Exportação: veja como o Sistema OCB apoia negócios internacionais
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Do Brasil para várias partes do mundo. Os produtos das cooperativas brasileiras estão atravessando fronteiras e marcando presença em diferentes continentes. Ásia, Europa e América do Norte aparecem entre os principais mercados consumidores dos produtos coop. E as cooperativas agro é que dominam a pauta exportadora do cooperativismo. A qualidade da marca coop está chegando em lugares como China, Alemanha, Estados Unidos, Países Baixos e Japão. Para mostrar a representatividade das exportações das cooperativas, fizemos um recorte das vendas registradas por co-ops que contam com o apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil): 96 no total.
Apenas no último ano (2023), esse grupo de cooperativas contabilizou US$ 8,3 bi-lhões em exportações diretas, sem contar os valores registrados via comerciais exportadoras. São produtos vendidos in natura e, também, com maior valor agregado. Em segmentos específicos, por exemplo, as coops também tiveram uma participação significativa no total exportado pelo Brasil.
Nas vendas de suco de uva, por exemplo, o setor cooperativista respondeu por 52,1% das vendas nacionais. Nos miúdos suínos esse percentual é de 44,2%. Os números fazem parte da atualização do Anuário do Cooperativismo Brasileiro (AnuárioCoop 2024).
“Cada vez mais, as cooperativas ganham eficiência no processo de produção com qualificação e investimento em inovação e práticas sustentáveis. Estes são, com certeza, fatores importantes, que têm contribuído para que os produtos cooperativistas cheguem a novos países. E o trabalho feito com a ApexBrasil nos ajuda na missão de abrir novos caminhos para o cooperativismo no mercado exterior”, comenta o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.
Qualificação das cooperativas para exportação
Uma das missões do Sistema OCB é apoiar as cooperativas na conquista de novos mercados, tanto dentro do Brasil quanto em outros países. Uma das maneiras de fazer isso acontecer é pelo relacionamento institucional e pela atuação conjunta com organizações públicas e privadas, no cenário nacional e internacional. Nesse sentido, destacamos a parceria estratégica com a ApexBrasil, que ganhou ainda mais força em 2020, com a assinatura de um Acordo de Cooperação Técnica. O termo foi renovado em 2023 para uma segunda edição, com vigência até 2025. Em destaque neste novo período: o fomento a iniciativas que promovam a igualdade de gênero ou que tenham foco em produtos da biodiversidade amazônica e do Cerrado.
No escopo do acordo está, ainda, o Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX Coop) com foco no cooperativismo, uma capacitação desenvolvida pela agência, que passou a fazer parte das ações com as cooperativas em 2021.
Na prática, o PEIEX Coop prepara nossas cooperativas para a prospecção de negócios no mercado internacional. Os resultados mostram que investir em conhecimento, gestão e planejamento aumenta e muito a competitividade do coop. Somando a esse processo de capacitação, o Sistema OCB ainda viabiliza a participação de cooperativas exportadoras em missões e feiras internacionais, com a oportunidade de realização de rodadas de negócios, abrem novas portas para os produtos coop em outros países.
Como funciona o Peiex Coop?
A cada ciclo, a ApexBrasil oferta um número de vagas para qualificação das cooperativas, que podem procurar as organizações estaduais do Sistema OCB e manifestar o interesse em participar do programa. As ações de capacitação têm uma duração média de 4 meses. Mais de 50 cooperativas já foram beneficiadas diretamente pelo PEIEX Coop. A proposta, segundo a coordenadora de negócios do Sistema OCB, Pamella Lima, é estimular essas organizações a iniciarem o processo de exportação, preferencialmente de forma direta.
“A ideia é que elas estejam preparadas para exportar sem precisar da intermediação de traders, o que as coloca em uma posição mais vantajosa para obter lucros. O programa desenvolve conhecimentos internos nas cooperativas, capacitando-as a atuar de forma autônoma no comércio internacional”, destaca Pamella.
Mas o que pensam as cooperativas sobre o PEIEX Coop e seus resultados? Nós conversamos com o presidente do Conselho de Administração da Cooperativa dos Produtores de Orgânicos do Vale do Jaguaribe (Optar Orgânicos), José Arcino, uma coop cearense que participou do ciclo 2023 do programa. Depois de passar por todas as etapas de qualificação, a organização —fundada em 2019, em Russas, uma cidade localizada no interior do Ceará,— fechou um plano estratégico de exportação priorizando inicialmente a acerola, com destino ao mercado europeu, em especial Portugal.
“Nosso objetivo, agora, é agregar valor à produção”, comenta Arcino. “Podemos trabalhar, por exemplo, com suco ou concentrado de acerola. Isso aumenta a nossa pauta para exportação. A ideia é investirmos nisso para, depois, iniciar a comercialização internacional, começando por Portugal, conforme definimos no plano de negócios. Nossa intenção é começar a exportar, efetivamente, em 2025.”
Arcino destaca a importância do PEIEX Coop para a entrada da Optar Orgânicos no mercado internacional. “Tivemos apoio em todo o processo e conseguimos entender bem o que é preciso para começar a exportar, quais são as exigências de cada país e os fatores que temos de considerar na hora de buscar um novo mercado. Isso faz toda a diferença na hora de negociar”, conclui. Conheça a seguir, o passo a passo do programa:
PASSO 1
Atendimento personalizado
As cooperativas selecionadas recebem uma consultoria on-line individualizada, realmente personalizada, com a orientação de especialistas em comércio exterior. Esses profissionais acompanham as coops em todas as etapas do processo de exportação. A ideia é, por meio de entrevistas e diagnósticos, avaliar desafios e oportunidades, considerando os produtos de cada cooperativa e os mercados em potencial.
PASSO 2
Planejamento estratégico
Feito isso, é hora de pensar em estratégias e ações operacionais, com tempo para realização de cada um delas e metas a serem atingidas. Passos importantes para começar, de fato, a exportar. Antes do plano de exportação, é iniciado um plano de trabalho, que inclui um diagnóstico com 28 tópicos de capacitação, momento em que a cooperativa seleciona um produto para exportação e define um mercado (exemplo: Alemanha).
PASSO 3
Promoção internacional
Depois de tudo pronto, é hora de fazer contatos estratégicos com potenciais parceiros comerciais. Isso acontece na fase de promoção internacional. Pensando em expandir sua atuação para novos mercados, as cooperativas terão a oportunidade de participar de eventos internacionais, como feiras e missões, além de rodadas de negócios. E para apresentarem seus produtos e diferenciais, é importante que as coops tenham materiais de divulgação atualizados para diferentes idiomas, como inglês, espanhol e português.
Rodada de negócios
A partir do Acordo de Cooperação firmado entre o Sistema OCB e a ApexBrasil, as cooperativas brasileiras também têm a oportunidade de participar de negociações com representantes comerciais de vários lugares do mundo. Desde 2020, já foram realizadas duas edições, no formato on-line, totalizando US$ 3,9 milhões em negociações. Em 2024, uma rodada presencial foi realizada na sede da agência, em Brasília, nos dias 16 e 17 de maio. O Exporta Mais Brasil Cooperativas reuniu 30 coops e 10 compradores internacionais interessados na comercialização de alimentos e bebidas.
Confira, a seguir, um panorama das exportações cooperativistas, de acordo com o AnuárioCoop 2024: Principais destinos dos produtos com a marca coop
China US$ 2,7 bilhões Japão US$ 461,2 milhões Países Baixos US$ 439,6 milhões Alemanha US$ 377,2 milhões Estados Unidos US$ 321,7 milhões
Top 5 produtos exportados pelas cooperativas (dez/2024)
Carnes de aves US$ 2,1 bilhões Soja triturada US$ 1,5 bilhão Café não torrado US$ 1,1 bilhão Óleo de soja US$ 876 milhões Carne suína US$ 852 milhões
Estados que lideram as exportações do coop PARANÁ - 48,5% US$ 4,1 bilhões SANTA CATARINA - 19% US$ 1,6 bilhão MINAS GERAIS - 12,5% US$ 1 bilhão |
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