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Reconhecimento destaca trabalho integrado no Instituto e marca novo capítulo na liderança cooperativista no país
A presidente executiva da OCB, Tania Zanella, recebeu nesta quarta-feira (10), na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados (CAPADR), o Prêmio Mérito Agropecuário Deputado Homero Pereira, em nome do Instituto Pensar Agro (IPA), entidade que hoje representa 59 entidades de todas as cadeias do setor produtivo. A homenagem da comissão também contemplou a Aurora Coop e a Cooperativa Lar, duas das maiores cooperativas do país.
A edição 2025 do prêmio reuniu parlamentares, lideranças do setor produtivo e representantes de cooperativas. Criado em 2014, o prêmio reconhece personalidades e instituições que se destacam na defesa do agro brasileiro. O presidente da comissão, deputado Rodolfo Nogueira (MS), afirmou que a homenagem “imortaliza a contribuição de Homero Pereira, cuja trajetória marcou o desenvolvimento da agricultura nacional”.
Ao receber o prêmio, Tania enfatizou o caráter coletivo do trabalho do IPA. “Esse prêmio não é sobre o meu trabalho individual, mas sobre o trabalho das 59 entidades que compõem o Instituto Pensar Agro. Recebo essa distinção com alegria e responsabilidade”, afirmou.
Ela também destacou o papel do IPA como espaço de diálogo estruturado entre produtores, cooperativas e indústria. “O IPA é uma construção coletiva. Aliamos técnica, diálogo e consenso para apoiar com qualidade o trabalho da FPA”, complementou.
Reconhecimento parlamentar
Durante a solenidade, diversos parlamentares ressaltaram a relevância da atuação de Tania para o agro e para o cooperativismo brasileiro. O deputado Pedro Lupion (PR), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e membro da diretoria da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), afirmou que a presidente do IPA “demonstra diariamente capacidade, competência e habilidade de diálogo”.
Ainda segundo ele, a eleição de Tania para a presidência executiva do Sistema OCB “engrandece o cooperativismo brasileiro”. Lupion também destacou a presença de grandes lideranças do agro no evento, como o presidente da Cooperativa Lar, Irineo da Costa Rodrigues, e reforçou a relevância das cooperativas na economia nacional.
O diretor da Frencoop, deputado Evair de Melo (ES), afirmou que o reconhecimento é ‘mais do que merecido’. “Todas as conquistas das cooperativas e do agro passaram pela atuação dedicada e técnica do Sistema OCB e da equipe liderada por Tania”.
Já o deputado Domingos Sávio (MG), membro da Frencoop e cooperativista de longa trajetória, reforçou a importância da nova missão assumida por Tania no Sistema OCB. “Quero me unir aos colegas para cumprimentar Tania, que já realiza um trabalho brilhante no IPA e agora amplia sua missão na OCB. Como cooperativista, tenho muito orgulho do nosso sistema. Fundei cooperativas, presidi outras, e acompanho de perto o trabalho do sistema. Portanto, contem conosco.”
Parceria técnica e política com a FPA
Tania também destacou que o alinhamento entre técnica e articulação política tem sido determinante para avanços recentes no setor. “A FPA tem feito um trabalho brilhante, e o alinhamento entre técnica e articulação tem trazido conquistas importantes para o agro brasileiro”. Ela mencionou ainda o esforço de profissionalização do IPA em 2025, com foco em sustentabilidade institucional e qualificação da equipe.
Cooperativismo como vetor de desenvolvimento
Ao receber o prêmio em nome da Aurora Coop, Tania reforçou o papel das cooperativas no desenvolvimento regional e na inclusão produtiva. “A Aurora reúne mais de 100 mil famílias. Isso é cooperativismo: fortalecer comunidades, gerar renda e transformar realidades”. Ela lembrou que 72% das cooperativas agropecuárias brasileiras são formadas por agricultores familiares, evidenciando a forte base social do setor.
Sistema OCB
A homenagem ocorreu um dia após a aprovação do novo Estatuto Social da OCB, que instituiu um modelo dual de governança, separando funções estratégicas e executivas. Pelo novo modelo, Márcio Lopes de Freitas assumiu a Presidência do Conselho de Administração, enquanto Tania Zanella passou a ocupar a Presidência Executiva, tornando-se a primeira mulher a comandar a entidade — marco considerado histórico para o cooperativismo brasileiro.
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Projeto que protege beneficiários de programas sociais tem repercussão positiva para o setor produtivo
O Senado Federal concluiu, nesta terça-feira (09), em regime de urgência, a análise do PL 715/2023, conhecido como PL dos Safristas, proposta que garante segurança a trabalhadores rurais contratados em períodos sazonais. Com a construção de um texto consensual entre governo e parlamentares, o projeto retorna à Câmara dos Deputados, onde teve origem em razão de emenda aprovada em Plenário. O texto assegura que os recursos obtidos exclusivamente em contratos de safra não serão considerados no cálculo da renda familiar para fins de manutenção de benefícios sociais como o Bolsa Família. Na prática, o trabalhador poderá aceitar oportunidades temporárias sem risco de perder o acesso a programas sociais dos quais já é beneficiário.
O relator senador Jaime Bagattoli (RO), membro da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), ressaltou que a
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado conclusão da análise no Senado representa um passo decisivo para corrigir uma insegurança que afeta trabalhadores e atividades produtivas em todo o país. O projeto, de autoria do deputado Zé Vitor (MG) e parte da Agenda Institucional do Cooperativismo, tem como objetivo principal garantir segurança jurídica ao tema e reforçar a política de inclusão produtiva. A emenda acolhida no acordo, contribui diretamente para esse avanço.
Emenda
Durante a votação em Plenário, o relator acatou emenda do senador Mecias de Jesus (RR) que determina que, enquanto o eSocial não disponibilizar um campo específico para o registro, a norma terá eficácia imediata. Nesse período, não será obrigatório informar no sistema os dados do contrato de safra relativos a beneficiários de benefícios sociais. Assim, mesmo sem um ato específico do Poder Executivo, a aplicação do benefício não ficará condicionada a uma formalidade administrativa, garantindo a celeridade e a prioridade que o tema requer.
Repercussão
A aprovação no Senado foi bem recebida pelo setor produtivo, especialmente no meio rural, onde a contratação de mão de obra sazonal é essencial para o ciclo de colheita. A medida é considerada positiva porque reduz entraves à oferta de trabalho temporário, gera estabilidade para o trabalhador e contribui para a eficiência das operações agropecuárias e cooperativas.
Ao reconhecer o avanço, o ministro Wellington Dias afirmou que o texto aprovado no Senado está alinhado à estratégia do governo de incentivar a formalização e proteger famílias vulneráveis. Segundo ele, a regulamentação trará previsibilidade e segurança tanto para os beneficiários do Bolsa Família quanto para empregadores que dependem da contratação de safristas.
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Cerimônia em Brasília entregou troféus ouro, prata e bronze e celebrou avanços do movimento
Edição deste ano reúne 133 cooperativas de 17 estados. Cerimônia será na terça-feira, dia 9/12
A espera está chegando ao fim! Na próxima terça-feira, 9 de dezembro, o Sistema OCB realiza a cerimônia de entrega do Prêmio SomosCoop Excelência em Gestão 2025, que chega à sétima edição com números inéditos e maior representatividade. Ao todo, 366 cooperativas se inscreveram neste ciclo, um crescimento de 18% em relação a 2023, quando o prêmio recebeu 310 inscrições.
O ramo Crédito liderou o ranking de inscrições, com 186 cooperativas, seguido por Saúde (102), Agro (41), Trabalho (17), Transporte (10), Infraestrutura (6) e Consumo (4). A presença de todos os ramos reforça a diversidade do cooperativismo brasileiro e o avanço na adoção de práticas de gestão.
A participação avançou pelo país. Cooperativas de 23 estados, o equivalente a 85% do território nacional, estiveram na disputa deste ano. Entre todas as inscritas, 127 cooperativas estão participando pela primeira vez.
O ciclo 2025 também registrou um aumento expressivo no número de cooperativas sendo avaliadas. Cento e cinquenta cooperativas foram selecionadas para as visitas presenciais, volume 50% maior do que o de 2023 (100 visitas). Somadas, essas avaliações exigiram 9.204 horas de trabalho técnico.
No total, 133 cooperativas serão reconhecidas na cerimônia. Sessenta e cinco delas receberão premiação pela primeira vez. A distribuição dos prêmios e selos reflete o desempenho no processo de avaliação: 58 cooperativas conquistaram Ouro, 37 receberão Prata, 38 Bronze e outras 51 serão agraciadas com o Selo de Reconhecimento.
A cerimônia, que acontece no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), reunirá lideranças cooperativistas, autoridades e representantes das cooperativas que serão premiadas. Além de premiar resultados, o evento reafirma o compromisso do Sistema OCB e das cooperativas com a excelência em gestão e com o fortalecimento contínuo do movimento em todo o país.
Para o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, o prêmio cumpre um papel central no incentivo à melhoria contínua. “Cada cooperativa reconhecida representa uma história de dedicação, inovação e impacto real na vida das pessoas. O Prêmio SomosCoop é a confirmação de que investir em gestão é ampliar o poder transformador do cooperativismo”, ressalta.
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Evento reconheceu comunicadores por contribuírem com a valorização da cafeicultura brasileira
A Casa do Cooperativismo brasileiro abriu as portas nesta quarta-feira (4), em Brasília, para a cerimônia do Prêmio Café
Brasil de Jornalismo, iniciativa do Conselho Nacional do Café (CNC) que reconhece trabalhos sobre a qualidade e a sustentabilidade da produção da bebida no país. Voltada a jornalistas, comunicadores e influenciadores digitais, a premiação contemplou as categorias Internet e Influenciadores, Rádio, TV e Mídia Impressa (jornal e revista).
O tema central desta edição reforçou a importância da cafeicultura sustentável em seus pilares social, ambiental e econômico, além do papel decisivo das cooperativas em toda a cadeia produtiva, do cultivo à comercialização. Ao dar boas-vindas aos participantes, o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, lembrou que “50% do café produzido no Brasil tem origem no modelo cooperativista.
Segundo ele, os dados evidenciam a força e a evolução do setor. “A ideia do prêmio é reconhecer quem comunica com qualidade a realidade do nosso agro e do cooperativismo. Vivemos um cenário de transformação constante nos modelos de comunicação, e valorizar quem traduz esse universo para a sociedade é essencial”, afirmou.
O presidente do CNC, Silas Brasileiro, destacou o papel das cooperativas de crédito no atendimento ao produtor. “O
cooperado recebe tratamento diferenciado, sente segurança para negociar e encontra condições mais vantajosas. Isso tem impacto direto na renda e na competitividade da cafeicultura”, disse.
A chefe da Divisão de Política Agrícola do Ministério das Relações Exteriores, Grace Tanno, lembrou a importância da interlocução entre setor produtivo e a diplomacia. “Defender o Brasil no exterior exige conhecimento profundo da realidade do campo. O país é muito questionado em temas como sustentabilidade e questões trabalhistas e, por isso, o diálogo com o setor privado é indispensável”, defendeu.
Já o deputado federal Evair de Melo (ES), membro da diretoria da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) e referência na defesa do setor, falou sobre a relação entre prosperidade no campo e comunicação qualificada. Ele ressaltou o papel da imprensa na aproximação entre produtores, consumidores e formuladores de políticas públicas. “Não há jornalista que não seja movido a muito café”, disse, em tom descontraído. “E é esse diálogo que sustenta a liberdade econômica, a valorização do trabalho e a prosperidade das famílias.”
Também presente à cerimônia, o ex-senador, ex-ministro e ex-governador de Minas Gerais, Arlindo Porto, lembrou conquistas estruturantes para o setor, como o reconhecimento internacional da área livre de febre aftosa sem vacinação e a criação do Pronaf, políticas que moldaram o desenvolvimento rural nas últimas décadas. Em seu relato, destacou ainda sua ligação histórica com a cafeicultura e a importância de programas municipais e regionais de incentivo ao plantio.
O presidente do Sicoob, Miguel Oliveira, por sua vez, representou o cooperativismo de crédito e apresentou dados que reforçam a relevância da instituição no apoio ao setor. Hoje, o sistema conta com 9,3 milhões de cooperados, 323 cooperativas singulares e mais de 4,6 mil agências em todo o país. Segundo ele, o Sicoob é a única instituição financeira presente em 415 municípios brasileiros. “Isso é inclusão financeira”, afirmou. Somente na safra 2024/2025, R$ 55 bilhões foram disponibilizados aos cooperados, sendo o café responsável por 15% desse volume.
Homenagens especiais
A cerimônia também reconheceu lideranças que têm contribuído para o desenvolvimento da cafeicultura e para o fortalecimento do cooperativismo:
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Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB, recebeu o Prêmio de Reconhecimento e Gratidão pelo apoio histórico ao setor e pela contribuição para o avanço do cooperativismo agropecuário;
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Arlindo Porto, ex-senador e ex-ministro, foi agraciado com o Mérito Especial do Café, em reconhecimento à sua atuação política e contribuição histórica à cafeicultura e ao cooperativismo;
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Miguel Oliveira, presidente do Sicoob, recebeu o Mérito Especial do Café por sua liderança no crédito rural cooperativo e pelo papel do sistema na promoção do desenvolvimento sustentável;
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Grace Tanno, chefe da Divisão de Política Agrícola do MRE, foi homenageada pelo trabalho diplomático na defesa da imagem do agro brasileiro e pelo estreitamento do diálogo entre o Itamaraty e o setor produtivo.
Premiações por categoria
Internet:
1º lugar – Nova Identidade dos Cafés do Brasil une tradição e inovação, Mônica Rossi (Agro Estadão).
2º lugar – Mapa dos Saberes: O Café que Conta Histórias, Sabrina Nascimento (Agro Estadão).
3º lugar – 200 anos, café busca superar danos ambientais, Ricardo Westin (Agência Senado).
Mídia Impressa:
1º lugar – Regenerar é semear o amanhã, Júlio Uber (Revista Negócio Rural).
2º lugar – O grão que une o país, Bruno Faustino (Revista Negócio Rural).
3º lugar – Como a união entre pesquisa e tradição moldou a cultura do café no Brasil, Isadora Camargo (Globo Rural).
Rádio:
1º lugar – Série Café: Grão de Ouro do Brasil, Fabiano Silveira Frade (Rádio Itatiaia).
2º lugar – Protagonismo feminino na cafeicultura dos Robustas Amazônicos, Andreia Nove (Agência de Notícias do Acre).
3º lugar – Terra do Café – episódio 81, Poliana Dias (Difusora FM).
TV:
1º lugar – Reportagem sobre a pureza do café brasileiro, Virgínia Alves (Globo EPTV).
2º lugar – Série especial do Jornal da Record, reportagem de Giovana Rizzardo, produção de Thaís de Carvalho Travassos.
3º lugar – Negócios com Cerrado em Pé, Flávia Peixoto (Caminhos da Reportagem).
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Obra e exposição de fotos apresentam relatos de brasileiros que encontraram um novo futuro
Sistema OCB reforça incentivo à produção científica em categoria dedicada ao crédito cooperativo
A entrega dos prêmios ABDE Jornalismo e ABDE-BID, na noite desta terça (2), destacou o papel da pesquisa aplicada como motor para o desenvolvimento do país. A premiação, realizada anualmente, reconhece trabalhos que ampliam o entendimento sobre os desafios econômicos, sociais e institucionais do Brasil.
Em sua 11ª edição, o Prêmio ABDE-BID foi dividido em três categorias temáticas: Financiamento ao Desenvolvimento Sustentável, Inclusivo e Inovativo; Bioeconomia: desenvolvimento produtivo e impacto socioambiental positivo; e Sistema OCB: desenvolvimento e cooperativismo de crédito. Nesta última, apoiada diretamente pela entidade, 15 artigos foram inscritos e 9 avançaram para a disputa final que premiou os dois melhores: 
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1º lugar – Indicadores de desempenho social em cooperativas de crédito
Autora: Aline Cristina da Cruz (PUC-PR)
Coautor: Vilmar Rodrigues Moreira
O estudo destaca a necessidade de fortalecer estruturas internas e promover mudanças culturais para que indicadores sociais recebam a mesma atenção dedicada aos econômico-financeiros. Os autores reforçam que o vínculo com os cooperados, aliado ao sentimento de pertencimento, contribui para fidelização e sustentabilidade das cooperativas. O trabalho também evidencia a importância da educação cooperativista para consolidar resultados sociais alinhados à identidade do setor.
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2º lugar – Mulheres, tempo de mandato e desempenho: dinâmicas de lideranças em cooperativas de crédito brasileiras
Autor: Arthur Frederico Lerner (UFSC)
Coautor: Leonardo Flach
A pesquisa aponta que a diversidade de gênero em conselhos de administração e diretorias executivas está associada a melhor desempenho sobre ativos, sobretudo quando combinada com mandatos equilibrados. Para os autores, a experiência influencia a materialização dos ganhos da diversidade, e o equilíbrio na renovação dos conselhos deve ser promovido por organizações e reguladores. Entre as implicações sociais, o estudo reforça que ampliar a presença feminina na liderança de cooperativas, especialmente em regiões menos atendidas, fortalece a inclusão financeira e contribui para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5, referente à igualdade de gênero.
Além do Prêmio ADBE-BID, a cerimônia também celebrou os vencedores do Prêmio ABDE Jornalismo, que reconhece iniciativas de comunicação voltadas ao desenvolvimento. Na Categoria Áudio Regional, o primeiro lugar foi concedido a Antonio Teixeira do Nascimento, da Rádio Banda B, pela reportagem Além do lucro: a jornada das finanças sustentáveis do cooperativismo paranaense. Já na Categoria Vídeo Regional, o terceiro lugar ficou com Tatiana Corrêa, da NDTV Record, com a matéria Agro Saúde e Cooperação – Ano Internacional das Cooperativas.
Reconhecimento institucional
Durante a abertura da cerimônia, a presidente da ABDE, Maria Fernanda Ramos Coelho, destacou o papel da iniciativa. “Esta 11ª edição do Prêmio ABDE-BID contou com 55 artigos escritos e o consolidou como um importante espaço de discussão sobre o desenvolvimento, além de uma referência na área da pesquisa acadêmica”, afirmou.
Representando o Sistema OCB, o gerente do Núcleo de Inteligência e Inovação, Guilherme Souza Costa, falou sobre o valor da cooperação para o fortalecimento da pesquisa científica: “Nós valorizamos muito esta parceria, que reconhece trabalhos acadêmicos e o conhecimento científico produzido por pesquisadores que têm como objeto de pesquisa o cooperativismo e as cooperativas de crédito”, declarou.
Para ele, a iniciativa faz parte de um conjunto mais amplo de ações: “Ela integra uma série de atividades que o Sistema OCB realiza para o fomento da pesquisa científica em cooperativismo. Temos uma parceria com o CNPq para chamadas de fomento e estamos presentes em diversos eventos científicos para divulgar o cooperativismo como campo fértil para novas investigações”, concluiu.
O Sistema OCB compõe a organização do Prêmio ABDE-BID de Artigos de Desenvolvimento ao lado da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com apoio da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL/ONU) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
O prêmio tem como propósito estimular a reflexão sobre os desafios do desenvolvimento, aproximando academia, governo, setor privado, instituições do Sistema Nacional de Fomento (SNF) e do sistema financeiro. A iniciativa busca incentivar pesquisas que contribuam para soluções sustentáveis, inclusivas e inovadoras, além de fortalecer o aprimoramento das instituições do SNF.
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Tania Zanella representou o cooperativismo no anúncio da nova aliança de segurança financeira
O Sistema OCB marcou presença, nesta quarta-feira (3), no lançamento do Plano de Ação Conjunto para Combate a Fraudes
Bancárias Digitais, realizado pelo governo federal em parceria com o setor financeiro fruto da Aliança Nacional de Combate a Fraude, da qual o Sistema OCB passa a compor. A superintendente da entidade, Tania Zanella, representou o cooperativismo no evento promovido pelo Ministério da Justiça, em Brasília.
A iniciativa foi apresentada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que destacou a dimensão global dos crimes digitais e a necessidade de atuação coordenada para enfrentá-los. Segundo ele, as fraudes bancárias deixaram de ser fenômenos locais. “O crime deixou de ser local ou nacional e passou a ser global”, afirmou. Lewandowski também comparou a complexidade do tema a desafios mundiais como aquecimento climático, crises econômicas e até o terrorismo.
O plano foi resultado do trabalho desenvolvido no âmbito da Aliança de Combate a Fraudes Digitais Bancárias, que reúne órgãos públicos e instituições financeiras para fortalecer ações de prevenção, educação, detecção rápida e repressão, além
da recuperação de ativos. Participam da articulação Ministério da Justiça, Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Banco Central, Receita Federal, Polícia Federal e outras entidades governamentais. Do lado privado, integram a aliança associações representativas do setor financeiro, instituições de pagamento, empresas de tecnologia e organizações de crédito, incluindo a CNF, a Febraban, Zetta e a OCB.
A superintendente Tania Zanella destacou a importância da participação das cooperativas de crédito em agendas de segurança financeira. “A segurança digital depende também de informação, preparo e proximidade com as pessoas. As cooperativas têm um papel estratégico na conscientização dos cidadãos e seguem comprometidas em apoiar ações que ampliem a prevenção e reduzam a vulnerabilidade dos usuários”, afirmou.
Entre as ações previstas estão o aprimoramento dos processos de prevenção a golpes, a intensificação do combate e da repressão a crimes digitais, o compartilhamento qualificado de dados, a capacitação de agentes públicos e privados, o atendimento às vítimas e campanhas de conscientização para a população.
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Imersão integra reconhecimento institucional e reforça compromisso com a inovação
A equipe vencedora do Demoday do Programa de Ideias do Sistema OCB viveu, neste mês, uma experiência intensa de aprendizado e conexões durante a Innovation Trip, realizada em São Paulo. A imersão fez parte do reconhecimento institucional aos colaboradores que se destacaram no ciclo mais recente do programa e reforçou o incentivo ao intraempreendedorismo e à criação de soluções inovadoras para o cooperativismo brasileiro.
Ao lado de outros 25 participantes de diferentes organizações do país, os colaboradores tiveram acesso a alguns dos principais ecossistemas de inovação do Brasil. A programação incluiu visitas técnicas, diálogos com especialistas e momentos de troca com profissionais que atuam diretamente na transformação digital e na construção de novos modelos de negócio.
A jornada começou com uma visita guiada à sede da Natura, onde o grupo conheceu práticas de gestão, inovação aberta e sustentabilidade que se tornaram referência no mercado. Em seguida, ao grupo participou de uma palestra com especialistas em comunicação e inovação da ACE Cortex, no State Innovation Center, que aprofundou tendências e metodologias aplicadas por organizações que lideram processos de inovação no país.
A programação seguiu com uma visita à incorporadora Tenda, com foco em digitalização e modernização de processos, e foi concluída no Hospital Sírio-Libanês, onde o grupo teve contato com modelos de cultura organizacional, gestão da inovação e tecnologias aplicadas à área da saúde.
Para o gerente de Inteligência e Inovação do Sistema OCB, Guilherme Souza Costa, a iniciativa consolida uma visão estratégica sobre o papel da inovação dentro da entidade. “Programas de intraempreendedorismo têm um papel essencial porque despertam capacidade criativa, fortalecem a cultura de inovação e permitem que os próprios colaboradores proponham soluções que impactam positivamente o Sistema OCB. Reconhecer o esforço dos participantes em iniciativas como a Innovation Trip é um estímulo direto à formação e ao crescimento profissional, gerando resultados que retornam para o cooperativismo brasileiro”, declarou.
A participação na Innovation Trip foi o prêmio destinado à equipe responsável pelo SmartCoop, projeto vencedor do Demoday. A solução apresenta uma plataforma para agilizar e facilitar as devolutivas do diagnóstico aplicado às cooperativas, tornando o processo mais eficiente, interativo e orientado a dados. Desenvolvido por uma equipe multidisciplinar das áreas de Controladoria, Tecnologia da Informação (TI), Auditoria e Serviços Compartilhados, o projeto deve avançar, em 2026, para as fases de desenvolvimento e validação, dentro do ciclo contínuo de inovação do Sistema OCB.
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Deputado Arnaldo Jardim e Roberto Rodrigues foram reconhecidos por atuação estratégica no setor
A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou, nesta terça-feira (25), em Brasília, a cerimônia
de entrega do Prêmio CNA Agro Brasil 2025. O evento reuniu lideranças do setor produtivo, parlamentares, representantes de entidades e especialistas para reconhecer personalidades que contribuíram de forma decisiva para o desenvolvimento da agropecuária brasileira.
A superintendente do Sistema OCB e presidente do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), Tania Zanella, participou da solenidade, que destacou nomes de forte atuação institucional e política, especialmente aqueles que dialogam diretamente com o cooperativismo. Entre os homenageados estiveram o deputado federal Arnaldo Jardim (SP), presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), na categoria Política; e Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e referência global do agro, premiado na categoria Destaque.
Arnaldo Jardim foi reconhecido por sua atuação no Congresso Nacional em temas estruturantes para o desenvolvimento sustentável do setor. O parlamentar tem sido protagonista em pautas como o Fundo de Investimento das Cadeias Agroindustriais, o Programa de Aceleração da Transição Energética, a
Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais e o Marco Regulatório do Hidrogênio Verde. À frente da Frencoop, tem reforçado o diálogo federativo e o papel do cooperativismo como vetor de inclusão produtiva e geração de oportunidades no campo.
Já Roberto Rodrigues recebeu o prêmio por sua trajetória marcada pela defesa do agro brasileiro e pela capacidade de articular o setor nos grandes debates internacionais. Sua participação na COP30 como enviado especial para Agricultura foi lembrada como um momento-chave para apresentar ao mundo a agenda de sustentabilidade, inovação e segurança alimentar construída pelo país. Rodrigues destacou que o agro tropical brasileiro se tornou referência internacional e pode ser um pilar para a paz, a segurança energética e o combate à fome.
Tania comentou a importância das homenagens. “Estamos falando de pessoas que dedicaram suas carreiras a ampliar oportunidades, promover inovação e abrir caminhos para o agro brasileiro. Esse reconhecimento também inspira o cooperativismo e o agro a seguirem contribuindo com soluções para os grandes desafios nacionais”, afirmou.
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Reunião apontou como a abordagem potencializa aprendizagem, colaboração e participação
O quinto e último encontro de Agentes de Inovação do Sistema OCB em 2025, realizado nesta terça-feira (25), trouxe uma discussão prática e desmistificada sobre o uso da gamificação no ambiente de trabalho. A reunião contou com a participação de 21 agentes e a condução dos consultores da Go Gamers, empresa parceira que apresentou fundamentos, estratégias e casos de aplicação da abordagem em diferentes contextos corporativos.
O encontro buscou romper a percepção comum de que gamificação se limita a jogos ou dinâmicas recreativas. Ao contrário, os consultores reforçaram que o recurso, quando bem planejado, funciona como ferramenta estratégica para estimular comportamentos, facilitar aprendizagens e engajar pessoas em processos que, muitas vezes, são percebidos como rotineiros ou obrigatórios.
Durante a apresentação, foram discutidas formas de utilizar elementos de jogos para desenvolver competências, ampliar a participação de colaboradores em programas internos e fortalecer iniciativas de formação. A palestra também destacou como a lógica dos games contribui para treinar times, promover colaboração e criar experiências mais motivadoras, alinhadas aos objetivos institucionais.
Outro ponto central do encontro foi evidenciar que a gamificação pode ser aplicada em diferentes áreas das cooperativas, desde processos de gestão e capacitação até campanhas de mobilização e programas de inovação. A abordagem, segundo os consultores, ajuda a transformar tarefas recorrentes em experiências mais envolventes, permitindo que equipes avancem com maior motivação e clareza de propósito.
Ao longo do ano, a agenda dos Agentes de Inovação consolidou um espaço de troca permanente. O encerramento marca a preparação para novos desafios e aprendizados que serão retomados no próximo ano, com o objetivo de ampliar a integração nacional e o alinhamento das ações de inovação no cooperativismo.
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Modelo evidencia sua força para gerar renda, proteger a floresta e impulsionar produção sustentável
O cooperativismo brasileiro encerrou sua participação na COP30 deixando um legado que ultrapassa os debates técnicos e alcança efetivamente o que move a transição climática: gente, território e pertencimento.
Ao longo de duas semanas, o movimento mostrou que a transformação que o mundo busca já acontece em milhares de comunidades brasileiras, onde a cooperação sustenta renda, preserva florestas, gera oportunidades e impulsiona inovação de forma coletiva.
Em Belém, ficou evidente que a força das cooperativas está além do que elas produzem. Está também no que elas provocam mudanças que nascem de baixo para cima, com impacto social profundo e duradouro.
Força motriz
A programação do setor — que ocupou espaços na Blue Zone, Green Zone e Agri Zone — apresentou ao público um mosaico de soluções que conectam ciência, tradição, governança e inclusão produtiva. Painéis sobre financiamento verde, agricultura
de baixo carbono, energia renovável, bioeconomia, logística sustentável, segurança alimentar e adaptação climática reforçaram que o cooperativismo brasileiro é hoje um dos atores mais preparados para impulsionar práticas sustentáveis em larga escala.
Casos apresentados por cooperativas mostraram como o manejo florestal comunitário, os sistemas agroflorestais, a verticalização da produção e o fortalecimento de cadeias de sociobiodiversidade transformam territórios vulneráveis em modelos de desenvolvimento local. “As cooperativas brasileiras já são protagonistas da agenda climática. Elas representam o elo entre a economia real e os grandes compromissos globais, levando inovação, sustentabilidade e inclusão a quem está na base produtiva”, afirmou o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.
Ao mesmo tempo, debates conduzidos por lideranças do agro cooperativista deixaram claro que a transição para modelos regenerativos depende de políticas públicas consistentes, financiamento adequado e segurança jurídica — temas reforçados pelos representantes do Sistema OCB ao longo de toda a COP.
A superintendente do Sistema OCB e presidente do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), Tania Zanella, destacou a
importância dessa atuação institucional. “Nós saímos muito melhores do que entramos. Trouxemos informações, combatemos a desinformação e mostramos, com números e evidências, tudo o que o agro cooperativista já faz pelo clima e pelas pessoas. Agora seguimos para a etapa de alinhamentos e construção de políticas que permitam ampliar esse impacto”, declarou.
Impacto social
Para além das soluções ambientais e energéticas, a COP30 expôs o papel central das cooperativas na vida das pessoas. Em territórios da Amazônia, por exemplo, a organização coletiva garante renda para famílias extrativistas, valoriza saberes tradicionais e cria oportunidades para jovens que antes migravam por falta de perspectivas.
Em regiões do Sul e Centro-Oeste, sistemas cooperativos de produção animal, agricultura de precisão e biogás mostraram como a tecnologia pode ser democratizada quando compartilhada em rede. E nas cidades, cooperativas de saúde, crédito e infraestrutura ampliam acesso a serviços essenciais, contribuindo diretamente para o bem-estar das comunidades.
A participação das cooperativas de perfil social também teve papel decisivo para reforçar o impacto humano do movimento na
COP30. Em oficinas de artesanato, turismo comunitário, biojoias e produtos da sociobiodiversidade, cooperados compartilharam como a organização coletiva transforma realidades locais.
Um dos depoimentos mais emblemáticos veio de Massao Shimon, da Copatrans, dona da marca Cacauway e uma das cooperativas expositoras no Espaço da Biodiversidade coordenado pelo Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Memp). Ele celebrou o alcance e o reconhecimento proporcionados pela conferência. “Foi maravilhoso, uma vitrine que a gente não imaginava”, declarou.
“Esse conjunto de iniciativas evidencia que o impacto do cooperativismo não se limita às metas de redução de emissões — ele fortalece autonomia, reduz desigualdades e amplia a resiliência dos territórios. Por isso, a presença do setor na COP30 também abriu portas para novas parcerias, programas de apoio à bioeconomia, aumento da visibilidade internacional e articulações com governos, bancos de desenvolvimento e organismos multilaterais. Encerrar a participação em Belém significa, para o movimento, iniciar um novo ciclo marcado por oportunidades concretas de ampliação de escala”, acrescentou Tania.
Na visão do presidente Márcio, esse é apenas o começo de uma agenda mais ambiciosa para o cooperativismo brasileiro: “O que apresentamos é só uma parte do que construímos todos os dias. A COP30 reforçou que cooperar é um caminho real para um futuro mais sustentável, inclusivo e próspero. Agora é hora de transformar a visibilidade conquistada em parcerias, investimentos e políticas que expandam esse modelo”, complementou.
Saiba Mais:
Coop goiana conheceu a atuação da entidade e discutiu desafios e oportunidades do setor
O Sistema OCB recebeu, nesta terça-feira (18), representantes do Sicoob Credi-Rural para mais uma edição do Portas Abertas, iniciativa que aproxima cooperativas de todo o país da atuação institucional da entidade. Com forte presença em Goiás e expansão recente para o Mato Grosso, a Credi-Rural é uma das maiores cooperativas do Sicoob, sustentada por mais de três décadas de história, mais de 27 mil cooperados e resultados expressivos em crescimento, governança e participação comunitária.
A cooperativa, fundada em Rio Verde, vem se consolidando como referência no cooperativismo de crédito brasileiro. Nos últimos anos, ampliou sua rede de atendimento, modernizou estruturas físicas, fortaleceu programas de educação cooperativista e valorizou a participação dos associados em decisões estratégicas. Sua trajetória foi registrada no livro comemorativo de 35 anos da instituição, lançado em 2024.
Durante o encontro o Sistema OCB apresentou um panorama detalhado do cooperativismo no Brasil e no mundo, e destacou o papel da OCB na representação política, na articulação institucional e na oferta de soluções para gestão, educação e competitividade das cooperativas. A apresentação contextualizou o crescimento do movimento no país e reforçou a importância da intercooperação entre unidades estaduais, cooperativas singulares e a entidade nacional para enfrentar desafios comuns, especialmente em um ambiente regulatório e tecnológico em constante transformação.
Foram apresentados ainda os principais eixos estratégicos do Sistema OCB, incluindo inovação, educação, sustentabilidade, advocacy, modernização regulatória e fortalecimento político-institucional.
O grupo também acompanhou apresentações sobre a agenda legislativa e regulatória do Sistema OCB, com destaque para temas prioritários do ramo crédito, como aprimoramento do marco legal, segurança cibernética, educação financeira, capitalização, prevenção a fraudes e avanços recentes discutidos no âmbito do Conselho Consultivo Nacional do Ramo Crédito (CECO). A comitiva conheceu iniciativas estruturantes, como o Programa de Educação Política, o movimento SomosCoop, as diretrizes estratégicas do 15º CBC e as soluções oferecidas pela Unidade Nacional às cooperativas em todo o país.
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Experiências práticas mostram como produzir com sustentabilidade, gerar renda e preservação
A segunda semana de oficinas e exposições do cooperativismo na COP30 reforçou, mais uma vez, que o combate às mudanças climáticas só ganha escala quando encontra a força da economia real nos territórios.
Na Green e na Agri Zone, cooperativas amazônicas, do Nordeste, do Sudeste e do Sul do país mostraram que tradição, biodiversidade e empreendedorismo caminham juntas quando o trabalho coletivo sustenta oportunidades, renda e floresta em pé. Biojoias, artesanato, chocolate de origem, degustações, turismo comunitário e agricultura familiar estiveram no centro da programação — desta vez pelas mãos de mulheres, jovens e comunidades que vivem o cooperativismo no cotidiano.
Massao Shimon, da Coopatrans, dona da marca Cacauway, uma das cooperativas expositoras no Espaço da Biodiversidade coordenado pelo Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Memp), celebrou o impacto da iniciativa. “Foi maravilhoso, uma vitrine que a gente não imaginava. Estamos em várias frentes, mas com muito orgulho. As vendas superaram nossas expectativas”, afirmou.
Degustação e aprendizado
A artesã Sílvia Rodrigues Rosa, da Biojoias e Artesanato da Ilha do Combu, coordenou uma oficina de biojóias e emocionou o público ao explicar como transforma elementos descartados pela natureza em peças que carregam identidade ribeirinha e respeito ambiental. “A gente transforma o que a natureza descarta em arte. É o nosso jeito de manter as árvores em pé e mostrar que a floresta tem valor vivo”, contou. Para Sílvia, participar da COP30 foi um marco na trajetória da comunidade: “Estar aqui foi maravilhoso. Mostramos nosso trabalho para o mundo e a cooperativa constrói um futuro melhor para todos nós, ribeirinhos.”
A produtora Fabiane Rheinholz, da Rheinholz Chocolates (PR), apresentou chocolates elaborados com agricultura familiar e práticas sustentáveis. “Trazer nosso chocolate para um evento mundial é dizer que agricultura familiar e sustentabilidade podem andar juntas”, explicou. Ela reforçou a importância do cooperativismo na trajetória da empresa: “O cooperativismo transformou nossa vida empreendedora”.
Uma das cooperadas da Cacauway, apresentou a produção de chocolates que conta, inclusive, com integração de indígenas. “Foi uma grande satisfação trazer o chocolate produzido pelos cooperados da Transamazônica”, disse. “Essa ação colocou nosso produto nessa vitrine mundial e permitiu que nosso trabalho fique ainda mais conhecido e reconhecido”, descreveu.
Jailma Araújo, presidente da Comart explicou que a cooperativa de mulheres bordadeiras é de uma pequena cidade do interior do Rio Grande do Norte que tem conquistado cada vez mais espaço e notoriedade com seu trabalho. “É muito importante mostrar nosso trabalho na COP30. A Comart é o grande diferencial para o empreendedorismo na nossa cidade e, por isso, a cooperativa tem crescido e ganho mercados cada vez maiores tanto no Brasil quanto no mundo. Fomos responsáveis pelos bordados dos uniformes do Brasil nas Olímpiadas de Paris e, mais recentemente, pela roupa que o João Gomes usou no Grammy Latino”, descreveu.
A artesã Sandra Carolina de Oliveira, da cooperativa Turiarte, também brilhou ao apresentar o processo de produção do artesanato amazônico com palha de tucumã. “Eu não esperava tantas pessoas interessadas no nosso fazer. Esse reconhecimento fortalece a nossa cooperativa”, relatou emocionada. Sobre a técnica, ela explicou que a palha é retirada da palmeira, secada, beneficiada e tingida com folhas da própria natureza. “É um trabalho antigo, de muitas mulheres das comunidades”, complementou.
Entre as participantes das oficinas, a engenheira eletricista Alexia Ribeiro, 25 anos, moradora de Belém, viveu a experiência de acompanhar de perto o trabalho das artesãs da Turiarte — e saiu encantada. “Achei incrível. Amo artesanato e sempre procuro aprender”, disse. “Já tinha visto esse tipo de peça nas feiras locais, mas nunca tinha visto fazer. É a primeira vez.”
Ao descobrir que o tingimento e o processamento da palha são totalmente naturais, Alexia se surpreendeu: “É tudo natural, inclusive o tingimento. É lindo, é perfeito. Eu achei maravilhoso”. A jovem também revelou que não sabia que existiam cooperativas de artesanato:
“Eu não sabia que dava para ter uma cooperativa de artesanato. Achei incrível. Tu juntas várias pessoas, várias formas de artesanato. É maravilhoso”, concluiu.
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Painéis na Green e Agri Zone mostram como unir segurança alimentar e proteção ambiental
A última programação do cooperativismo na COP30 aconteceu tanto na Green quanto na Agri Zone. O painel Cooperativismo, inovação e baixo carbono – caminhos para a segurança alimentar global evidenciou, com dados, ciência e experiências de campo, que o cooperativismo agropecuário brasileiro está preparado para liderar soluções
climáticas e ampliar a segurança alimentar mundial. A mensagem central foi direta: agricultura sustentável, baseada em conhecimento científico e em redes cooperativas, é parte essencial da resposta global à crise climática.
Na Green Zone, Bazílio Wesz Carloto, presidente da Coopernorte, ilustrou de maneira viva a transformação possível quando produtores se unem e a ciência guia o caminho. Ele relatou a trajetória de Paragominas após o fim do ciclo madeireiro, há quase 30 anos, quando o município enfrentava a estagnação econômica e extensas áreas de pastagens degradadas. “A Coopernorte nasceu em um cenário em que o ciclo da madeira tinha se encerrado, as serrarias estavam fechando e o que se via eram pastos degradados e juquira. Desmatar nunca foi opção. A agricultura só conseguiu se consolidar recuperando esses pastos. O solo a gente constrói com pesquisa, tecnologia e persistência”, afirmou.
A cooperativa começou com apenas 33 produtores e sem infraestrutura, mas deu um passo decisivo ao chamar a Embrapa para a estrutura, com a doação de área para pesquisa e a criação do Centro de Inovação e Agricultura da Coopernorte (Cica). “Nós precisávamos ser produtivos, rentáveis e sustentáveis. Não adiantava fazer só uma coisa; tudo tinha que andar junto”, contou Bazílio, ao destacar os resultados do Programa CooperMais, que estimula inovação por meio da competição saudável entre produtores e levou a produtividades muito acima da média nacional em áreas antes degradadas.
Inclusão produtiva e desenvolvimento territorial
Na Agri Zone, experiências da Cocamar e da Coplana, além de depoimentos de representantes da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) e Embrapa reforçaram que o modelo cooperativista, ao integrar produtores em redes organizadas e orientadas por governança coletiva, tem uma característica única: ele já nasce voltado à inclusão produtiva, ao desenvolvimento territorial e ao uso responsável dos recursos naturais. “O cooperativismo é um aliado natural da transição
justa, porque é construído para promover inclusão social, desenvolvimento local e práticas sustentáveis”, disse o moderador do painel, Daniel Vargas, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A experiência da Cocamar, apresentada pelo presidente do Conselho de Administração, Luiz Lourenço, contou que a cooperativa nasceu na cafeicultura em Maringá (PR) e precisou se reinventar quando o café entrou em crise. “A Cocamar teve origem na cafeicultura, mas quando a atividade entrou em dificuldade, migramos fortemente para a produção de grãos, em um estado que hoje é um dos maiores produtores do país”, explicou. A partir daí, a cooperativa se consolidou como referência em grãos, gás e integração de sistemas produtivos, em um território com altíssimo potencial de intensificação.
Lourenço também detalhou o papel do plantio direto e da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) na estratégia da cooperativa. “A ILPF é uma intensificação sustentável da terra. Ela recupera pastagens degradadas, melhora a fertilidade do solo, aumenta o bem-estar animal e reduz a pressão pela abertura de novas áreas. É possível aplicar em propriedades pequenas e grandes”, ressaltou.
Além das práticas de manejo, ele citou ainda políticas e iniciativas estruturantes da sustentabilidade no agro, como o programa de logística reversa de embalagens de defensivos, do qual a Cocamar participou desde o início. Ele lembrou que a recuperação de embalagens, que antes eram descartadas de forma inadequada, se tornou um sistema organizado que recolhe e recicla centenas de milhares de toneladas, dando origem a novos produtos plásticos e evitando emissões adicionais.
Exemplos concretos
José Antonio Rossato Junior, representante da Coplana, apresentou exemplos concretos do que a cooperativa tem feito para integrar produção de alimento, energia e sustentabilidade. “O mundo quer alimento e quer transição energética. O cooperativismo tem sido protagonista nesta agenda”, afirmou. O modelo que integra cana-de-açúcar, grãos e bioenergia foi um deles. Ele explicou que a região, antes baseada em queima de cana para facilitar o corte manual, migrou para a colheita mecanizada sem fogo, mantendo a palha no solo. “Ao deixar a palha, deixamos de jogar toneladas de gases de efeito estufa na atmosfera e ainda fixamos carbono no solo”, detalhou.
A logística reversa de embalagens de defensivos agrícolas, uma agenda que começou dentro da Coplana e inspirou políticas nacionais foi outro exemplo apresentado por Rossato. “Em 1994, nossa cooperativa participou da criação da primeira central de recebimento de embalagens do Brasil, em uma parceria público-privada que mudou a forma de lidar com esse resíduo no campo”, disse.
Ele destacou o salto obtido com o Sistema Campo Limpo, que hoje recolhe toneladas de embalagens e já evitou cerca de 1 milhão de toneladas de CO₂ equivalente com a reciclagem e a reutilização de materiais. “Algo que começou como uma solução para um problema local virou referência para a lei de logística reversa e para a Política Nacional de Resíduos Sólidos”, ressaltou.
Acesso à tecnologia e assistência técnica
O coordenador de Inteligência Comercial da CNA, Felipe Ody Spaniol, reforçou a importância de democratizar o acesso à tecnologia e à assistência técnica para que a transição de baixo carbono alcance pequenos e médios produtores. “O Senar já levou assistência técnica gratuita a cerca de 500 mil produtores em todo o país, mas precisamos fazer muito mais — e o cooperativismo é decisivo para transformar técnica em solução prática no dia a dia”, destacou.
Ele lembrou pesquisa da Cecafé que mostra como a cooperação viabiliza a presença de pequenos produtores em mercados exigentes: “Em média, cada contêiner de café exportado para a União Europeia reúne a produção de 140 agricultores, e há casos como o da Cooxupé, com milhares de cooperados participando com pequenas quantidades. Só é possível chegar nesse volume e nessa qualidade porque se trabalha de forma cooperada”.
Para Spaniol, o modelo cooperativista brasileiro também é exemplo para outros países, sobretudo para a inclusão de milhões de pequenos produtores rurais no mercado internacional e na agenda sustentável. “Não podemos deixar esse debate trancado dentro dos nossos estandes. Precisamos levar essas histórias para os fóruns internacionais, mostrar que o cooperativismo é pilar do sucesso do agro brasileiro e da transição climática”, completou.
Divisor de águas
Encerrando o painel, Daniel Trento, chefe da Assessoria da Presidência da Embrapa, avaliou que a COP30 marcou um divisor de águas na forma como o agro brasileiro – especialmente o organizado em cooperativas - é percebido nos debates climáticos. Segundo ele, a ciência tropical desenvolvida pela Embrapa e difundida em parceria com o cooperativismo já mostrou capacidade de revolucionar a produção em clima tropical e agora precisa ganhar escala em adaptação climática. “A tecnologia está pronta. O desafio é criar condições para que chegue ao produtor. Ninguém faz essa revolução sozinho: precisamos da integração entre pesquisa, cooperativas, governo e mercado”, afirmou.
Trento lembrou que a própria criação da Embrapa foi baseada na ideia de adaptação — levar cultivos de clima temperado para o clima tropical. “Se conseguimos adaptar no passado, podemos adaptar agora às mudanças climáticas”, disse, ressaltando que o setor agropecuário é, ao mesmo tempo, um dos mais cobrados e o primeiro a sentir os impactos da crise climática, o que torna ainda mais estratégica a atuação conjunta com o cooperativismo.
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Em painel na Agri Zone, C.Vale mostra como tecnologia reduz emissões e fortalece mercados globais
O último dia de atividades do cooperativismo na COP30 teve como um de seus focos a sustentabilidade na produção de aves e suínos. O painel A sustentabilidade da produção de aves e suínos no Brasil: respeito ao meio ambiente e o compromisso em atender às demandas globais por alimentos seguros, saudáveis e sustentáveis, promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), nesta quinta (20), na Agri Zone, contou com a participação da C.Vale, representada por Fernando Varollo, coordenador de produção da cooperativa.
Fernando apresentou dados, cases e práticas que mostram como as cooperativas vêm contribuindo de forma estruturada para uma produção mais eficiente e responsável. Segundo ele, metade da produção de suínos do Paraná, e mais da metade do volume de aves, estão nas mãos de cooperativas. “Isso revela a relevância do movimento no Brasil, que cresce ano após ano e ainda tem enorme potencial de expansão”, afirmou.
Entre os exemplos apresentados, o coordenador destacou a implantação de uma estação de tratamento de água para reuso, que permite à C.Vale reaproveitar cerca de 60 milhões de litros por mês em atividades operacionais. O processo reduz a captação de novas fontes e garante retorno de água tratada ao meio ambiente em padrões de alta qualidade. “Inserir sustentabilidade na tomada de decisão deixou de ser opcional. A gente percebe o impacto direto disso no território, na operação e na eficiência”, acrescentou.
Fernando também apresentou resultados de projetos de geração de energia a partir do biogás das granjas, iniciativa que permite injetar eletricidade na rede em horários estratégicos, reduz emissões e custos operacionais. Outro ponto mencionado foi o aproveitamento integral dos dejetos da produção: mais de 97% do material é destinado à adubação de áreas
agrícolas, o que contribui para fechar ciclos produtivos e fortalecer a economia circular. “Para muitos produtores, o adubo gerado vale mais aplicado na lavoura do que vendido”, explicou.
O nível de integração das etapas produtivas da C.Vale também chamou atenção. Desde a semente que origina a soja, passando pela armazenagem, esmagamento, fabricação de ração, matrizeiros, terminação e abate, até chegar à logística e ao varejo, todas as etapas são controladas pela cooperativa. O resultado é um dos sistemas de rastreabilidade mais completos do país, garantindo segurança alimentar e acesso a mercados exigentes no mundo todo. “Quando a gente fala de rastreabilidade é saber exatamente onde, como e por quem cada lote foi produzido”, completou.
O painel também contou com a participação de Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que reforçou o papel do Brasil como potência produtiva sem pressão ambiental. Para ele, o país reúne tecnologia, eficiência e capacidade para ampliar a oferta de alimentos no mundo. “Temos condições de produzir com sustentabilidade e atender uma demanda global crescente, ao mesmo tempo em que enfrentamos o desafio da fome”, argumentou.
Sálvio Silvia, secretário municipal de Produção e Agronegócio de Santa Izabel do Pará, lembrou que a realidade produtiva da região amazônica impõe desafios únicos, sobretudo pela alta proporção de áreas preservadas nas propriedades rurais, muitas delas com mais de 70% de reserva legal. Segundo ele, essa configuração exige que qualquer nova estrutura produtiva respeite rigorosamente a legislação ambiental, já que muitos empreendimentos ficam próximos a cursos d’água que alimentam o rio Guamá.
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Painéis mostram como energia limpa, bioeconomia e inclusão entregam resultados concretos
A participação do cooperativismo brasileiro na COP30, nesta quarta-feira (19), evidenciou a força do modelo e sua capacidade de integrar inovação, inclusão e sustentabilidade para responder aos maiores desafios climáticos, alimentares e energéticos do país. Painéis na Green Zone e na Agri Zone reuniram dirigentes de cooperativas, pesquisadores, técnicos e produtores para apresentar experiências concretas que mostram como a ação coletiva já transforma territórios.
Em todos os debates, a mensagem central foi unânime: o cooperativismo não espera, entrega resultados mensuráveis na redução de emissões, no uso eficiente de recursos naturais e na geração de renda e oportunidades, posicionando-se como peça-chave para uma transição climática justa, inclusiva e territorializada.
Energia limpa, economia circular e logística sustentável
No Pavilhão do Coop, o painel Transição Energética Justa: Cooperar para Transformar, mediado por João Penna, coordenador de Relações Internacionais do Sistema OCB, reuniu três experiências que demonstram como o cooperativismo tem sido decisivo para acelerar a transição energética no Brasil e mitigar passivos ambientais de forma eficiente.
Alexandre Gatti Lages, superintendente do Sistema Ocemg, chamou atenção para o avanço das energias renováveis dentro
do movimento. Ele lembrou que, segundo dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro, cerca de 20% das cooperativas brasileiras já produzem sua própria energia e Minas Gerais possui potencial ainda maior. Por isso, a Ocemg criou, em 2020, o Projeto Minascoop Energia, estruturado nos pilares ESG. “O Minascoop nasceu com esse propósito de fazer um trabalho diferente, doando energia para entidades que precisam”, afirmou.
A iniciativa reduz custos energéticos (Econômico), promove geração fotovoltaica limpa (Ambiental) e estimula a doação de parte da energia produzida a instituições filantrópicas (Social). “Hoje, já são 52 cooperativas participantes, com 138 usinas instaladas em 88 municípios, que juntas produzem 14 MW”, complementou.
Juliano Millnitz, diretor-executivo da Primato — cooperativa paranaense que atende mais de 11 mil cooperados e é a maior produtora de suínos do Brasil — apresentou o case Suíno Verde: Energia Limpa do Campo ao Transporte. O programa vem sendo observado por pesquisadores e autoridades por transformarum enorme passivo ambiental em combustível limpo.
A cooperativa produz, diariamente, 9,5 milhões de litros de dejetos suínos e implantou um sistema que centraliza 630 mil litros/dia para produzir biometano. No processo, o material sólido é convertido em fertilizante, enquanto o líquido gera biogás e biometano. A planta é autossuficiente em energia e o foco agora é a mobilidade sustentável. “Hoje já operamos seis caminhões totalmente movidos a biometano e a meta é que toda a cadeia de suínos seja transportada com combustível limpo, o que representará uma economia de 447 toneladas de óleo diesel por ano, equivalente a R$ 920 mil anuais”, explicou Nunes.
O terceiro case foi apresentado por Evaldo Matos, diretor da Coopmetro, que abordou um dos maiores desafios brasileiros: a dependência da matriz rodoviária, responsável por 70% do transporte nacional. A cooperativa lidera o Programa de Renovação de Frota (Pave), que democratiza o acesso de pequenos transportadores a caminhões novos, conectando cooperados, cooperativas de crédito e fabricantes.
Os impactos ambientais são expressivos: 14% menos CO₂, 75% menos óxidos de nitrogênio e 12% mais autonomia. No campo social, o programa alcança 13,5 mil beneficiados, fortalece renda e promove inclusão — com aumento de 15% na presença feminina. “O Pave é uma contribuição concreta para uma logística mais verde, mais saudável”, afirmou Matos, destacando ainda que a operação registra zero inadimplência com os bancos parceiros.
A representante do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Melissa Pesconi, elogiou a abordagem das cooperativas, reforçando que seus resultados são exemplos para grandes empresas. Ela apresentou as coalizões setoriais de descarbonização lideradas pelo CEBDS: iniciativas multissetoriais que reúnem setor privado, governos e sociedade civil para desenvolver e implementar planos de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) em diversos setores da economia.
Melissa destacou que “a visão técnica dos dados precisa dialogar com a prática transformadora, e as cooperativas já mostram que a transição energética deve ser guiada também por critérios sociais, econômicos e políticos”.
Amazônia reforça protagonismo comunitário
Também na Green Zone, o painel Identidade e Inclusão para a Soberania Alimentar na Agricultura Amazônica, mediado por
Beatriz Barros Braga, secretária de Desenvolvimento Rural do Amapá, trouxe uma discussão profunda sobre como diferentes Amazônias — com culturas, ecossistemas e modos de produzir próprios — constroem caminhos para garantir segurança alimentar em meio às desigualdades estruturais.
Com mais de duas décadas de atuação, a Cooperacre levou ao painel a visão dos extrativistas. O assessor Alberto “Dande” de Oliveira Tavares descreveu a trajetória de verticalização da cooperativa, que investe em agroindústrias de castanha, borracha, frutas e óleos. “A Amazônia não é vista apenas como fornecedora de matérias-primas. A Cooperacre investiu na verticalização, garantindo renda, autonomia e permanência das famílias”, disse.
Ele reforçou a importância do reconhecimento do serviço ambiental prestado pelos extrativistas: “Essas famílias entregam muito além de alimentos. Entregam equilíbrio climático, água de qualidade, biodiversidade. O pagamento por serviços ambientais precisa chegar até elas”, complementou
Já o agricultor e gerente comercial da Camta, Emerson Tsunoda, relatou o processo de reinvenção da cooperativa, que deixou a dependência da monocultura da pimenta e adotou sistemas agroflorestais integrados (cacau, açaí, pimenta e outras culturas). A mudança ampliou mercados, diversificou renda e elevou a resiliência produtiva. Ele celebrou também que bancos passaram a financiar apenas produtores estruturados em SAFs. “Quem consome nossos produtos consome também uma história de união e reinvenção”, resumiu. 
Bioenergia e desenvolvimento regional
Na Agri Zone, o painel Desenvolvimento Regional e Transição Energética, promovido pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), reuniu especialistas do setor de bioenergia para discutir como a interiorização da indústria e a diversificação das matérias-primas podem impulsionar cidades e regiões inteiras.
O cooperativismo foi representado pela analista de Sustentabilidade do Sistema OCB, Laís Nara Castro. Ela apresentou dados atualizados do setor e reforçou que o movimento já é parte essencial da transição energética nacional. “Hoje, mais de 910 cooperativas já geram sua própria energia, seja para consumo interno ou para abastecer processos produtivos. Somando tudo, temos mais de 4,9 mil empreendimentos de geração distribuída espalhados pelo Brasil. É energia limpa, descentralizada e que chega na ponta, no pequeno e no médio produtor”, descreveu.
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Superintendente ressalta que o setor provou seu papel central na agenda climática global
A superintendente do Sistema OCB e presidente do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), Tania Zanella, destacou, nesta quarta-feira (19), que o agro brasileiro encerra sua participação na COP30 mais forte, mais preparado e reconhecido internacionalmente como parte decisiva das soluções climáticas. A fala ocorreu durante o painel O Legado da COP30, promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) na Blue Zone.
Foto: Wenderson Araujo/TriluxTania ressaltou que a presença coordenada de entidades como Sistema OCB, CNA e outras organizações do setor produtivo foi determinante para “mostrar com números, dados e informações o que o agro de fato faz pela sustentabilidade”. Segundo ela, a decisão de ocupar espaços estratégicos da conferência garantiu que a agricultura tropical brasileira fosse apresentada com transparência, consistência técnica e evidências concretas de resultados. “Nós saímos muito melhores do que entramos. Trouxemos informações, combatemos a desinformação e mostramos o que o agro faz”, afirmou.
Em sua avaliação, o evento abre uma nova agenda de trabalho para o agro brasileiro, que segue a partir da COP com desafios de diálogo, negociação e articulação legislativa. “Esta COP deixa uma semente muito bem plantada. Agora começa um trabalho árduo de alinhamentos e debates no Parlamento para fortalecer segurança jurídica e ampliar o uso de tecnologias e práticas sustentáveis pelo produtor rural”, completou.
Reconhecimento internacional do agro brasileiro
O painel reuniu lideranças do setor produtivo, especialistas, representantes internacionais e parlamentares que analisaram o protagonismo inédito do agro na COP30.
O presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA, Muni Lourenço, destacou a criação da AgriZone, primeiro espaço dedicado exclusivamente ao agro dentro de uma conferência do clima. “A COP permitiu mostrar ao mundo uma produção sustentável amparada por uma das legislações ambientais mais rigorosas do planeta”.
O enviado especial da agricultura para a COP30, ex-ministro da Agricultura e ex-presidente do Sistema OCB, Roberto Rodrigues, disse que esta edição foi um divisor de águas e consolidou o agro brasileiro como solução climática global. A avaliação foi compartilhada pelo vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (Freencoop), deputado Arnaldo Jardim (SP), que ressaltou o papel do setor como produtor de biocombustíveis, sequestrador de carbono e protagonista da agenda legislativa de sustentabilidade.
Para o deputado Henderson Pinto (PA), o legado da COP30 torna impossível que a comunidade internacional ignore um setor que representa quase 30% do PIB brasileiro e alimenta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo. “É um setor que pratica as técnicas mais sustentáveis do planeta”, reforçou.
Agro latino-americano como referência
O diretor-geral do IICA, Muhammad Ibrahim, afirmou que Brasil e América Latina despontam como referências globais em agricultura de baixo carbono e inovação tecnológica aplicada ao campo. A representante da Organização Mundial dos Agricultores (WFO), Luisa Volpe, acrescentou que esta foi a primeira conferência do clima em que o agro assumiu papel central como solução — e não como problema.
O coordenador da FGV Agro, Guilherme Bastos, também destacou o avanço do setor, que passa a ocupar posição estratégica no debate climático global com tecnologias capazes de sequestrar carbono e impulsionar práticas sustentáveis de forma escalável.
Eventos reuniram empreendedores para apresentar soluções de crédito e apoio ao desenvolvimento
Tocantins recebeu, nesta semana, duas edições do BNDES Mais Perto de Você, circuito nacional promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para aproximar micro, pequenas e médias empresas das principais linhas de financiamento e programas de fomento disponíveis no país. Os encontros, realizados em Palmas e Porto Nacional, tiveram ampla participação do setor produtivo e presença do Sistema OCB, representada pelo presidente, Ricardo Khouri, e a superintendente da OCB/TO, Maria José Oliveira.
Em Palmas, o evento ocorreu no dia 18, terça-feira, reunindo cooperativas e empresários interessados em conhecer, de forma prática, as alternativas de crédito, garantias e programas de apoio oferecidos pelo Banco e por instituições parceiras.
Os especialistas do BNDES detalharam opções para capital de giro, investimentos, aquisição de máquinas e equipamentos, além de apresentarem instrumentos de garantia, recursos não reembolsáveis para projetos específicos e mecanismos de consultoria e capacitação voltados à melhoria da gestão empresarial. Ao longo da programação, os participantes puderam tirar dúvidas diretamente com representantes do Banco e entidades parceiras, em um ambiente pensado para facilitar a tomada de decisão e aproximar o setor produtivo das oportunidades disponíveis.
Já em Porto Nacional, o encontro ocorreu nesta quarta (19). Maria José Oliveira destacou o papel das cooperativas no desenvolvimento regional e a importância do crédito acessível para impulsionar negócios de diferentes portes.
Durante o encontro, empreendedores da região acompanharam apresentações sobre as soluções financeiras do Banco, puderam conversar com instituições parceiras e identificar opções adequadas ao estágio e às necessidades de cada negócio. Para o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Empreendedorismo, José Orlando, a ação representa um avanço importante.
“Este evento é uma ferramenta essencial para fomentar os negócios de pequeno, médio e micro portes, permitindo que eles acessem linhas de crédito vantajosas. A parceria com o BNDES e outras instituições financeiras vai impulsionar nosso comércio, oferecendo opções com juros subsidiados e condições facilitadas, funcionando como uma ponte fundamental entre o município e os empreendedores”, afirmou o secretário.
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Painéis da COP30 discutem impacto social, conservação e permanência no território amazônico
A COP30 reforçou, nesta terça-feira (18), que o cooperativismo é peça-chave para impulsionar a bioeconomia, valorizar serviços ambientais e ampliar ações de restauração florestal no Brasil. Em debates realizados na Green Zone e na Agri Zone, representantes de cooperativas, governo, setor privado e instituições parceiras mostraram como o modelo coop transforma riqueza ambiental em oportunidades econômicas, renda, permanência no território e adaptação climática.
PSA e permanência no território
Moderado pelo coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, Alex Macedo, o painel realizado no estande do Governo
Federal na Green Zone intitulado de O modelo cooperativo como impulsionador da agenda climática no Brasil, destacou o avanço da regulamentação do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).
A diretora do Ministério do Meio Ambiente (MMS), Bruna de Vita, foi uma das painelistas e lembrou que o reconhecimento dos serviços ambientais é essencial para manter atividades sustentáveis no campo e na floresta. Ela lembrou, porém, que o PSA precisa vir acompanhado de crédito, assistência técnica e inovação: “Precisamos de um conjunto de políticas públicas que compreenda os desafios da Amazônia”.
Já o assessor da Cooperacre, Alberto “Dande” de Oliveira Tavares voltou a apresentar o caso da Cooperacre, que atende cerca de 5 mil famílias. “A cooperativa nasceu para garantir renda, logística e permanência no território”, disse. Ele reforçou o pioneirismo do Acre em políticas de PSA. “É possível valorizar a floresta em pé e quem vive dela. A cooperativa organiza, inova e faz alianças”, acrescentou.
Gicarlos Souza de Lima, gerente Comercial da Reca, por sua vez, explicou como sistemas agroflorestais consolidados há décadas se tornaram referência em restauração de áreas antes degradadas. Em seguida, Eduardo Nicolau, da Natura, falou sobre o programa de PSA da empresa em parceria com a Reca, que já destinou R$ 11 milhões e conservou 4,2 milhões de hectares. “O PSA não é a renda principal, mas aumenta a capacidade de investimento das famílias e incentiva que os jovens permaneçam no território”, afirmou.
Restauração florestal e água
Na Agri Zone, o painel Cooperar para Recuperar: Restaurando Áreas Degradadas e Nascentes, moderado pelo coordenador de Relações Governamentais do Sistema OCB, Eduardo Queiroz, destacou iniciativas de recomposição florestal, manejo
sustentável e segurança hídrica.
O presidente do Conselho de Administração da Coopercitrus, Matheus Kfouri Marino, enfatizou a integração entre agricultura eficiente e restauração. “Não existe restauro de nascentes sem agricultura regenerativa”. A Fundação Coopercitrus já restaurou mais de mil nascentes e recuperou 400 hectares. “O produtor deixa de ser apenas consumidor e passa a ser também produtor de água”, afirmou
Representando a cooperativa Coomflona, Arimar Feitosa Rodrigues explicou como o manejo comunitário da Flona do Tapajós garante regeneração natural e amplia a legalidade. “Nós cuidamos da floresta porque vivemos nela”. A cooperativa reúne 27 comunidades e possui movelaria e indústria licenciada para agregar valor.
A coordenadora da Cresol Horizonte, Kelly Ramos, apresentou ações no Vale do Ribeira (PR) para melhorar produtividade e conservação em áreas de bubalinocultura. “Sustentabilidade gera resultado direto dentro da propriedade”, afirmou.
O pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Eduardo Pavão, por sua vez, alertou para a urgência da adaptação climática. “O agricultor já sente as ondas de calor, a irregularidade de chuvas e a pressão por mais resiliência. Precisamos de sistemas agrícolas com proteção contra extremos climáticos. Não é para daqui a 20 anos — é para agora”.
Bioeconomia e PSA: cooperativas como base da transformação
No painel Coopera+, sobre cooperativismo e novos modelos de negócio para impulsionar a bioeconomia, promovido pela ABDI, na Green Zone, o Sistema OCB apresentou iniciativas que estruturam cadeias produtivas da sociobiodiversidade na
Amazônia. A analista de Sustentabilidade do Sistema OCB, Laís Nara Castro, reforçou que o cooperativismo é uma das principais forças de proteção da sociobiodiversidade brasileira. “O cooperativismo permite que as comunidades permaneçam na floresta, garantam renda com manejo sustentável e preservação dos ecossistemas. As cooperativas funcionam como guardiãs da floresta em pé porque conseguem transformar a biodiversidade em oportunidade econômica sem romper com a natureza”, afirmou.
O assessor da Cooperacre, Alberto “Dande” de Oliveira Tavares, falou sobre a importância da verticalização e da industrialização regional. “A Amazônia não pode continuar exportando só matéria-prima bruta. A Cooperacre mostra que é possível agregar valor no território e gerar renda para milhares de famílias”, afirmou. Para ele, as políticas públicas e alianças institucionais são determinantes. “O cooperativismo é o modelo mais eficaz para enfrentar a emergência climática e a desigualdade social ao mesmo tempo”, complementou.
Representando o setor privado, Izabella Gomes, coordenadora de Sustentabilidade da Natura, destacou o trabalho em rede e o financiamento Amazônia Viva, que combina crédito e fundo filantrópico. “Sozinha, nenhuma instituição faz verão. Trabalhar em rede é o único jeito de ampliar impacto”. Ela explicou que o mecanismo já destinou R$ 26 milhões a 15 cooperativas, com 100% de adimplência. “O crédito só funciona porque as cooperativas são organizadas e têm governança”.
A diretora de Sustentabilidade da ABDI, Perpétua Almeida, lembrou o potencial econômico da bioindústria amazônica. “A floresta tem riqueza — precisamos de investimento para que ela gere renda para quem vive nela”.
Iniciativas conectam floresta, inovação e desenvolvimento
O superintendente do Sistema OCB/PA, Júnior Serra, participou do painel Bioeconomia Regenerativa: Soluções para sistemas produtivos circulares, resilientes e de baixo carbono, realizado no Pavilhão Pará da Green Zone. Convidado pela Natura, ele destacou que discutir bioeconomia na Amazônia passa, necessariamente, pelo fortalecimento do cooperativismo e mostrou iniciativas que nasceram no Pará e hoje possuem escala nacional, como o Programa NegóciosCoop, que conecta cooperativas a mercados privados e institucionais.
Serra também ressaltou o novo foco da Organização Estadual na assistência técnica cooperativista, essencial para apoiar a transição de modelos convencionais para práticas baseadas em bioinsumos e sistemas agroecológicos. “Reafirmamos o protagonismo das cooperativas para manter a floresta em pé, valorizar nossos povos tradicionais e impulsionar soluções que contribuem para o desenvolvimento sustentável do Pará e do mundo”, declarou.
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