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Notícias saber cooperar
26/03/2025

Cooperativas promovem saúde e bem-estar e contribuem para o ODS 3

As cooperativas de saúde são uma alternativa para garantir atendimento de qualidade, humano e inclusivo para milhões de pessoas. Em todo o mundo, elas têm dado contribuições significativas para alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3, que pretende assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para pessoas de todas as idades.  No Brasil, as cooperativas de saúde estão presentes em 90% do território e são responsáveis pelo atendimento de mais de 25 milhões de pessoas. Com mais de 60 anos de atuação no país, o segmento é formado por cooperativas médicas, odontológicas e de outros profissionais que exercem atividades de atenção à saúde humana, como fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos e nutricionistas.  Também fazem parte deste ramo as cooperativas que se reúnem para constituir um plano de saúde, garantindo preços mais justos pelo serviço. Segundo dados do Anuário Coop 2024, o setor reúne 254 mil cooperados e gera 139 mil empregos diretos.  “As cooperativas de saúde são verdadeiros patrimônios do país e reconhecidas mundo afora. Elas conseguem aliar geração de trabalho e renda com valores cooperativistas e compromisso socioambiental na prestação de serviços de qualidade para a sociedade, com impacto para a qualidade de vida de milhões de pessoas”, afirma a gerente-geral do Sistema OCB, Fabíola Nader Motta.  A tradição brasileira no segmento é tão forte que o país tem os maiores sistemas cooperativos de saúde do mundo, nas áreas odontológica e médica: a Uniodonto e a Unimed. Este último com 340 cooperativas em todo o país e mais de 29 mil hospitais, clínicas e serviços credenciados, possuindo 38% de participação no mercado nacional de planos de saúde. Além disso, um em cada quatro médicos do Brasil é cooperado da Unimed.  Além do atendimento convencional – com consultas, exames, tratamentos e cuidados especializados – as cooperativas são reconhecidas por iniciativas de saúde integral, impulsionando uma vida mais saudável entre seus pacientes e nas comunidades em que atuam, alinhadas ao ODS 3 da Organização das Nações Unidas (ONU).  Assistência na melhor idade Em Imperatriz (MA), a Unimed Maranhão do Sul é referência no atendimento à saúde há 41 anos. Além da qualidade dos serviços prestados, a coop também é reconhecida pelos moradores por ações comunitárias de promoção de saúde e bem-estar, especialmente para o público da terceira idade. Com o aumento da população idosa no município, a cooperativa decidiu investir em iniciativas específicas para seus pacientes com mais de 60 anos. No Programa Idoso Bem Cuidado, eles recebem acompanhamento especializado, com foco na prevenção, reabilitação e promoção da qualidade de vida, além de consultas médicas e monitoramento multiprofissional, garantindo assistência preventiva e contínua. Já no Espaço Viver Bem, o objetivo é promover a saúde integral. Além de medicina preventiva, a estrutura criada pela Unimed Maranhão do Sul oferece academia para atividade física, oficinas, grupos de atividades funcionais, e consultas com nutricionistas e psicólogos.  O cuidado não se restringe aos ambientes da cooperativa e também inclui suporte a asilos e instituições de acolhimento a idosos da cidade, segundo o assessor executivo da coop, Kaique Sampaio. Uma delas é o Lar do Idoso Renascer, para o qual foram doadas cadeiras de roda, banho e sofás a fim de melhorar a mobilidade e proporcionar mais conforto aos moradores.  Unimed do Maranhão“Também organizamos ações de saúde em pontos estratégicos da cidade e oferecemos vacinação, testes rápidos, aferição de pressão, teste de glicemia, informações educativas, atividades físicas direcionadas para a promoção da saúde da comunidade e do envelhecimento saudável”, explica Sampaio.  Além da atenção com os mais velhos, a cooperativa também tem programas voltados para crianças e jovens. O Espaço Crescer Bem, por exemplo, atende crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e oferece acolhimento e atividades para as mães atípicas.  Outra iniciativa foi a campanha de Natal do ano passado, em que a coop arrecadou brinquedos e kits natalinos para a Casa da Criança de Imperatriz. Durante a entrega, crianças e jovens participaram de atividades e brincadeiras com um professor de educação física e receberam atendimento médico com um clínico-geral cooperado da Unimed.  “Ao promovermos iniciativas como essas, estamos cumprindo nossa missão de cuidar da comunidade de forma inclusiva e acessível. Essas atividades impactam diretamente a vida das pessoas, melhorando o acesso à saúde e à qualidade de vida. Em um ambiente cooperativo, nossa missão vai além de atender pacientes, buscamos promover um legado de bem-estar e solidariedade que reverbere positivamente nas comunidades em que atuamos”, destaca  Kaique Sampaio.   Integração e saúde  No interior de São Paulo, a Unimed Presidente Prudente também tem promovido ações comunitárias para cuidar da saúde da população do município e da região. Com o projeto Circuito Verde, a coop oferece atividades esportivas gratuitas para pessoas de todas as idades. Realizada em um parque público, além dos benefícios para a saúde, a iniciativa promove a interação e proporciona encontros e tempo de qualidade entre famílias, amigos e atletas.  Unimed de Presidente Prudente“A ideia do Circuito Verde Unimed surgiu da vontade da cooperativa de celebrar o mês da saúde, em abril, de forma inovadora e impactante. Nosso objetivo é mostrar que a Unimed, além de referência em cuidados médicos, também promove um estilo de vida saudável e ativo”, destaca o gerente de Relacionamentos da cooperativa, Luís Fante.  Com programação variada em todos os fins de semana de abril, o projeto tem atividades para crianças, idosos, fãs de corridas e de ciclismo. Além de incentivar a prática de exercício, o evento busca criar experiências significativas para a população, mostrando a importância do cuidado com a saúde em todas as idades, integrando lazer, entretenimento e bem-estar na rotina. Criado em 2024, o projeto Circuito Verde já recebeu reconhecimento no Prêmio Somos Coop Melhores do Ano, conquistando medalha de prata na categoria Comunicação. Além do Circuito Verde, ao longo do ano, a coop investe em outras estratégias de saúde para a comunidade, como a Caminhada Unimed, em que os participantes combinam atividade física e solidariedade com a doação de alimentos na inscrição.  Em 2024, a cooperativa paulista também fez parte da Corrida 366, em parceria com o atleta Gabriel ‘Gigante’, do projeto Coração Gigante. Durante os 366 dias do ano, ele correu 10 quilômetros (km) por dia, com um quilo de alimento arrecadado a cada km. “No evento de encerramento, que reuniu cerca de mil pessoas, recebemos a comunidade e oferecemos atendimentos como aferição de pressão e glicemia”, lembra o gerente.  Olhar cooperativista  O compromisso com o bem-estar e a saúde não é exclusividade das cooperativas do segmento. Em Minas Gerais, desde 2019, uma coop de crédito tem ajudado a melhorar a qualidade de vida de crianças e adolescentes que precisavam de óculos, mas não podiam pagar pelo atendimento médico.  A partir dessa necessidade de parte da população, o Sicoob Credifor criou o Projeto de Olho no Futuro e implementou nas cidades mineiras de Córrego Fundo, Guapé, Formiga e Piumhi. Em quase seis anos, mais 1,3 mil crianças e jovens de 5 e 17 anos já foram atendidos.  “A iniciativa surgiu ao perceber que muitas crianças enfrentavam dificuldades de aprendizado devido a problemas de visão não diagnosticados. Para combater esse desafio, o projeto oferece consultas oftalmológicas e distribui óculos gratuitamente para as crianças que necessitam, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e do desempenho escolar”, explica a coordenadora do do Sicoob Credifor, Meyre Priscila Almeida Silva.  Além do atendimento clínico, o Projeto De olho no futuro promove atividades educativas, como contação de histórias e palestras sobre cuidados com a saúde ocular e educação financeira nas escolas públicas dos municípios atendidos.  “Essas iniciativas demonstram que, quando bem estruturadas, as cooperativas podem ser agentes de mudança, fortalecendo vínculos comunitários, impulsionando o crescimento econômico e contribuindo para um futuro mais justo e equitativo para todos”, destaca a coordenadora da coop.   O projeto do Sicoob Credifor recebeu o segundo lugar na categoria Coop Cidadã do Prêmio SomosCoop Melhores do Ano 2024.
Cooperativas promovem saúde e bem-estar e contribuem para o ODS 3
Notícias saber cooperar
12/03/2025

Elas no coop: com participação e liderança, mulheres fortalecem o cooperativismo

Desde a sua criação, há quase dois séculos, o cooperativismo garantiu espaço para que as mulheres pudessem buscar uma vida melhor por meio do trabalho e da participação em um sistema econômico justo. Atualmente, o coop reúne milhões de cooperadas em todo o mundo, promove a igualdade de gênero, valoriza e impulsiona a liderança feminina.  No Brasil, as mulheres representam 41% dos cooperados, segundo dados do Anuário Coop 2024. Entre as 9,6 milhões de brasileiras que encontraram no coop oportunidades de trabalhar, empreender e garantir uma vida melhor para suas famílias, a maioria faz parte de cooperativas de consumo, crédito, saúde e trabalho, produção de bens e serviços. Além da participação significativa entre os cooperados, as mulheres são maioria na força de trabalho das cooperativas, com 52% do total de empregados do setor em todo o país, um aumento de 15% em relação a 2021. A presença delas é mais representativa nas cooperativas de  saúde (75%), crédito (60%), consumo (57%), e trabalho, produção de bens e serviços (55%) Entre as lideranças, as mulheres ocupam 23% dos cargos de alta gestão no cooperativismo brasileiro. Desde 2020, esse número tem apresentado uma evolução contínua, mas ainda reflete um desafio de todos os setores da economia de garantir maior representatividade feminina nos espaços de poder.  Todos esses indicadores representam histórias de profissionais, empreendedoras, chefes de família, estudantes, mães, filhas e esposas que fazem do cooperativismo um modelo de negócios diverso e que constroi um mundo melhor para as mulheres.    A presidente do Comitê de Igualdade de Gênero da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), Xiomara Nuñez de Céspedes, destaca que garantir condições de igualdade para as mulheres não é apenas uma questão de justiça social, mas também de desenvolvimento e prosperidade.  “Quando as mulheres desfrutam de oportunidades iguais, a sociedade como um todo se beneficia. Educação, empoderamento econômico e envolvimento das mulheres na política são essenciais para construir um futuro mais justo e sustentável”.  Liderança com diálogo  A presidente do Sistema OCB no Maranhão, Aureliana Luz, é um exemplo de liderança feminina cooperativista que tem apoiado outras mulheres a transformar suas histórias. Assistente social com especializações em gestão de cooperativas e liderança, começou sua caminhada no cooperativismo há 12 anos. Antes de ser a primeira mulher a presidir o Sistema OCB/MA, participou da fundação de duas cooperativas no estado.  “O cooperativismo se tornou muito mais do que uma atividade profissional. É um estilo de vida, uma filosofia que me guia e me inspira. Ele representa a crença no poder da colaboração, na força da união e na capacidade de transformar vidas através da cooperação”, destaca.  Apaixonada pelo cooperativismo e reconhecida por sua habilidade de comunicação, Aureliana tem uma gestão marcada pelo diálogo e investe na representação institucional junto a parlamentares e secretarias estaduais para fortalecer o coop em seu estado. “As mulheres líderes trazem para o ambiente de trabalho uma maior abertura para o diálogo, a empatia e a busca por soluções colaborativas, criando um clima de confiança e respeito mútuo”, afirma.  Com a mesma dedicação, a cooperativista maranhense trabalha para ampliar a participação feminina no cooperativismo, por meio da implementação de programas como o “Mulheres Cooperativistas em Ação”, que visa capacitar e empoderar mulheres para que assumam papéis de liderança em suas cooperativas; e a criação do "Selo Cooperativa Amiga da Mulher", que reconhece e premia cooperativas maranhenses que se destacam na promoção da igualdade de gênero. “Podemos avançar na criação de um ambiente mais inclusivo e equitativo para as mulheres gestoras no cooperativismo. Para isso, é fundamental investir em programas de capacitação e desenvolvimento de lideranças femininas, promover a igualdade de oportunidades, combater o assédio e a discriminação, e criar redes de apoio para mulheres em cargos de gestão”, ressalta Aureliana.  Para promover a inclusão e equidade de gênero entre as cooperativas, o Sistema OCB/MA também implementou comitês de mulheres, realiza eventos e workshops sobre liderança feminina e criou  programas de mentoria para mulheres cooperativistas. Segundo Aureliana, as ações são passos de um longo caminho a ser percorrido para valorizar cada vez mais a presença e força das mulheres no coop.  “Ainda enfrentamos desafios relacionados ao preconceito de gênero, à falta de representatividade feminina em cargos de liderança e à dificuldade de conciliar a vida profissional com as responsabilidades familiares. No entanto, tenho orgulho de dizer que o número de mulheres em cargos de liderança no cooperativismo tem crescido, e cada vez mais mulheres ocupam posições de destaque, inspirando outras a seguirem seus passos”, pondera.  Elas pelo Coop  Em todo o país, as cooperativas têm incorporado políticas de inclusão e valorização das mulheres em seus planejamentos estratégicos. O tema é tão importante para o cooperativismo brasileiro que o Sistema OCB criou o Guia de Implantação de Estratégias em Inclusão, Diversidade e Equidade, com orientações e ferramentas para esse trabalho. Em outra iniciativa afirmativa, a entidade constituiu, em 2020, o Comitê Nacional de Mulheres Elas pelo Coop, em que 24 integrantes, de 24 estados, buscam a construção coletiva de projetos e propostas que contribuam para um cooperativismo mais diverso e democrático.  “O  comitê  foi  oficialmente criado como um dos desdobramentos do 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC) e é formado por cooperadas ou empregadas de cooperativas. A missão do Elas pelo Coop é ampliar a participação de mulheres no cooperativismo, especialmente em cargos de liderança”, explica Divani de Souza, analista de desenvolvimento de cooperativas da Unidade Nacional do Sistema OCB, que assessora o comitê. As integrantes do Comitê Nacional Elas pelo Coop são indicadas pelas Organizações Estaduais. O colegiado atua em quatro eixos: formação e capacitação; elaboração de diretrizes; representação institucional e intercooperação. Além do comitê nacional, 17 Comitês Estaduais Elas em Coop já estão em funcionamento.  Para apoiar as cooperativas a colocar em prática as iniciativas de inclusão feminina, o Sistema OCB disponibiliza o Manual de Implementação de Comitês de Mulheres nas Cooperativas, com o passo a passo para estruturar a criação dos grupos em cada coop, do planejamento à formação continuada das participantes.  Educação para inclusão  Investir na formação das mulheres para ampliar a participação delas em cargos de liderança também está entre as estratégias do Sistema OCB para fortalecer a atuação feminina no segmento. Uma das ferramentas é a oferta de programas de capacitação específicos para esse público, como a trilha de conhecimento Jornada de Formação Liderança Feminina, disponível na plataforma CapacitaCoop, com acesso livre e gratuito.  Com módulos sobre liderança feminina, cooperativismo e desenvolvimento pessoal, a trilha prepara mulheres cooperativistas para liderar com confiança e construir um posicionamento de protagonismo.  “São iniciativas que ajudam a ampliar as oportunidades para que mais mulheres assumam cargos estratégicos nas cooperativas. Elas também refletem o compromisso contínuo do cooperativismo brasileiro com a construção de um cooperativismo mais diverso, inovador e alinhado às necessidades da sociedade”, afirma a superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella.
Elas no coop: com participação e liderança, mulheres fortalecem o cooperativismo
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10/03/2025

Cooperativas têm papel essencial para a segurança alimentar

Garantir o acesso de todas as pessoas a alimentos seguros e nutritivos é um dos principais desafios da Agenda 2030, o plano de ação global da Organização das Nações Unidas (ONU) para promover um mundo mais justo e sustentável. A meta está definida no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2 - Fome zero e agricultura sustentável, e as cooperativas  desempenham um papel essencial para alcançá-lo em todo o mundo.  Segundo projeções da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o mundo precisará produzir 70% mais alimentos para atender a população em 2050. O cenário é desafiador, mas representa grandes oportunidades para o cooperativismo agropecuário brasileiro, reconhecido mundialmente por equilibrar produção e sustentabilidade.  Com mais de um milhão de produtores cooperados, sendo 71% agricultores familiares, as cooperativas brasileiras são protagonistas no fornecimento de alimentos para o país e o mundo, e já são responsáveis por mais de 50% da safra nacional de grãos, segundo dados do Censo Agropecuário 2017, produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  “Hoje as coops agropecuárias produzem 75% do trigo, 55% do café, 53% do milho, 52% da soja, 50% dos suínos, 46% do leite e 43% do feijão no Brasil. Além disso, também contribuem significativamente para as cadeias produtivas de frutas, hortaliças, fibras e no setor sucroenergético”, lista a gerente-geral do Sistema OCB, Fabíola Nader Motta.  Produzir alimentos de qualidade, de forma justa e sustentável é um compromisso de todo cooperativismo brasileiro, colocado em prática por pequenas, médias e grandes cooperativas. Além de contribuir para a segurança alimentar – com produtos que chegam à mesa de milhões de brasileiros, à merenda escolar e programas sociais – as boas práticas também favorecem os produtores, ampliando seu acesso a mercados que reconhecem a importância da procedência e das condições de produção. Ou seja, é um processo socialmente justo, economicamente viável e ambientalmente correto.  Em comunidades vulneráveis, o papel das cooperativas para garantir alimentos a quem precisa e promover a agricultura sustentável é ainda mais notável. Nesses locais, além de viabilizar a criação de negócios e aumentar a produtividade e a renda de quem produz e comercializa alimentos – como agricultores familiares e extrativistas – esse trabalho é realizado com respeito ao meio ambiente e menor impacto na natureza.  Transformação no semiárido baiano No interior da Bahia, em Uauá, um pequeno município de 25 mil habitantes, a Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc) tem ajudado 285 famílias de agricultores a construir uma vida melhor. Elas produzem umbu e maracujá do mato, plantas nativas da Caatinga, e transformam as frutas em doces, compotas, geleias, sucos e polpas. A cooperativa garante acesso a mercados e preços justos.  “Os cooperados colhem as frutas de forma sustentável, respeitando os ciclos naturais, e as entregam à Coopercuc, que faz o beneficiamento e a comercialização. A cooperativa mantém um processo produtivo artesanal e certificado, garantindo a qualidade dos produtos e promovendo o comércio justo”, explica a diretora da Coopercuc, Jussara Dantas. Além dos benefícios diretos para os cooperados, a Coopercuc gera impacto positivo para mais de 2,5 mil pessoas na cidade, considerando as famílias dos associados, os trabalhadores envolvidos no processo produtivo e a comunidade em geral, que se beneficia com ações de desenvolvimento sustentável, geração de renda e fortalecimento da agricultura familiar na região.  Com esse modelo de negócio, a Coopercuc contribui diretamente para promover a segurança alimentar e a agricultura sustentável no semiárido baiano. Uma parte da produção da cooperativa vai direto para a merenda de escolas da cidade, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), em que o governo compra os alimentos direto de quem produz para que os estudantes tenham acesso a refeições saudáveis e de qualidade.  Além da merenda, a cooperativa baiana também é fornecedora do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que destina produtos para instituições sociais e pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional.  Para os agricultores, os benefícios também são enormes. Antes da criação da cooperativa, em 2004, Jussara lembra que o umbu e outras espécies da Caatinga eram pouco valorizados. Hoje, essas frutas são fonte de renda sustentável e garantem autonomia financeira para muitas famílias da região. Aliado ao conhecimento tradicional sobre as plantas nativas, os agricultores cooperados têm acesso a capacitações técnicas sobre manejo sustentável, produção orgânica e boas práticas de fabricação; apoio na comercialização, buscando novos mercados e garantindo preços justos; assessoria para certificação orgânica e comércio justo, agregando valor aos produtos; incentivo à organização comunitária e fortalecimento da economia solidária.  Toda a produção da Coopercuc segue o sistema agroecológico, com preservação da biodiversidade e uso racional da água. O resultado é o fortalecimento da economia local, com redução do êxodo de pequenos agricultores para outros municípios, a valorização da cultura do semiárido e a redução no desmatamento na Caatinga. Além disso, a Coopercuc tem participação expressiva de mulheres entre seus cooperados, garantindo renda e representatividade.  “Nossa atuação tem transformado vidas e impulsionado o desenvolvimento sustentável na região do semiárido, mostrando que é possível aliar economia solidária, conservação ambiental e impacto social positivo”, afirma a diretora.  Produção sustentável na Amazônia Em Primavera, no Pará, a 200 quilômetros de Belém, a Cooperativa de Trabalho de Agricultores Familiares de Primavera (Cooprima) também reúne agricultores familiares que apostam no modelo agroecológico para produção de hortaliças, frutas e mel orgânicos, aliando preservação ambiental e sustentabilidade econômica.  Há 10 anos fortalecendo os pequenos produtores e conservando a floresta, a coop tem cerca de 100 associados. Uma delas é a agricultora Socorro Santos, que produz mel, tucupi, goma, melancia, mamão e limão, e que viu seu trabalho ser valorizado com a venda de sua produção por meio da cooperativa.  “Hoje a gente oferece mais qualidade no nosso produto e também tem qualidade de vida por causa dos cursos e incentivos que a Cooprima tem nos dado, avançamos bastante financeiramente com esse apoio. Isso tudo é fruto de muito trabalho e aprendizado de toda a família”, contou.  Para o cooperado Paulo Ricardo, que faz parte da Cooprima há seis anos, a atuação coletiva garantiu conquistas que os produtores da região não alcançariam sozinhos. “Antes era difícil vender os produtos por um valor bom pra gente, na coop a gente consegue cobrar um valor melhor e o volume de vendas também aumentou. Aqui eu aprendi a vender melhor, negociar melhor os produtos, agregar valor por meio da industrialização, fora os cursos que a cooperativa oferece para a gente”, afirmou.  A presidente da Cooprima, Joelma Trindade, explica que o apoio aos cooperados é oferecido especialmente via assistência técnica, orientação no plantio das culturas e comercialização dos produtos. “Vendemos principalmente para as políticas públicas do governo federal, como o PNAE, da merenda escolar, mas também para o consumidor direto, participando de feiras locais e empórios do Sistema OCB/PA”, disse a gestora. Em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Cooprima também contribui para o combate à fome na região, com o fornecimento de produtos para instituições que repassam os alimentos para famílias carentes no município de Primavera e cidades vizinhas. Com olhar para o futuro, a Cooprima tem programas para inclusão de mulheres e jovens nas áreas de decisão de cooperativa como estratégia para promover o cooperativismo e assegurar a continuidade dos negócios familiares. “Uma das nossas iniciativas é o Comitê de Mulheres, que tem como objetivo estimular filhas e esposas de cooperados a participarem das capacitações, incentivando-as a se envolverem em cargos de diretoria na cooperativa, entendendo a importância da mulher na liderança. Também incentivamos a participação juvenil na cooperativa para que esse público se mantenha no campo, evitando o êxodo rural”, detalhou a gestora.
Cooperativas têm papel essencial para a segurança alimentar
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07/03/2025

Dia Internacional da Mulher: Tania Zanella destaca competência feminina para transformar o coop

Uma líder nata, que trabalha para abrir caminhos para outras mulheres no cooperativismo. Essa é Tania Zanella, superintendente do Sistema OCB. Primeira mulher no cargo, ela também havia sido pioneira como gerente de Relações Institucionais e gerente-geral da instituição.  À lista de conquistas como liderança feminina, Tania somou recentemente a presidência do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), que reúne 59 entidades do setor e é responsável por defender os interesses da agricultura e prestar assessoria técnica à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) no Congresso Nacional.  Conciliadora e dedicada, Tania Zanella é advogada de formação, mas também tem profundo conhecimento sobre o meio rural, uma herança de sua família de agricultores do interior de Santa Catarina. Reconhecida pela competência e capacidade de aperfeiçoamento de processos de trabalho, a superintendente do Sistema OCB tem extensa formação em direito e experiência de quase 20 anos dedicados ao cooperativismo. Sua atuação pelo fortalecimento das cooperativas é reconhecida em todo o país. Em 2008, Tania foi responsável pela estruturação da Gerência de Relações Institucionais da OCB, um projeto que a orgulha e que profissionalizou a representação do cooperativismo junto aos Três Poderes. Conquistas como essas levaram Tania a ser reconhecida como uma das 100 mulheres mais importantes do agronegócio, da Revista Forbes, e a receber importantes honrarias, como a Medalha do Mérito Cooperativista Paulo de Souza Lima, concedida pelo Sistema Ocemg.  “Ser pioneira em diferentes cargos dentro do cooperativismo também traz a responsabilidade de inspirar outras mulheres a ocuparem espaços de liderança. Acredito que, pelo exemplo, pela capacitação contínua e pelos resultados que entregamos, podemos abrir portas para que mais mulheres se sintam encorajadas a trilhar esse caminho”, afirmou a superintendente em entrevista ao Sistema OCB na véspera do Dia Internacional da Mulher. Leia mais: Sistema OCB: Como começou sua história com o cooperativismo?  Tania Zanella: Minha história com o movimento cooperativista vem desde a infância, em Santa Catarina, onde o cooperativismo está profundamente enraizado. Meu pai é um cooperativista e cresci perto desse modelo de negócios que transforma realidades de forma tão positiva e única. Já a minha trajetória profissional começou em 2008, quando passei a integrar a equipe do Sistema OCB como assessora de Relações Institucionais. Em 2012, assumi a gerência-geral, sendo a primeira mulher a ocupar essa posição. Em setembro de 2021, tornei-me também a primeira mulher a assumir a superintendência do Sistema OCB. Qual é a sua missão como liderança do cooperativismo? O cooperativismo representa uma força transformadora, capaz de promover desenvolvimento econômico e social de forma sustentável e inclusiva. Minha missão é fortalecer e ampliar o impacto positivo das cooperativas no Brasil, promovendo a união e o desenvolvimento das comunidades. As cooperativas desempenham um papel crucial no país. Elas representam mais de 23 milhões de cooperados, movimentam mais de R$690 bilhões e geram 550 mil empregos diretos, segundo o Anuário do Cooperativismo 2024. O que representa ser a primeira mulher a assumir o cargo de superintendente do Sistema OCB? Ser a primeira mulher a assumir a superintendência do Sistema OCB é uma honra e uma responsabilidade significativa. Ser pioneira em diferentes cargos dentro do cooperativismo também traz a responsabilidade de inspirar outras mulheres a ocuparem espaços de liderança. Acredito que, pelo exemplo, pela capacitação contínua e pelos resultados que entregamos, podemos abrir portas para que mais mulheres se sintam encorajadas a trilhar esse caminho. Em sua essência, o cooperativismo valoriza a inclusão e a colaboração, e é fundamental que sigamos promovendo oportunidades para que o talento feminino continue transformando o setor. Quais são os maiores desafios de gênero enfrentados no seu papel de líder? Os desafios de gênero incluem a superação de preconceitos e estereótipos que ainda persistem em ambientes tradicionalmente masculinos. É fundamental promover a igualdade de oportunidades e incentivar a participação feminina em todos os níveis de liderança, criando um ambiente inclusivo e diverso. Quais são os diferenciais de uma mulher no papel de liderança? A gestão feminina pode trazer perspectivas diferenciadas, como uma abordagem mais colaborativa e sensível às questões de inclusão e diversidade. Mulheres em posições de liderança frequentemente trazem empatia, resiliência e capacidade de multitarefa, enriquecendo a tomada de decisões. No Sistema OCB, temos implementado políticas que promovem a igualdade de gênero, incentivando a participação feminina em programas de formação de lideranças e criando ambientes de trabalho mais inclusivos. O que o Sistema OCB tem feito para apoiar as mulheres cooperativistas?  Temos atuado de forma estratégica para fortalecer a participação feminina no cooperativismo, com o apoio e a promoção de diversas iniciativas que incentivam a equidade de gênero e a ocupação de espaços de liderança por mulheres. Um exemplo importante é o Comitê Elas pelo Coop, criado para conectar e fortalecer lideranças femininas, além de estimular a adoção de políticas e práticas mais inclusivas dentro das cooperativas. A nossa plataforma de Ensino a Distância (EAD), a CapacitaCoop, também inclui programas de capacitação e cursos voltados ao desenvolvimento profissional, à formação de lideranças femininas e à adoção de práticas inclusivas. São iniciativas que ajudam a ampliar as oportunidades para que mais mulheres assumam cargos estratégicos e consigam perceber sua importância no movimento. Elas também refletem o compromisso contínuo do Sistema OCB com a construção de um cooperativismo mais diverso, inovador e alinhado às necessidades da sociedade. Quais os principais desafios do cooperativismo atualmente? Acredito que o cooperativismo pode avançar ainda mais na promoção da diversidade e inclusão, especialmente em posições de liderança. Além disso, é importante investir em inovação e sustentabilidade, adaptando-se às demandas contemporâneas e fortalecendo a competitividade das cooperativas no mercado global. Para finalizar, que mensagem você deixa para as mulheres cooperativistas que pretendem ocupar espaços de liderança? Aconselho que acreditem em seu potencial e busquem constantemente o aprimoramento profissional. É essencial construir uma rede de apoio, participar de programas de capacitação e não se deixar abater por obstáculos. A determinação e a perseverança são fundamentais para alcançar posições de liderança e promover a transformação que desejamos ver na sociedade.
Dia Internacional da Mulher: Tania Zanella destaca competência feminina para transformar o coop
Notícias saber cooperar
12/02/2025

Cooperativas da Amazônia contribuem com a erradicação da pobreza

Em 2025, o cooperativismo está sendo reconhecido mundialmente com o Ano Internacional das Cooperativas, declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) pela nossa capacidade de promover o crescimento justo e sustentável nos lugares em que atuamos. Seja em pequenas comunidades agrícolas, em grandes centros urbanos ou mesmo em plena Amazônia, o cooperativismo faz a diferença para milhões de pessoas que decidem empreender coletivamente. O tema do reconhecimento da ONU, “Cooperativas constroem um mundo melhor”, está diretamente relacionado ao potencial do coop de criar condições socioeconômicas que têm impacto tanto para os cooperados quanto para suas comunidades. Essa atuação também faz do cooperativismo um importante agente para o cumprimento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma série de metas definidas pela ONU para construir um mundo mais justo até 2030.  Os ODS abrangem temas como redução de desigualdades, segurança alimentar, consumo sustentável, mudança climática, diversidade, paz e justiça, entre outros. Em cada um deles, o cooperativismo contribui para alcançar as metas, ajudando a construir um mundo melhor por meio da geração de trabalho e renda de forma sustentável. Em uma série de reportagens, vamos mostrar como as cooperativas brasileiras têm ajudado o país a cumprir os ODS.  Do Norte do Brasil vem o exemplo de duas coops que têm feito a diferença para famílias dos estados do Acre e Amapá. Essa região do país é a mais afetada pela fome, em que 7,7% dos lares sofreram com a falta de alimentos em 2023, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, 38,5% dos habitantes da Região Norte eram pobres no mesmo período e os extremamente pobres somaram 6%, atrás apenas do Nordeste na comparação regional.  Nesse cenário, o cooperativismo tem sido fundamental para alcançar o ODS 1 – Erradicação da pobreza, ao promover o desenvolvimento em localidades remotas ou com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo. Como as cooperativas fazem isso? Gerando renda para os cooperados, auxiliando pequenos agricultores e extrativistas a organizarem a comercialização de seus produtos, fortalecendo o setor produtivo local e incentivando práticas agrícolas sustentáveis, que são mais valorizadas no mercado. “Um grande diferencial das coops é que elas garantem aos seus cooperados acesso a insumos de qualidade, tecnologias modernas, assistência técnica, soluções de armazenagem, agregação de valor aos produtos e canais eficientes de comercialização. Esse suporte é fundamental para aumentar a produtividade e assegurar a viabilidade econômica dos produtores, especialmente os de pequeno porte, que muitas vezes enfrentam barreiras para acessar mercados de forma independente”, explica a analista técnico institucional de Sustentabilidade do Sistema OCB, Laís Nara Castro.  Castanha e bioeconomia  A Cooperativa Mista dos Produtores e Extrativistas do Rio Iratapuru (Comaru) é um exemplo de cooperativa que faz a diferença no seu entorno, auxiliando na geração de renda para os castanheiros da região sul do Amapá e contribuindo com a erradicação da pobreza. A castanha-do-brasil é o principal produto não madeireiro da Amazônia e também a primeira fonte de renda para as famílias que passam por uma longa jornada de três meses para a coleta dos frutos. Esse processo é feito quase que exclusivamente por povos e comunidades tradicionais da região, que respeitam e trabalham na floresta de forma sustentável. Atualmente com 105 cooperados, a Comaru foi fundada em 1992 com o objetivo de reunir os castanheiros da Comunidade São Francisco do Iratapuru para a negociação de melhores preços e valorização da castanha no mercado brasileiro. Além de atuar na comercialização de produtos dos cooperados em vários estados do Brasil, a Comaru também se destaca pelas práticas de sustentabilidade, tanto para conservar a biodiversidade local como para capacitar os extrativistas quanto ao uso de técnicas de coleta sustentável e manejo de recursos naturais.  Os cooperados da Comaru atuam em uma reserva sustentável em Laranjal do Jari, na divisa entre o Amapá e o Pará, e comercializam produtos não madeireiros que preservam a Amazônia e aliam conservação e desenvolvimento, como castanhas in natura, amêndoas descascadas, óleo e farinha de castanha. Considerando o contexto de desmatamento crescente na Amazônia, a Comaru é um ponto focal na cadeia produtiva local e tornou-se um lugar de representação dos interesses dos extrativistas e de conservação do meio ambiente, além de um espaço de negociação coletiva, que proporciona melhoria das condições de vida e mais vantagens econômicas para esses profissionais. “Nós oferecemos todo o suporte para nossos cooperados, dando orientações sobre cadeia produtiva, rastreabilidade e qualidade do produto, importância da cooperativa para o cooperado, ajudando sempre quando ele mais precisa, com questões de saúde ou suporte de equipamentos, por exemplo”, afirma Aldemir Pereira, diretor administrativo da Comaru. Segundo ele, o cooperativismo e o associativismo têm desempenhado um papel essencial para os extrativistas do Vale do Jari, auxiliando-os nos desafios do mercado, na erradicação da pobreza na região e na preservação dessas comunidades para o futuro. “A Comaru gera empregos na agroindústria para os cooperados, faz adiantamento da safra para cada produtor coletar sua castanha, apoia no escoamento da produção, dá assistência e também realiza eventos sociais e ambientais para estimular a preservação da natureza junto aos castanheiros”, explica o gestor.  Extrativismo sustentável  A Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre (Cooperacre), com sede em Rio Branco, é mais uma mostra de como o modelo cooperativista tem contribuído para a erradicação da pobreza por meio da geração de trabalho, responsabilidade social, preservação florestal e crescimento sustentável. Maior produtora nacional de castanha-do-brasil, além de trabalhar com borracha, frutas nativas, palmito e café, a coop é referência na promoção de economia de baixo carbono e em práticas de extração que preservam o meio ambiente. Em 2022, a Cooperacre conquistou o Prêmio Somos Coop Melhores do Ano na categoria Inovação por aplicar tecnologia aliada ao desenvolvimento sustentável.  Na rotina diária, a Cooperacre foca na produção de alto nível sem abrir mão da proteção ao meio ambiente, alavancando o progresso de seus cooperados, com impacto para a economia do estado. Com o projeto “Fortalecendo a economia de base florestal sustentável”, a coop recebeu, em 2019, cerca de R$ 5 milhões do Fundo Amazônia, que financia ações de conservação da floresta.  Com a exportação de produtos orgânicos e certificados, a Cooperacre investe em uma economia de baixo carbono, gera empregos, impacto econômico e mais renda para as famílias que residem no Norte do país, com impacto direto para a erradicação da pobreza. Inclusão social e preços competitivos também integram os pilares da cooperativa que beneficia e representa os interesses dos extrativistas acreanos.
Cooperativas da Amazônia contribuem com a erradicação da pobreza
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22/01/2025

Inovação no cooperativismo

Inovação no cooperativismo
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06/01/2025

Cooperativa mirim do Marajó transforma realidade de crianças ribeirinhas

A 16 horas de barco de Belém (PA), a comunidade Santo Ezequiel Moreno, no Arquipélago do Marajó, reúne cerca de 200 ribeirinhos que têm na floresta e nas águas sua fonte de trabalho e renda. Assim como em outros territórios amazônicos, as crianças e adolescentes da comunidade precisavam de mais espaços de lazer, cultura e educação. Em 2024, a criação da Cooperativa Mirim Marajoara começou a mudar essa realidade.  Desenvolvido pelo Sicoob Cooesa em parceria com o Sistema OCB/PA, o Instituto Sicoob e a Coopiaçá, uma cooperativa de produtores de açaí da comunidade, o projeto beneficia diretamente 68 filhos e filhas de cooperados extrativistas, com impactos para toda a comunidade. A iniciativa ganhou reconhecimento nacional com o primeiro lugar no Prêmio SomosCoop Melhores do Ano 2024 na categoria Cultura Cooperativista. De acordo com a diretora financeira do Sicoob Cooesa, Andrea Almeida, as crianças e adolescentes da comunidade sempre estiveram envolvidos em projetos das cooperativas que atuam no local, mas não tinham um espaço exclusivo em que pudessem conhecer os valores e a cultura cooperativistas.  "Desenvolver o sentimento de cooperativismo entre  essas crianças e adolescentes será algo ímpar na educação e na vida delas. A cooperativa mirim tem a preocupação de formar, capacitar e estimular a sucessão cooperativista, considerando as atividades do extrativismo e a necessidade de promover a permanência das crianças e adolescentes na escola, o preparo para a inclusão no mundo do trabalho, de forma decente, dentro de suas realidades culturais, mas com proteção social, protagonismo, cooperação, cidadania e autonomia, afirma.  Para a implantação da Cooperativa Mirim Marajoara, quatro professores e 68 crianças e jovens receberam capacitação sobre o funcionamento de uma coop, princípios e valores cooperativistas, importância da formação de novos líderes cooperativistas para sucessão, entre outros temas.  Além disso, as cooperativas do projeto construíram uma brinquedoteca completa e um espaço de convivência para os encontros dos cooperados mirins. “Com a cooperativa formada por elas, as crianças já vão entender o processo do cooperativismo dentro da comunidade, vivenciando na prática, na sala de aula e em pequenas ações, a importância do cooperativismo e das cooperativas para o desenvolvimento das comunidades do Marajó”, destaca o presidente da Coopiaçá, Teofro Lacerda Gomes. Cooperada da Coopiaçá e mãe de participantes do projeto, Sonia do Socorro espera que o projeto abra novas oportunidades de educação e trabalho para os filhos.“Para nós, da cooperativa e da comunidade, é muito importante que os nossos filhos participem e conheçam o cooperativismo para, futuramente, nos ajudarem a tocar a cooperativa sem precisar sair da escola ou da comunidade”, planeja. Exemplo de transformação Mais do que uma iniciativa local, a Cooperativa Mirim Marajoara Santo Ezequiel Moreno demonstra o potencial do cooperativismo como ferramenta de transformação social de comunidades. Além de formar jovens conscientes, o projeto reforça os laços comunitários e fortalece o compromisso com a educação de qualidade, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).  Em plena Amazônia, a cooperativa mirim também tem como foco fortalecer entre as crianças e jovens da comunidade o cuidado com o meio ambiente como estratégia para melhoria da qualidade de vida das populações ribeirinhas do Marajó.  Depois dos bons resultados em Santo Ezequiel Moreno, a meta é implantar cooperativas mirins em outros territórios amazônicos e comunidades tradicionais. O Programa Cooperativa Mirim é um projeto do Instituto Sicoob voltado para crianças e jovens de 8 a 17 anos para promover a formação de cooperativas em escolas e instituições, com base nos princípios do cooperativismo. A metodologia é interdisciplinar, focada na educação para o desenvolvimento de competências sociais e coletivas.
Cooperativa mirim do Marajó transforma realidade de crianças ribeirinhas
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19/12/2024

Representação política e institucional

O trabalho de representação política e institucional do Sistema OCB estabelece um diálogo estratégico e constante com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, para defender os interesses do movimento cooperativista e promover um ambiente favorável ao desenvolvimento de políticas públicas que valorizem o cooperativismo brasileiro.
Representação política e institucional
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12/12/2024

Brasileiro presidente da ACI-Américas diz que cooperativas podem reduzir desigualdades no continente

Um cooperativista brasileiro lidera a representação regional da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) nas Américas e tem a missão de fortalecer o cooperativismo no continente no momento em que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece e valoriza o segmento como ferramenta para construção de um mundo melhor.  Ao longo de mais de 30 anos dedicados ao cooperativismo, José Alves de Souza Neto conheceu de perto o potencial de transformação das cooperativas e acredita que elas são um modelo de negócios capaz de promover a equidade, autonomia e justiça social em uma região com tantas desigualdades.  Com décadas de experiência no comando de uma das maiores centrais de cooperativas de saúde do país, a Uniodonto do Brasil, Dr. José Alves, como é conhecido, afirma estar pronto para conduzir a ACI-Américas no Ano Internacional das Cooperativas e aproveitar a oportunidade de 2025 para construir um legado cooperativista para as novas gerações.  “É fundamental aproveitarmos esse momento não apenas para realizar ações pontuais ao longo de 2025, mas para desencadear processos e projetos que tenham continuidade e impacto nos anos seguintes”, disse Alves em entrevista concedida ao Sistema OCB após participar, em Nova Delhi, na Índia, da Conferência Global da ACI. Confira a entrevista completa:   Sistema OCB: Como o senhor recebeu o desafio de liderar a ACI-Américas em um momento tão importante para o cooperativismo, às vésperas do Ano Internacional das Cooperativas? Dr. José Alves: Recebi a missão de liderar a ACI-Américas com profundo senso de responsabilidade e entusiasmo. Estar à frente de uma organização tão representativa neste momento histórico é uma oportunidade única de potencializar o impacto do cooperativismo nas Américas e no mundo. O reconhecimento da ONU ressalta a relevância do nosso movimento para o desenvolvimento econômico e social, e estamos comprometidos em aproveitar essa oportunidade para fortalecer e promover iniciativas que evidenciem nosso impacto positivo nas comunidades.    Como líder da ACI-Américas, qual a expectativa do senhor para o Ano Internacional das Cooperativas? Como o segmento pode aproveitar a visibilidade desse reconhecimento global? O Ano Internacional das Cooperativas é uma oportunidade única para aumentar a visibilidade do movimento em todo o mundo. Pretendemos destacar como as cooperativas constroem um mundo melhor, promovendo eventos, campanhas de conscientização e fortalecendo parcerias com governos e organizações internacionais. No entanto, é fundamental que aproveitemos esse momento não apenas para realizar ações pontuais ao longo de 2025, mas para desencadear processos e projetos que tenham continuidade e impacto nos anos seguintes. Nosso objetivo é criar movimentos que fortaleçam o cooperativismo de forma duradoura, consolidando práticas, iniciativas e parcerias que permaneçam e continuem gerando benefícios para as comunidades e para a sociedade global.                                                                                            Qual o papel do cooperativismo nas Américas, tendo em vista os indicadores econômicos e sociais do continente, e também a diversidade de realidades entre os países? O cooperativismo nas Américas desempenha um papel crucial na promoção da inclusão social, geração de empregos e desenvolvimento sustentável. Embora rico em recursos e culturas, o continente apresenta profundas desigualdades sociais e de direitos, que demandam soluções inovadoras e inclusivas. Nesse contexto, as cooperativas se destacam por oferecer modelos que promovem equidade, autonomia e justiça social. Além disso, é fundamental que a ACI-Américas se aproxime de organismos internacionais que possam potencializar nossas ações, reconhecendo nas cooperativas um parceiro estratégico que comprovadamente promove a distribuição de renda, justiça e inclusão social. Essa articulação não apenas amplia o impacto das iniciativas cooperativistas, mas também fortalece o movimento como uma força transformadora para enfrentar os desafios sociais e econômicos do continente. Nossa missão é fortalecer essas iniciativas por meio da intercooperação e do compartilhamento de boas práticas, contribuindo para a construção de sociedades mais justas e igualitárias.   Quais os principais desafios para o cooperativismo nas Américas e como a ACI pode apoiar entidades e cooperativas para ampliar o conhecimento sobre o coop e aumentar a adesão ao modelo de negócios cooperativista? Os principais desafios para o cooperativismo nas Américas incluem o fortalecimento do alinhamento legal entre os países, a diversificação e modernização dos modelos de negócios cooperativos e a disseminação de boas práticas para ampliar a adoção do modelo cooperativista. A ACI-Américas atua como facilitadora, promovendo o diálogo e a intercooperação entre as cooperativas do continente. Um aspecto fundamental é aproveitar os modelos de sucesso como exemplos para o desenvolvimento de outras cooperativas. Existem países com mais experiência em determinados ramos do cooperativismo, como o agropecuário, financeiro ou de saúde, que podem servir de referência para outros países menos desenvolvidos nesses setores. Vale destacar que o alinhamento legal entre os países é crucial para reduzir barreiras burocráticas, facilitar a intercooperação e criar um ambiente favorável para o crescimento do cooperativismo.  Quais são as prioridades e perspectivas de sua gestão à frente da ACI-Américas?  Minha gestão à frente da ACI-Américas tem como prioridade o fortalecimento institucional do movimento cooperativista, criando uma base sólida para que as cooperativas possam se desenvolver e prosperar. Isso inclui fomentar a intercooperação entre cooperativas de diferentes países, harmonizar marcos legais e promover uma governança mais eficiente e inclusiva. O fortalecimento institucional passa também por assegurar que as cooperativas sejam reconhecidas como atores-chave nos debates econômicos e sociais, tanto no nível local quanto no internacional. Precisamos ampliar nossa capacidade de articulação com governos, organismos internacionais e outros parceiros estratégicos, destacando o papel das cooperativas como motores de desenvolvimento sustentável e inclusão social. Outro ponto essencial é apoiar as cooperativas na adoção de modelos de negócios inovadores e sustentáveis, garantindo que possam enfrentar os desafios do futuro com competitividade e resiliência.  Que mensagem o senhor gostaria de transmitir aos cooperativistas do Brasil e do continente? Aos cooperativistas do Brasil e das Américas, reforço que o cooperativismo é mais do que um modelo de negócios – é um movimento de transformação social. Unidos pelos nossos valores e princípios, temos a força necessária para construir um futuro mais justo, sustentável e inclusivo. Juntos, podemos superar os desafios e aproveitar as oportunidades que se apresentam, deixando um legado de impacto positivo para as próximas gerações.  Agenda da ACI-Américas para o  Ano Internacional das Cooperativas A ACI-Américas estruturou uma agenda estratégica de eventos para 2025, com foco em quatro áreas temáticas de grande relevância para o desenvolvimento sustentável e a promoção do modelo cooperativista: Produtividade e Desenvolvimento Local e Territorial Data: 12 e 13 de maio de 2025  Local: Chile  Economia do Cuidado Data: 8 e 9 de julho  Local: Panamá Finanças Cooperativas para o Desenvolvimento Sustentável Data: 27 e 28 de agosto   Local: México  Educação e Cooperativismo Data: 9 e 10 de outubro Local: Paraguai
Brasileiro presidente da ACI-Américas diz que cooperativas podem reduzir desigualdades no continente
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05/12/2024

Cooperativa refloresta área de Mata Atlântica com apoio de cooperados

Já pensou em adotar uma árvore? Com essa proposta, o Sicoob Coopemata, de Minas Gerais, mobilizou seus cooperados e conseguiu recompor quase 9 mil metros quadrados de Mata Atlântica. De árvore em árvore, a iniciativa “Transformação Sustentável: Neutralização de CO² e Reflorestamento para um Futuro Verde” recuperou uma área degradada de vegetação nativa com a força da cooperação e venceu o Prêmio SomosCoop Melhores do Ano 2024 na categoria Desenvolvimento Ambiental.  Tudo começou com uma ideia que parecia simples: plantar algumas árvores para compensar o uso de papel nos trâmites do dia a dia da cooperativa, como uma devolução simbólica à natureza das que haviam sido transformadas em celulose. O que os colaboradores da cooperativa não imaginavam é que a missão ganharia uma proporção muito maior e resultaria na restauração florestal de uma grande área de Mata Atlântica em Juiz de Fora, no sudeste de Minas.  Historicamente formado pelos ciclos do café, pecuária e indústria, o município mantém apenas cerca de 12% da floresta original de Mata Atlântica que cobria seu território. Para proteger o que resta de vegetação e recompor as zonas degradadas, algumas áreas de conservação formam um cinturão verde ao redor da cidade. Uma delas é a Reserva Santuário, um oásis de 920 mil metros quadrados (m²) utilizados para pesquisa, ensino e recepção de animais silvestres resgatados.  Uma parceria firmada entre o Sicoob Coopemata e a Associação dos Amigos (Aban)Associação dos Amigos (Aban), responsável pela reserva ecológica, juntou a vontade de plantar com uma floresta inteira em processo de recuperação. Para cumprir a tarefa, a cooperativa sabia que ia precisar do apoio dos cooperados, e lançou a campanha Adote uma Árvore, em que os interessados contribuíam com R$ 195, aportados em suas contas capitais, para levar o projeto adiante.  Com o apoio dos associados, a cooperativa investiu R$ 18 mil na realização de seu inventário de gases de efeito estufa (para calcular as emissões da cooperativa) e R$ 133,6 mil no plantio e manutenção das árvores.  De muda em muda, a campanha resultou em mais de 2,2 mil árvores, contribuindo para a recuperação do solo e da vegetação de 8,9 mil m² de áreas degradadas inseridas na Reserva Santuário, e a neutralização do equivalente a 43 toneladas de gás carbônico (CO²), gás de efeito estufa que agrava as mudanças climáticas. Pai adotivo de algumas árvores do projeto, o voluntário da Aban e analista do Centro Cooperativo Sicoob, Luiz Edmundo Rosa Júnior, participou da construção e execução da campanha e destaca a importância de iniciativas de desenvolvimento socioambiental como essa. “É muito coerente com os princípios cooperativistas. Envolver cooperados, comunidades e a parceria com o terceiro setor é exemplo prático de cooperação a favor de uma economia sustentável.” Resultados estratégicos  As ações não apenas reforçaram o compromisso do Sicoob Coopemata com a sustentabilidade, mas também contribuíram diretamente para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 13 - Combater a Mudança do Clima e seus Impactos, estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).  Além disso, o projeto demonstrou como práticas sustentáveis podem gerar valor econômico e social. O case exemplifica, ainda, como a inovação e a colaboração podem criar um impacto positivo duradouro, fortalecendo a cooperação e promovendo um ambiente mais saudável e sustentável para todos.  Além do plantio de árvores, em outra estratégia de redução de emissões de gases de efeito estufa, a cooperativa instalou uma usina fotovoltaica composta por 70 painéis solares em sua sede administrativa, melhorando a eficiência energética e reduzindo os custos operacionais. A superintendente de Gestão Estratégica do Sicoob Coopemata, Vanessa Lacerda Alves Fajardo, destaca o orgulho de ter colaboradores voluntários engajados em fazer a diferença para a preservação ambiental e combate à crise climática. “A neutralização de CO² é uma preocupação de todos, por isso o Adote uma Árvore deu tão certo, porque é um pouco de cada um, que se transforma em muito e pode melhorar o mundo.” Outro ganho do projeto vencedor do Prêmio SomosCoop Melhores do Ano 2024 foi o fortalecimento da imagem institucional e ampliação do engajamento de cooperados e empregados do Sicoob Coopemata na agenda de sustentabilidade. “Assim que o projeto foi iniciado, decidi adotar uma árvore para ajudar na neutralização do CO². Tive a oportunidade de participar pessoalmente do plantio, o que fortaleceu ainda mais meu sentimento de pertencimento a essa cooperativa. À medida que fui conhecendo os projetos, princípios e valores, passei a considerá-la minha principal instituição”, afirma Nelci Cardoso Mendonça, cooperada há mais de quatro anos. O diretor da Aban e voluntário da Reserva Santuário, Renato Lopes, destaca a parceria com a cooperativa como um marco para a cooperação em prol do meio ambiente, que pode inspirar projetos sustentáveis em outras regiões. “Fazer parte do processo de recomposição de biomas com o Sicoob Coopemata é uma realização pessoal. Após 10 anos na Amazônia, onde vi a beleza e a destruição causadas pelo atual sistema de desenvolvimento, a parceria nos permite restaurar florestas usando a agricultura sintrópica, que imita a natureza e ainda gera alimentos para famílias vulneráveis. Somos gratos pelas oportunidades que essas parcerias proporcionam”, afirmou.  Saiba mais sobre os vencedores do Prêmio SomosCoop Melhores do Ano 2024.
Cooperativa refloresta área de Mata Atlântica com apoio de cooperados
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03/12/2024

Cooperativas com mais de 70 anos de atuação mostram resiliência do cooperativismo brasileiro

Em um país em que a duração média de uma empresa é de cinco anos, completar décadas de atuação em um negócio é uma prova de excelência, capacidade de adaptação e potencial para inovar. E o cooperativismo tem tudo isso. De acordo com o Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2024, mais da metade (53,3%) das 4.509 cooperativas do país têm mais de 20 anos no mercado. É comum conhecer cooperativas que comemoram bodas de prata ou de ouro e há algumas centenárias espalhadas pelo Brasil.  “O cooperativismo é um modelo de negócio resiliente e sustentável. Pelo país todo, temos muitas cooperativas com décadas de histórias, em vários ramos. Essa longevidade está diretamente ligada à capacidade do cooperativismo de gerar trabalho e prosperidade com foco nas pessoas e no desenvolvimento das comunidades”, afirma a gerente-geral do Sistema OCB, Fabíola Nader Motta.  O maior exemplo de resiliência e longevidade do coop brasileiro é a Sicredi Pioneira, a primeira cooperativa do país. Prestes a completar 122 anos em dezembro, a coop segue de portas abertas e em pleno crescimento. Fundada em 1902 pelo padre Theodor Amstad em Nova Petrópolis (RS), Capital Nacional do Cooperativismo, a Pioneira também foi a primeira cooperativa de crédito da América Latina e inaugurou no continente o modelo de instituição financeira que apoia as pessoas em momentos de crise.  Em mais de um século de história, a Sicredi Pioneira esteve ao lado dos cooperados durante a gripe espanhola, as duas Guerras Mundiais, os períodos de instabilidade política e econômica do país, a hiperinflação nos anos 1980, a pandemia de covid-19, e em muitos outros.  Para o atual presidente da cooperativa, Tiago Luiz Schmidt, o fato de estar ao lado da comunidade em todos esses momentos históricos é justamente um dos motivos da longevidade da Sicredi Pioneira. “A Pioneira vivenciou esses desafios e dificuldades junto com as pessoas e foi se adaptando. Conseguimos chegar aos 122 anos vivendo a comunidade, fazendo parte dos sonhos, das alegrias e dos desafios. Se fazer presente é um dos requisitos para essa atuação tão longeva”, afirma.  Além da Pioneira, o Sicredi tem mais cinco cooperativas centenárias pelo país. Segundo Schmidt, para se manterem atualizadas em um segmento em que a transformação tecnológica é tão dinâmica, as cooperativas apostam nos diferenciais cooperativistas. Um exemplo é a presença de agências físicas no interior do país: enquanto os bancos fecham suas portas, as cooperativas fazem questão de oferecer atendimento presencial para alguns públicos, principalmente nas áreas rurais. “Esse é um dos grandes segredos para a cooperativa conseguir se manter atualizada: ter um vínculo forte com as escolas, com as entidades de classe, os sindicatos rurais, as universidades, empresas, e, claro, com os cooperados”, explica. Cooperado da Sicredi Pioneira desde 2005, Schmidt é o sétimo presidente da cooperativa, que atualmente reúne 250 mil cooperados.  Por ano, a Sicredi Pioneira recebe mais de 10 mil pessoas interessadas na história e trajetória de solidez da cooperativa, entre estudantes, associados, colaboradores, conselheiros, diretores, dirigentes de Organizações Estaduais e de outros ramos do cooperativismo. “Isso para nós é uma honra e uma grande responsabilidade. Um dos nossos papéis é compartilhar nossa trajetória, porque ela também é a história do cooperativismo brasileiro”, orgulha-se Schmidt.  Precursora das compras coletivas  Em outubro, a Coop, uma cooperativa de consumo criada em Santo André, na Região Metropolitana de São Paulo, completou 70 anos com participação consolidada no mercado e histórias que marcam gerações de clientes.  Com 1 milhão de cooperados e mais de 6 mil colaboradores, a Coop tem mais de 100 unidades de negócios, entre elas 35 supermercados e 68 drogarias, além de canais digitais. No setor de varejo alimentar, o grupo tem 30% de participação de mercado na região do Grande ABC.  Tudo começou em 1954, quando um grupo de 292 funcionários da Rhodia, uma indústria química e têxtil tradicional da região, decidiu se unir para criar uma alternativa para a compra de alimentos e outros produtos. Em conjunto, eles conseguiam negociar preços no atacado, estocar os itens em um armazém e vender a preços mais justos por meio da Cooperativa de Consumo dos Empregados das Companhias Rhodia, Rhodiaceta e Valisère – que em 1997 mudou de nome para Coop.  Em poucos anos, o número de cooperados saltou para mais de 3 mil e, ainda na década de 1950, a cooperativa começou a abrir mais unidades. Em 1970, tornou-se uma cooperativa de livre adesão, ou seja, aberta a qualquer pessoa interessada em fazer compras com preços justos. No fim da década, a Coop já tinha quase 75 mil associados de várias cidades do Grande ABC. Nos anos 1990, passou atuar também no setor de farmácias e criou uma marca própria de produtos, abrindo caminho para se tornar a maior cooperativa de consumo da América Latina na década seguinte e chegar ao primeiro milhão de cooperados. Durante a pandemia de covid-19, criou dois canais de compras online, um para os supermercados e outro para produtos das farmácias.  Para o diretor-geral da Coop, Pedro Mattos, atuar com base nos princípios cooperativistas é um dos motivos para os resultados da cooperativa paulista em 70 anos de atuação. “Por sete décadas seguimos os princípios do cooperativismo, contribuindo com a comunidade não apenas no emprego e geração de renda, como também ao colaborar com pessoas menos favorecidas, por meio de programas e projetos sociais, culturais, esportivos e de promoção da saúde”, afirma.  Em 70 anos, muitos cooperados tiveram a Coop como parte do cenário de suas vidas e de momentos com suas famílias, como o aposentado Antônio Albardeiro, cooperado desde 1968. “Tenho histórias com a Coop que marcaram minha vida. Além de sempre poder comprar o que precisamos na cooperativa, como cooperado também aprendi a valorizar a honestidade e o caráter. A Coop foi uma escola para mim”, afirma. A história de Albardeiro com a Coop está na websérie SomosCoop na Estrada e no podcast PodCooperar, produzidos pelo Sistema OCB.  Tradição no agro No setor agropecuário, a tradição cooperativista é reconhecida nacionalmente. Responsáveis por metade da produção de grãos do país e com participação significativa no mercado de leite e carnes, as cooperativas agropecuárias estão no dia a dia dos brasileiros, com marcas e produtos reconhecidos por várias gerações.  A Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR), que completa 76 anos em 2024, criou e manteve por mais de 50 anos a marca Itambé, uma das mais conhecidas pelos consumidores brasileiros. Criada em 1948, a central atualmente reúne 31 cooperativas e 25 mil cooperados e capta 90 milhões de litros de leite por mês.  A CCPR tem a trajetória marcada pela colaboração com instituições acadêmicas para o desenvolvimento de pesquisas sobre a produção de laticínios e pela atuação institucional em defesa dos interesses dos cooperados ao longo de décadas.  Para o presidente da central, Marcelo Candiotto, a história da CCPR é um exemplo de como a união e a cooperação podem gerar resultados duradouros e positivos para as pessoas diretamente envolvidas e para a sociedade como um todo. “Chegar aos 76 anos de história com solidez e estabilidade, mesmo diante das adversidades econômicas do nosso país, é algo que merece ser celebrado. Para os cooperados, a longevidade representa segurança e confiança, eles sabem que estão associados a uma organização sólida, capaz de enfrentar crises e se adaptar às mudanças do mercado. Para a sociedade, demonstra a viabilidade e a resiliência do modelo cooperativista. Isso inspira outras iniciativas e reforça a importância da cooperação e da solidariedade como pilares para o desenvolvimento econômico e social”, afirma.  Presidente da CCPR desde 2017, Candiotto diz que uma das estratégias da central para se manter firme e relevante no mercado por tantas décadas é investir continuamente na capacitação de cooperados e colaboradores e no desenvolvimento de processos e produtos para acompanhar as transformações tecnológicas do setor. “Outro fator importante é a sustentabilidade. Investimos em práticas que garantem a preservação ambiental e a responsabilidade social”, acrescenta.
Cooperativas com mais de 70 anos de atuação mostram resiliência do cooperativismo brasileiro
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27/11/2024

Cooperativismo consolida protagonismo sustentável na COP 29

A participação do cooperativismo brasileiro na 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), em Baku, no Azerbaijão, mostrou a importância do segmento para uma economia mais verde e com menos impacto para o planeta. As cooperativas brasileiras participaram de painéis sobre combate às mudanças climáticas no setor agrícola e finanças sustentáveis. Realizado de 11 a 22 de novembro, o evento reuniu representantes de mais de 200 países em uma extensa agenda de negociações sobre ações para limitar o aquecimento global e mitigar seus impactos.  “É parte da estratégia do Sistema OCB participar das Conferências do Clima das Nações Unidas como uma forma de destacar a atuação do cooperativismo como um instrumento de combate às mudanças climáticas", explica o coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, Alex Macedo. No painel “O Papel das Cooperativas no Combate às Mudanças Climáticas”, vinculado ao Centro de Comércio Internacional, organismo associado às Nações Unidas, o Sistema OCB apresentou iniciativas de produção sustentável do setor agrícola, com a participação de duas grandes cooperativas brasileiras, a Cooxupé e a Coopercitrus. Já o evento “Cooperativismo e Finanças Sustentáveis”, realizado no pavilhão do governo brasileiro na COP29, ressaltou a responsabilidade das cooperativas de crédito no financiamento de iniciativas verdes. A apresentação incluiu cases do Sicredi, Cresol Minas Gerais e Sicoob, além da participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).  “A COP29 é uma oportunidade única para mostrar como as cooperativas brasileiras lideram os quesitos inovação e responsabilidade na agenda da sustentabilidade, além de apoiar metas globais. São inúmeros os exemplos de que é possível desenvolver iniciativas de impacto econômico e social positivo, sem abrir mão de preservar o planeta”, afirma a superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella. Agricultura coop e sustentável  No agronegócio, um dos setores com maior potencial de ações de mitigação de emissões de gases de efeito estufa (que agravam o aquecimento global), o cooperativismo tem sido protagonista em produzir com sustentabilidade. Na COP29, cooperativas brasileiras mostraram que é possível construir uma cadeia tecnológica para emitir menos carbono na atmosfera e, ao mesmo tempo, contribuir para a inclusão de pequenos produtores no mercado.  O presidente do Conselho de Administração da Coopercitrus, Matheus Kfouri, afirma que o cooperativismo tem possibilitado a entrada de agricultores brasileiros nesse novo modelo de produção, por meio de suporte técnico e acesso a tecnologias verdes. “A principal barreira para adoção de tecnologias que terão impacto ambiental positivo é o conhecimento. A cooperativa agrícola consegue demonstrar para o agricultor que as tecnologias vão entregar resultados positivos e os ensina a adotá-las. Em uma empresa privada isso dificilmente acontece”, pondera.  Maior cooperativa de café do mundo, a mineira Cooxupé apresentou no Azerbaijão seu projeto Protocolo Gerações, de sustentabilidade econômica, social e ambiental, e outros programas que dão suporte a pequenos produtores de café. Entre as ações, a cooperativa prepara os agricultores para atender a padrões internacionais de certificação e rastreabilidade do café, garantindo acesso a mercados.  “Apesar de sermos a maior coop do ramo, somos formados por pequenos produtores. O mundo pensa que a gente, por fazer parte do setor cafeeiro brasileiro, é enorme, que todos os nossos produtores são gigantes e não precisam de apoio. Mas ressaltamos que eles são pequenos produtores, dentro dos padrões nacionais, e que precisam sim de apoio, principalmente de reconhecimento para que toda a produção seja sustentável”, afirma a gerente de ESG da Cooxupé, Natalia Carr.  Crédito para transformação  Em outra contribuição do cooperativismo brasileiro para uma economia de baixo carbono, as cooperativas de crédito têm se destacado como agentes financiadores de projetos sustentáveis em várias áreas. Com regras específicas, os recursos viabilizam a geração de energias renováveis, apoio a agricultores familiares, inclusão produtiva de comunidades extrativistas, entre outros.  “O cooperativismo de crédito trabalha com públicos vulneráveis com uma margem que, às vezes, não é tão rentável quanto a de uma grande instituição financeira. O setor está presente nas comunidades e financia projetos voltados à restauração de ecossistemas, à produção agrícola sustentável, ao empreendedorismo feminino e à inclusão de jovens e de mulheres”, ressalta Alex Macedo. Um exemplo da atuação sustentável do cooperativismo financeiro levado à COP29 é o apoio do Sicredi para a construção de pequenas unidades de energia solar. Desde 2017, mais de R$ 12 bilhões em crédito foram destinados a esse tipo de projeto. “As cooperativas de crédito têm a oportunidade de promover soluções que estejam conectadas com a preservação ambiental. É nosso papel como instituição financeira com foco nas pessoas e nas comunidades”, afirma o diretor executivo de Sustentabilidade, Administração e Finanças do Sicredi, Alexandre Englert Barbosa. A diretora e superintendente da Cresol MG, Mayara Viana Ribas, que também participou da COP em Baku, afirma que a conferência foi uma grande oportunidade para demonstrar como o cooperativismo pode liderar a transição para uma economia sustentável. “Esperamos que o cooperativismo de crédito saia ainda mais fortalecido e reconhecido pela sua atuação estratégica e presença nos territórios, principalmente nos mais vulneráveis.” Segundo Ênio Meinen, diretor de Coordenação Sistêmica, Sustentabilidade e Relações Institucionais do Sicoob, a presença do cooperativismo de crédito brasileiro na Conferência reforçou o comprometimento do setor com as agendas globais de sustentabilidade. “Essa representatividade na COP29 também evidencia a contribuição ativa do cooperativismo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável [ODS], consolidando-o como uma alternativa real e essencial para enfrentar as demandas e desafios do século XXI”, afirma   Conheça algumas iniciativas de sustentabilidade apresentadas pelas cooperativas brasileiras nos painéis na COP29:    Cooperativa: Coopercitrus Ação: A Coopercitrus, que conta com mais de 42 mil cooperados, alia tecnologia e práticas sustentáveis, contribuindo para a preservação de florestas nativas, a fim de promover uma agricultura regenerativa e mitigar mudanças climáticas.  Cooperativa: Cooxupé Ação: A Cooxupé criou o Protocolo Gerações, uma ferramenta de melhoria contínua que conta com auditorias independentes e fornece suporte aos pequenos produtores, tanto no quesito organizacional como para a obtenção de certificados de produção sustentável.    Cooperativa: Cresol Ação: A Cresol promove a sustentabilidade por meio do crédito a projetos verdes, em especial no setor de bioeconomia e agricultura familiar. Além disso, internamente, a cooperativa trabalha a diversidade como valor fundamental e promove a inclusão de mulheres em cargos de liderança.   Cooperativa: Sicredi Ação: O Sicredi possui iniciativas de financiamento de energia renovável e agricultura sustentável. A cooperativa também apoia o empreendedorismo feminino por meio do programa Donas do Negócio.   Cooperativa: SicoobAção: A parceria entre o Sicoob Credisul e indígenas Mamaindê, de Rondônia, fomenta negócios que geram renda e autonomia para a comunidade, também promove capacitação  para que possam autogerir o seu negócio. Os exemplos de alinhamento do cooperativismo brasileiro à agenda climática apresentados na COP29 são apenas uma parte das milhares de iniciativas desenvolvidas em todos os ramos de atuação do coop no Brasil. Para dar visibilidade a esses projetos e inspirar outras cooperativas, o Sistema OCB criou o site Cooperação Ambiental, que reúne cases e reportagens especiais sobre a atuação sustentável do segmento cooperativista. Rumo à COP30 no Brasil  Para o coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, Alex Macedo, a presença na COP29 também mostrou a importância de estimular a implementação de práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) nas cooperativas. “O mundo passa por um processo de mudanças climáticas sério, que já acomete várias comunidades. Como cooperativistas, temos a oportunidade de mitigar impactos e conscientizar as pessoas a fazerem sua parte”, pondera.  De acordo com Macedo, a presença do cooperativismo em eventos internacionais aumenta a visibilidade do setor e gera novas oportunidades de negócios. “Um resultado prático dessa participação é o aumento do conhecimento sobre o cooperativismo por atores de organismos vinculados às Nações Unidas, centros de comércio, Banco Mundial. Isso tem reverberado do ponto de vista de negócios, de acesso a recursos financeiros internacionais”, explica.  Em 2025, a Conferência do Clima será realizada em Belém, capital do Pará, e o cooperativismo já se prepara para ter uma participação expressiva. “A COP 30 no Brasil, juntamente com o Ano Internacional das Cooperativas, será um momento muito rico para gerarmos mais conhecimento sobre os benefícios à sociedade que o nosso modelo promove”, ressalta Alexandre Englert Barbosa, do Sicredi.
Cooperativismo consolida protagonismo sustentável na COP 29
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08/11/2024

O que é a intercooperação

A intercooperação abre portas para novos negócios e ajuda a ampliar a participação de mercado e os resultados das cooperativas envolvidas. Assista ao vídeo e veja como a união entre cooperativas pode potencializar os resultados dos negócios cooperativos.
O que é a intercooperação
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30/10/2024

Cultura cooperativista pelo mundo

As cooperativas foram declaradas Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, graças à sua contribuição essencial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Com presença em mais de 150 países, o modelo de negócio se destaca por oferecer soluções inovadoras para desafios sociais, promoção de empregos e cuidados com o meio ambiente. Descubra exemplos inspiradores de como o cooperativismo impacta positivamente o mundo.
Cultura cooperativista pelo mundo
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01/10/2024

O que é intercooperação

A intercooperação é um dos pilares essenciais do cooperativismo, promovendo o fortalecimento das cooperativas por meio de parcerias estratégicas. Ao trabalhar em conjunto, as cooperativas criam um ambiente mais competitivo, ampliando oportunidades de negócio, reduzindo custos e oferecendo mais valor aos seus membros. Essa união entre diferentes cooperativas, tanto em nível local quanto internacional, potencializa o movimento cooperativista e solidifica sua presença no mercado.
O que é intercooperação
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20/09/2024

O que é cooperativismo?

Nem sempre é fácil explicar o que é o cooperativismo, mas estamos aqui para te ajudar a entender! Este infográfico foi criado para responder as principais perguntas sobre o movimento cooperativista de forma clara e simples. Com 7 perguntas e respostas, você vai aprender o que é o cooperativismo, seu propósito, como funciona e quem pode participar. Vamos juntos explorar o poder da cooperação e como ela impacta a vida de pessoas e comunidades. Clique nos tópicos abaixo e descubra mais!
O que é cooperativismo?
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18/09/2024

DNA Cooperativo promove imersão sobre o cooperativismo pelo Brasil

"Conhecer, viver e disseminar", esse é o tripé que o Sistema OCB acredita ser necessário para a difusão do cooperativismo. Com base nessas três etapas, a instituição criou o programa DNA Cooperativo, uma imersão no nosso modelo de negócio para capacitar e apoiar as cooperativas na preservação e fortalecimento da identidade cooperativista.  A necessidade de uma solução inovadora para fortalecer a cultura cooperativista foi identificada pela Pesquisa Nacional do Cooperativismo, realizada para estruturar os debates do 15º Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC). O levantamento revelou que 56% das lideranças consideram a conscientização dos cooperados sobre os princípios coop o maior desafio na gestão e governança. Já 49% relataram baixa participação e engajamento dos cooperados no dia a dia das cooperativas como a principal dificuldade nessa área.  Com conteúdo atrativo, dinâmicas lúdicas e troca de experiências entre os participantes, a imersão DNA Cooperativo foi a solução formativa encontrada para resgatar os princípios e valores do cooperativismo e o envolvimento com a cultura coop.  Em oito horas de duração, a imersão aborda, com dados e informações, a história do cooperativismo no mundo e no Brasil, explica os princípios e valores do movimento e nossa atuação nos sete ramos. Desenvolvido para turmas de 30 pessoas, o programa estimula a interação e troca de experiências para conectar os interesses individuais dos participantes com os propósitos do movimento cooperativista.  Jornada coop   O analista de Desenvolvimento de Cooperativas no Sistema OCB, Joaci Medeiros, um dos idealizadores do programa, conta que a imersão foi inspirada no DNA Sicoob, projeto do sistema cooperativista de crédito para incentivar e fortalecer a identidade coop entre os novos colaboradores da instituição. Além disso, para conhecer de perto as raízes do cooperativismo brasileiro, o núcleo responsável pelo desenvolvimento do DNA Cooperativo foi até Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul, onde nasceu a Sicredi Pioneira, primeira cooperativa de crédito do país.  "O DNA Cooperativo foi construído a muitas mãos, tivemos três pilotos até chegar a essa solução atual", lembra Medeiros. A aplicação do programa teve uma fase piloto com três etapas: primeiro, turmas de colaboradores do Sistema OCB Nacional; em seguida, representantes de Organizações Estaduais de todo o Brasil viajaram a Brasília para um segundo teste; e o terceiro grupo reuniu representantes do ramo Crédito.  Após a validação na etapa piloto, 34 turmas demonstrativas da imersão DNA Cooperativo já foram realizadas pelo país, em um total de quase mil pessoas impactadas pela solução. Além disso, houve nove formações de multiplicadores para ampliar o alcance do programa.  E os resultados têm sido satisfatórios. A nota média dos participantes em relação à satisfação com o programa é 9,8, a qual está na Zona de Encantamento da metodologia Net Promoter Score (NPS), que utiliza ferramentas de pesquisa e classificação para analisar o nível de satisfação. Já a respeito da aplicação do conteúdo no dia a dia, em uma escala de 0 a 5, a média é de 4,8.  Segundo Medeiros, os dados refletem o sucesso e a importância da iniciativa para a disseminação da cultura cooperativista. “O intuito é que, ao final do DNA Cooperativo, os participantes tenham entendido que o cooperativismo é um movimento global e centenário, que cresce continuamente e está cada vez mais consolidado no Brasil. Ele se origina de dores, mas se realiza em torno da união de pessoas que tem um propósito em comum e evolui à medida que seus cooperados e colaboradores pensam, vivem, compram e fazem negócios”, pondera.  Experiência compartilhada  No Sistema OCB Nacional, todos os colaboradores internos passaram pela imersão, inclusive quem acabou de entrar na Casa do Cooperativismo, como  a analista de Desenvolvimento de Cooperativas, Sabrina Carvalho, recém-efetivada. "Participar da imersão foi essencial para resgatar a sensação de pertencimento, de colaboração, de cooperação, de estar todo mundo junto, de que juntos conseguimos chegar mais longe”, avalia.  Para o analista em Documentação do Sistema OCB, Edvan Moura, o momento mais interessante da imersão DNA Cooperativo foi a interação com outros cooperativistas. "Foi muito valioso ouvir o depoimento dos outros colegas sobre cooperativismo, como isso atravessa cada um. O cooperativismo é um movimento econômico, mas não deixa de ser uma ideologia, uma forma de enxergar o mundo. E o DNA Cooperativo é uma ferramenta que leva os princípios e o propósito do cooperativismo para várias pessoas e mais partes interessadas”, destaca.  Colaborador do Sistema OCB desde 2011, Moura conta que descobriu fatos importantes sobre o cooperativismo durante o programa e ficou impressionado com a força econômica do nosso modelo de negócio. Dados da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) apresentados na imersão mostram que se as 300 maiores cooperativas do mundo fossem um país, seriam a oitava maior economia do mundo, com faturamento combinado de US$2,4 trilhões.  Com o sucesso das primeiras turmas, o programa DNA Cooperativo está em fase de planejamento da expansão e o objetivo do Sistema OCB é levar a iniciativa para mais pessoas em todo o país, com o apoio das Organizações Estaduais. "Já tivemos turmas no Crédito, vamos realizar turmas no ramo Saúde, este movimento está ganhando corpo. O público-alvo são cooperados e colaboradores das cooperativas. Nas turmas demonstrativas, as Organizações Estaduais puderam entender o que é o DNA Cooperativo para facilitar a oferta da solução para as cooperativas de seus respectivos estados", explica Joaci Medeiros. Ficou interessado em participar da imersão? Procure sua Organização Estadual para saber como sua cooperativa pode fazer parte do programa DNA Cooperativo. 
DNA Cooperativo promove imersão sobre o cooperativismo pelo Brasil
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17/09/2024

Eleições municipais são oportunidade para fortalecer cultura cooperativista no país

Garantir um ambiente regulatório favorável ao desenvolvimento das cooperativas é uma tarefa fundamental para a disseminação da cultura cooperativista entre os brasileiros. E as eleições municipais, como as que ocorrem este ano, são um momento propício para influenciar os tomadores de decisão e a formulação de políticas públicas que fortaleçam as cooperativas.  O modelo de negócios do cooperativismo está diretamente ligado ao desenvolvimento das cidades e das economias locais, temas que estão na agenda de todos os candidatos a prefeituras ou câmaras de vereadores. Um estudo recente da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) comprovou que municípios onde o cooperativismo atua com maior protagonismo têm um aumento médio de R$5,1 mil no Produto Interno Bruto (PIB) por habitante, além de maior número de empregos formais, de estabelecimentos comerciais e de exportações.  “O momento das eleições municipais é importante para garantir que os gestores públicos, prefeitos e vereadores reconheçam e incorporem o potencial das cooperativas como motor de desenvolvimento econômico e instrumento de políticas públicas de inclusão produtiva e financeira, economia de escala e modelo de negócios viável para transformar a realidade das pessoas, garantindo trabalho e renda por meio da economia colaborativa e do empreendedorismo coletivo”, aponta o coordenador de Relações Governamentais do Sistema OCB, Eduardo Queiroz. Apesar da sua importância para o desenvolvimento local, o cooperativismo ainda é pouco lembrado de forma expressa nos planos de governo municipais. Com esse objetivo, o Sistema OCB tem incentivado e fomentado, por meio do Programa de Educação Política, ações que visem fomentar o voto consciente e o aumento da representatividade do cooperativismo nas instâncias decisórias. Um exemplo de sucesso vem do Espírito Santo, onde o Sistema OCB/ES tem atuado fortemente para promover legislações que beneficiem o cooperativismo nos municípios. Desde o final de 2022, um trabalho estratégico foi realizado junto às prefeituras e câmaras municipais, resultando na aprovação de 11 leis municipais que reconhecem e apoiam o modelo cooperativista em cidades como Vila Velha, Serra, Santa Leopoldina, entre outras. “Conseguimos avançar no reconhecimento das cooperativas por parte de muitas prefeituras e câmaras. Já há um diálogo muito avançado em alguns municípios”, afirma o assessor de Relações Institucionais do Sistema OCB/ES, David Duarte Ribeiro.  As legislações de fomento ao movimento cooperativista promovidas pelo Sistema OCB/ES em nível municipal têm, entre seus pontos principais, o incentivo à educação cooperativista em nível local, com a previsão de inclusão de conteúdos e atividades relativos ao cooperativismo nos currículos das escolas estaduais de ensino médio. Para a entidade, esse esforço busca fortalecer a cultura cooperativista entre os jovens, incentivando a formação de novas gerações de cidadãos mais conscientes sobre a importância da cooperação e do desenvolvimento sustentável. Para ampliar os resultados da representação institucional do cooperativismo no estado, o Sistema OCB/ES elaborou uma minuta de projeto de lei que serve como base para atuação junto ao Legislativo e Executivo, com foco na valorização e apoio à participação das coops em espaços como conselhos municipais e certames públicos. Em alguns locais, essa interlocução é realizada por meio de parlamentares que já têm relação com o movimento cooperativista. Quando não há essa ponte, a entidade procura a presidência das câmaras municipais para apresentar a proposta e explicar aos parlamentares o que representa o cooperativismo, em âmbito local e nacional. Há ainda um trabalho semelhante realizado com as prefeituras, para alinhar esse entendimento. “Nossa avaliação é que os resultados têm sido altamente positivos, pois conseguimos avançar no reconhecimento por parte de muitas prefeituras e câmaras sobre a importância econômica e social do nosso modelo societário. Já percebemos que problemas que antes tínhamos de certames públicos realizados e que vedavam a participação de cooperativas em licitações deixaram de existir, assim como em alguns municípios já se iniciou, por parte de algumas prefeituras, movimentações econômicas com cooperativas financeiras”, destaca Ribeiro. Políticas públicas na ponta Outro exemplo de sucesso na promoção da cultura do cooperativismo por meio da atuação institucional é o Sistema Ocemg. Nos últimos anos, a instituição cooperativista mineira atuou fortemente para informar os gestores públicos municipais sobre benefícios e a possibilidade de as cooperativas de crédito captarem depósitos e operarem com disponibilidade de caixa das prefeituras, em conformidade com a Lei Complementar 161/2018.  “Percebemos que, apesar de o novo marco regulatório possibilitar essa maior aproximação das prefeituras com as cooperativas de crédito, existia ainda um certo receio de como seria essa operacionalização, muito por conta do desconhecimento que ainda existe sobre o modelo cooperativista. Assim, nosso esforço foi no sentido de apresentar o cooperativismo para esses atores. Juntamos esforços com o Sistema OCB, Confebras, Sebrae, FGCoop e Banco Central para elaborarmos e divulgarmos a cartilha “Retenção de Riqueza no Município – Relação entre Prefeitura e Cooperativas de Crédito” junto aos gestores públicos municipais, o que melhorou substancialmente à adesão das prefeituras a essa parceria com o cooperativismo”, explica o assessor institucional do Sistema Ocemg, Geraldo Magela. O resultado não poderia ser melhor: com a colaboração do Governo do Estado de Minas Gerais e da Associação Mineira de Municípios (ANM), o material cooperativista foi divulgado para os mais de 850 municípios do estado. E a atuação tem surtido efeito. Em Minas Gerais, as disponibilidades de caixa de prefeituras operadas por cooperativas de crédito subiram de R$299,8 milhões em 2021 para R$748 milhões em 2023. Também aumentou o número de municípios com parceria efetivada entre cooperativas de crédito e prefeituras: em 2021, eram 107 cidades alcançadas; hoje, 484 municípios mineiros (56% do total) possuem suas disponibilidades de caixa operacionalizadas pelo cooperativismo financeiro. “Essa é uma política pública de muito potencial, pois os recursos das prefeituras depositados em cooperativas de crédito são retidos e reinvestidos no próprio município, de forma a incentivar o desenvolvimento da economia dos municípios. Por mais que a legislação que possibilitou essas operações seja de caráter federal, a efetividade de sua implementação dependeu, em grande parte, dessa maior aproximação com os agentes locais”, destaca Magela. Janela de oportunidade Para fomentar iniciativas como essas, o Sistema OCB tem atuado, em nível nacional, para estimular as cooperativas a participarem de forma legítima e transparente das eleições municipais deste ano, por meio de diretrizes reunidas em duas cartilhas: "Cooperativismo e as Eleições Municipais 2024", que aborda boas práticas da participação das cooperativas e dos cooperados no período eleitoral; e "Propostas para Cidades Mais Cooperativas", que busca incluir as cooperativas como instrumento de desenvolvimento nas agendas públicas municipais.  Queiroz destaca que as Eleições Municipais 2024 são um período-chave para que o cooperativismo seja reconhecido pelos futuros ocupantes de prefeituras e câmaras de vereadores e ganhe mais espaço nos planos de governo. “É estratégico inserir o cooperativismo na agenda pública municipal, porque nós já temos alguns levantamentos em nível local que apontam que o cooperativismo ainda é pouco citado em planos de governo para prefeituras. Isso é um paradoxo porque as cooperativas estão no centro da agenda de desenvolvimento das comunidades”, aponta.  De acordo com o coordenador de Relações Governamentais do Sistema OCB, diante da importância das cooperativas para os contextos locais, as eleições municipais são ainda mais estratégicas para construir pontes com o Poder Público, em especial em um momento em que os candidatos estão dispostos e interessados em ouvir o eleitor e se comprometer com determinadas causas.  “A percepção e o grau de conhecimento dos parlamentares sobre o cooperativismo não são conquistados em Brasília, eles vêm, logicamente, da base. Portanto, é importante a gente construir essa proximidade com estes atores desde o nível local. Estamos falando, por exemplo, de candidatos a membros das câmaras municipais, que vão seguir suas carreiras políticas e eventualmente se tornarão deputados estaduais, deputados federais e senadores da República”, afirma.  Saiba mais sobre as cartilhas do Sistema OCB com orientações para a atuação do cooperativismo nas eleições municipais:  Cooperativismo e as Eleições 2024  O material explica como funcionam as eleições, esclarece alguns mitos e pontua de que forma as cooperativas podem se engajar na escolha de candidatos conscientes sobre o papel do cooperativismo na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Destaca ainda quais condutas são vedadas às organizações cooperativistas, como doação financeira a campanhas e realização de propaganda eleitoral.  Propostas para Cidades Mais Cooperativas  O objetivo deste material é oferecer insumos aos candidatos às prefeituras e às câmaras municipais para a elaboração de políticas públicas que contemplem as especificidades do movimento cooperativista. A publicação destaca as ações, projetos e normas que necessitam da ação do governo municipal para a sua continuidade, ampliação ou implementação.  
Eleições municipais são oportunidade para fortalecer cultura cooperativista no país
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16/08/2024

Cultura cooperativista: como fortalecer nosso jeito de fazer negócio com princípios

O nosso lema já diz: o cooperativismo é sempre um bom negócio. Mas, quando esse negócio se expande, ganha volume e competitividade no mercado, as organizações precisam empenhar esforços para não perder de vista o que temos de mais valioso: nossos princípios.  Em 2024, pela primeira vez, o Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC) teve como um dos eixos de discussão a Cultura Cooperativista. A inclusão do tema foi feita a partir do diagnóstico da Pesquisa Nacional do Cooperativismo, utilizada para estruturar os debates do 15º CBC, evento mais importante do nosso setor e responsável por definir as diretrizes de futuro do coop brasileiro.  O estudo ouviu lideranças de todo o país e revelou que 56% consideravam como o maior desafio do cooperativismo, na área da gestão, a baixa conscientização dos cooperados sobre os princípios cooperativistas. O segundo maior problema, de acordo com 49% dos entrevistados, é a baixa participação e engajamento dos cooperados no dia a dia da organização. Essas duas queixas se relacionam, diretamente, à falta de compreensão da cultura cooperativista e apontam para a necessidade de fortalecer esses princípios - para dentro e para fora.  “Os dados destacam, mais especificamente, a necessidade significativa de disseminar os princípios e valores cooperativistas, tanto dentro quanto fora das cooperativas, e as dificuldades na comunicação sobre esses princípios para a sociedade. Esses foram aspectos relevantes identificados que reforçam a importância de manter a cultura cooperativista viva e presente nas ações do movimento”, destaca o gerente de Planejamento do Sistema OCB, Fábio Storti, responsável pela pesquisa.  Diretrizes estratégicas prioritárias de Cultura Cooperativista aprovadas no 15º CBC  1. Difundir o cooperativismo na educação formal brasileira em todos os níveis (do ensino básico ao técnico e superior), por meio de parcerias com escolas, universidades e órgãos educacionais. 2. Promover a formação das lideranças cooperativistas para fortalecer o seu papel como promotoras e multiplicadoras da cultura cooperativista dentro de suas organizações e no movimento.   Grandes negócios, grandes desafios Quando a cooperativa cresce, os desafios para manter a essência dessa cultura podem ser tão grandes quanto o tamanho do negócio. De acordo com Storti, embora o diagnóstico feito a partir da pesquisa não tenha abordado diretamente essa relação, a diversidade regional e a heterogeneidade entre os ramos tornam o desafio de manter uma cultura coesa ainda mais complexo. “É razoável inferir que, quanto maior a cooperativa, mais desafiador pode ser manter esses valores e princípios fortes, dado o aumento da complexidade organizacional”, compara. Grandes negócios coop têm mostrado que é possível responder a esses desafios e crescer com a força do nosso DNA. Presente em mais de 120 municípios de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, com mais de 1,6 milhão de cooperados, o Sistema de Cooperativas de Crédito Ailos dedica planejamento e muito esforço, em ações contínuas, para manter a cultura cooperativista viva e pulsante no coração do negócio.  “Esse é um grande desafio, mas é fundamental para a nossa identidade. Garantimos que as decisões estratégicas estejam sempre alinhadas com os princípios cooperativistas e promovemos uma cultura organizacional que valoriza a participação e a transparência. Continuamos a investir em projetos que beneficiem a comunidade e a oferecer um serviço personalizado que prioriza as necessidades dos nossos cooperados”, pontua o diretor de Produtos e Negócios do Sistema Ailos, Adelino Sasse. Atualmente com 13 cooperativas, mais de R$23 bilhões em ativos totais e R$4 bilhões em patrimônio líquido, o sistema investe em ações diversificadas para assegurar que a expansão não comprometa seus valores fundamentais. São realizados periodicamente treinamentos, workshops, palestras e eventos que fomentam a cultura cooperativista entre os cooperados, além de um investimento constante em comunicação para manter a base informada e engajada com os objetivos do grupo.  “Além disso, incentivamos a integração por meio de comitês e grupos de trabalho que permitem aos cooperados contribuir diretamente para a tomada de decisões e para o desenvolvimento da cooperativa”, exemplifica Sasse.  Para ‘calibrar’ as ações, é preciso um olhar atento: o Ailos realiza pesquisas de satisfação e acompanhamento contínuo para garantir o nível alto de participação e identificar em quais áreas é possível melhorar.  “Avaliamos que o nível de engajamento de nossos cooperados e funcionários com o cooperativismo é bastante positivo. Nossos cooperados demonstram um forte comprometimento com os valores e objetivos da cooperativa, participando ativamente das assembleias e eventos. Os colaboradores também são capacitados e motivados a representar e vivenciar os princípios cooperativistas em suas atividades diárias”, afirma Sasse. Em plena expansão em todos os ramos, mesmo diante dos cenários econômicos e políticos mais adversos, o cooperativismo tem o desafio de alcançar um desenvolvimento equilibrado com seus valores e princípios, absorvendo as demandas e oportunidades de mercado com uma compreensão sólida da cultura cooperativista. Uma equação que deve incluir o crescimento aliado à participação ativa de associados nos processos de decisão e nos negócios das cooperativas. Para a superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, o desafio das grandes organizações em manter seu DNA cooperativista pode ser encarado como uma “dor de crescimento”. “A cura para essa dor de crescimento é ter um propósito claro de onde se quer chegar e de quais são seus valores. É necessário encontrar um modelo de gestão que equilibre sua dupla natureza, guiando-se tanto pelos aspectos econômicos quanto os sociais, que no nosso caso são  indissociáveis” aponta.  Diferencial de mercado Fortalecer nossos valores e identidade não é relevante apenas para o desenvolvimento da comunidade em que estamos inseridos, ou para alavancar a qualidade de vida dos cooperados. Ainda que esses sejam objetivos primordiais, que estão na nossa essência, nossos valores fazem bem também para os negócios. Seja nas pequenas coops que movimentam a economia do interior do país, ou nas gigantes do crédito ou do agro de grande impacto no cenário nacional, a identidade cooperativista é um fator de diferenciação no mercado.  Para Fábio Storti, aspectos que constituem a alma do cooperativismo, como a gestão democrática e a intercooperação, promovem um ambiente favorável para o crescimento sustentável dos negócios. “A prática dos valores cooperativistas pode fortalecer o aspecto econômico ao favorecer que os cooperados permaneçam engajados, que as tomadas de decisão sejam democráticas e alinhadas, que a capacitação contínua seja estimulada, que se estabeleçam parcerias entre cooperativas e reforcem a relação com as comunidades”, enumera.  Em um mercado em constante transformação como o financeiro, com a chegada das fintechs e de outras tecnologias que transformaram a relação dos consumidores com o seu próprio dinheiro, o Ailos aposta no reforço da marca cooperativista como um diferencial.  “Em um ambiente em que os consumidores estão cada vez mais conscientes e exigentes, a transparência, a responsabilidade social e o compromisso com a comunidade são altamente valorizados. Os valores cooperativistas, como a equidade, a solidariedade e justiça social, ressoam positivamente com um público que busca empresas que operam com ética e responsabilidade. Investimos em campanhas de marketing e ações de responsabilidade social que comunicam claramente os benefícios e os valores do cooperativismo. Mostrar como a nossa cooperativa contribui para o desenvolvimento local e para a inclusão financeira ajuda a fortalecer a marca”, destaca o diretor de Produtos e Negócios do Sistema Ailos.        
Cultura cooperativista: como fortalecer nosso jeito de fazer negócio com princípios
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02/08/2024

Por que as cooperativas devem prestar atenção no TikTok

Se você acha que o TikTok se resume a um lugar em que adolescentes estão perdendo tempo com vídeos de dancinhas, maquiagem e memes, talvez esteja na hora de você conhecer um pouco mais sobre a plataforma e descobrir como ela pode impulsionar os negócios do cooperativismo. A rede é conhecida por funcionar como porta de entrada para que os usuários mergulhem em diferentes universos até então desconhecidos, inclusive de interesses e consumo.  De acordo com uma pesquisa da Opinion Box no Brasil, 1 em cada 3 usuários já comprou algum produto que conheceu pelo TikTok.  O aplicativo de compartilhamento de vídeos ostenta mais de 1 bilhão de usuários ativos em todo o mundo. Disponibiliza vídeos curtos, em média de 15 segundos a três minutos, com conteúdos de música, dança, dublagem, trends, humor, entre outros. A plataforma oferece amplos recursos de edição de fácil uso, impulsionando a criatividade na produção de conteúdos. O público principal são os jovens entre 16 a 24 anos, a chamada geração Z, mas a plataforma vem ampliando a faixa etária de seus usuários. Se popularizou em 2020, durante a pandemia de Covid-19, e segue crescendo.  Fã de rede social, o brasileiro logo adotou a plataforma, cujo diferencial é um algoritmo poderoso que rapidamente entende os interesses e gostos do usuário para entregar conteúdo personalizado. O TikTok acumula quase 99 milhões de usuários no Brasil, crescimento de 19,9% em relação a 2023, segundo dados de janeiro de 2024 do Data Reportal. Uma das suas marcas é o apelo para a viralização: os usuários engajam em desafios, as chamadas “trends”, sátiras e imitações, estimulando uns aos outros a participarem da brincadeira.  O cooperativismo e o marketing de influência Nós também estamos presente no TikTok, buscando atingir novos públicos e espalhar a palavra do coop em diferentes espaços. O destaque vai para o ramo crédito que usa a temática da educação financeira, popular na plataforma, para apresentar seus serviços, produtos e valores do cooperativismo em diferentes formatos.  O sistema Sicredi vem explorando, desde 2022, novas formas de atingir o público por meio do TikTok. A conta da financeira na plataforma conta com 109 mil seguidores e mais de 1,2 milhão de curtidas no perfil - um crescimento de 54% em relação a 2023, bem superior ao crescimento registrado em outras redes, como o Instagram. O foco são os jovens, pessoas físicas, que não conhecem a marca. Ainda em 2023, a média do alcance mensal do perfil do Sicredi foi de 5,3 milhões, um aumento de 236% em relação ao ano anterior Dentro da estratégia de redes sociais, o Sicredi investe em produção de conteúdo específica para o TikTok, com linguagem e formato mais adequados à rede. “Esse crescimento foi muito alavancado pelo fato de a gente trabalhar de forma muito ativa com criadores de conteúdo. A maior parte do nosso conteúdo no TikTok são desses criadores”, aponta a Gerente de Conteúdo, Redes Sociais e Site do Sicredi, Bruna Rodriguez.  A estratégia adotada pelo Sicredi na plataforma é o caminho percorrido por muitas marcas: o marketing de influência. Na prática, significa associar a marca ao conteúdo criado por influenciadores que já contam com o reconhecimento e engajamento dos usuários da plataforma. @sicredi Você tem um objetivo, mas acha que o salário não dá conta? Confira algumas dicas que vão te ajudar a se organizar e conta com o Sicredi para realizar os seus sonhos. 😍 #sicredi #EducaçãoFinanceira ♬ som original - Sicredi “Se antes o foco das marcas era investir em propaganda nos canais de TV, rádios e outdoors por aí, hoje um formato muito procurado é a associação da marca com pessoas que têm poder de influência nas redes sociais, os famosos influenciadores. Isso significa contratar pessoas que tenham relevância em seus nichos e usar suas redes sociais para divulgar uma marca”, explica Vanessa Campos especialista em comunicação digital, redes sociais e marketing de influência.  O Sicredi trabalha com diferentes perfis de influenciadores, e cerca de 50 creators já colaboraram com a marca - atualmente são nove ativos. Um desses perfis é o Vivenciando, focado em organização financeira para jovens. O perfil foi criado em 2021 pelos primos Fernando Bisi e Pedro Bisi. Os dois influenciadores, de 21 anos, já criaram conteúdos diversos para o sistema, desde dicas simples de poupança e investimento até como se organizar financeiramente para fazer um casamento - e assim o Sicredi aparece acompanhando o crescimento e os diferentes momentos de vida dos jovens.    @sicredi Chegou o terceiro e último episódio desta série sobre organização financeira no planejamento do casamento 💚 Para finalizar com chave de ouro, o @vivenciando_ deu uma dica super importante de como organizar os custos e desejos. Assista ao vídeo e confira! Quando você conta com o Sicredi, todos os sonhos são possíveis. 😍 #Sicredi #PlanejandoUmCasamento ♬ som original - Sicredi “Essa questão do contexto, da vida real, de trazer os creators para nos ajudar a fazer conteúdos que sejam feitos de pessoas para pessoas, contextualizados dentro da vida real, é onde a gente é muito bem-sucedido e garante o nosso crescimento, ano a ano”, afirma Bruna.  Pedro conta que o Vivenciando surgiu como um “produto da pandemia”: o tempo extra em casa e as notícias sobre o cenário econômico em ebulição chamaram atenção dos jovens. “A gente percebeu que tinha uma fatia do mercado, que éramos nós jovens iniciando seus primeiros empregos, que não eram atendidos pelos grandes influenciadores de finanças - investir de R$ 1 mil a R$ 3 mil por mês era fora da nossa realidade. Então decidimos falar  e entender o que é melhor para esse público”, lembra Pedro, que trocou a faculdade de direito pela de economia a partir da experiência no TikTok. Hoje o perfil conta com 258 mil seguidores e acumula mais de 2 milhões de curtidas.  A dupla tem muito cuidado ao se relacionar com marcas para garantir que os produtos e serviços que divulgam sejam de fato benéficos para saúde financeira do público. “A gente só quer parceiros que façam uma diferença na vida do nosso público, para melhor. A seleção dos parceiros tem que ser muito rigorosa porque estamos investindo a nossa credibilidade  e a confiança dos nossos seguidores na marca”, diz Pedro.  emoram a parceria com o Sicredi, que permite levar a educação financeira a mais pessoas, de forma alinhada aos valores cooperativistas. “Antes do Sicredi, eu conhecia o cooperativismo de forma muito básica. Mas antes de assinar, fomos a fundo para entender e vimos que o Sicredi ajuda as pessoas de verdade. Para nós foi muito interessante e muito fácil se associar com esse modelo de negócio, porque é algo que a gente sempre acreditou”, acrescenta o primo Fernando Bisi .  Jovens, mas nem tanto O TikTok é reconhecido por ser uma rede de jovens. Mas, embora seja o público mais presente, Vanessa destaca que o perfil vem mudando a partir da evolução da ferramenta.“O TikTok já foi uma rede social "dos jovens”, mas esse perfil de usuário está mudando junto com os novos formatos que a plataforma tem disponibilizado. Ao adotarem conteúdos mais longos e novos formatos, está atraindo pessoas de outras gerações, inclusive crescendo a base de 40+”, aponta a especialista. Outro grande player do cooperativismo financeiro, o Sicoob também colhe bons resultados na rede e já foca em outros públicos além da Geração Z. “O Sicoob visa atingir uma variedade de públicos no TikTok, incluindo jovens, empreendedores, famílias e o setor agro. Embora a rede seja amplamente reconhecida por sua popularidade entre o público jovem, a plataforma tem se tornado cada vez mais representativa para outros segmentos, alcançando uma audiência diversificada em todo o Brasil”, confirma Raquel Frois, coordenadora de Comunicação e Marketing do Sicoob. @sicoob Sabedoria do agro com @mineira_do_agro ♬ som original - Sicoob O foco principal dos conteúdos é educação financeira, com recortes específicos para cada um dos públicos. “Desde o início, buscamos destacar o papel transformador do cooperativismo financeiro como um movimento de proximidade, seja ele com atendimento humanizado ou digital. O TikTok oferece uma oportunidade única para o Sicoob aumentar a visibilidade da marca e conquistar o interesse dos brasileiros, permitindo que mais pessoas conheçam, considerem e amem o Sicoob”, aponta Raquel.  Um dos patrocinadores do Campeonato Brasileiro de Futebol, o Sicoob também usa o esporte em suas campanhas na rede, paixão nacional que dialoga com o público e cria conexão emocional. “Um dos casos recentes de sucesso do Sicoob no TikTok foi a campanha de anúncio do patrocínio do Brasileirão, com o mote "Vem pro Sicoob". A campanha incentivou os brasileiros a usarem sua criatividade para fazer jogadas inusitadas, conectando a ideia de cooperação no futebol com os valores do Sicoob. A resposta do público foi fenomenal, com mais de 34 milhões de visualizações, 2,4 milhões de likes e a hashtag #VEMPROSICOOB alcançando mais de 8 milhões de pessoas”, conta a coordenadora.  @nayuriabe No @Sicoob você é o craque da sua vida financeira, baixe agora o Super App Sicoob e abra a sua conta! 💚 #vemprosicoob #maisqueumaescolhafinanceira #sicoob #publi ♬ som original - nay Para essas e outras campanhas, o Sicoob também usa o marketing de influência, contratando influenciadores que já contam com uma base de peso na rede. A especialista Vanessa Campos destaca a importância da co-criação: as marcas podem ter um controle da narrativa, mas devem permitir que eles tenham liberdade na sugestão de formatos, assegurando a espontaneidade.  “Na parceria com influenciadores, as marcas conseguem ter um controle maior da narrativa e escolher influenciadores que estejam mais conectados com uma audiência que combine com seu público-alvo. Também pode aproveitar picos de engajamento de conteúdos virais e ter um retorno mais rápido, já que as pessoas estarão consumindo mais aquele formato ou assunto. É bem interessante também cocriar os conteúdos com o creator, mantendo a espontaneidade da linguagem dele, fugindo do modelo tradicional de publicidade. Essa naturalidade hoje é o que aumenta a conexão com o público”, recomenda a especialista.    Saiba mais: Diretrizes estratégicas orientam comunicação do coop para os próximos anos https://somoscooperativismo.coop.br/noticias-saber-cooperar/diretrizes-estrategicas-orientam-comunicacao-do-coop-para-os-proximos-anos Como preparar o porta-voz da sua cooperativa para falar com a imprensa? https://somoscooperativismo.coop.br/noticias-saber-cooperar/como-preparar-o-porta-voz-da-sua-cooperativa-para-falar-com-a-imprensa Carimbo SomosCoop: como utilizar a marca para fortalecer sua cooperativa https://somoscooperativismo.coop.br/noticias-saber-cooperar/carimbo-somoscoop-como-utilizar-a-marca-para-fortalecer-sua-cooperativa      
Por que as cooperativas devem prestar atenção no TikTok
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