Impactos positivos do coop de crédito são apresentados ao Banco Central
- Artigo Secundário 3
Levantamento em parceria com a Fipe comprova força do segmento na promoção da prosperidade do país
O Sistema OCB apresentou, ao Banco Central do Brasil (BCB), nesta segunda-feira (04), o estudo Impacto socioeconômico do cooperativismo de crédito no Brasil, conduzido pela entidade em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e o apoio do Conselho Consultivo Nacional do Ramo Crédito (Ceco). O estudo buscou evidenciar, por meio de dados, os benefícios promovidos pelo cooperativismo de crédito nas regiões em que atua, principalmente em localidades mais distantes dos grandes centros urbanos. Tania Zanella, superintendente do Sistema OCB, e Remaclo Fischer, coordenador do Ceco, estiveram presentes na sede da autarquia.
O levantamento responde a uma demanda crescente do setor por ferramentas que quantifiquem os resultados positivos das cooperativas para a sociedade brasileira e fortaleçam as políticas de desenvolvimento regional e inclusão financeira. Para isso, foram utilizadas metodologias robustas como Diferenças-em-Diferenças e Matriz Insumo-Produto para medir o alcance e os efeitos das coops em municípios brasileiros, com destaque para o impacto positivo em indicadores como Produto Interno Bruto (PIB), emprego, renda e arrecadação tributária.
A metodologia de Diferenças-em-Diferenças mediu o impacto das cooperativas antes e depois de sua instalação em municípios, e a Matriz Insumo-Produto (MIP) calculou os efeitos multiplicadores dos créditos concedidos pelas cooperativas ao longo da cadeia produtiva. Com isso, foi possível observar um efeito multiplicador de R$ 2,56 na economia para cada R$ 1,00 concedido em crédito cooperativo, tendo em vista não só o consumo e o investimento local mas, também, a geração de novos empregos e uma massa salarial mais robusta.
Além de impulsionar a economia local, de acordo com o estudo, a presença das cooperativas de crédito traz benefícios expressivos ao agronegócio. Comunidades com cooperativas do segmento registraram um aumento médio de 1,92 ponto percentual na área agrícola municipal, o que corresponde a 9% da média de cobertura de plantações em 2022. O impacto também se refletiu no valor da produção agrícola e na produtividade por hectare, que aumentaram, respectivamente, em R$ 466,30 e R$ 1.371,00 em relação à média nacional.
Tania Zanella explicou que os dados demonstram como as cooperativas de crédito contribuem para o crescimento do Brasil. “Esse estudo nos permite dimensionar o quanto os setores atingidos, como o do agronegócio, por exemplo, é fortalecido, gera empregos e distribui renda em diversas regiões. Com dados, conseguimos validar a relevância das instituições financeiras cooperativas de crédito para setores fundamentais da nossa economia”, enfatizou.
Os efeitos das cooperativas de crédito também se traduzem em benefícios sociais. Em cidades com a presença delas foi possível notar uma redução de 20,5 famílias a cada mil habitantes no Cadastro Único e de 24,8 famílias a cada mil habitantes no Programa Bolsa Família, o que representa uma redução significativa da pobreza e uma elevação do nível de inclusão financeira nas localidades analisadas. Além disso, a pesquisa mostrou que o número de matrículas no Ensino Superior também aumentou em 24,1% nesses municípios.
Tania afirmou que as cooperativas desempenham um papel fundamental na inclusão sócio-financeira em áreas onde o sistema bancário tradicional não alcança. “Com essa análise, comprovamos que o cooperativismo de crédito vai além da oferta de crédito e transforma realidades, além de criar oportunidades e fortalecer as economias locais”.
Em complemento, a metodologia de Matriz Insumo-Produto revelou ainda que, para cada R$ 1,00 concedido em crédito, há um acréscimo de R$ 0,50 na massa salarial, o que resulta em uma maior remuneração dos trabalhadores e um aumento da atividade econômica local. “O crédito, ao chegar às mãos de empresas e famílias, gera uma cadeia de consumo e investimento que impulsiona o comércio e o setor de serviços, mas também cria um ambiente de desenvolvimento sustentável para micro e pequenas empresas, que promovem o crescimento de negócios locais”, acrescentou o coordenador do Ceco, Remaclo Fischer.
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