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Participação projeta o setor e reforça soluções que unem produção, inclusão e preservação ambiental
A COP30 revelou, com clareza inédita, a força do cooperativismo brasileiro como agente de impacto socioambiental. Em um ano marcado por tensões globais e desafios crescentes relacionados ao clima, o movimento ocupou espaços estratégicos em Belém, apresentou soluções concretas para adaptação e descarbonização e ampliou parcerias com governos, organismos internacionais e delegações de todas as regiões do mundo.
A presença ativa nas três zonas oficiais da Conferência — Green Zone, Agri Zone e Blue Zone — e em espaços temáticos
como a Casa do Seguro, consolidou o setor como um dos principais articuladores de iniciativas climáticas baseadas no território.
Green Zone
No Pavilhão Coop, instalado na Green Zone em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o público teve contato direto com tecnologias sociais, produtos, experiências de campo e modelos de governança cooperativa.
Para o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, a visibilidade alcançada refletiu a força das soluções construídas coletivamente. “A COP30 mostrou ao mundo que aquilo que o cooperativismo faz há décadas no Brasil — produzir, incluir e preservar — é exatamente o que o planeta precisa neste momento”, afirmou.
Ao longo de duas semanas, a Green Zone recebeu 294.262 visitantes, com pico diário superior a 37 mil pessoas. O Pavilhão do Coop sediou 10 painéis temáticos, promoveu 17 oficinas e degustações abertas ao público e movimentou R$ 135 mil em vendas, com 3.883 produtos comercializados por 11 cooperativas na Feira da Sociobiodiversidade.
Agri Zone ![COP30 deixa legado estratégico para o cooperativismo brasileiro]()
A participação na Agri Zone reforçou a capacidade das cooperativas de impulsionar a agricultura de baixo carbono e a adaptação produtiva. O estande integrou a casa da agricultura sustentável da Embrapa, visitada por 24.469 pessoas de 46 países e 40 delegações oficiais, enquanto mais de 350 debates técnicos destacaram práticas e inovações lideradas por agricultores e cooperados focados na segurança alimentar e nutricional e na agricultura de baixo carbono.
O presidente Márcio observou que essa transversalidade foi determinante para o protagonismo do setor em Belém. “Estivemos presentes em temas tão diversos quanto energia, agricultura, bioeconomia, financiamento verde, seguros, inovação e educação. Isso demonstra o quanto o cooperativismo é parte estruturante da transição climática e um aliado indispensável para acelerar os compromissos assumidos na conferência.”
Blue Zone e Casa do Seguro
Já na Blue Zone, as cooperativas contribuíram para discussões centrais sobre mitigação, mercados de carbono e transição energética justa, participando de sete painéis e levando à mesa a experiência de quem vive o desafio climático no cotidiano da produção. A atuação na Casa do Seguro, por sua vez, ressaltou o avanço do cooperativismo no ramo de seguros e sua conexão direta com resiliência climática.
O espaço, coordenado pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), promoveu debates sobre instrumentos de proteção capazes de reduzir riscos associados a eventos extremos. Segundo Márcio, a presença das cooperativas nesse ambiente ampliou diálogos essenciais. “A agenda climática exige inovação em mecanismos de proteção e gestão de risco, e o cooperativismo de seguros tem muito a contribuir para modelos que de fato atendam as comunidades e produtores mais expostos”, declarou.
Necessidades reais
A superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, reforçou que os avanços institucionais da COP30 dialogam diretamente
com as necessidades reais do território. “A crise climática custa caro — e vai custar mais. Para que produtores e comunidades se adaptem, é fundamental garantir instrumentos financeiros acessíveis, simples e adequados à realidade do campo”, destacou.
Segundo ela, o conjunto de decisões firmado em Belém fortalece entre outros a capacidade de as cooperativas de ampliar o financiamento verde, projetos de energia renovável, bioeconomia, conservação e inovação agrícola.
Entre esses marcos, ela citou a triplicação do financiamento global para adaptação até 2035, uma medida que cria espaço para programas específicos voltados, por exemplo, a produtores familiares e pequenas organizações econômicas; a definição da Meta Global de Adaptação (GGA) com 59 indicadores, que permitirá mensurar impactos e orientar políticas de forma mais alinhada ao território; e as diretrizes de transição justa, que reconhecem
a importância da inclusão produtiva e do diálogo social na transformação ecológica.
Papel do cooperativismo
Tania ressaltou ainda que outros resultados da COP30 reforçam diretamente o papel do cooperativismo. O Plano de Ação de Gênero e Clima, ao promover equidade, fortalece práticas que já fazem parte da governança cooperativa. O mapa do caminho para a eliminação do desmatamento amplia, ainda que não tenha entrado na decisão final da conferência, gera oportunidades para cooperativas que atuam com sistemas agroflorestais, reflorestamento e manejo sustentável.
O lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) e o Plano RAIZ, voltado à agricultura resiliente e à degradação zero de solos, cria instrumentos adicionais para financiar iniciativas em biomas como Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica — regiões onde as cooperativas têm presença consolidada e impacto direto. Além disso, o Documento Mutirão, com a proposta de mobilizar US$ 1,3 trilhão anuais em financiamento climático, representa uma oportunidade inédita para escalar projetos que unem produção, conservação e geração de renda, especialmente pelo papel estratégico das cooperativas de crédito nos territórios.
Reconhecimento
Nesse sentido, o reconhecimento formal da agricultura tropical como solução climática também é decisivo, pois valoriza práticas que muitas cooperativas já adotam, como o uso eficiente de recursos, a integração lavoura-pecuária-floresta, a recuperação de áreas degradadas e a produção de alimentos de baixo carbono. “Essas decisões fortalecem o ambiente institucional necessário para que o cooperativismo faça ainda mais pelo clima, pela biodiversidade e pelas pessoas”, explicou Tania.
A superintendente enfatizou, por fim, que o impacto do movimento na COP30 foi sustentado pela qualidade técnica e humana das experiências apresentadas ao mundo. “Mostramos que o cooperativismo brasileiro entrega resultados de verdade: reduz emissões, restaura áreas, gera trabalho, fortalece cadeias produtivas e mantém as pessoas no centro. É esse tipo de solução concreta que o mundo busca — e que podemos ampliar nos próximos anos”.
Celebração
A COP30 também marcou um momento simbólico e histórico para o movimento: a celebração do Ano Internacional das Cooperativas, realizada no Pavilhão Coop na Green Zone com a presença de lideranças nacionais e internacionais.
A cerimônia destacou o papel das cooperativas na construção de economias mais resilientes, inclusivas e sustentáveis, reforçando a importância do modelo cooperativo para responder aos desafios globais. O ato consolidou Belém como palco de encerramento de um ano que projetou as cooperativas para o centro das discussões sobre clima, desenvolvimento e prosperidade compartilhada.
Acordos
Além disso, a conferência foi marcada pela assinatura de acordos de cooperação técnica fundamentais para acelerar o impacto do cooperativismo na agenda climática. Essas parcerias, firmadas com a Natura e os ministérios do Empreendedorismo (Memp), Desenvolvimento Agrário (MDA) e Comércio e
Indústria (MDIC), abrangem áreas como bioeconomia tropical, agricultura de baixo carbono, energias renováveis, manejo florestal sustentável, inovação e finanças verdes.
Os acordos preveem capacitação técnica, desenvolvimento de tecnologias aplicadas ao território, intercâmbio de conhecimento e facilitação do acesso das cooperativas a mecanismos internacionais de financiamento. Com isso, ampliam-se as condições para transformar o legado da COP30 em ações permanentes de desenvolvimento sustentável nos territórios cooperativistas.
Próximos passos
Os próximos passos incluem ampliar o acesso das cooperativas a fundos internacionais, fortalecer parcerias técnicas e promover projetos que aliem inovação, assistência técnica, regularização ambiental e inclusão produtiva. Para o presidente Márcio, a COP30 deixou um legado inequívoco. “A construção de um futuro climático justo e sustentável passa pelo território — e o território brasileiro se organiza, cresce e se transforma por meio do cooperativismo”.
Saiba Mais:
Plano inclui cursos EaD, materiais orientativos, apoio técnico e modernização da estrutura sindical
A Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da Confederação Nacional do Cooperativismo (CNCoop), realizada nesta terça-feira (9), apresentou as ações prioritárias para 2026 e reforçou a agenda de modernização da representação sindical das cooperativas, com foco na qualificação contínua das lideranças, no reforço à segurança jurídica e na ampliação do apoio técnico às negociações trabalhistas em todo o país.
Entre os principais encaminhamentos anunciados está a disponibilização de novos cursos de educação a distância voltados às atualizações da NR-1, especialmente com relação ao mapeamento dos riscos psicossociais no ambiente de trabalho — tema que passa a exigir atenção redobrada das cooperativas a partir do próximo ano. Direcionadas a dirigentes e equipes de federações, sindicatos e cooperativas, as formações buscam fortalecer a capacidade de atuação das entidades e aprimorar sua preparação frente às mudanças normativas.
A AGE também apresentou a proposta de elaboração de um conjunto de materiais orientativos que será lançado em 2026, incluindo vídeos, cartilhas e conteúdos técnicos que apoiarão a adequação das cooperativas às alterações da NR-1 e às novas obrigações previstas.
Outro eixo relevante foi o debate sobre o apoio técnico às negociações coletivas de trabalho, atividade que continuará sendo reforçada por meio de análises especializadas, acompanhamento jurídico e suporte direto às lideranças sindicais e cooperativistas. A publicação mensal da Análise Trabalhista e Sindical seguirá como instrumento estratégico para orientar decisões, detectar tendências e ampliar a previsibilidade das negociações trabalhistas.
Na mesma direção, a AGE aprovou ações voltadas ao fortalecimento do Centro de Serviços Compartilhados Trabalhista e Sindical, que terá papel ampliado especialmente no apoio técnico de demandas trabalhistas, incluindo a celebração de instrumentos coletivos de trabalho firmados nos estados. O objetivo é garantir maior padronização, segurança e transparência no processo de negociação em âmbito nacional.
As iniciativas se somam ainda ao apoio direto à criação e consolidação de sindicatos específicos de representação das
cooperativas, estratégia que reforça a autonomia, a legitimidade e a capacidade de interlocução do setor — medida que já avança em diferentes unidades da federação e deverá ganhar nova tração em 2026.
Durante a reunião, foram apresentados também os ajustes referentes à contribuição confederativa, corrigida pelo INPC/IBGE, além das diretrizes orçamentárias que nortearão a execução das ações previstas para o próximo ano.
Para o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, o conjunto de entregas representa um avanço estruturante para o cooperativismo. “O cooperativismo tem desafios trabalhistas e sindicais específicos, que exigem preparo técnico, segurança jurídica e uma representação forte”, afirmou.
Ainda segundo ele, as iniciativas previstas para 2026 consolidam esse compromisso: “Estamos ampliando a formação, qualificando a negociação coletiva e fortalecendo a estrutura sindical que representa o setor em todo o país. Os avanços previstos — como o lançamento dos cursos EaD, novos materiais orientativos e o fortalecimento do Centro de Serviços Compartilhados — demonstram que estamos olhando para o futuro. Queremos um movimento sindical cooperativista mais moderno, mais preparado e mais conectado às necessidades reais das cooperativas”, completou.
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Em Assembleia Extraordinária, OCB aprova novo estatuto social
A Casa do Cooperativismo, em Brasília, foi palco de mais um dia significativo para a história do movimento nesta terça-feira (9). Lideranças de Organizações Estaduais de todo o país se reuniram para aprovar a modernização da governança da Organização das Cooperativas Brasileiras e aprovar as prioridades estratégicas para 2026. O encontro marcou um movimento de transformação institucional — planejado, participativo e estratégico — que impulsiona a OCB para um novo ciclo de profissionalização, transparência, fortalecimento político e modernização dos instrumentos de apoio ao setor.
Governança dual ![Sistema OCB aprova nova governança e agenda estratégica para 2026]()
A principal decisão do dia veio com a 28ª Assembleia Geral Extraordinária da OCB, que aprovou a reforma estatutária da entidade e reforçou o modelo dual de governança, definindo de forma ainda mais clara a atuação do Conselho de Administração das funções executivas.
Pela nova estrutura e durante o período de transição que segue até 2028, Márcio Lopes de Freitas assume a presidência do Conselho de Administração, fortalecendo sua atuação institucional e política, enquanto Tania Zanella — até aqui superintendente do Sistema OCB — passa a ocupar a Presidência Executiva, com a condução da gestão operacional das atividades.
De acordo com o novo estatuto, os atuais membros da Diretoria da OCB, eleitos conforme o Estatuto Social anterior, permanecerão no exercício de seus cargos até o final do mandato, agora como Conselheiros de Administração. Para o presidente Márcio, a mudança representa um marco evolutivo na trajetória da OCB. “Essa reforma mira futuro. Construímos um modelo mais moderno, equilibrado e transparente, capaz de garantir sustentabilidade institucional para os próximos anos. O cooperativismo amadureceu — e a OCB precisava dar esse salto”, afirmou ao defender o novo arranjo.
O processo de alteração foi amplamente debatido ao longo do ano, com participação do comitê técnico-jurídico, representantes de todas as regiões e de consultorias especializadas. Márcio fez questão de destacar que a construção foi baseada em escuta e transparência: “Agradeço profundamente a todos que contribuíram. Esta foi uma construção feita a muitas mãos, com respeito às diferentes realidades e ao papel de cada Organização Estadual”, declarou.
Responsabilidade
Em seu primeiro discurso como presidente executiva, Tania emocionou o plenário ao reconhecer o simbolismo de sua nomeação. “É uma honra assumir esta missão. Sei da responsabilidade, especialmente por ser a primeira mulher nessa posição. Estou pronta para conduzir a gestão com coragem, diálogo e foco em resultados para as cooperativas. Vocês podem contar comigo”, ressaltou.
Luís Alberto Pereira, conselheiro da Região Centro-Oeste, enfatizou a importância da decisão. “É um momento histórico para o cooperativismo brasileiro. Ter a Tania como a primeira presidente executiva da OCB é um reconhecimento merecido — não apenas pelo seu trabalho, mas pela liderança que exerce com competência, serenidade e diálogo. A salva de palmas que ouvimos hoje diz mais do que qualquer palavra: estamos muito felizes de tê-la à frente da gestão nacional. Esta conquista não é simbólica, é fruto de mérito, preparo e dedicação.”
Também durante a Assembleia, outras lideranças estaduais e conselheiros destacaram o amadurecimento institucional que o momento representa. André Pacelli, conselheiro que representa a Região Nordeste, elogiou o nível de profissionalização alcançado pelo processo. Ele elogiou a capacidade do presidente Márcio de construir consensos e celebrou a chegada de Tania à presidência executiva. ”Que a gente siga estocando conhecimento, inovação e cooperação para fortalecer ainda mais o cooperativismo brasileiro”, declarou.
Ricardo Khouri, conselheiro da Região Norte, enfatizou que o Conselho de Administração terá papel central no aperfeiçoamento contínuo do modelo. “Primeiro muda, depois melhora. Hoje demos um passo gigantesco, e agora cabe ao Conselho aprimorar esse sistema para dar conforto, previsibilidade e solidez a todo o movimento”.
Darci Pedro Hartmann, conselheiro representante da Região Sul, sublinhou o caráter ético e comprometido da nova estrutura ao afirmar que tanto Márcio quanto Tania exercerão suas funções com foco exclusivo no fortalecimento do cooperativismo brasileiro. Para ele, o momento inaugura uma etapa que exigirá maturidade e profissionalização ainda maiores. “Temos muitos desafios, mas também estamos prontos como conselheiros para contribuir com essa evolução”.
Já Edivaldo Del Grande, conselheiro da Região Sudeste, destacou o amadurecimento coletivo demonstrado ao longo de todo o processo. “Foram debates profundos, mas chegamos a um consenso responsável. Agora é colocar em prática, aperfeiçoar e seguir fortalecendo o Sistema OCB”, afirmou.
Plano de trabalho e orçamento 2026
Ainda durante a programação, foi aprovado o plano de trabalho e o orçamento da OCB para 2026, estruturando uma agenda estratégica que reforça o papel da entidade como representante e articuladora nacional, além de promotora de desenvolvimento institucional das cooperativas.
Entre as iniciativas aprovadas estão a ampliação do Programa de Educação Política; o acompanhamento aprofundado da implementação da reforma tributária; a consolidação do marketplace do cooperativismo; diretrizes para o uso ético e eficiente de inteligência artificial; a intensificação de ferramentas de business intelligence (BI); e um conjunto de ações para reforçar a presença pública e a imagem do cooperativismo brasileiro.
Para Márcio, o plano aprovado reflete um sistema confiante e preparado. “Temos uma previsão orçamentária confortável, fruto das Diretrizes do 15º Congresso Brasileiro do Cooperativismo e da escuta às Organizações Estaduais. Isso nos permite executar plenamente as prioridades estratégicas e transformar a visibilidade conquistada pelo cooperativismo em ações permanentes e estruturantes nos territórios”, salientou.
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Audiência na Câmara abordou impactos da Circular Secex nº 62/2025 e a crise do setor
O Sistema OCB participou, nesta quarta-feira (3), da audiência pública promovida pela Comissão de Agricultura, Pecuária,
Zeca Ribeiro / Câmara dos DeputadosAbastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados (CAPADR), que tratou dos impactos da Circular Secex nº 62/2025 sobre as importações de leite em pó oriundo do Mercosul. A discussão ocorreu por requerimento da deputada Ana Paula Leão (MG), diante das preocupações crescentes da cadeia produtiva com o aprofundamento da crise enfrentada pelos produtores.
O debate reuniu parlamentares, representantes do governo federal, entidades do setor produtivo e lideranças cooperativistas. Pelo Sistema OCB, participou Marcelo Candiotto, coordenador da Câmara do Leite da entidade e presidente da CCPR. Também estiveram presentes autoridades como o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira; dirigentes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa); representantes do MDA; lideranças estaduais; e organizações de produtores e da indústria.
A audiência teve como foco a decisão da Secex, adotada em agosto, que alterou procedimentos de análise e licenciamento de importações e, segundo o setor, agravou a entrada de leite em pó no país em volume recorde. A demora na apreciação do pedido de reconsideração apresentado durante a investigação de dumping também foi amplamente criticada.
Crise histórica
Durante sua participação, Marcelo Candiotto fez um alerta sobre a gravidade da situação enfrentada pelos produtores brasileiros. Segundo ele, o setor vive “o fundo do poço”, com preços inviáveis e forte pressão causada pelo aumento
expressivo das importações.
Marcelo apontou que, somente em outubro, o Brasil importou o equivalente a 7 milhões de litros de leite por dia, quase o triplo da captação diária da maior indústria de Minas Gerais. “O produtor não tem condições de sobreviver com os valores atuais. O pequeno, o médio e até o grande estão no limite”, afirmou.
Ele destacou também que o consumo interno não acompanhou o aumento da oferta, ampliando o desequilíbrio entre produção nacional, importações e demanda. De acordo com o coordenador, “a situação é agravada pela manutenção das margens de varejo, que não têm contribuído para o alívio dos preços ao consumidor nem para a recomposição da renda no campo”.
Medidas emergenciais e estruturantes
No debate, Candiotto pediu a adoção de medidas urgentes para conter o desequilíbrio de mercado. Entre os pontos defendidos, citou:
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O reforço de barreiras sanitárias nas fronteiras com Argentina e Uruguai;
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Maior rigor no licenciamento de importações, como forma de ordenar o fluxo de entrada;
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Celeridade na condução das investigações de dumping nas importações de leite em pó;
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Aplicação dos direitos provisórios e medidas restritivas imediatas ao volume importado;
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Atuação conjunta do governo, entidades e parlamento para impedir práticas irregulares, como triangulação de produtos.
Por fim, o coordenador afirmou que a Câmara do Leite está preparando um conjunto de propostas estruturantes para fortalecer a cadeia, incluindo ações de assistência técnica, qualificação da gestão, melhoria genética, aumento de produtividade e estímulo à intercooperação entre cooperativas de diferentes estados. “Sabemos o que precisa ser feito para desenvolver o produtor, para permitir sucessão familiar e construir um sistema produtivo sustentável. Precisamos do apoio do governo e das entidades para transformar isso em política pública”, concluiu.
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Últimas reuniões do ano destacam avanços, formaturas, integração e diretrizes para 2026
O Sistema OCB realizou, nesta quinta-feira (27), as últimas reuniões ordinárias de 2025 dos comitês Geração C e Elas pelo Coop, marcando o encerramento de um ano de expansão, fortalecimento institucional e renovação do engajamento de jovens e mulheres no cooperativismo brasileiro. Os encontros, que contaram com a participação de representantes de diversas organizações estaduais, compartilharam resultados, experiências e perspectivas para 2026.
Geração C: crescimento e novas representações
O Geração C abriu os trabalhos com as boas-vindas aos participantes e a chegada de novos integrantes. A coordenação apresentou uma atualização dos números que marcaram o avanço do comitê ao longo do ano: 19 unidades federativas representadas e 12 comitês estaduais instituídos, resultado de um movimento crescente de organização da juventude cooperativista em diferentes regiões do país.
A reunião também registrou as participações recentes do comitê em agendas nacionais, como o Encontro de Comitês na Bahia, o CoopsParty em Goiás, o encontro do Paraná e as ações realizadas no Amazonas, além da presença da juventude cooperativista na COP30 O grupo celebrou ainda a formatura dos integrantes que concluíram as trilhas de capacitação da CapacitaCoop.
A coordenação apresentou a agenda de reuniões ordinárias para 2026 e adiantou pontos do Plano de Trabalho, que será finalizado com foco no fortalecimento da cultura cooperativista. A reunião também destacou o papel do comitê na difusão de materiais orientadores, como regimento interno, manual de constituição de comitês e manual de identidade visual, essenciais para apoiar cooperativas na formação de núcleos e novos grupos jovens.
Elas pelo Coop: integrações, formatura e ações dos comitês estaduais
O comitê Elas pelo Coop, por sua vez, reuniu suas integrantes para uma pauta marcada por integração, compartilhamento de práticas e reconhecimento. A abertura foi seguida de um momento de acolhimento às novas participantes e da apresentação dos direitos e deveres do grupo, reforçando o compromisso com a atuação colaborativa.
O comitê celebrou a formatura das integrantes concluintes da trilha de capacitação Liderança Feminina e apresentou o mapa atualizado dos comitês estaduais. Representantes do Tocantins e de Alagoas compartilharam suas experiências e ações locais, contribuindo para a troca de aprendizados entre os estados. A programação incluiu ainda uma conversa sobre liderança com foco no desenvolvimento pessoal e coletivo.
Foco no futuro
Para 2026, os comitês seguirão contribuindo diretamente para o plano nacional do Sistema OCB, com foco na expansão da representação nos estados, promoção da formação continuada, estímulo à intercooperação e engajamento ativo nas agendas estratégicas do cooperativismo.
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Reunião restabelece método tradicional da defesa comercial do leite e reafirma o leite in natura como produto similar na investigação antidumping
O Sistema OCB participou, nesta terça-feira (2), de audiência no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) que marcou um avanço importante para a defesa comercial do setor leiteiro. Representado pela superintendente Tania Zanella, o cooperativismo integrou as discussões que resultaram na reconsideração da Circular SECEX nº 62/2025 e na retomada do entendimento técnico historicamente adotado pelo governo nas
investigações antidumping do leite.
A reunião contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin; do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira; do secretário-executivo do MDIC, Márcio Elias Rosa; de representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa); de entidades do setor produtivo;e dos deputados Domingos Sávio (MG), Ana Paula Leão (MG), José Silva (MG) e Welter (PR). Durante o encontro, foi comunicada a decisão de atender ao pedido de reconsideração da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), para restabelecer critérios que vinham sendo aplicados há mais de duas décadas.
Para o Sistema OCB, a mudança é essencial para proteger a base produtiva, já que devolve ao processo o entendimento de que o produto similar é o leite in natura, e não apenas o leite em pó industrializado. Essa definição corrige uma divergência levantada na Circular SECEX nº 62/2025 e recoloca o produtor como parte integrante da indústria doméstica avaliada na investigação.
Com o realinhamento, o MDIC restaura a metodologia tradicional de defesa do setor, permitindo que os impactos das importações sejam analisados sobre o leite produzido nas propriedades, onde o dano econômico efetivamente se manifesta. A decisão também garante a continuidade da investigação de dumping e a reavaliação sobre a aplicação de direitos provisórios.
O Sistema OCB seguirá monitorando cada etapa da investigação e contribuindo tecnicamente para assegurar que os interesses dos produtores e das cooperativas estejam no centro das decisões. Conforme afirmou Tania, “a decisão do MDIC corrige uma distorção e reconhece o impacto real das importações sobre o leite in natura. Continuaremos contribuindo com dados e diálogo para fortalecer a cadeia leiteira”.
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Agenda técnica no RS reforça avanços do Sandbox Tarifário e aproximação institucional entre setores

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizou nos dias 26 e 27/11, uma visita técnica com participação do Sistema OCB às cooperativas Certel e Certaja, no Rio Grande do Sul, para acompanhar o desenvolvimento do Sandbox Tarifário, iniciativa pioneira conduzida pela Agência com recursos do convênio firmado com o Sescoop Nacional.
A comitiva reuniu Otávio Henrique Galeazzi Franco, assessor do diretor Sandoval Feitosa Mosna (relator do processo), representantes da Superintendência de Gestão Tarifária e Regulação Econômica da Aneel e da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee). Também acompanharam a programação o superintendente da Infracoop, José Zordan, e representantes da Coprel, cooperativa que integra o projeto ao lado da Cerbranorte, Certaja e Certel.
Resultados e desafios
As cooperativas apresentaram o andamento das atividades, os primeiros resultados e os desafios identificados na execução do Sandbox Tarifário, que simula, em ambiente controlado, a experiência de consumidores de baixa tensão no Mercado Livre de Energia.
Apesar do potencial de transformação do tema para o futuro do setor elétrico, as equipes destacaram que a complexidade técnica ainda dificulta o entendimento do público. Muitos participantes relataram, por exemplo, confundir o Mercado Livre de Energia com o marketplace ‘Mercado Livre’. Outros demonstraram insegurança diante de siglas e termos como TUSD e TE, e 
chegaram a desconfiar da legitimidade da iniciativa, situação que evidencia a necessidade de ações de comunicação mais claras e acessíveis.
Mesmo no ambiente cooperativo, onde existe maior proximidade com o consumidor, dúvidas permaneceram. Cooperados manifestaram receio de “deixar a cooperativa”, sem compreender que, no Mercado Livre, apenas a compra de energia é alterada, enquanto o vínculo e o atendimento permanecem com a cooperativa. Esses relatos reforçaram a importância de campanhas educativas e de orientação contínua, especialmente diante da abertura plena prevista para 2028.
Em fase final de implementação, o Sandbox Tarifário será o primeiro do país a ser concluído, com abrangência em 3.150 unidades consumidoras e geração de dados essenciais para a modernização tarifária no Brasil. Os resultados preliminares incluem reduções de até 20% nas faturas de energia dos cooperados participantes e a identificação de padrões importantes sobre comportamento e preferências dos consumidores na contratação de energia no mercado livre.
Modernização
Durante a visita, os representantes da Aneel destacaram que o estudo antecipa tendências e contribui para a formulação de
uma regulação mais moderna. Para Otávio Henrique Galeazzi, “este é um projeto estratégico para o futuro tarifário do Brasil”. Na mesma linha, Diego Brancher, da Superintendência de Gestão Tarifária, afirmou que a iniciativa “antecipou o que está previsto para daqui a dois anos no setor de energia”.
O Sistema OCB também ressaltou a relevância do projeto. Para Maria do Carmo, coordenadora de convênios, acompanhar a experiência de perto reforçou o valor do investimento feito pelo cooperativismo e demonstrou o caráter transformador da iniciativa. “Ver resultados concretos e ouvir da Aneel e cooperativas que se trata de um projeto estratégico e inovador traz a certeza de que estamos no caminho certo”, afirmou. Já Thayná Côrtes, analista de relações institucionais, destacou que a agenda reforçou o quanto as cooperativas estão preparadas para contribuir com os debates que moldarão o futuro do setor elétrico.
Para o superintendente da INFRACOOP, José Zordan, o Sandbox Tarifário tem ampliado a compreensão das cooperativas sobre a abertura do mercado de baixa tensão. Segundo ele, a iniciativa rompe com a cultura tarifária tradicional e proporciona um aprendizado inédito. “O projeto é inovador e tem superado nossas expectativas. A presença da Aneel, ao verificar in loco os trabalhos e demonstrar admiração pelos resultados, reforça nossa responsabilidade e confirma a relevância dessa experiência”, afirmou.
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Balanço, cenário político e diretrizes para 2026 foram destaques em evento no Paraná
O Encontro Estadual de Cooperativistas Paranaenses reuniu cerca de 1,6 mil pessoas nesta sexta-feira (28/11), no Parque Histórico de Carambeí (PR). Representando o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, a superintendente, Tania Zanella, participou da programação ao lado de lideranças cooperativistas, autoridades estaduais e parlamentares, em um evento marcado pelo reconhecimento ao setor e pela celebração dos 100 anos da Frísia, uma das cooperativas mais tradicionais do país.
Em seu discurso, Tania ressaltou a relevância nacional do cooperativismo paranaense e lembrou que o encontro ganhou um simbolismo especial este ano. “É um fechamento histórico e de muitas comemorações, por se tratar de um encontro realizado na casa da Frísia, que está celebrando 100 anos de atividades, e também por estarmos encerrando este 2025 que foi tão relevante para o movimento em âmbito global, com o Ano Internacional das Cooperativas, instituído pela ONU”, afirmou.
A superintendente destacou os desafios que 2026 deve trazer ao setor, especialmente por se tratar de ano eleitoral. “Temos que valorizar as pessoas que dão valor e atenção ao cooperativismo. Acredito que nosso programa de educação política esteja trazendo resultados positivos e devemos seguir vigilantes quanto às nossas necessidades”, disse.
Segundo ela, o próximo ano também será de fortalecimento da identidade cooperativista em todo o país. “Vamos abrir 2026 com as mensagens do que nos diferencia enquanto cooperativas: nossos princípios, nossos valores e nosso modelo de negócios que transforma a vida das pessoas. Queremos mostrar a todo o Brasil que cooperativas trabalham de um jeito diferente para desenvolver regiões, estados e o país”, concluiu.
Um ano marcante para o Paraná e um tributo à Frísia
O presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, apresentou os números que devem consolidar 2025 como um dos anos mais relevantes para o cooperativismo paranaense. Com base nos balancetes encerrados até outubro e nas projeções até dezembro, as cooperativas do estado devem alcançar R$ 220 bilhões em receitas, um crescimento nominal estimado de cerca de 8% em relação a 2024.
Ricken salientou que o setor manteve sua capacidade de expansão mesmo diante de adversidades, como eventos climáticos severos, juros elevados, barreiras comerciais e impactos da influenza aviária no Sul do país. “Mesmo diante de tantos obstáculos, tivemos êxito”, afirmou.
O evento também celebrou o legado centenário da Frísia, homenageada com o Troféu Ocepar. A honraria foi entregue ao presidente da cooperativa, Geraldo Slob, que emocionou o público ao destacar a trajetória construída por gerações. “São cem anos de famílias que acreditaram que a cooperação era o melhor caminho para produzir, prosperar e transformar comunidades. Ao receber esta homenagem, reafirmamos nosso compromisso com o futuro — com inovação, sustentabilidade, sucessão familiar, profissionalização da gestão e, principalmente, com as pessoas”, declarou.
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Entidade destaca ganhos em eficiência, clareza regulatória e segurança jurídica para cooperativas
Sessão de análise de vetos ao Licenciamento. Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos DeputadosO Congresso Nacional derrubou, nesta quinta-feira (27), os vetos do Poder Executivo à Lei de Licenciamento Ambiental. Com a decisão, os trechos restabelecidos seguem agora para promulgação, consolidando um novo marco regulatório para o setor. Para o Sistema OCB, o texto aprovado representa um avanço importante na modernização do licenciamento, com reflexos diretos na eficiência dos processos, na redução de custos e na ampliação da segurança jurídica para as cooperativas.
Entre os pontos considerados positivos pela organização, destaca-se o reconhecimento das particularidades regionais, que reduz a centralização das decisões na União e permite maior adequação às realidades locais. A legislação também padroniza modalidades de licenciamento e critérios para concessão, além de estabelecer regras mais claras sobre as obrigações decorrentes de condicionantes ambientais, tema frequentemente apontado como fonte de insegurança por empreendedores e gestores públicos.
Outro avanço é a definição objetiva dos critérios que delimitam a responsabilidade ambiental de financiadores em relação aos impactos gerados pelas atividades financiadas. O texto restabelecido também confirma a adoção da Licença por Adesão e Compromisso (LAC) para empreendimentos classificados como de baixo ou médio potencial poluidor, mecanismo que agiliza a análise de projetos sem comprometer o rigor ambiental.
O novo marco prevê ainda um tratamento específico para atividades agropecuárias primárias já submetidas a outros instrumentos de controle, como o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e abre caminho para a dispensa de licenciamento em casos que não apresentam risco adicional ao meio ambiente.
Adiamento
Durante a votação, os parlamentares decidiram adiar a análise dos pontos referentes à Licença Ambiental Especial (LAE). Apesar de terem sido vetados pelo Executivo, esses dispositivos voltaram à pauta legislativa por meio da Medida Provisória 1.308/2025, que pode redefinir o tema nas próximas semanas.
O Sistema OCB acompanhou toda a tramitação da lei e atuou, junto à Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), para assegurar um processo de licenciamento ambiental mais eficiente, menos burocrático e capaz de reduzir custos operacionais, sem abrir mão da proteção ambiental e da responsabilidade socioambiental que orientam o modelo cooperativista.
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Sistema OCB reforça diálogo com adidos agrícolas e amplia articulação para acesso a mercados
O Sistema OCB marcou presença no Encontro Nacional do Agro e dos Adidos Agrícolas, realizado de 25 a 28 de novembro,
em Brasília. A participação da entidade se concentrou nas reuniões individuais com os adidos agrícolas, agendadas para os dias 26 e 27, quando foram apresentados 34 pleitos construídos a partir das demandas encaminhadas por cooperativas de nove estados (BA, CE, ES, MT, MG, PE, RS, SC e SP).
O processo de levantamento das demandas envolve uma atuação coordenada entre as Organizações Estaduais e o Sistema OCB Nacional. As cooperativas enviaram seus pleitos relacionados à promoção comercial, abertura de mercados e aperfeiçoamento das condições de acesso ao comércio internacional. Após consolidação, o material foi encaminhado à organização do encontro, composta pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), responsáveis pela construção das agendas com os adidos de cada país. 
Durante os dois dias de reuniões, representantes do Sistema OCB apresentaram e defenderam os pleitos diretamente aos adidos. As informações, respostas e orientações colhidas ao longo dos encontros serão posteriormente repassadas às Organizações Estaduais, que farão a devolutiva às cooperativas interessadas. A síntese completa das tratativas também integrará o Relatório dos Adidos Agrícolas, documento anual que consolida informações, análises e encaminhamentos.
O presidente do Sistema OCB, resumiu a importância do processo. “Além do trabalho concentrado durante o evento, a interlocução com os adidos agrícolas se mantém ativa ao longo do ano. Os escritórios de representação da Apex no exterior, assim como os adidos lotados nas embaixadas, permanecem disponíveis para apoiar demandas específicas do cooperativismo, contribuindo para a solução de barreiras, construção de oportunidades e fortalecimento da inserção internacional do setor”, afirmou.
O Encontro Nacional do Agro e dos Adidos Agrícolas também conta com apoio do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A edição deste ano reuniu 54 adidos, 40 em missão e 14 recém-designados, além das equipes dos escritórios da ApexBrasil em Bogotá, Miami, Bruxelas, Moscou, Dubai, Lisboa e Pequim. A programação incluiu debates, painéis regionais e sessões de alinhamento estratégico com setores produtivos.
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Encontro abordou dúvidas sobre fiscalizações e buscou soluções para reduzir autuações
Cooperativas de transporte rodoviário de cargas de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato Grosso participaram, nesta terça-feira (25), de uma reunião técnica com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O encontro, articulado pelo Sistema OCB e pelo Conselho Consultivo do Ramo Transporte, buscou esclarecer dúvidas e avançar em soluções para autuações e procedimentos fiscalizatórios que têm afetado o setor.
A reunião teve como eixo central temas ligados à aplicação da Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas (PNPM-TRC)
e às novas regras do Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e). Também foram discutidas práticas de fiscalização adotadas pela agência, que vêm gerando penalidades consideradas, em algumas ocasiões, injustificadas pelas cooperativas.
Pela ANTT, participaram representantes de três áreas estratégicas: Superintendência de Serviços de Transporte Rodoviário e Multimodal de Cargas (Suroc), com a superintendente substituta Gizelle Coelho Netto e o coordenador Alamar Augusto Araújo Durce de Oliveira; Gerência de Processamento e Cobrança de Auto de Infração (Geaut), representada por Clarissa Fernandes dos Santos; e Superintendência de Fiscalização de Serviços de Transporte Rodoviário de Cargas e Passageiros (Sufis), com o superintendente Hugo Leonardo Cunha Rodrigues e o coordenador Geraldo Luiz Anselmo.
Os debates foram guiados pelos 22 questionamentos consolidados no Ofício 449/2025 – OCB, que reúne dúvidas recorrentes das cooperativas. Entre os pontos mais sensíveis estiveram a base de cálculo do frete mínimo, a retenção de INSS no valor do frete, a aplicação de multas em casos de repasse líquido abaixo do piso, questões relacionadas a CEP único e alteração de rotas, além das autuações no transporte classificado na tabela como “operações de alto desempenho”, . Problemas nos prazos e na tramitação dos processos recursais também foram abordados.
Durante a reunião, a ANTT demonstrou disposição para aprofundar o diálogo e aperfeiçoar orientações ao setor cooperativista. Os representantes da agência destacaram que ajustes operacionais e normativos serão avaliados, especialmente nos pontos em que há interpretações divergentes ou lacunas na regulamentação.
O Sistema OCB avaliou o encontro como um avanço na construção de um canal técnico permanente entre o cooperativismo de transporte e a ANTT.
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Medida amplia faixa, reduz desigualdades e altera regras para altas rendas
O Sistema OCB acompanhou, nesta quarta-feira (26), a cerimônia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para trabalhadores que ganham até R$ 5 mil por mês. A medida,
uma das mais aguardadas de 2025 na área econômica, também estabelece descontos para rendimentos de até R$ 7.350 e passa a valer para a declaração do próximo ano.
Segundo o governo, cerca de 15 milhões de brasileiros deixarão de pagar Imposto de Renda a partir da nova regra, 10 milhões tornam-se isentos e outros 5 milhões passam a ter redução significativa no imposto. Para evitar impacto fiscal, a lei aumenta a tributação sobre altas rendas anuais acima de R$ 600 mil, com cobrança progressiva e alíquota máxima de 10%. A estimativa é de que 140 mil contribuintes serão alcançados por essa mudança, sem afetar serviços públicos ou exigir cortes no orçamento.
A equipe econômica reforçou ainda que a nova configuração torna o sistema mais simples e mais progressivo, alinhado à capacidade contributiva de cada faixa de renda. Ao garantir maior proteção aos investimentos ligados ao agronegócio e ao mercado imobiliário, os novos dispositivos reforçam a segurança jurídica desses segmentos. Esse ambiente mais previsível favorece o investimento responsável e fortalece a atuação das cooperativas, que desempenham papel essencial na dinamização econômica e no desenvolvimento regional.
Para o Sistema OCB, a sanção representa um movimento importante para estimular renda, fortalecer consumo e ampliar a segurança econômica de milhões de brasileiros.
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Parceria amplia ações educacionais e reforça acesso de jovens e universitários ao processo legislativo
O Sistema OCB formalizou, nesta quarta-feira (26), um Acordo de Cooperação Técnica com a Câmara dos Deputados, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Confederação Nacional do Transporte (CNT) para fortalecer iniciativas de formação cidadã e ampliar o acesso de estudantes e jovens ao funcionamento do Poder Legislativo. A cerimônia foi conduzida pelo segundo-secretário da Câmara, deputado Lula da Fonte (PE), e contou com a presença de representantes das três confederações. Também estiveram presentes o deputado Sergio Souza (PR), 4° Secretário da Casa, além dos
deputados Pedro Lupion (PR) e Zé Vitor (MG), representando FPA e Frencoop.
O acordo cria uma ponte educacional e técnica entre o Legislativo e as entidades do setor produtivo e estabelece um conjunto de mecanismos voltados à troca de conhecimentos, ao intercâmbio institucional e ao desenvolvimento humano e profissional. A parceria prevê desde a realização de seminários, oficinas e cursos específicos sobre o processo legislativo e orçamentário até a oferta de vagas em programas de pós-graduação e mestrado profissional da Câmara, mediante aprovação nos processos seletivos.
Entre os programas contemplados está o Estágio-Visita de Curta Duração, criado em 2003, que possibilita a universitários vivenciar, em etapas on-line e presenciais, o dia a dia da Câmara e a atuação de seus representantes. Também integram o acordo o Parlamento Jovem Brasileiro, iniciativa reconhecida por oferecer a estudantes do ensino médio a experiência de tomar posse e atuar como deputados durante cinco dias, e a Oficina de Atuação no Parlamento, curso destinado à sociedade civil organizada com foco em educação política e cidadania.
O Sistema OCB entende que a parceria é funtamental e estratégica ao integrar o Estágio-Visita às ações do Programa de Educação Política do Cooperativismo Brasileiro.
“O acordo fortalece uma agenda essencial para o país: formar jovens mais preparados, conscientes e próximos das instituições. Para o Sistema OCB, é estratégico apoiar iniciativas que aproximem a sociedade do processo legislativo e ampliem a compreensão sobre políticas públicas que impactam diretamente a vida das pessoas”, afirmou o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.
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Proposta defendida pelo Sistema OCB e pela Infracoop corrige lacuna legal e amplia caminhos para levar conectividade em municípios no interior do país
O Senado Federal aprovou nesta quarta (26), o Projeto de Lei 1303/2022, que autoriza as cooperativas a prestarem serviços de telecomunicações, como telefonia e banda larga móvel ou fixa. O avanço representa uma conquista estratégica para o cooperativismo e para a agenda de expansão da conectividade, sobretudo em áreas rurais e municípios do interior do país, como uma alternativa de acesso aos serviços de telecom, em complementariedade às opções já existentes. Caso não haja recursos para votação em plenário, a proposta segue agora para sanção presidencial.
Foto: Edilson Rodrigues/Agência SenadoO texto é objetivo: altera a Lei Geral de Telecomunicações (9.472/97) para incluir as cooperativas ao lado das empresas como agentes autorizados a receber concessão, permissão ou autorização para operar serviços de telecomunicações. “A medida não cria privilégios, incentivos ou tratamento diferenciado, apenas corrige uma omissão histórica da legislação setorial, alinhando-a ao mandamento constitucional de estímulo ao cooperativismo”, comemorou o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.
A tramitação do PL no Senado exigiu forte articulação e mobilização do Sistema OCB, da Infracoop e da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop). Após passar pela Câmara sem resistências, o tema precisou ser amadurecido na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Diante desse cenário, o Sistema OCB intensificou sua atuação técnica, com a produção de estudos detalhados sobre viabilidade regulatória e econômica das cooperativas no setor de telecom, demonstrou a relevância do cooperativismo na universalização de serviços essenciais para a conectividade e conduziu uma série de reuniões com a liderança do governo, ministérios e demais atores interessados.
Na etapa final de tramitação, a matéria foi analisada pela Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação (CCT), com relatoria do senador Flávio Arns (PR), membro da Frencoop, que apresentou parecer destacando a importância da matéria para a inclusão digital como política de Estado. “Em primeiro lugar, é preciso destacar o papel essencial das cooperativas para o desenvolvimento do Brasil, tanto nas áreas rurais quanto urbanas. A aprovação abre a possibilidade de atuação também no setor de telecomunicações, garantindo equilíbrio financeiro e ampliando o acesso à comunicação, que hoje é vital para todas as dimensões da vida social e econômica”, afirmou.
Autor do projeto, o deputado Evair de Melo (ES), que também integra a bancada do cooperativismo no Congresso, celebrou o resultado. “Nós demos hoje um passo extremamente importante para consolidar as nossas cooperativas como ferramenta de desenvolvimento econômico. O PL 1303/2022 vai democratizar o acesso à comunicação, reduzir custos e fazer com que o serviço chegue a todos os brasileiros”, destacou.
Relator do PL na Câmara, o deputado Heitor Schuch (RS) reforçou a importância da medida para ampliar a conectividade em regiões remotas. “Parabéns a todos que trabalharam por esse projeto. Agora está aprovado. É fundamental que a comunicação chegue lá no interior, onde as pessoas vivem, trabalham e precisam acessar o mundo digital. Seguimos juntos, na expectativa pela sanção do projeto e pela abertura de um novo capítulo para o cooperativismo brasileiro”, afirmou.
A aprovação no Senado abre caminho para que cooperativas possam replicar, no setor de telecomunicações, o êxito que já demonstram em outras áreas de infraestrutura, como energia elétrica, setor no qual cooperativas atendem mais de 800 municípios, especialmente em regiões de baixa densidade populacional.
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Categoria exclusiva do Sistema OCB reconhece pesquisas aplicadas ao crédito cooperativo
O Prêmio ABDE-BID de Artigos de Desenvolvimento, uma das principais iniciativas de valorização da produção acadêmica voltada ao desenvolvimento sustentável no país, anunciou os vencedores de sua 11ª edição. A premiação, promovida pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pelo Sistema OCB, conta com uma categoria exclusiva dedicada ao desenvolvimento e ao cooperativismo de crédito. Desde 2017, essa parceria busca aproximar o setor das universidades, incentivar pesquisas aplicadas e ampliar o diálogo entre academia,
cooperativas e o Sistema Nacional de Fomento.
Em primeiro lugar na categoria ficou o estudo Indicadores de desempenho social em cooperativas de crédito de Aline Cristina da Cruz e Vilmar Rodrigues Moreira. A pesquisa validou, diretamente com cooperados, um conjunto de 22 indicadores sociais distribuídos em cinco dimensões: princípios cooperativistas; inclusão social e engajamento comunitário; inclusão financeira; relacionamento; e grau de inatividade.
Segundo o estudo, o cooperado percebe o desempenho social tanto pela participação democrática quanto pela qualidade do atendimento e pelo impacto comunitário. Para os autores, monitorar indicadores sociais com o mesmo rigor aplicado aos econômico-financeiros é decisivo para consolidar a fidelização dos cooperados e o fortalecimento do modelo cooperativista.
O segundo lugar foi conquistado pelo artigo Mulheres, tempo de mandato e desempenho: dinâmicas de liderança em cooperativas de crédito brasileiras, sob autoria de Arthur Frederico Lerner e Leonardo Flach. O estudo analisou dados de 1.204 cooperativas entre 2008 e 2022 e confirma que a diversidade de gênero nos Conselhos de Administração e nas Diretorias Executivas está associada a maior eficiência operacional (ROA). O efeito sobre o retorno do patrimônio (ROE), no entanto, mostrou-se menos evidente.
A pesquisa destaca ainda que o tempo de mandato no Conselho de Administração atua como moderador da relação entre diversidade e desempenho. A experiência acumulada potencializa os benefícios da presença feminina, mas apenas até determinado ponto, configurando uma curva em “U” invertido: mandatos excessivamente longos deixam de gerar ganhos adicionais e podem indicar riscos de enraizamento. O trabalho reforça a importância de políticas que combinem renovação de mandatos, participação feminina e estruturação de processos sucessórios, garantindo equilíbrio entre diversidade e governança.
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Termos ampliam programas, políticas públicas e iniciativas de bioeconomia e empreendedorismo
A celebração do Ano Internacional das Cooperativas, realizado na Green Zone da COP30 nesta sexta-feira (14), marcou um avanço decisivo na articulação de políticas públicas voltadas ao cooperativismo brasileiro. Em uma cerimônia que reuniu autoridades do governo federal, lideranças do movimento no Brasil e no mundo, e representantes de cooperativas de todo o país, foram assinados quatro Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) para fortalecer frentes de atuação em agricultura familiar, bioeconomia, empreendedorismo, inovação e desenvolvimento sustentável.
Os acordos foram assinados com a Natura e os ministérios do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), do Empreendedorismo, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte (Memp) e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, destacou o caráter histórico dessas parcerias. “Acreditamos e vivemos diariamente a importância de estarmos unidos num ecossistema cooperativo, do qual governo, empresas, reguladores e cooperativas fazem parte. Estes acordos comprovam que o cooperativismo é parte das soluções que o Brasil apresenta ao mundo”.
Com a Natura, a parceria prevê atuação conjunta no fortalecimento da sociobiodiversidade e da bioeconomia amazônica. A vice-presidente de Sustentabilidade, Ana Costa, ressaltou a trajetória da empresa junto às comunidades tradicionais. “Temos mais de 25 anos de relação com quase 50 cooperativas extrativistas. Quando falamos de cooperativas, falamos de colaboração e ação — e este documento representa uma ação concreta para fomentar inovação, políticas públicas e financiamento para quem vive da floresta e com a floresta”.
Edmilton Cerqueira, secretário Nacional de Territórios e Sistemas Produtivos Quilombolas e Povos e Comunidades Tradicionais do MDA representou a pasta na assinatura do acordo que estabelece ações conjuntas para fortalecer o cooperativismo da agricultura familiar, incluindo programas como Mais Gestão, Coopera Mais Brasil, Negócios Coop e o Selo Nacional da Agricultura Familiar (SENAF), além de iniciativas de capacitação, intercâmbio técnico e intercooperação. “Cerca de 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros vêm da agricultura familiar, e o cooperativismo é estratégico para esse segmento”, afirmou.
Inovação, industrialização, agroindustrialização e economia verde são o foco da parceria com o MDIC. A secretária de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria, Júlia Cortez da Cunha Cruz, salientou que no governo brasileiro não há dúvida: a transição climática e a economia verde só serão possíveis se forem inclusivas. “E isso depende das cooperativas”. Júlia declarou ainda que o vice-presidente Geraldo Alckmin, grande entusiasta do cooperativismo, acompanha de perto essa agenda e antecipou que na segunda-feira será lançado, em parceria com a OCB, o Programa Coopera Amazônia, reforçando o compromisso do governo com o setor.
Já o acordo com o Memp é voltado ao fortalecimento do empreendedorismo cooperativista. A representante do ministério, Fernanda Rosa Iris de Saboia, chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade, disse que o cooperativismo é fundamental para um empreendedorismo qualificado, sólido e menos vulnerável às oscilações do mercado. “Quando muita gente trabalha junta, o negócio se torna mais forte e menos vulnerável aos percalços do mercado”.
A assinatura dos acordos consolida o cooperativismo como protagonista das soluções brasileiras apresentadas à comunidade internacional durante a COP30, especialmente no contexto da Amazônia. Eles reforçam a capacidade das cooperativas de gerar impacto econômico, social e ambiental. Como resumiu o presidente Márcio Lopes de Freitas: “desenvolvimento, inclusão e sustentabilidade se constroem com cooperação, e o cooperativismo está pronto para entregar ao Brasil — e ao mundo — soluções concretas para os desafios do século 21”.
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Reconhecimento reforça papel estratégico do cooperativismo para o desenvolvimento sustentável
A celebração oficial do Ano Internacional das Cooperativas ganhou um anúncio importante, nesta sexta (14), durante o painel realizado na Green Zone da COP30, no Pavilhão do Coop. Em vídeo exibido no encontro, o representante da ONU para o
cooperativismo, Andrew Allimadi, comunicou a intenção da Assembleia Geral em instituir a realização do Ano Internacional das Cooperativas a cada 10 anos, uma mudança que consolida o tema na agenda global de desenvolvimento.
O painel reuniu algumas das principais lideranças do movimento no mundo: Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB; Ariel Guarco, presidente da Aliança Cooperativa Internacional (ACI); José Alves, presidente da ACI Américas; Arnaldo Jardim, presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop); e Roberto Rodrigues, enviado especial para Agricultura na COP30, ex-presidente da ACI e ex-ministro da Agricultura.
Ao abrir o evento, Márcio ressaltou que o reconhecimento da ONU é reflexo direto da atuação das cooperativas na mudança real de comunidades e territórios. “Chegamos ao reconhecimento das Nações Unidas porque conseguimos transformar vidas. O cooperativismo lida com a essência da humanidade e, por isso, é capaz de promover mudanças profundas, às vezes silenciosas, mas sempre consistentes”, completou. 
Em sua mensagem oficial, Andrew agradeceu ao Sistema OCB pelo protagonismo durante o Ano Internacional 2025 e apresentou os resultados preliminares da mobilização global: “O site criado para acompanhar as ações do Ano Internacional recebeu mais de 140 mil visitas, vindas de 185 países, com inúmeros eventos de sensibilização e de construção de consenso entre cooperativas”, destacou.
Ele também anunciou avanços nas discussões técnicas e institucionais conduzidas junto à ACI, ao CM50 e ao Comitê para Promoção e Avanço das Cooperativas (Copac), incluindo a elaboração de um novo marco estatístico para medir o impacto econômico e social das cooperativas. “Mesmo enquanto encerramos o Ano Internacional de 2025, nosso trabalho está apenas começando. Queremos uma parceria duradoura, integrada às ações das Nações Unidas”, disse.
Ao final, Allimadi oficializou a proposta da ONU. “A Assembleia Geral pretende aprovar a realização de um Ano Internacional das Cooperativas a cada 10 anos. O próximo seria em 2035. Teremos tempo para aprender com 2025, evoluir, inovar e fortalecer o papel das cooperativas no desenvolvimento econômico, social e na integração das pessoas”.
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Publicação reúne 67 estudos apresentados no encontro e amplia a difusão científica para o setor
O conhecimento produzido no 8º Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo (EBPC) já pode ser acessado por todos os interessados. Os anais do evento, que reúnem os 67 artigos científicos apresentados durante o encontro, estão disponíveis neste link. A publicação reúne estudos e análises que ajudam a compreender os desafios e oportunidades do
cooperativismo brasileiro em diversas áreas.
Promovido pelo Sistema OCB, a 8ª edição do EBPC foi realizada em outubro de 2025, em Brasília, e reuniu 180 participantes, entre pesquisadores, estudantes, dirigentes e profissionais do setor. Durante três dias de programação, o evento foi espaço de reflexão, troca de conhecimento e integração entre academia e prática cooperativista no país.
Para o gerente do Núcleo de Inteligência e Inovação do Sistema OCB, Guilherme Souza Costa, a publicação dos anais é uma forma de ampliar o impacto do evento. “Cada edição reforça o quanto o conhecimento científico é fundamental para o fortalecimento do cooperativismo. As pesquisas apresentadas ajudam a traduzir desafios reais em soluções que inspiram inovação, sustentabilidade e competitividade para o setor”, destacou.
A organização científica do evento contou com a participação de 11 membros, com representação de universidades de todas as regiões do país.
Os anais do 8º EBPC são a reunião dos 67 artigos que foram apresentados no evento para acesso e leitura em sua integralidade a fim de dar continuidade nas discussões e fomento de pesquisa do setor.
Temas e destaques
Os debates do EBPC abordaram questões estratégicas para o futuro do cooperativismo, com painéis sobre impacto social, sustentabilidade ambiental e identidade cooperativista. Entre os temas discutidos estiveram a atuação das cooperativas na redução de desigualdades, o papel do setor na preservação ambiental e os desafios de crescimento sem perda de identidade.
A programação também incluiu a audiência pública “50 anos do Ensino Superior em Cooperativismo no Brasil”, realizada no Senado Federal, e as sessões de apresentação dos trabalhos científicos.
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Encontro focou em código de conduta, regras eleitorais e plano estratégico 2026–2030
Aconteceu em Brasília, nos dias 11 e 12 de novembro, a reunião do Conselho de Administração da Aliança Cooperativa Internacional (ACI). O encontro reuniu lideranças de diversas regiões do mundo para debater temas estratégicos, como ética, governança, planejamento e finanças.
Fundada em 1895, a ACI é uma das mais antigas e respeitadas organizações de representação do mundo. Ela reúne mais de 320 entidades cooperativas de 110 países, representando mais de 1 bilhão de membros. A entidade é a guardiã da Declaração sobre a Identidade Cooperativa, documento que consolida os Valores e Princípios que orientam o movimento mundial, como ajuda mútua, democracia, equidade e solidariedade, baseados na tradição dos pioneiros de Rochdale.
Na sessão estratégica de terça-feira (11), o foco esteve em discutir as normas internas e os instrumentos de integridade da organização. Foram debatidos o Regulamento para as Eleições do Conselho de Administração, o Código de Conduta, o Protocolo de Denúncias e o Formulário de Aceite das Diretrizes Éticas da ACI, todos aprovados previamente pelo Grupo de Trabalho de Recursos Humanos e submetidos ao Conselho.
O Código de Conduta estabelece os princípios éticos e comportamentais que norteiam a atuação de dirigentes, funcionários, voluntários e representantes da ACI. Já o Protocolo de Denúncias define um fluxo padronizado e transparente para o tratamento de casos éticos e comportamentais, centralizando o recebimento das informações na Linha-Direta de Denúncias.
Durante a reunião do Conselho, realizada nesta quarta (12), o destaque foi a aprovação do Plano de Trabalho do Escritório Global e do orçamento para 2026, primeiro ano do novo ciclo estratégico 2026–2030, intitulado Prática, Promoção e Defesa. O plano propõe que o movimento cooperativo avance “da consciência à ação”, com foco em três mandatos centrais: segurança geopolítica e resiliência comunitária, inclusão econômica e financeira, e transformação tecnológica e digital.
O novo plano está alinhado à Estratégia Global 2026–2030 da ACI, que define a visão e as prioridades do movimento para os próximos cinco anos. A proposta busca fortalecer as cooperativas em todo o mundo, ampliar sua presença nos mercados e aprofundar sua contribuição para o desenvolvimento sustentável.
O Conselho também aprovou revisões importantes nos regulamentos internos de comitês da ACI, entre eles o da Plataforma de Desenvolvimento Internacional (ICADP) e o das Cooperativas Habitacionais Internacionais (CHI), além da atualização das Normas Internas do próprio Conselho. A principal mudança é a obrigatoriedade de participação presencial de, pelo menos, uma reunião por ano para todos os membros do Conselho.
Outro ponto de destaque foi a aprovação do Regulamento e Código de Conduta para a Assembleia Geral e as Eleições de
2026, que definem critérios de elegibilidade, prazos, formatos de campanha e regras para garantir transparência e equidade no processo eleitoral. As campanhas deverão seguir estritamente os princípios éticos estabelecidos pela ACI, sob supervisão do Comitê Eleitoral.
Durante o encontro, o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, único brasileiro entre os 29 líderes que compõem o Conselho da ACI, representando 19 países, destacou a relevância da presença do Brasil no debate internacional sobre governança e transparência no cooperativismo.
“A ACI tem papel fundamental na consolidação dos princípios cooperativistas em escala global, e o Brasil tem contribuído de forma ativa para esse avanço. Reforçar práticas de governança, ética e transparência é essencial para garantir a credibilidade e o impacto do movimento no mundo inteiro”, afirmou.
Entre as ações recentes da ACI, estão o lançamento do “Contrato para uma Nova Economia Global” — iniciativa que convida governos e instituições a reconhecerem as cooperativas como parceiras essenciais na construção de um futuro justo e sustentável, e o Mapa do Patrimônio Cultural Cooperativo, proposta liderada pela OCB e que busca valorizar e preservar a memória e a identidade do movimento.
A realização da reunião em Brasília também foi influenciada pela proximidade da COP30, que ocorrerá em Belém (PA). Muitos dos conselheiros seguirão para as atividades da conferência climática, onde o cooperativismo estará representado em debates e celebrações paralelas sobre transição justa e desenvolvimento sustentável.
O Conselho também aprovou o calendário de reuniões de 2026, que inclui encontros presenciais na China, Bruxelas e Panamá, além de sessões virtuais em maio, agosto e novembro.
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Superintendente do Sistema OCB destacou a força e o impacto social das cooperativas
A superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, participou na última sexta-feira (7), em Luís Eduardo Magalhães (BA), da
sessão especial em comemoração ao Ano Internacional das Cooperativas. O evento reuniu autoridades, lideranças locais, representantes de cooperativas e instituições do agro, em uma programação voltada a discutir os avanços, desafios e prioridades do movimento.
Na apresentação, Tania trouxe um panorama atualizado do cooperativismo mundial e brasileiro, com dados que dimensionam a força econômica e a presença social das cooperativas no país. Segundo ela, o cooperativismo é hoje um dos pilares estruturantes da economia nacional, com impacto direto na geração de renda, na inclusão produtiva e no desenvolvimento regional.
A superintendente lembrou que 12% da população brasileira é cooperada e que o setor movimenta R$ 757,9 bilhões em ingressos somados, além de gerar 578 mil empregos diretos. Destacou ainda a representatividade do agro dentro do sistema: 53% da produção nacional de grãos, 55% do café, 52% da soja e 75% do trigo têm origem em produtores associados a cooperativas.
Durante sua fala, Tania defendeu a relevância estratégica da assistência técnica cooperativa, que alcança 63,8% dos produtores associados, contra 20,2% do total no país. “Os números mostram que onde existe cooperativismo, existe
desenvolvimento. A presença das cooperativas transforma territórios, leva tecnologia, fortalece organizações e gera oportunidades. Esse impacto não é abstrato: é concreto, visível e mensurável”, afirmou.
Ela também destacou a atuação institucional do Sistema OCB na defesa do setor, tanto nos debates da Reforma Tributária quanto na consolidação de políticas públicas estruturantes, como Plano Safra, crédito rural sustentável, bioeconomia e conectividade. “O que defendemos é segurança jurídica, competitividade e condições para que as cooperativas continuem crescendo e cumprindo sua missão social”, disse.
Em um momento voltado às perspectivas nacionais, Tania reforçou o protagonismo do Brasil na COP30, que está sendo realizada em Belém (PA), e o papel das cooperativas na transição para uma economia de baixo carbono. “O cooperativismo tem tudo para ser protagonista da pauta climática. Temos base territorial, conhecimento técnico, capacidade organizacional e impacto direto nos temas centrais da COP: segurança alimentar, bioeconomia, transição energética e agricultura sustentável.”
A superintendente também falou sobre a mobilização para o Ano Internacional das Cooperativas e as entregas do Sistema OCB em 2025, entre elas, o avanço do programa de formação de conselheiros, a ampliação de soluções digitais, a intensificação das ações de comunicação da marca SomosCoop e a integração das unidades estaduais.
A sessão especial fez parte da mobilização nacional em torno do Ano Internacional das Cooperativas, instituído pela ONU, e integrou as atividades realizadas no município em reconhecimento ao papel do cooperativismo na transformação econômica e social da região.

