégico com um representante da cooperativa e de acordo com os valores cooperativistas. 

O Sistema OCB, por meio da Gerência de Comunicação e Marketing, tem uma série de produtos e serviços para apoiar as cooperativas na divulgação de suas ações e serviços e do cooperativismo como um todo. Além de pesquisas e análises de mercado que ajudam a direcionar campanhas e posicionar as marcas coop, são disponibilizados materiais gráficos, manuais de comunicação, entre outras opções.