Featured

Assembleias Gerais Extraordinárias traçam o caminho do cooperativismo para 2025

  • Artigo Secundário 3

Estratégias para fortalecimento político, de cultura, capacitação, representação e inovação são apresentadas

AGE acontece no Sistema OCB, em BrasíliaAGE acontece no Sistema OCB, em BrasíliaA Casa do Cooperativismo, em Brasília, foi palco das Assembleias Gerais Extraordinárias (AGE) da OCB e da CNCoop, nesta terça-feira (03). Nesse momento a prévia do planejamento 2025 foi apresentada  para aprovação e definição das estratégias do cooperativismo brasileiro em 2025. 

As reuniões, realizadas de forma híbrida, contaram com a participação de lideranças cooperativistas de todo o país e reafirmaram o compromisso com a representação política, o desenvolvimento econômico sustentável e a inovação.

A AGE do Sistema OCB foi aberta por Tania Zanella, superintendente, que leu o Ato de Convocação e, em seguida, o presidente, Márcio Lopes de Freitas, destacou a importância de 2025 como um ano de oportunidades. Ele reforçou que o programa de educação política será um foco prioritário, com a missão de preparar estratégias robustas para defesa dos interesses das cooperativas. Outro ponto reforçado foi oferecer espaço para que os jovens possam participar mais do movimento. “Onde o cooperativismo está, existe mudança. Precisamos mostrar nossa força, nossa capacidade de organização e encarar os desafios que estão por vir”, afirmou. 

A superintendente explicou que o planejamento para 2025 foi cuidadosamente construído com base em uma série de insumos, que incluem a Pesquisa Nacional do Cooperativismo, workshops estaduais realizados antes do 15º Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC) e diretrizes estratégicas do movimento. Esses elementos resultaram no Mapa Estratégico 2025, que irá dar orientação às ações voltadas ao fortalecimento da defesa e da representação política, com ênfase na Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), e na continuidade do programa de educação política, desenvolvido em parceria com as Organizações Estaduais (OCEs).

Entre as iniciativas destacadas, estão o fortalecimento do time de Relações Institucionais, a ampliação das ações dos comitês nacionais de jovens e mulheres, e a gestão dos conselhos consultivos de ramos e de fóruns públicos, tanto nacionais quanto internacionais, em que o Sistema OCB possui assento.
Também estão previstas ações em cooperação internacional, como o acordo firmado com a ApexBrasil, além de projetos voltados para o aperfeiçoamento do marco regulatório do cooperativismo e das políticas públicas. Os temas prioritários incluem ato cooperativo, reorganização de cooperativas, conectividade rural e participação em licitações.

Na esfera de negócios, um dos destaques será o lançamento do MarketCoop, um marketplace do cooperativismo brasileiro que, no segundo semestre de 2025, estará disponível para o consumidor final. Além disso, o planejamento contempla a promoção de feiras e rodadas de negócios, sempre em parceria com entidades como ApexBrasil, Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), e Ministério das Relações Exteriores (MRE).

O foco em inovação também ganhará força, com novas ferramentas e conteúdos sendo disponibilizados no InovaCoop, como cursos, e-books e um banco de cases. Um programa de oficinas de cultura da inovação será oferecido às OCEs, com o objetivo de incentivar práticas inovadoras entre as cooperativas.
Tania Zanella ressaltou que 2025, reconhecido pela ONU como Ano Internacional das Cooperativas, será um ano de expansão e destacou que o movimento precisa continuar fortalecendo sua imagem e reputação. “Entre as ações previstas, estão a produção de um documentário sobre o cooperativismo e um livro, além de uma exposição cultural. Nossa meta é obter o reconhecimento do cooperativismo como Patrimônio Imaterial do Brasil”, afirmou. 

Luiz Alberto Pereira, presidente do Sistema OCB/GO, trouxe uma perspectiva categórica sobre o papel transformador do cooperativismo, e enfatizou a contribuição do movimento para o desenvolvimento sustentável e a promoção da paz global. Para ele, o cooperativismo opera de forma única ao convergir com os três pilares fundamentais da Organização das Nações Unidas (ONU): o desenvolvimento social, econômico e ambiental. Ele acredita que essa sinergia é um dos motivos pelos quais o cooperativismo foi escolhido, pela segunda vez, como foco do Ano Internacional. Luiz destacou que essa escolha reforça a responsabilidade do movimento em liderar mudanças significativas e em ser um exemplo global de práticas sustentáveis e inclusivas. “O cooperativismo não é apenas uma forma de organização econômica; é uma força global de transformação que promove a paz, o desenvolvimento e a justiça social e ambiental. Precisamos aproveitar esse momento de reconhecimento internacional para consolidar a nossa atuação e mostrar ao mundo que, onde há cooperativismo, há progresso”.
O presidente do Sistema Ocergs, Darci Hartmann, destacou a importância de abrir as portas do cooperativismo para as novas gerações, que estão no caminho para o futuro do movimento, que depende da inclusão e do protagonismo jovem. Para ele, oferecer oportunidades e espaços de liderança para os jovens é um imperativo estratégico, que fortalece a capacidade de resposta das cooperativas em um mundo cada vez mais dinâmico. “Precisamos construir um cooperativismo inclusivo, onde os jovens tenham voz e vez. São eles que trazem inovação e energia, e é nosso dever garantir que suas ideias encontrem terreno fértil para crescer. O desafio do cooperativismo brasileiro é ser ágil e adaptável, e isso só será possível se formarmos times diversos e inclusivos, prontos para enfrentar as mudanças com rapidez e eficácia”, pontuou.

Ricardo Khouri, presidente do Sistema OCB/TO, destacou o potencial transformador dos projetos vinculados ao Ramo Agro, e enfatizou os benefícios que essas iniciativas podem trazer para o fortalecimento do cooperativismo como um todo. Ele ressaltou a importância da intercooperação entre os diferentes ramos, com foco especial nas sinergias entre o Ramo Agro e o Ramo Crédito. “O cooperativismo é uma força motriz do desenvolvimento regional, e nossos projetos no Ramo Agro são um exemplo claro disso. Quando unimos o potencial produtivo das cooperativas agropecuárias com a solidez das cooperativas de crédito, criamos um ecossistema que gera renda, emprego e inovação. Essa integração é essencial para maximizar os benefícios para os cooperados e para toda a sociedade”, declarou.


CNCoop 

No mesmo dia, a Assembleia Geral Extraordinária da CNCoop também foi realizada, com foco no alinhamento sindical e no fortalecimento das relações trabalhistas. Márcio Freitas, em seu discurso, ressaltou a importância da intercooperação e da dedicação das lideranças cooperativistas. “O cooperativismo é o mundo do consenso; o sindicalismo, o mundo do dissenso”, afirmou, destacando o papel do CNCoop como referência para as cooperativas.

Entre as ações para 2025, estão o fortalecimento do Comitê de Relações Trabalhistas e Sindicais e a realização de uma pesquisa abrangente sobre as relações de trabalho no cooperativismo. Novos cursos serão lançados pela CapacitaCoop, incluindo temas como segurança e saúde no trabalho, com o objetivo de fomentar a formação contínua no Sistema Sindical Cooperativista. Além disso, a Confederação pretende ampliar sua presença internacional, participando da Conferência Internacional do Trabalho.

Bruno Vasconcelos, coordenador da CNCoop, destacou que o foco é garantir que as cooperativas estejam preparadas para os desafios legais e trabalhistas. “Estamos comprometidos em promover um ambiente de trabalho seguro e eficiente, com uma gestão cada vez mais profissionalizada”, afirmou.

Saiba Mais:

Conteúdos Relacionados