Projeto Neutralidade Carbono ganha destaque no GHG Protocol

Resultados iniciais comprovam compromisso das coops com práticas sustentáveis e redução de emissões 

 

O evento anual da Faculdade Getúlio Vargas (FGV), que marca o encerramento do Ciclo 2024 do Programa Brasileiro GHG Protocol (PBGHG), reuniu, nesta quarta-feira (21), especialistas e representantes de diversas organizações para celebrar a publicação dos novos inventários de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e compartilhar aprendizados e boas práticas adquiridas ao longo do ciclo. 

Desde a sua criação, em 2008, o programa desempenha papel importante na adaptação dos métodos de inventário de GEE ao contexto brasileiro, além de fornecer ferramentas essenciais para a medição e a divulgação desses gases no país.

Como parte de seu compromisso com a sustentabilidade e o combate às mudanças climáticas, o Sistema OCB lançou o projeto piloto Neutralidade Carbono, uma iniciativa pioneira que visa inventariar e mensurar a pegada de carbono das cooperativas brasileiras, com foco em compreender o balanço de emissões de seus cooperados. O projeto, que começou com a participação de três cooperativas do Ramo Agro: Cooperativa Central dos Produtores Rurais — (CCPR/MG), Cooperativa Agropecuaria do Oeste da Bahia (Cooproeste/BA) e Cooperativa Witmarsum/PR, já demonstra resultados significativos.

As cooperativas participantes publicaram seus inventários no Registro Público de Emissões, plataforma que assegura transparência na divulgação dos dados. As três obtiveram destaque e alcançaram o selo prata, uma conquista considerada notável entre as que estão em seu primeiro ciclo. "O selo prata reforça o compromisso da CCPR em adotar práticas ambientais cada vez mais responsáveis para todo o sistema. Ao inventariarmos nossas emissões de carbono, aceleramos nossa agenda ESG, identificando ações que garantam mais eficiência em nossos processos e gerem valor a quem mais precisa: o nosso cooperado", afirmou Marcelo Candiotto, presidente da CCPR.

O gerente Comercial da Cooproeste, Thiago Peres, ressaltou que o treinamento ajudou os cooperados com as ferramentas práticas para calcular e neutralizar suas emissões CO2, alinhando suas operações com as exigências crescentes dos mercados por processos mais sustentáveis. “Além disso, o projeto impulsionou a adoção de boas práticas ambientais, como a gestão adequada de resíduos e a promoção de energias renováveis, preparando a Cooproeste para acessar mercados que valorizam a sustentabilidade e a responsabilidade socioambiental". Depoimento do Gerente Comercial da Cooproeste, Thiago Peres.

Já para Rafael Wollmann, diretor de operações da Witmarsum, o reconhecimento do inventário é um marco importante e demonstra o compromisso de garantir qualidade e produtividade para as próximas gerações. “Nós, como cooperativa e agroindústria, acreditamos que esse selo é um primeiro passo no caminho para mostrar que o agro tem um papel de protagonismo positivo nas questões climáticas. O baixo carbono se mostra como uma estratégia valiosa, porque o mercado está buscando mais sobre o tema, além de ser uma alternativa para o produtor e todos os elos da cadeia produtiva realizarem um melhor manejo dos seus sistemas produtivos", ressaltou. 

Alex Macedo, coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, afirmou que é vital atender às exigências dos mercados globais e garantir a competitividade e a transparência das cooperativas brasileiras. "A importância do Projeto Neutralidade Carbono vai além da simples mensuração de emissões. Ele destaca a necessidade de integração das cooperativas com a neutralidade de carbono e as pautas ESG de maneira transversal em suas operações", disse. 

O projeto também inclui componentes essenciais de capacitação, como formação em inventário de carbono, cursos de mensuração de carbono no solo, instrutoria para coleta de amostras e a introdução de tecnologias avançadas para a aplicação do GHG Protocol na agricultura e pecuária. Esses elementos são complementados por workshops que visam auxiliar as cooperativas na neutralização de suas emissões.

Com base nos resultados alcançados, o Sistema OCB planeja expandir o Projeto Neutralidade Carbono para todo o Brasil. "A partir deste ano, pretendemos oferecer o projeto em âmbito nacional, utilizando os resultados e aprendizados obtidos até agora para aperfeiçoar a solução e disponibilizá-la para mais cooperativas", destacou Débora Ingrisano, gerente de Desenvolvimento de Cooperativas.

Para conhecer mais detalhes sobre as ações desenvolvidas pelas cooperativas envolvidas no projeto para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, confira os inventários publicados:

 

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