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São Paulo
O preço médio pago pelo leite aos produtores brasileiros em 2010 aumentou 6% ante 2009, com custos médios de produção 0,2% mais altos em todo o ano. Em janeiro deste ano o preço pago pelo leite aos produtores teve aumento de 1,2%, em média, ante dezembro de 2010, e 22% mais alto do que os valores vistos em janeiro do ano passado, conforme levantamento mensal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Desde setembro do ano anterior, momento em que foram registrados os primeiros indicativos de recuperação dos valores pagos ao produtor de leite, o valor médio subiu 5,4% sem descontar a inflação.
Para Aline Ferro, pesquisadora do Cepea, esse aumento ajudou a recuperar as quedas ocorridas de maio a agosto. "Essa alta vista a partir de setembro de 2010 ajudou a amenizar a queda de 13% no preço pago ao produtor de maio a agosto, mesmo em período de entressafra", contou.
Apesar dos custos de produção do ano passado ficarem praticamente em linha com 2009, apenas no mês de dezembro foi registrado um incremento de aproximadamente 10% nos custos do produtor, principalmente por conta da alta de commodities como o farelo de soja e o milho, usados na alimentação dos gados de leite.
"Em média, os custos operacionais, não incluindo o Pro Labore, a manutenção de maquinários ou benfeitorias, ficaram praticamente nos mesmos níveis de 2009, com leve alta de 0,2%. Tivemos um primeiro semestre com custos abaixo dos vistos em 2009, principalmente porque farelo de soja e milho, que pesam mais no total de custos, estavam mais baixos", disse ela.
Com as altas dos preços dos insumos no segundo semestre, Aline comentou que os custos de produção do leite também aumentaram, entretanto os preços pagos ao produtor compensaram essa alta e geraram uma boa rentabilidade ao produtor.
"Ao mesmo tempo que os custos aumentaram, o preço do leite subiu em média 6% na média anual, então o ano passado foi um ano melhor para o produtor de leite, em comparação a 2009".
Já em relação ao preço médio pago pelo leite aos produtores em janeiro deste ano houve um leve aumento de 1,2% frente a dezembro de 2010, indo para R$ 0,72 por litro.
A expectativa de agentes do setor é de mercado firme, disse Aline. Para o pagamento de fevereiro - referente à produção entregue em janeiro -, 63% dos compradores entrevistados, que representam 74,2% do volume de leite da amostra, estimam preços estáveis.
A parcela de 22% dos representantes de laticínios e cooperativas - que respondem por 16% do volume da amostra - acredita em nova alta, enquanto 15% dos entrevistados - 10% do volume da amostra - esperam queda de preços.
No mercado spot (comercialização entre as empresas/cooperativas), o leite cru continua nos mesmos patamares, o que reitera a expectativa da maioria dos compradores sobre preços firmes aos produtores.
Estados
Entre todos os estados brasileiros o Rio Grande do Sul foi o que obteve a maior alta de preços em janeiro deste ano, com 4,6% frente a dezembro de 2010, fechando com uma média de R$ 0,68 por litro (valor bruto). Já Santa Catarina fechou com R$ 0,75 o litro, que representa alta de 1,9%.
No Paraná a alta foi de 1,1%, com R$ 0,75 por litro, e em São Paulo alta de 1,2% fechando a R$ 0,71/litro. Na Bahia, houve queda de 2,5%, com a média caindo para R$ 0,63 o litro. "A causa da queda do preço na Bahia foi o aumento da oferta de leite", disse Aline.
Daniel Popov
Veículo: DCI
Publicado em: 02/02/2011 - 09:48
Respeitando a proporcionalidade, tomaram posse, nesta terça-feira (1º), 54 senadores eleitos em outubro de 2010 para um mandato de oito anos, que termina em 31 de janeiro de 2019. Desses, 17 já eram senadores e foram reeleitos.
O juramento foi lido por Itamar Franco (PPS-MG), por ser, entre os eleitos, o senador mais velho.
Outros 27 senadores, eleitos em 2006 para um mandato que termina em 2015, compõem o quadro do Senado. A Casa tem 81 parlamentares, ou seja, três para cada uma das 27 unidades da federação.
A posse dos senadores foi realizada em reunião preparatória, presidida por José Sarney (PMDB-AP), que está no meio do mandato.
Sessão Legislativa - A primeira sessão do Congresso de 2011, quando ocorrerá a abertura oficial dos trabalhos legislativos, está marcada para as 16h desta quarta-feira (2).
Logo após a abertura da sessão legislativa, o presidente do Congresso, cargo ocupado pelo presidente do Senado, declara inaugurados os trabalhos do Congresso Nacional. Em seguida, anuncia a presença, na Casa, da presidente Dilma Rousseff, que deve trazer a mensagem e o plano de governo para este ano.
Em geral, o chefe da Casa Civil é o portador desses documentos, mas Dilma, a exemplo do que já fizeram os então presidentes José Sarney e Luiz Inácio Lula da Silva, preferiu trazê-los pessoalmente.
Os deputados federais eleitos para a 54ª legislatura (de 2011 a 2015) foram empossados hoje, às 10 horas, no Plenário Ulysses Guimarães.
O atual presidente da Câmara, Marco Maia, abriu os trabalhos e convocou os deputados com maior número de mandatos para ajudarem no andamento da sessão. Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Inocêncio Oliveira (PR-PE), Miro Teixeira (PDT-RJ) e Simão Sessim (PP-RJ), além da procuradora parlamentar feminina, deputada Janete Pietá (PT-SP), dirigirem os trabalhos até a eleição de uma nova Mesa Diretora.
Após a proclamação dos nomes dos deputados diplomados, os parlamentares fizeram o compromisso de posse, convocados por ordem alfabética, para que se comprometam um a um com o juramento.
Eleição
Logo após a posse, se iniciará a movimentação para a formação dos blocos parlamentares. A formação de blocos é que define a distribuição de cargos da Mesa Diretora e das presidências das comissões permanentes. Às 15 horas, com os blocos já definidos, haverá uma reunião de líderes para a escolha dos candidatos à eleição da Mesa Diretora, que se compõe do presidente, de dois vice-presidentes, quatro secretários e quatro suplentes. A eleição está marcada para as 18 horas.
Frencoop - De acordo com um balanço geral feito pela Assessoria Parlamentar da OCB (Aspar), o quadro de integrantes da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), com os resultados das eleições 2010, é de 136 deputados e 11 senadores. No Congresso Nacional, a Frente teve em sua totalidade a permanência de 147 parlamentares. Enquanto a permanência geral no Congresso Nacional foi de 51,6%, no caso dos parlamentares integrantes da Frencoop, a permanência foi de 59,6%.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realiza, nesta quarta-feira, 2 de fevereiro, o 9º leilão para venda direta de estoques públicos de milho. A operação busca garantir o abastecimento interno e equilibrar os preços do grão em todo o país. Podem participar produtores e cooperativas de aves, de suínos e de pecuaristas de leite, indústrias de ração animal e de alimentação humana.
Com o leilão, a Conab vai negociar cerca de 390 mil toneladas de milho. Conforme os avisos divulgados, os grãos escoados são dos estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná. As sacas são de 60 kg e, como se trata de venda direta, a Companhia irá divulgar os preços durante o leilão, de acordo com a demanda.
Essa é a 9ª operação de venda direta dos estoques públicos do grão desde o início da safra 2010/2011 de milho. Até agora, foram comercializados cerca de 1,43 milhão de toneladas. “Essa modalidade de leilão é importante também para suprir a carência do mercado de insumo para fabricação de ração animal e da indústria de alimentos”, informa o coordenador-geral de Cereais e Culturais Anuais do Ministério da Agricultura, Silvio Farnese.
Segundo o coordenador, o governo mantém em torno de 4,5 milhões de toneladas de milho em seus estoques, principalmente nos estados de Mato Grosso, Goiás e Paraná.
(Fonte: Mapa)
"O aumento do custo, em dólares, para os produtores agrícolas brasileiros, impõe um limite à expansão da oferta de alimentos no país, ajuda a sustentar a alta mundial de preços e já anima grandes empresas a buscarem novas áreas de expansão do plantio, como a África", afirmou o presidente mundial da Bunge, Alberto Weisser.
Em debate informal, no Fórum Econômico Mundial, lembrou que o preço, em dólar, da soja cresceu, em 10 anos, cerca de 100%, enquanto o salário mínimo aumentou quase 500% o que, ao mesmo tempo, leva ao aumento do consumo interno e desestimula a ampliação das exportações, acredita ele.
A alta de preços, revoltas populares impulsionadas por escassez de alimentos e sugestões como a do presidente da França, Nicolas Sarkozy, de criação de estoques reguladores globais para o setor agrícola, foram um dos grandes pontos de debate no Fórum Econômico Mundial deste ano, encerrado ontem nos Alpes suíços.
"O mercado produz 10 milhões de toneladas de soja adicionais a cada ano, mas a demanda aumenta em 30 milhões", disse Weisser. "Por isso o aumento na produção de países como o Brasil é fundamental".
O executivo conversou sobre esses dados com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em almoço do Fórum, de que participaram na sexta-feira. Estimulado por Tombini, divulgou aos outros integrantes do almoço, sua tese de que o aumento do custo em dólares da produção brasileira criou um patamar, acima do preço histórico de commodities como soja e açúcar, que funciona como freio ao aumento da produção.
"Para se animar a expandir produção, o produtor no Brasil precisa que a cotação da soja esteja acima de US$ 9 o bushel; e o de açúcar, que a libra-peso esteja em torno de US$ 0,18", calculou Weisser.
Antes da escalada de preços, o bushel da soja chegou a US$ 6, e a libra-peso do açúcar caiu a US$ 0,09, lembrou o presidente de uma das três maiores companhias do setor. "Hoje, com a soja a US$ 14 por bushel e a libra-peso do açúcar a US$ 0,30, o produtor brasileiro está com a cabeça enfiada na terra", disse Weisser, ao Valor. "Não se sabe o que farão, se o preço cair".
Weisser comentou que a situação brasileira já faz a própria Bunge estudar áreas onde, hoje, a logística não torna atraentes os investimentos, como a África. Se, por um lado, esse movimento tem o efeito positivo de estimular a produção em áreas hoje pouco desenvolvidas, os produtores brasileiros podem se ver sem condições de lidar com a entrada de novos concorrentes no mercado.
A rápida chegada da nova concorrência é um movimento previsível, como aconteceu nos anos 80, quando a invasão do Afeganistão pela Rússia levou os EUA a decretarem embargo nas exportações de grãos e o Japão, temeroso do uso dos alimentos como arma política, investiu para desenvolver o plantio de soja no Cerrado brasileiro.
Adotando o tom de confiança nas autoridades brasileiras que foi uma constante em Davos - apesar dos alertas de economistas para a necessidade de controle nas contas públicas -,Weisser disse acreditar que "a presidente Dilma (Rousseff) sabe o que fazer, está atenta à questão".
Preço dos alimentos
O aumento no preço dos alimentos foi um dos principais tópicos das discussões dispersas por painéis de especialistas, almoços e conversas informais no encontro em Davos. Já em um dos primeiros painéis do fórum, o economista Nouriel Roubini alertou para a instabilidade política causada pela alta nos alimentos, demonstrada por crescente agitação política na África. "É algo que pode realmente derrubar regimes, como vimos no Oriente Médio", disse.
Inflação
O temor da inflação provocada pelos preços agrícolas deu fôlego à campanha por mecanismos regulatórios no mercado de commodities, que o presidente francês, Nicolas Sarkozy, vem fazendo como presidente do G20, o grupo das economias mais influentes no mundo - uma campanha que o governo brasileira teme ser pretexto para justificar a política de subsídios agrícolas europeia. Sarkozy, em sua aparição no fórum, neste ano, assumiu a frente da campanha contra a especulação com commodities, que acusou de alimentar a escassez de alimentos e ser alimentada por ela.
Fundos especulativos
Empresários e banqueiros que participaram do encontro de parte da elite mundial no refúgio suíço de Davos atribuem papel relativamente pequeno aos fundos especulativos, na alta dos preços mundiais de commodities, porém. "É uma questão de oferta e demanda, inclusive de estoques em governos preocupados em assegurar abastecimento", disse o presidente do grupo dinamarquês de transporte marítimo AP Moller Maesk, Nils Andersen.
(Fonte: Valor Econômico)
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Mônica Scaramuzzo | De São Paulo
A Rumo Logística, braço do grupo Cosan para o transporte açúcar e grãos, fechou acordo a Coopercitrus, uma das mais tradicionais cooperativas de São Paulo, para a formação de uma nova empresa que vai explorar o terminal da Coopercitrus em Barretos (SP). Essa nova companhia pretende reativar a linha férrea, que passa ao lado desse terminal, afirmou ao Valor Júlio Fontana, presidente da Rumo.
A nova empresa - TB S.A (Terminal de Barretos) - terá 50% de participação de cada uma no negócio. O contrato prevê também que a TB tenha opção de compra desse terminal nos próximos anos.
A Rumo oferecerá sua estrutura para o transporte ferroviário de açúcar do terminal até o porto de Santos. Já a Coopercitrus vai disponibilizar a estrutura do seu terminal de cargas, que conta com uma capacidade estática para armazenagem de 130 mil toneladas de açúcar ou grãos.
"Essa região é estratégica para a Rumo, uma vez que está próxima de grandes usinas produtoras de açúcar de Ribeirão Preto [o principal polo produtor de São Paulo]", disse Fontana. O município de Barretos conta com uma área cultivada de cerca de 65 mil hectares de cana, além de um grande potencial de crescimento na cultura de grãos.
Com esse acordo, a Rumo passa a controlar cinco terminais no Estado - Sumaré, Jaú, Pradópolis, Barretos e Tirapina, que está em construção. "Estudamos terminais fora de São Paulo, mas, neste momento, estamos priorizando o Estado", disse. A expectativa é de que a Rumo incorpore outros três terminais nos próximos meses.
O terminal de Barretos está pronto para operar com dois produtos simultaneamente, uma vez que possui estruturas segregadas de recebimento e expedição, ambas com os modais rodoviário e ferroviário. A atual estrutura permite operação ferroviária, com carregamentos diários de trens com até 85 vagões e capacidade de movimentação mensal de produto que pode atingir 200 mil toneladas.
Considerando as atuais instalações, incluindo esse novo acordo, a Rumo aumentará sua capacidade de transporte para 1 milhão de toneladas de produtos, entre açúcar e grãos. "Em três anos, pretendemos dobrar esse volume", afirmou Fontana.
No mês passado, a Rumo fechou contrato de longo prazo (dez anos) com a usina São Martinho, de Pradópolis (SP), que prevê serviços em armazenagem, transbordo e transporte de açúcar entre as duas empresas. Pelo contrato firmado, a São Martinho vai investir R$ 30 milhões para a construção em sua usina de Pradópolis de um armazém com capacidade para 60 mil toneladas de açúcar, além da modernização do ramal ferroviário de acesso à fábrica, o que garantirá uma capacidade de transbordo para a ferrovia de até 2 milhões de toneladas de açúcar por ano - dos quais até 650 mil toneladas são produzidas pela própria usina.
As instalações da Rumo em Santos contam com uma capacidade de embarque anual de mais de 11 milhões de toneladas. A expectativa é de que o escoamento da Rumo atinja cerca de 7 milhões de toneladas este ano.
Em julho do ano passado, a Rumo ganhou dois sócios de peso - os fundos de investimento Gávea e Texas Pacific Group (TPG), que se associaram à companhia. Os dois investidores fizeram, juntos, aporte de R$ 400 milhões, ficando cada um, com 12,5% do negócio (25% no total). A Cosan mantém os 75% restantes.
Veículo: Valor Econômico
Publicado em: 01/02/2011 - 10:14
Aconteceu hoje, na sede da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), em Brasília (DF), uma das reuniões previstas do Conselho do Observatório do Cooperativismo. O objetivo principal deste encontro foi a elaboração de uma diretriz nacional para pesquisa, ensino e extensão em cooperativismo no Brasil, sob a coordenação da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
A reunião foi coordenada pelo presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, e contou com a participação de: Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas; Luís Tadeu Prudente Santos, superintendente do Sescoop; Renato Nobile, superintendente da OCB; Vergilio Perius, presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS; José Roberto Ricken, superintendente do Sistema Ocepar-Sescoop/PR; Sigismundo Bialoskorski Neto, diretor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP/USP); Davi Moura, professor da FEARP/USP e Andrea Sayar, gerente de Apoio ao Desenvolvimento em Gestão do Sescoop.
Roberto Rodrigues falou sobre a importância de se discutir esse tema, uma vez que atualmente existe uma série de ameaças às cooperativas em decorrência da concentração empresarial, resultante da globalização da economia.
"Cada vez mais é preciso despertar, estimular e impulsionar esta questão do pertencimento - do cooperado que pertence à cooperativa, que pertence ao cooperado. Essa relação bilateral só existe no cooperativismo. O cooperado é dono e usuário da cooperativa, além de ser investidor. Esse sentimento precisa ser muito fortemente analisado, investigado, pesquisado, estudado, porque, do crescimento do pertencimento, depende o crescimento do cooperativismo", declarou Rodrigues.
De acordo com a gerente Andrea Sayar, "os temas discutidos na reunião serão canalizados para a Rede Brasileira de pesquisadores em Cooperativismo (RBPC)". O presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, acrescentou que "essas discussões visam colocar em prática tanto as diretrizes estabelecidas no XIII Congresso Brasileiro do Cooperativismo, realizado em 2010, quanto às dos planejamentos estratégicos da OCB e do Sescoop."
Confira mais detalhes na entrevista de Roberto Rodrigues à RádioCoop.
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ROBERTO RODRIGUES
Não descartam o uso de tecnologias mais recentes, como transgenia, clonagem e nanotecnologia
O GOVERNO DO Reino Unido acaba de divulgar um trabalho de grande fôlego analisando o cenário mundial da produção de alimentos nos próximos 20 anos. O estudo consumiu dois anos e envolveu 400 especialistas de 35 países e se chama "Foresight report on food and farming futures" (em tradução livre, significa: Prognóstico sobre o futuro da alimentação e da agricultura).
A publicação replica e consolida relatório similar apresentado pela OCDE/FAO (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico/Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) publicado há pouco mais de três meses.
O estudo OCDE/FAO olha um prazo menor e aponta a necessidade de aumentar em 20% a produção de alimentos em dez anos, considerando basicamente um crescimento de demanda nos países emergentes.
O trabalho enfatiza que, para o mundo ofertar mais 20% de alimentos em dez anos, o Brasil precisa ofertar o dobro, isto é, 40%.
O novo trabalho do Reino Unido vai além no tempo -20 anos- e aponta as condições para atingir o crescimento de 40% da oferta de alimentos no período! Em outras palavras, dobra o período, dobra a demanda e dobra a necessidade de produção.
O relatório também enfatiza a importância das tecnologias que deverão ser desenvolvidas para que haja mudanças na agricultura capazes de permitir esse aumento demandado e, ao mesmo tempo, preservar os recursos naturais e reduzir os riscos de aquecimento global. Nesse sentido, há temas muito interessantes, revertendo algumas ideias que vêm sendo repetidas sobre o assunto.
Os pesquisadores começam dizendo que não há uma ""solução única" para a compatibilização da maior produção com a sustentabilidade e não descartam o uso de tecnologias mais recentes, como a transgenia (nem sempre bem aceita), a clonagem e a nanotecnologia.
Recomendam ainda que governos e agricultores dos países onde a produção vai crescer prestem contas de suas políticas e progressos a toda a população do planeta, seja na redução da fome, seja na mitigação do aquecimento global.
Ainda mais forte, os especialistas admitem que o aumento da produção se dê até com a derrubada de florestas, afirmando que isso ""não precisa afetar negativamente o bem-estar da sociedade".
O estudo reconhece que a maior parte desse crescimento produtivo, especialmente no Brasil, se dará muito mais com a expansão da agricultura sobre áreas hoje ocupadas com pastagens, o que implica evidentemente avanços técnicos na pecuária.
Mas, no capítulo florestal, o estudo defende políticas apropriadas para assegurar o "'bom desflorestamento", ressaltando a necessidade de promover o uso correto da terra, o que nem sempre significa preservar qualquer pedaço do ecossistema da floresta sem considerar seu nível de uso ou tamanho.
Os pesquisadores também descartam a concorrência entre a produção de alimentos e a agroener- gia no Brasil, que já foi uma tese insistentemente defendida pelos adversários dos biocombustíveis e da bioeletricidade.
O relatório considera como muito positivas as políticas sociais que o Brasil adotou recentemente e deixa um claro alerta: "A experiência brasileira nos últimos dez anos mostra que, se há vontade política, a pobreza e a fome podem ser diminuídas substancialmente".
Esse é um ponto fundamental.
Terá o Brasil vontade política de implementar os instrumentos indispensáveis para se transformar nesse gigantesco general contra a fome que o mundo necessita e espera? Afinal, dois estudos sérios e de diferentes instituições apontam para o mesmo destino: crescer agricolamente!
Nesta semana, Angel Gurría, secretário-geral da OCDE, exortou os países agrícolas a investir na produção rural, dizendo que, se isso não acontecer, estará em risco a própria expansão da economia global.
Não podemos tratar essa visão mundial com pouco-caso. E, se cuidarmos de atendê-la, iremos desenvolver espetacularmente a economia nacional.
ROBERTO RODRIGUES, 67, coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp e professor do Depto. de Economia Rural da Unesp - Jaboticabal, foi ministro da Agricultura (governo Lula). Escreve aos sábados, a cada 15 dias, nesta coluna.
AMANHÃ EM MERCADO:
Fábio Barbosa
Veículo: Folha de S.Paulo
Na última semana, o Sistema OCB-Sescoop/ES recebeu a visita de Ernandes Raiol da Silva, Manoel Teixeira e Júnior Serra, respectivamente o presidente, o superintendente e o gerente operacional do Sistema OCB-Sescoop/PA.
Os cooperativistas paraenses estiveram no Espírito Santo para conhecer ações que o Sistema OCB-Sescoop/ES desenvolve no Estado, sobretudo a Certificação de Regularidade Técnica.
O programa, que é resguardado pelo decreto estadual 1931-R, é um instrumento de gestão. Através dele, o Sistema acompanha e analisa as cooperativas capixabas no que diz respeito a questões doutrinárias e administrativas. O objetivo da Certificação é justamente promover a autogestão nas Cooperativas Capixabas.
Durante a visita, os dirigentes do Sistema OCB-Sescoop/PA puderam conhecer perfeitamente tanto a parte teórica quanto a parte prática da Certificação.
No dia 18/1 eles se reuniram com Martha Teixeira e Enoque Alves, respectivamente gerente técnica e analista contábil do Sistema OCB-Sescoop/ES. Na ocasião, os dois colaboradores apresentaram toda a parte teórica do projeto, como processos, relatórios e dados.
Acompanhados pelo analista técnico Samuel Fontes, os dirigentes também estiveram na cooperativa agropecuária Pronova, no dia 19/1.
A cooperativa estava recebendo uma visita do assessor técnico do Sistema OCB-Sescoop/ES, Wellington Pompermayer. O assessor estava justamente aplicando a parte prática do Programa de Certificação na Pronova, que está sediada em Venda Nova do Imigrante/ES.
A tendência é que nos próximos meses este Programa de Certificação de Regularidade Técnica também seja aplicado no Pará. E para que isso aconteça de fato, o Sistema OCB-Sescoop/ES dará todo apoio, disponibilizando as informações necessárias, bem como os processos e as etapas do Programa.
(Fonte: OCB-Sescoop/ES)
A Coopsert Saúde (Cooperativa de Trabalho para Profissionais em Serviço de Saúde) acaba de entrar para o rol das ‘Cooperativas com Selo de Conformidade’. A entrega do selo, última etapa do Programa Nacional de Conformidade, ocorreu dia 19, na sede da Ocesp.
Segundo a presidente executiva da cooperativa, Queli Cristina Souza, o selo trouxe uma nova realidade. “Antes, batalhávamos muito para colocar os nossos cooperados no mercado; agora os clientes reclamam porque não temos cooperados o suficiente”.
Nos últimos meses, a Coopsert Saúde aumentou 50% os seus negócios na área de homecare – atendimento domiciliar. Atua hoje com 900 cooperados, na maioria enfermeiros e auxiliares de enfermagem.
“O selo se tornou um aval para a cooperativa”, afirma o presidente do Conselho da Coopsert Saúde, Valter Bezerra Leite. Segundo ele, do jeito que as coisas andam, a cooperativa deve duplicar o número de clientes em pouco tempo. “As pessoas se surpreendem e dão mais valor ao nosso trabalho quando dizemos que temos um selo de conformidade; é como se fosse uma certificação do tipo ISO”.
Valter ainda não tem a noção exata do que o selo pode proporcionar à cooperativa. “A gente não sabe onde isso vai parar; por enquanto, só trouxe coisas boas, inclusive a aproximação com a Ocesp”, disse o dirigente, acrescentando que está trocando experiências com outras cooperativas que possuem o selo para aprimorar ainda mais a gestão.
O presidente da Organização das Cooperativas do estado de São Paulo (Ocesp), Edivaldo Del Grande, fez a entrega do Selo de Conformidade aos representantes da Coopsert Saúde. “O programa de conformidade foi criado com carinho para amenizar os problemas das cooperativas”, ressaltou Del Grande. “Estamos no começo. Importante ouvirmos o relato das cooperativas participantes, até para corrigirmos os rumos do programa, se for necessário”, disse ele na entrega do selo.
Queli comemorou o recebimento do Selo de Conformidade: “É uma grande vitória para a cooperativa. Sempre lutamos para nos firmar no mercado. Agora, com o selo e o rápido sucesso, precisamos de um tempo para respirar”.
Nove cooperativas paulistas já receberam o Selo de Conformidade. Além da Coopsert Saúde, que recebeu este mês, oito cooperativas receberam o selo no evento comemorativo dos 40 anos da Ocesp, em agosto de 2010. São elas: Atrium, Coopermínio, Coopersaud, Coopsuporte, Unicoope Docente, Unicoope Docente Paulistana, Unicoope Nova Mogiana e Unicoope Tietê e Vale.
PNC – O Programa Nacional de Conformidade surgiu da necessidade de criar parâmetros que diferenciassem e fortalecessem a identidade das cooperativas no mercado. Iniciativa da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), tendo em São Paulo a Ocesp como parceira, o PNC começou em 2009 com cooperativas do ramo Trabalho.
A intenção é que seja estendido para outros ramos do cooperativismo. A cooperativa que cumpre os requisitos do PNC conquista o direito de uso do Selo de Conformidade, marca que a destaca e agrega valor à imagem, evidenciando que está adequada às normas e padrões estabelecidos. Mais informações: 11 3146-6248.
(Fonte: Ocesp)
O setor de fibras naturais terá um fórum consultivo, a Câmara Setorial, que será instalada no primeiro semestre deste ano pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Participarão das reuniões os representantes dos produtores, indústria e governo.
Também estarão representados os responsáveis pela comercialização de produtos como sisal, juta, malva, piaçava, algodão colorido e fibra de coco. "Essa iniciativa será importante para discutirmos os principais gargalos desses setores e definirmos metas para o desenvolvimento da agricultura brasileira", explica Andressa Beig, coordenadora-substituta de Oleaginosas e Fibras do ministério.
Entre os assuntos que serão tratados nas reuniões em 2011, Andressa ressalta a necessidade do aperfeiçoamento dos leilões do Prêmio de Escoamento do Produto (PEP) para sisal. Criado em 2010, o PEP é um instrumento de garantia de preço mínimo ao produtor. "Devemos adequar o regulamento do PEP, mais utilizado para grandes culturas, como milho e trigo, às especificidades dessa fibra", explica.
Além disso, será importante discutir medidas de apoio aos outros produtos contemplados nessa Câmara, por meio da avaliação dos custos de produção e rentabilidade dos produtores. Na produção dessas fibras naturais destacam-se os estados da Bahia (sisal, piaçava e fibra de coco) e do Amazonas (juta e malva), bem como a região Nordeste (algodão colorido).
Na última quinta-feira (27/1), foram retomadas as reuniões das 26 Câmaras Setoriais e seis Câmaras Temáticas existentes. A primeira reunião realizada foi com a cadeia produtiva do tabaco e definirá as metas do setor para 2015. Para fevereiro, estão previstas mais 13 reuniões das câmaras de arroz, caprinos e ovinos, citricultura, culturas de inverno, frutas, lácteos, oleaginosas e biodiesel.
Agendas estratégicas
Em 2010, foram construídas as agendas estratégicas de 24 Câmaras Setoriais das 26 existentes. Trata-se de um plano de trabalho com estratégias e metas até 2015. Neste ano, a expectativa é identificar a visão de futuro de cada cadeia produtiva. Resta, ainda, construir a agenda estratégica da cadeia de açúcar e álcool.
Já a Câmara de Palma de Óleo iniciou os trabalhos com uma agenda elaborada em colaboração com a Casa Civil. Entre as câmaras que avançaram em 2010, o coordenador-geral das Câmaras Setoriais e Temáticas, Aguinaldo José de Lima, destaca as de borracha natural, cachaça, vinho, flores e plantas ornamentais. "Esses setores se estruturaram melhor. Já as de arroz, feijão, milho, soja e culturas de inverno ampliaram os projetos", informou.
Metas
Nos setores de soja e trigo, a meta das Câmaras setoriais para os próximos quatro anos é debater com o governo a ampliação dos programas de apoio à comercialização. "O nosso foco será garantir aos produtores o preço mínimo, com ajuste nos instrumentos para torná-los mais próximos à realidade", explica o coordenador-geral de Cereais e Culturas Anuais do ministério da Agricultura, Sílvio Farnese.
Em relação ao feijão, a meta do Brasil é garantir o abastecimento da população e gerar excedentes para o mercado externo. Para isso, uma medida importante é o plantio de variedades mais produtivas e resistentes a doenças.
No setor de milho, o objetivo é aumentar a média nacional de produtividade, que hoje é de 70 sacas de 60 kg por hectare. Segundo Farnese, esse número poderá chegar a 110 sacas, já que essa quantidade é alcançada em vários estados da região Centro-Sul do Brasil.
Parcerias
"A ideia é contribuir para a construção de parcerias entre os ministérios da Agricultura e de Desenvolvimento Agrário, com as cooperativas, associações de produtores e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro Pequenas Empresas (Sebrae) para levarmos mais tecnologia ao campo", explica Lima.
Saiba mais
As Câmaras Setoriais e Temáticas foram criadas em 2003. O objetivo desse fórum consultivo é propor, apoiar e acompanhar as ações para o desenvolvimento das atividades das cadeias produtivas do agronegócio brasileiro.
Em 2010, foram realizadas 107 reuniões. A expectativa do Ministério da Agricultura é de que sejam 112, em 2011. As Câmaras Temáticas englobam mais de uma cadeia produtiva, como insumos, orgânicos, agricultura irrigada e de infraestrutura e logística. Cada reunião conta com 25 integrantes de entidades representativas e do governo.
(Fonte: Mapa)
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Fernando Lopes | De São Paulo
A UBF acaba de lançar a primeira apólice de seguro agrícola do país que cobre uma parte da receita esperada pelo agricultor com a venda da produção, e não apenas os gastos com o custeio de safra.
Antiga reivindicação dos agricultores brasileiros, a novidade, pioneira na América Latina mas muito utilizada nos Estados Unidos, está disponível apenas para a soja e chegou ao mercado em um lote-piloto de dez apólices negociadas no Paraná.
José Cullen, vice-presidente de Riscos Especiais da UBF Seguros, explica que os termos da apólice são definidos a partir de informações que levam em consideração as regras de zoneamento agrícola, a área plantada e a produtividade e a colheita esperadas.
A receita esperada deve ser balizada a partir da fixação do preço da soja no momento da contratação, com hedge na bolsa de Chicago. Em caso de oscilações dos preços no momento da venda da safra, para cima ou para baixo, estão previstos mecanismos de ajustes.
Segundo o executivo, a nova ferramenta de proteção oferece cobertura de até 70% da receita esperada, percentual considerado suficiente para que os agricultores se dediquem a suas lavouras com o afinco de sempre. Se a cobertura fosse de 100%, por exemplo, haveria poucos motivos para a mesma dedicação, uma vez que toda a receita já estaria garantida independentemente dos resultados obtidos.
Nos Estados Unidos, onde esse tipo de apólice foi lançado em 1997 e logo abocanhou 18% do mercado de seguro agrícola do país, a cobertura é de até 80% da receita esperada. Mas por lá o segmento está maduro. Hoje a modalidade representa 80% do mercado de seguro agrícola americano - que cobre quase toda a produção agrícola do país - e resulta em prêmios anuais totais da ordem de US$ 10 bilhões.
No Brasil, como demonstram os gráficos acima, o mercado como um todo patina e depende diretamente do volume de recursos liberados pelo governo federal para subvencionar os prêmios. Nas apólices tradicionais lançadas no país a partir da implantação do programa oficial de subvenções - há alguns programas estaduais menos relevantes -, esse subsídio vai de 30% a 70%, dependendo do produto e da região de plantio.
Como em 2010 as subvenções recuaram, os prêmios também seguiram a mesma direção e permaneceram abaixo de R$ 200 milhões. A líder do mercado brasileiro é a Aliança do Brasil, ligada ao Banco do Brasil. Apesar da queda geral, Cullen informa que, no caso da UBF, houve uma alta de 20% nos prêmios de seguro rural como um todo, que somaram R$ 49 milhões. O ramo agropecuário, que faz parte do "rural" e inclui as culturas agrícolas, florestas e pecuária, cresceu 17%, para R$ 35 milhões.
Como a nova apólice também é passível de ser contratada com a subvenção federal - de 60%, no caso da soja -, a evolução do novo mercado dependerá do volume de recursos liberado pelo governo. O Ministério da Agricultura prevê R$ 406 milhões para o apoio, mas já se sabe que o orçamento do governo como um todo será ajustado.
De qualquer forma, diz Cullen, a "intenção" é chegar a 300 apólices esse ano, tendo em vista o plantio de soja da próxima safra de verão (2011/12), que começará em setembro. As dez primeiras apólices negociadas com clientes tradicionais do Paraná renderam, no total, prêmios de R$ 300 mil. Apólices do gênero para culturas como milho e algodão estão previstas, mas sem data de lançamento definida.
Consultado pelo Valor, o departamento de Gestão de Risco Rural do Ministério, defensor da ampliação dos recursos para as subvenções, confirmou o ineditismo da apólice do UBF. Em comunicado, considerou a ferramenta "uma evolução no segmento, já que é uma alternativa de cobertura mista que cobre produção e receita".
Contexto
O argentino José Cullen foi o primeiro diretor técnico da UBF na área de seguro rural. Assumiu o cargo em 2003, quando foi criada a Seguradora Brasileira Rural, controlada pela holding UBF Participações. A holding, por sua vez, tinha como acionistas as multinacionais Swiss Re (45%) e Enhance Financial Service (45%), além da Rio Bravo Securitizadora (10%).
Nos últimos anos, antes de voltar ao Brasil e assumir a vice-presidência de Riscos Especiais da UBF Seguros, Cullen trabalhou diretamente na Swiss Re. Em setembro de 2010, a Swiss Re e o IFC, braço do Banco Mundial, concordaram em injetar US$ 40 milhões e a "nova" UBF Seguros passou a ter a resseguradora como acionista majoritária e o IFC como único acionista minoritário.
Luiz Roberto Paes Foz continua na presidência da UBF Seguros. Para ele, a meta de crescimento de 20% no segmento rural estabelecida para este ano é "ambiciosa", principalmente em consequência das incertezas que ainda cercam"
“A interlocução com os parlamentares no acompanhamento de projetos que impactam, direta ou indiretamente, no setor cooperativista é uma parte essencial do trabalho de representação da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) em defesa do movimento”. Desta forma, Renato Nobile, superintendente da OCB, iniciou, na manhã desta sexta-feira (28/1) o workshop Atuação Política no Congresso Nacional, um evento promovido pela instituição em parceria com a Strategos – Empresa Jr. de Consultoria Política da Universidade de Brasília. O encontro acontece na sede da OCB, em Brasília (DF), e tem a coordenação da Assessoria Parlamentar (Aspar) da entidade.
Nobile também ressaltou o trabalho conjunto com a Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop). “Contamos com uma frente atuante e comprometida, com uma permanência, nessa última eleição, de 60% dos integrantes no Congresso. Essa articulação constante entre a OCB e a Frencoop é fundamental para nossa atuação junto ao Poder Legislativo”, disse.
Em seguida, a assessora Parlamentar da OCB, Tânia Zanella, falou sobre o papel da Aspar nesse processo. “Hoje, trabalhamos, basicamente, com ações junto à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal, mas a idéia é ampliar essa atuação para o Executivo, por exemplo”. “Nosso papel é identificar e implementar estratégias que fortaleçam, ampla e nacionalmente, o movimento cooperativista brasileiro no Congresso Nacional. Isso ocorre a partir do acompanhamento da tramitação de proposições e questões prioritárias discutidas no âmbito do Legislativo”, ressaltou.
Os participantes do evento, estudantes de graduação em Ciência política da Universidade de Brasília (UnB), assistiram ainda a painéis sobre o funcionamento de assessorias parlamentares no âmbito público e em gabinetes parlamentares, noções de processo legislativo e estratégias de atuação. Eles também fizeram parte de uma mesa redonda sobre o tema “Começo de carreira e perspectivas do mercado de trabalho”. Os assuntos foram apresentados pelos integrantes da Assessoria Parlamentar da OCB, Clara Maffia, Eduardo Queiroz, Fabíola Motta e Thiago Abrantes, além de convidados. São eles – Lelyne Paes Leme, assessora Parlamentar do senador Gilberto Goellner, Moema Bonelli, assessora de Relações Institucionais da Unimed do Brasil, Eduardo Macedo, assessor de Relações Governamentais da Associação Brasileira de Indústria Têxtil, e Leonardo Barreto, coordenador do curso de Ciência Política da UnB.
A industrialização da piscicultura foi uma das pautas tratadas com o governador do Amazonas, Omar Aziz, pelo ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, acompanhado do senador João Pedro (PT/AM), que é membro da Frencoop/AM. Segundo o jornal A Crítica, o ministro disse que um dos projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia prevê investimentos aos piscicultores e cooperativas, em ações voltadas para a industrialização da cadeia produtiva do pescado no Estado.
Ao saber disso, o presidente do Sistema OCB/Sescoop-AM, Petrucio Magalhães Júnior, comemorou, pois o ministro reconheceu as potencialidades regionais e as necessidades das cooperativas receberem mais investimentos nas áreas de tecnologia e formação profissional.
Para Petrucio, a visão do melhor aproveitamento do peixe e a agregação de valor ao produto por meio da industrialização, é certamente o caminho para a sustentabilidade dos negócios e do meio ambiente na Amazônia. O Sescoop/AM tem dedicado e investido recursos financeiros em ações de capacitação nos municípios, com o objetivo de profissionalizar a gestão das cooperativas, a fim de torná-las competitivas no mercado.
Jutaí Coop
Com essa visão inovadora de manejo e industrialização de produtos foi recentemente constituída a Cooperativa Mista de Desenvolvimento Sustentável de Jutaí (Jutaí Coop).
A cooperativa, conta inicialmente com 36 cooperados e tem como objetivo conscientizar, motivar e planejar estrategicamente o plantio e a comercialização de banana, açaí, extrativismo da borracha e o manejo e industrialização do pirarucu e tambaqui, além de jacaré. Outra frente de ação da Jutaí Coop são a coleta e o beneficiamento dos óleos vegetais da andiroba e copaíba.
Segundo o representante da cooperativa, em Manaus, Raimundo Nonato Cavalcante, parcerias estão sendo firmadas com o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS) e Ministério da Pesca e Aqüicultura, para a construção do primeiro frigorífico da região no Alto Solimões. “Estamos também nos fortalecendo localmente e, para isso, contamos com o apoio da Prefeitura de Jutaí, através do prefeito do município Asclepiades Costa de Souza”.
A Jutaí Coop já tem cadastrados 850 pescadores, potenciais futuros cooperados no município de Jutaí (AM). Espera-se que os seus produtos, inicialmente, venham a abastecer o mercado local, municípios adjacentes e Manaus. (Fonte: OCB/AM)
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O Mercosul e a União Europeia (UE) negociam para avançar no fechamento de um acordo entre os dois blocos na área comercial. Enquanto isso, empresários brasileiros terão a oportunidade de apresentar propostas para compor o futuro acordo à Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), conforme consulta pública aberta este mês. Por isso, o Sindicato e Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e abastecimento (Mapa) promovem, no dia 3 de fevereiro, na sede da Ocepar, em Curitiba (PR), uma reunião para discutir as ofertas do agronegócio brasileiro que integram as negociações do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE).
Os debates, coordenados pela Secretaria de Relações Internacionais do Mapa, vão focar as cadeias produtivas do trigo, malte, leite, café, sucos, aves, suínos, milho, arroz, soja e sucroalcooleiro.
Para o gerente de mercador da OCB, Evandro Ninaut, neste momento, o cooperativismo, principalmente o ramo agropecuário, precisa discutir o assunto e propor melhorias por ser um segmento extremamente sensível nessas negociações, em virtude das exportações de commodities.
A consulta sobre as negociações visam aprofundar as relações entre os países do Mercosul e da União Européia. A intenção é buscar o posicionamento do setor com respeito à inserção internacional do País, apresentando propostas de melhoria de oferta para as negociações no âmbito do futuro Acordo de Livre Comércio entre os dois blocos.
Autoridades e cooperativistas lotaram o Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa (AL) na manhã da quarta-feira (26/01) durante o evento “Cooperativismo: o sucesso da cooperação”. Proposto pelo presidente do Parlamento gaúcho em 2010, deputado Giovani Cherini, o encontro foi promovido pela AL em parceria com a Ocergs. Na ocasião, 41 cooperativas e entidades receberam destaque por atuarem em favor do desenvolvimento do Rio Grande do Sul.
Conforme o presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius, “quem coopera faz a diferença em nosso Estado”. O dirigente salientou que mais da metade da população do Rio Grande do Sul é ligada a cooperativas e que o sistema é responsável pela geração de saúde, trabalho e alimentos aos gaúchos, promovendo melhores condições de vida. Entre as ações do cooperativismo no Estado, Perius citou a construção de sete hospitais, a alta tecnologia, a inclusão social, as parcerias público-privadas, a importância do ramo Crédito na saúde financeira, a preocupação com o meio ambiente e sustentabilidade, a cooperação entre sócios e cooperativas e a promoção de cultura, comunicação e educação. Também agradeceu à Assembleia Legislativa pelo trabalho em favor do cooperativismo.
O presidente da AL, Giovani Cherini, destacou que o lema da cooperação, presente na sua gestão, auxiliou nos processos internos da Casa e serve de referência para a construção de uma nova realidade. “A cooperação trouxe a ideia da participação e do diálogo. Estamos vivendo outro momento no Rio Grande do Sul”, disse. O parlamentar acrescentou que os maiores e principais problemas enfrentados pelo Estado podem ser solucionados pelo cooperativismo: “Sem cooperação não há sociedade”.
Em seu pronunciamento, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, ressaltou a cooperação como primordial nos processos civilizatório e democrático, que estão em crise. “A cooperação é uma transição para homens e mulheres de boa vontade que queiram reorganizar a sociedade em um sistema mais democrático”, afirmou. O governador destacou a criação da Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo que, conforme ele, “estará permanentemente articulada com as questões de cooperação”.
Também destacaram a importância do cooperativismo, em seus pronunciamentos, o presidente do Tribunal de Contas do Estado, João Osório; a procuradora-geral de Justiça, Simone Mariano da Rocha; e o juiz de Direito Pedro Pozza, que preside a Sicredi Ajuris, representando o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Leo Lima. Participou do evento, ainda, o secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan, além de deputados e autoridades estaduais e municipais.
O público presente foi convidado a participar da campanha “Cooperativismo faz bem” e conheceu um pouco mais sobre as cooperativas gaúchas com a degustação de produtos. Também assistiu a canções do Festival O Rio Grande Canta o Cooperativismo, promovido pelo Sescoop/RS. (Fonte: Ocergs)
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Apesar de, em dezembro de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter sancionado a Lei nº 12.349/10 (MP 495/10) que alterou o texto da Lei nº 8.666/93, estabelecendo que as cooperativas tivessem o direito de participar das licitações públicas, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, inexplicavelmente, excluiu esse direito por meio do decreto 52.091, assinado em 19 de janeiro.
O decreto impede a participação de cooperativas de trabalho em licitações e contratações promovidas pela Administração Direta e Indireta do Município de São Paulo, contrapondo o incentivo às cooperativas estabelecido na Constituição Federal de 1988 e na Constituição do Estado.
Texto de teor parecido foi divulgado em junho de 2010 pelo ex-governador de São Paulo, Alberto Goldman, por meio do decreto 55.938. Naquela oportunidade, a Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) repudiou a medida e o mesmo faz agora diante da decisão do prefeito Kassab.
O Sistema Ocemg/Sescoop-MG apoia a iniciativa da Ocesp que afirma, em sua justificativa, não ter sido ouvida pela Prefeitura para esclarecer as dúvidas recorrentes. Afirma também a existência de alegações improcedentes a exemplo da informação de que falsas cooperativas poderiam participar dos certames. A Ocesp atesta que, como forma de garantir a idoneidade das cooperativas, mantém sob controle a titularidade de cada uma por meio de um Selo de Conformidade estabelecido nacionalmente pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), que incluiu no projeto-piloto cooperativas dos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
Por sua vez, o presidente do Sistema Ocemg/Sescoop-MG, Ronaldo Scucato, sustenta o argumento legal de que a determinação via decreto fere a Lei Federal nº 12.349/10 que hoje regulamenta a matéria. De acordo com ele, o decreto válido para São Paulo é um retrocesso. “O cooperativismo mineiro considera esse cerceamento um absurdo. Somos solidários ao Sistema Ocesp/Sescoop-SP e ressaltamos que em Minas isso não ocorre porque temos total apoio do governo nas esferas municipal e estadual. Sem dúvida, a iniciativa do prefeito Kassab é injusta e inaceitável”, afirma Scucato.
O cooperativismo mineiro acredita que, sob a orientação da Ocesp, as cooperativas paulistas estarão bem orientadas a utilizar as ferramentas legais adequadas para reverter esse cenário nefasto. (Fonte: Ocemg)
Com o objetivo de disseminar o cooperativismo entre os contabilistas do Amazonas, o Conselho Regional de Contabilidade do Amazonas (CRC-AM), por meio do seu presidente, Júlio Ramon, e o Sistema OCB-Sescoop/AM, representado pelo superintendente, Adriano Fassini, decidiram, nesta terça-feira (25/1), em reunião, firmar parceria entre as duas instituições. O Protocolo de Intenção de Parceria será assinado no sábado, 29, na sede do CRC-AM.
Segundo Adriano Fassini, o encontro com o presidente do CRC foi, em princípio, para apoio na divulgação, entre os contabilistas, do I Workshop de Contribuição Previdenciária para Cooperativas do Estado do Amazonas, porém a parceria evoluiu, para outras atividades de capacitação e melhoria de gestão de cooperativas.
Júlio Ramon lembrou que as universidades não abordam o cooperativismo em seus cursos e que a parceria vai permitir aos contabilistas receber capacitação, para atuar num mercado emergente no Amazonas. “Socialmente, esse acordo é bom, para todos; ganham os contabilistas, com a capacitação e o CRC, que abre possibilidades para o profissional. Além disso, o associativismo é importante para o crescimento do país”, considerou.
O superintendente do Sistema OCB-Sescoop/AM ressaltou que esse acordo vai viabilizar a criação de um Comitê Técnico Contábil, no Amazonas, como já existem em outros Estados e que é formado por contabilistas capacitados para atuar junto às cooperativas. “Ainda temos problemas com a contabilidade de algumas cooperativas, também, pela falta de profissionais de contabilidade, capacitados em cooperativismo”, insistiu.
Atividade já em fevereiro - A primeira atividade de capacitação para os contabilistas, oferecida pelo Sescoop/AM será o I Workshop de Contribuição Previdenciária para Cooperativas do Estado do Amazonas, que acontecerá nos dias 10 e 11 de fevereiro de 2011. Serão disponibilizadas 60 vagas, gratuitas.
A atividade tem como objetivo atualizar e interpretar a Legislação Federal sobre Retenção de Contribuições Previdenciárias e Obrigações Acessórias Tributárias, através das contratações pelas cooperativas, e demostrar a geração e extração do Arquivo SEFIP.RE, orientando e conduzindo os participantes nos registros de informações com ênfase às diversas situações de Retificações.
O curso, com carga horária de 16 horas, será realizado no auditório da cooperativa Unicred Manaus, que fica no bairro da Praça 14 de Janeiro.
CRC Amazonas - O CRC é uma entidade criada pelo Decreto-lei 9.295/46. Como órgão regional, é subordinado ao Conselho Federal de Contabilidade e sua jurisdição abrange todo o Estado do Amazonas.
A finalidade maior do CRC é fiscalizar o exercício da profissão de contabilista, assim entendendo-se os profissionais habilitados como contadores e técnicos em Contabilidade. Portanto, para os contabilistas e os escritórios contábeis exercerem suas atividades profissionais devem ser registrados no CRC.
Júlio Ramon informou que o CRC-AM tem 15 mil profissionais registrados e, no ano passado, em função da Lei 12.249/10, teve um número maior de solicitação de registros – em torno de 1.000 – pois com a nova lei, será necessário passar no exame de suficiência na área Contábil, para poder atuar profissionalmente.
Além do workshop, outras atividades de capacitação voltadas para contabilistas serão realizadas ainda no primeiro semestre de 2011, informou Fassini. (Fonte: OCB/AM)
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Alda do Amaral Rocha | De São Paulo
No volátil ano de 2010, o preço médio do leite pago ao produtor nacional ficou em R$ 0,71 por litro, 8,3% acima de 2009, mostra levantamento da Scot Consultoria. E as perspectivas são de que as cotações continuem firmes este ano.
Um crescimento esperado de 4% a 5% na demanda por lácteos no país e a expectativa de aumento dos custos de produção na pecuária de leite, por causa da alta do milho e do farelo de soja - matérias-primas da ração -, justificam a previsão. Afora isso, os preços internacionais do leite em pó também estão em recuperação.
Neste mês, os produtores do país receberam das indústrias R$ 0,721, na média, pelo leite entregue em dezembro. O valor caiu em relação ao mês anterior, quando a cotação média foi R$ 0,73, segundo a Scot. Foi o primeiro recuo após quatro meses de aumentos.
De acordo com Rafael Ribeiro, analista da Scot, a queda registrada reflete aumento de produção de leite em bacias leiteiras de Minas Gerais e São Paulo. Além de oferta maior, o consumo também é menor nesta época do ano por causa do período de férias, diz Ribeiro. A expectativa é de um quadro parecido este mês e de que a demanda por lácteos volte a crescer a partir de fevereiro e março.
Para o decorrer do ano, o analista espera preços firmes ao produtor de leite no país. "A demanda deve crescer 4% a 5%. Há aumento da renda da população, e deve haver crescimento do consumo de produtos de maior valor agregado", afirma. Outro fator de alta é o maior custo de produção, projetado em 12% a 13% este ano, segundo a Scot.
A própria indústria de lácteos admite que esse custo maior deverá ser repassado para o produto final. Espera, porém, menos volatilidade que em 2010. No ano que passou, houve pressão nas cotações na entressafra, mas o atraso das chuvas fez a produção de leite só começar a aumentar a partir de outubro.
"Já estamos começando o ano num patamar bem superior [ao do começo de 2010]. Espero que haja menos volatilidade", diz Jacques Gontijo, presidente da central de cooperativas mineira Itambé. Laércio Barbosa, da Jussara, também afirma que os preços nunca "viraram o ano nesse patamar".
Para Gontijo, os preços devem ficar acima dos atuais níveis e a concorrência pela matéria-prima será grande porque demanda e oferta estão ajustadas. Segundo projeção da Scot, com base em dados do IBGE, a produção nacional de leite em 2010 ficou em 30,8 bilhões de litros (leite formal e informal). Em 2009, havia ficado em 29,1 bilhões de litros.
Enquanto aqui custos e demanda sustentam o preço do leite, no mercado internacional é a oferta restrita em regiões como Nova Zelândia e Austrália, por causa do clima, que eleva as cotações, segundo Ribeiro, da Scot. De acordo com levantamento do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), na semana três deste ano a tonelada do leite em pó ficou com preço médio de US$ 4.150 na Europa. No mesmo período de 2010 estava em US$ 3.475.
O analista acrescenta que a valorização do euro em relação ao dólar e a recuperação da economia mundial também contribuem para a alta dos preços internacionais.
Apesar das cotações externas em alta, o câmbio brasileiro ainda é um entrave à exportação, diz Jacques Gontijo, da Itambé. "Com os preços atuais, somos exportadores com um dólar a US$ 2,00. A US$ 1,70, somos importadores", calcula. No ano que passou, o Brasil voltou a ter déficit na balança de lácteos e ampliou as importações. De acordo com o Ministério da Agricultura, as exportações somaram apenas US$ 156,4 milhões enquanto as importações alcançaram US$ 336,1 milhões. O saldo negativo foi de US$ 179,6 milhões.
Veículo: Valor Econômico
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O diretor de assuntos comerciais da Secretaria de Relações Internacionais do ministério da Agricultura, Benedito Rosa do Espírito Santo, e o conselheiro do ministério das Relações Exteriores, Francisco Canabrava, estiveram reunidos com representantes do setor produtivo do Paraná, nesta terça-feira (25/01), na sede do Sistema Ocepar, em Curitiba, para discutir as demandas do agronegócio paranaense e as oportunidades para o cooperativismo num eventual acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE). Participaram do encontro, membros da Ocepar, Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Secretarias Estaduais da Agricultura e Indústria e Comércio, Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), DFA, cooperativas e agroindústrias.
Exercício - "Foi uma reunião muito proveitosa. É o tipo de exercício que é útil para os dois lados. Para mim, foi a oportunidade de explicar como está a situação atual das negociações entre o Mercosul e a União Europeia, a importância dessas negociações e os desafios que estão envolvidos. Por outro lado, como participante das negociações, foi importante ouvir quais são as preocupações do setor produtivo paranaense, que é responsável pela geração de emprego e de renda e que tem um peso muito importante nas exportações", avaliou o conselheiro Francisco Canabrava. De acordo com ele, a conclusão das negociações entre os dois blocos resultará em um dos maiores acordos comerciais do mundo.
Antecedentes - Canabrava lembrou que o Mercosul e a União Europeia começaram a negociar um acordo comercial em 1999, com um avanço significativo até 2004. A partir daí, o processo ficou estagnado. Os dois blocos voltaram às negociações em julho de 2010 e podem conclui-las nesse ano. "Entre os dias 15 e 20 de fevereiro, os países do Mercosul vão ser reunir em Assunção, no Paraguai, para chegar a uma conclusão. Depois, entre os dias 14 e 18 de março, os dois blocos se reúnem em Bruxelas para fazer intercâmbio oral de ofertas. O troca formal de um documento sobre o acordo deve ocorrer entre o final do mês de março e início de abril", acrescentou ele.
Dedicação - Canabrava acredita que o acordo deverá ser selado mediante equilíbrio de ofertas e concessões de ambas as partes. "O Brasil e os sócios do Mercosul estão dedicados de uma maneira muito séria nessas negociações. O importante é que, para que saia um acordo, ele deve ser equilibrado, realista e levar em conta as diferenças de tamanho, ou seja, as assimetrias que existem dos dois lados. O Mercosul, o Brasil em particular, é um grande exportador agrícola, mas nós temos também outras áreas que nós temos que assegurar que não vão ser prejudicadas, como a área industrial, por exemplo, que também é muito importante. Por isso, será necessário cautela para que possamos ter certeza de que os setores brasileiros envolvidos não sairão prejudicados", disse Canabrava.
Dificuldade - Segundo o conselheiro, atualmente persiste a mesma dificuldade encontrada em 2004, quando as negociações foram interrompidas. "A União Europeia tem demandas muito altas, tem pedidos em diversas áreas que não são as áreas envolvendo exportações e importações. Ela pede também acordos que alteram a nossa legislação em áreas importantes como propriedade intelectual, investimentos, serviços. Tudo isso envolve um esforço muito grande do Mercosul e não envolve um esforço tão grande por parte da União Europeia. Isso tem muito a ver com o fato de tentarmos chegar a um acordo equilibrado. Que a União Europeia possa ter acesso ao mercado do Mercosul mas que o Mercosul também possa ter acesso ao mercado da União Europeia sem que isso represente um ônus tão pesado da parte do Mercosul", acrescentou.
Prioridades - Para o diretor de assuntos comerciais da Secretaria de Relações Internacionais do ministério da Agricultura, Benedito Rosa do Espírito Santo, é preciso ter clareza sobre os termos que serão negociados no acordo, por isso, foi fundamental as manifestações do setor. "Essa reunião foi importante para fazermos uma avaliação sobre quais os produtos que, não só o Paraná, a região Sul, mas o agronegócio brasileiro, entende que devemos priorizar para efeito de ganhar espaços na União Europeia e, no caso específico, melhorando as condições de acesso através de redução tarifária e regras mais flexíveis num eventual acordo de livre comércio", disse.
Ganho - De acordo com ele, a agricultura e o cooperativismo podem ganhar muito com a concretização das negociações entre o Mercosul e a União Europeia. "A União Europeia importa US$ 100 bilhões por ano em produtos agrícolas de diversos países do mundo, inclusive do Brasil, e o que nós queremos é au"