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Belo Horizonte (5/10/20) – Na próxima quarta-feira, dia 7 de outubro, o Sistema Ocemg realiza mais uma edição da palestra gratuita Orientações Básicas sobre Cooperativismo, em ambiente digital. A atividade é gratuita e aberta ao público. São oferecidas 25 vagas. Os interessados podem se inscrever clicando na aba de Cursos e Treinamentos do Portal do Sistema Ocemg, no endereço: www.sistemaocemg.coop.br.
Após confirmada a inscrição, os participantes receberão um link por e-mail para acessar a palestra, que será disponibilizada utilizando a metodologia do Microsoft Teams. Na aula on-line, o participante poderá interagir ao vivo.
A palestra Orientações Básicas sobre Cooperativismo busca informar os participantes a respeito dos fundamentos básicos e da organização de uma cooperativa. O conteúdo programático contempla informações sobre o cooperativismo e os aspectos jurídicos e contábeis relativos a essa forma de empreendimento. (Fonte: Sistema Ocemg)
“Antes da pandemia, nossas capacitações eram feitas no modo presencial, reunindo um grande número de cooperados. Agora elas são feitas via web”, constata Ricardo Khouri, presidente da cooperativa.Como isso está acontecendo? Por meio de um aplicativo, no qual o quadro técnico recebe orientações via comunicados e até videoconferências. Além disso, o planejamento da safra 2020/2021 também não foi feito nos moldes tradicionais, porque os cooperados — habituados a uma relação de proximidade com os técnicos — passaram a recorrer mais a computadores ou aplicativos de celular para essa comunicação. “Desde fevereiro, o departamento comercial também tem feito uso mais frequente de plataformas digitais para a aquisição de insumos”, explica o presidente. Segundo Khouri, as atividades do processo produtivo de grãos não sofreram grandes mudanças, tendo em vista as exigências naturais da agricultura: determinadas épocas de plantio, manejo de pragas e doenças, colheita, transporte e armazenamento. A execução dessas atividades, entretanto, precisou incorporar ações de garantia da segurança dos cooperados, como o reforço nos cuidados sanitários, implementação de distanciamento social, uso de máscaras e higienização frequente das mãos e das superfícies de contato. VITRINE VIRTUAL Outra mudança importante foi o aumento da visibilidade da Coapa. Em maio deste ano, por exemplo, Khouri participou de um painel virtual da Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins (Agrotins) — maior evento de negócios da Região Norte, que teve sua 20ª edição realizada 100% pela internet.
“Essa experiência foi inédita para mim. Eu falo muito para produtores rurais, para 50 ou até 200 pessoas, mas nessa live eu falei para 1.600 pessoas! Você atinge um público maior e não precisa do aparato de ter de viajar ou promover o deslocamento de produtores. É algo que veio para ficar. É uma revolução no jeito de levar informação para o produtor rural”, analisa o executivo.Para acompanhar o calendário de lives do cooperativismo, acesse a aba de notícias do site somoscooperativismo.coop.br.
Com linguagem fácil, didática e vários hiperlinks para quem quiser se aprofundar no assunto, as cartilhas provam ser possível inovar agora para não perder o bonde da história — já que pesquisas indicam que as pessoas vão manter os hábitos de consumo adquiridos agora, durante a pandemia. Além disso, o material orienta cooperados a lidar com a maior concorrência no e-commerce, tendo em vista o exponencial aumento de empresas presentes no mundo digital. “Se você não divulgar bem o seu produto ou serviço, não terá visibilidade. E se você não atender às novas demandas do seu cliente, pode acabar perdendo mercado agora e também no cenário pós-pandemia”, alerta Samara Araujo, coordenadora do Núcleo de Informações e Mercados do Sistema OCB.
Samara chama a atenção para o fato de que — neste momento de redução de gastos —, os consumidores tornam-se mais seletivos nas compras e menos fiéis a marcas, o que tende a ser propício para inserção de novas empresas no mercado. Nesse contexto, o marketing digital é ferramenta importante para a divulgação e o fortalecimento de uma marca.
“Muitas pessoas estão com o recurso mensal comprometido, tendo de fazer escolhas de consumo. Nesse momento, marcas que antes não estavam no universo digital, mas conseguem se inserir, têm a oportunidade de falar com essas pessoas, que estão mais flexíveis para mudar de fornecedor.”Ainda de acordo com a coordenadora de inovação, as cooperativas devem avaliar a possibilidade de fazer parcerias para inovar em curto prazo, seja para criar uma plataforma de comércio eletrônico, incluir serviços de delivery ou contratar uma agência de marketing digital. “Nesse primeiro momento, é difícil montar uma equipe dedicada a isso, especialmente para as cooperativas de pequeno porte. Então, faz mais sentido fazer parcerias para inovar de forma ágil, barata e eficaz”, orienta.
Esta matéria foi escrita por Mariana Fabre e está publicada na Edição 30 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
A loja on-line é um projeto novo, que surgiu em decorrência da pandemia. Estamos aprendendo a trabalhar com esse novo mercado, pois ainda não temos muita experiência no meio digital. Contratamos uma empresa que criou o site e nos deu total suporte”, relata o presidente da Coopram, Darli José Schaefer.Após ver uma postagem em rede social feita por uma amiga que havia adquirido uma cesta de alimentos da Coopram, a advogada e estudante de gastronomia Jéssica Oliveira resolveu também comprar alguns produtos. “Confesso que sou muito criteriosa com essa coisa de comprar alimento pela internet. Mas eu gostei de lá porque realmente vem tudo muito fresco e de ótima qualidade”, comenta. CLIENTE Há quase dois meses, Jéssica mantém a rotina de fazer uma encomenda por semana e diz gostar da praticidade de poder escolher cada produto que irá compor sua cesta. “Tem ainda a questão de valorizar os pequenos produtores; sempre procuro isso e tenho indicado para muita gente”, afirma. A advogada lembra que não tinha o hábito de fazer esse tipo de compra via internet, mas precisou se adaptar em função da pandemia e acredita que essa tendência será mantida no futuro próximo. Hoje, a Coopram entrega cerca de 30 cestas de produtos por semana na região de Vitória, Vila Velha e Domingos Martins. Nada mal para um cooperativa que sequer possuía serviços de entregas em domicílio.
Foi uma reinvenção necessária para a sobrevivência da cooperativa”, admite Schaefer. “Remanejamos as equipes que estavam paradas, como o caso da área responsável pelo atendimento ao PNAE, para atender a essa nova demanda de delivery. A qualidade dos serviços prestados tem feito a procura pelo nosso site crescer.”--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Vale destacar: o setor de Alimentos e Bebidas foi o que mais cresceu dentro do comércio eletrônico brasileiro no mês de abril, com um aumento de 294,8% no volume de compras em relação a abril de 2019. Os dados são do Compre & Confie, que ainda contabilizou um faturamento do varejo digital brasileiro de R$ 9,4 bilhões em abril, valor 81% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Somente em abril foram realizadas 24,5 milhões de compras via internet no Brasil, 98% a mais do que em abril de 2019. Para saber mais, veja o case da Coopram em Inova.coop.br/radar. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- INFORMAÇÃO IMPORTANTE!
No último dia 7 de abril, foi publicada a Lei nº 13.987, que altera o marco legal do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) para autorizar, durante o período de suspensão das aulas, a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos com recursos do programa diretamente aos pais ou responsáveis dos estudantes das escolas públicas de educação básica. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação disponibilizou um manual com orientações para os agentes do setor.
Esta matéria foi escrita por Mariana Fabre e está publicada na Edição 30 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
Infelizmente a área cultural, criativa e do entretenimento é a primeira que para e, provavelmente, vai ser a última a voltar. Por isso, essa lei é de extrema importância para o setor", explica.[caption id="attachment_76045" align="alignnone" width="6000"]
Crédito: Shutterstock[/caption]
A Lei Aldir Blanc atende artistas, contadores de histórias, produtores, técnicos, curadores, trabalhadores de oficinas culturais e professores de escolas de arte e capoeira que estejam sem emprego formal, com comprovada atuação na área nos últimos dois anos e renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa da família. No caso das instituições — dentre as quais, as cooperativas — há uma relação direta entre a execução do fazer artístico e o funcionamento administrativo delas. Daí, a importância do auxílio para a manutenção destes espaços.
Muitas cooperativas, associações e empresas desenvolvem projetos e têm uma estrutura que precisa ser mantida. E como não está sendo possível se apresentar, elas estão financeiramente descobertas. Então, é interessante saber que poderão contar com uma verba para tentar se manter nesse período. É mais um pontinho que a cultura, que a arte, acaba ganhando", defende Marília.Cabe, é claro, lembrar do importante papel que o setor cultural está desenvolvendo no decorrer da pandemia. Basta se perguntar: quantas lives, filmes e programas de televisão você já assistiu? Quantos livros leu? "Um dos grandes salvadores para que as pessoas ficassem em casa e fizessem isolamento social foi poder acessar a cultura das mais variadas formas. Agora tem até empresa se especializando em lives, uma parte do mercado que a arte ainda era um pouco reticente", conclui a produtora. Quer saber mais sobre a Lei Aldir Blanc? Dá uma olhadinha na matéria que selecionamos para você! E para conhecer melhor o compositor que deu nome à lei, assista esse vídeo: [embed]https://www.youtube.com/watch?v=uZ1lDbYRQFE[/embed]
Esta matéria foi escrita por Farol Conteúdo e está publicada na Edição 30 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
- no primeiro trimestre de 2020 houve um crescimento de 32,6% nos pedidos on-line realizados no Brasil em comparação ao mesmo período do ano passado, atingindo um total de quase 50 milhões de transações;
- com o aumento do número de vendas, o faturamento das plataformas de e-commerce teve um incremento de 26,7% em relação ao primeiro trimestre de 2019, totalizando mais de R$ 20 bilhões;
- quase 16 milhões de brasileiros adquiriam algum produto ou serviço pela internet nos três primeiros meses do ano. Alta de 22,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Crédito: Cooplem[/caption]
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Nome: Cooperativa de Ensino de Língua Estrangeira Moderna (Cooplem)
Ramo: Trabalho, Produção de Bens e Serviços
Estado: DF
Mudança implementada: Migração das aulas presenciais para uma plataforma digital de ensino.
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Um dos setores mais impactados pela pandemia do coronavírus foi o educacional. Em todo o país, as aulas de escolas, cursos de idiomas e universidades estão suspensas desde o começo de março. Diante desse cenário, a primeira cooperativa de idiomas do Brasil — a Cooperativa de Ensino de Língua Estrangeira Moderna (Cooplem) — soube inovar rapidamente seu modelo de operação.
Conseguimos colocar toda a equipe do presencial para trabalhar on-line em 15 dias, o que acho um tempo recorde”, comemora Débora Lima, presidente da Cooplem. Ela explica que, desde o ano passado, havia um projeto de desenvolvimento de uma plataforma de ensino virtual. “A pandemia nos obrigou a acelerar esse processo. Foi desafiador, mas valeu a pena”, comemora.Hoje, todas as aulas, os plantões, as atividades e avaliações da cooperativa funcionam digitalmente em uma plataforma que reúne mais de 7.500 alunos e 140 professores. As aulas são transmitidas ao vivo, nos mesmos horários das antigas turmas presenciais. De casa, os alunos acessam a plataforma da escola (https://online.cooplem.com/) usando login e senha, e participam das aulas por meio do Google Meet — serviço de videochamada que permite reunir até 250 participantes. Antes de colocar a plataforma no ar, a direção da Cooplem teve o cuidado de realizar capacitações virtuais com os professores. Objetivo? Ensiná-los a lidar da melhor forma possível com as novas ferramentas do ensino a distância (EaD). Também foram desenvolvidas atividades de adaptação para alunos ao novo formato de ensino. “Criamos tutoriais, vídeos e posts explicando o passo a passo do ED. Uma equipe foi disponibilizada para dar suporte aos alunos que enfrentassem alguma dificuldade, com colaboradores ajudando a criar os logins e a fazer as configurações necessárias para acessar a plataforma e entender o seu funcionamento. Tem sido uma adaptação para eles, e para nós também”, conta Débora. O novo formato das aulas tem agradado os estudantes. “Particularmente, gosto muito das aulas on-line, porque a gente tem recursos muito bons, como filmes ou músicas, que às vezes não temos condição de usar na aula presencial”, avalia Giovanna Nolasco, aluna da Cooplem desde os 10 anos de idade. Para ela, a única dificuldade do formato digital foi encontrar maneiras de se manter concentrada na telinha do computador.
Fazer as coisas em casa não é fácil, porque tem muito mais distração do que dentro de uma sala de aula. Então você realmente precisa estabelecer um horário fixo, fechar a porta e falar ‘agora não dá pra ter contato com ninguém’”, orienta a estudante.Quando toda essa crise passar, a Cooplem não pensa em retroceder em relação às aulas digitais. “Nosso objetivo, agora, é ampliar nossa atuação on-line, levando nossos cursos para todo o Brasil”, vislumbra Débora. O primeiro passo nesse sentido já foi dado. Em 16 de junho, foi lançado na internet o Cooplem em Casa — nova modalidade de curso 100% digital. Segundo ela, a projeção é alcançar no mínimo 13 mil novos alunos pela rede mundial dos computadores. Dessa forma, a cooperativa atuará nas duas frentes, tanto on-line quanto presencial, nas 12 unidades no Distrito Federal.
Esta matéria foi escrita por Farol Conteúdo e está publicada na Edição 30 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
Florianópolis (8/9/20) – O cooperativismo catarinense é reconhecido por exercer com excelência o sétimo princípio: interesse pela comunidade. E neste período de pandemia, não poderia ser diferente. Um levantamento realizado pela Ocesc (Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina) junto às cooperativas registradas revelou que, desde o início das recomendações de isolamento social, elas desenvolvem cerca de 220 ações para ajudar na prevenção e no combate do novo coronavírus nas comunidades em que atuam.
Além de instituírem medidas de segurança interna para empregados, as 44 cooperativas que reportaram ações à Ocesc ainda fizeram doações a hospitais e a famílias carentes. Ao todo, 11 cooperativas doaram dinheiro a instituições que atuam na linha de frente do combate à pandemia. Juntas, essas doações somaram mais de R$ 660 mil. Além disso, quatro cooperativas catarinenses participaram de mobilizações para arrecadação de fundos e alimentos e seis distribuíram cestas básicas e outros alimentos para comunidades em situação de risco.
O relatório mostra, ainda, que três cooperativas doaram EPIs (equipamento de proteção individual), materiais de higiene e respiradores para hospitais. Quatro doaram e financiaram a produção de máscaras e duas distribuíram álcool em gel, para ajudar na prevenção da doença. Duas cooperativas instalaram unidades de atendimento móvel para apoiar a realização de testes e uma doou testes rápidos.
Para o presidente da Ocesc, Luiz Vicente Suzin, os números destacam a preocupação do cooperativismo com a sociedade.“No momento de crise da saúde pública que estamos vivendo, as cooperativas catarinenses demonstram a importância de cooperar em prol de um bem maior. Com doações de respiradores, equipamentos de proteção, alimentos e muitos outros, elas atuam no combate e na prevenção da doença, honrando com os nossos princípios mais fundamentais”, enfatiza Suzin.
O relatório mostrou também que as cooperativas estão divulgando as maneiras corretas de se prevenir, promovendo palestras e treinamentos para empregados e veiculando informativos nas mídias sociais.
Como a área econômica também foi afetada pela pandemia, algumas cooperativas do ramo crédito, por exemplo, liberaram operações especiais de crédito para os cooperados. O levantamento mostrou também que, nesse período de isolamento social, os canais digitais de atendimento foram fortalecidos e tornaram-se aliados das cooperativas, garantindo atendimento de qualidade. (Fonte: Ocesc)
Nestes meses temos aprendido que estar presente faz diferença. As necessidades do mercado mudaram, surgiram novos regulamentos e novas necessidades, mas nós aprendemos que mudar é possível em um período curto de tempo. Fizemos muito mais coisas do que antes fazíamos, e na metade do tempo. Estamos todos trabalhando de maneira muito mais inteligente, poluindo menos e construindo o futuro”, afirma.Além disso, para ajudar as cooperativas com problemas de liquidez financeira, a Liga ofereceu empréstimos com taxas de juro zero. ÁFRICA [caption id="attachment_75989" align="alignnone" width="1920"]
Crédito: Banco de imagens[/caption]
O continente africano — composto por muitas economias subdesenvolvidas — também tem sofrido com bastante intensidade os efeitos da pandemia. A diretora regional da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) África, Chiyoge B. Sifa, salienta que as cooperativas estão trabalhando em parceria com os governos dos países mais afetados, colaborando tanto com a promoção de políticas públicas quanto promovendo iniciativas próprias de auxílio à população.
“As cooperativas têm tentado se organizar rapidamente para auxiliar os seus membros. Os cooperados também têm colaborado conosco, com a doação de dinheiro, alimentos e produtos de higiene, para podermos implementar as medidas do governo”, acrescenta.Como o comércio foi fortemente atingido pelo lockdown, as cooperativas precisaram fazer empréstimos com a Ásia e Europa, além de países africanos, para a compra de equipamentos de saúde. “A infraestrutura de saúde e a infraestrutura de transporte têm recebido poucos investimentos. Então, isso tem sido um fator negativo para o desenvolvimento da nossa resposta à Covid. As nossas cooperativas têm feito o possível para ajudar os nossos governos e as nossas economias”, avalia Chiyoge. O Banco Cooperativo do Quênia, por exemplo, doou 1 milhão de dólares para o enfrentamento do vírus e a aquisição de equipamentos médicos. Outra contribuição das cooperativas tem sido o compartilhamento de informações sobre a prevenção à doença. O pico da Covid-19 no país é esperado para este mês de setembro. Até lá, a insegurança alimentar deve ser fator de constante atenção. Para enfrentar essa dificuldade de acesso a alimentos básicos, as cooperativas contam com o apoio de outros continentes no estímulo à agricultura. Ao avaliar o momento, a diretora da ACI na África afirma que a pandemia tem ensinado a importância da sustentabilidade financeira e de recursos.
“A pandemia nos ensinou que é preciso ter alguma reserva para poder oferecer. Temos visto como o mundo tem se esforçado para superar o problema, e que muitos países fecharam suas fronteiras. A sustentabilidade nacional em cada país e a das nossas próprias organizações se tornaram fundamentais e terão repercussão na forma que cooperaremos. Qualquer momento uma nova crise pode vir, e não podemos estar vulneráveis”, avalia.Chiyoge acrescenta que não podemos alcançar essa sustentabilidade sem cooperação. “Nossos amigos de outros países nos precederam nessa experiência. Logo, não precisamos reinventar a roda”, prevê a diretora, citando o caso da China, que conseguiu uma boa resposta à pandemia e tem colaborado com o intercâmbio de informações. BRASIL [caption id="attachment_75990" align="alignnone" width="1200"]
Crédito: Banco de imagens[/caption]
O representante do Brasil no Conselho de Administração da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), Onofre Cezário Filho, ressalta a importância da cooperação entre países no combate à Covid-19.
“A partir das experiências vividas no Brasil e observadas em outros países, fica claro que o caminho natural e necessário para a saída dessa crise global é a cooperação. As organizações com maior capacidade de atender às novas demandas sociais de forma mais justa e solidária, sem dúvidas, são as cooperativas”, afirma.Para a OIT, as cooperativas precisam ser reconhecidas não apenas pelas suas colaborações nos momentos emergenciais, mas também pelos seus potenciais na recuperação e transformação de sociedades e economias a médio e longo prazos.“É importante que as cooperativas mostrem ao mundo como esse modelo de negócios pode criar empregos e novas fontes de renda, já que haverá muitas falências e demissões em empresas tradicionais”, enfatiza a diretora de Cooperativismo da OIT Simel Esim. “Temos toda a confiança de que os valores e princípios do cooperativismo podem orientar a transição não apenas para um novo normal, mas para um melhor normal”, conclui.
Esta matéria foi escrita por Tchérena Guimarães e está publicada na Edição 30 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
Crédito: banco de imagens[/caption]
Muitas cooperativas mudaram suas produções para atender melhor à população. Em vez de manipular medicamentos ayuvérdicos , elas agora fabricam máscaras faciais e desinfetantes para as mãos. Os materiais foram distribuídos para pessoas com alto risco de contágio pela Covid-19, incluindo trabalhadores da linha de frente, como profissionais de saúde.
Cooperativas de crédito atuaram para reduzir os impactos econômicos gerados pela crise e reduziram taxas com o objetivo de assegurar que pessoas físicas e jurídicas conseguissem honrar seus compromissos. O cooperativismo também tem sido um dos principais responsáveis por manter a cadeia de suprimentos de alimentos e mercadorias essenciais em movimento. Vale destacar: a Índia é o país com o maior número de cooperados do mundo.
medicamentos naturais desenvolvidos dentro de uma antiga filosofia indiana, com mais de dois mil anos de existência. A palavra Ayurveda é proveniente do sânscrito e possui duas partes: Veda, que é traduzido como conhecimento, ciência ou sabedoria; e Ayus, que significa vida. Nesse contexto, Ayurveda é o conhecimento, a ciência ou sabedoria que propõe uma vida saudável em harmonia com as leis da natureza.
CHINA
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Crédito: banco de imagens[/caption]
As cooperativas conseguiram importantes resultados na estruturação de respostas à Covid-19 relacionada à produção no campo. Como o país foi o primeiro a sentir os efeitos sanitários e econômicos da pandemia, as cooperativas precisaram desenvolver estratégias rápidas e inovadoras para garantir a produção de alimentos, inclusive na província de Hubei — o primeiro epicentro da Covid-19.
“Muitas cooperativas instituíram equipes de trabalho imediatamente para ajudar a distribuir suprimentos, além de reunirem esforços para garantir que os insumos — como fertilizantes, inseticidas e sementes — estivessem disponíveis para a produção no campo”, explica Zhang Wangshu, diretor-geral do Departamento de Cooperação Internacional da Federação Chinesa de Cooperativas (ACFSMC) — entidade de representação que conta com 17 milhões de cooperados, sendo a sua maioria produtores rurais.
Uma das formas encontradas para amenizar os impactos do bloqueio — que durou cerca de dois meses no país — foi o desenvolvimento de plataformas digitais para comercialização de produtos e o aperfeiçoamento da plataforma 832, voltadas para o estímulo do comércio nas 832 comarcas chinesas consideradas de extrema pobreza. Os recursos on-line, como transmissões ao vivo, foram amplamente utilizados para a promoção do produtos do campo. Em paralelo, as cooperativas se empenharam na melhoria da rede logística de circulação dos produtos e na conexão entre as áreas urbanas e rurais.
No âmbito das cooperativas, a resposta à Covid 19 se dividiu em quatro linhas principais:
- Empenho de esforços para a retomada de trabalho e produção;
- Proteção à produção agrícola;
- Assistência ao comércio de produtos; e
- Recuperação contínua com a melhoria da rede de circulação.
Esta matéria foi escrita por Tchérena Guimarães e está publicada na Edição 30 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
“Em média, colhíamos em torno de 130 toneladas de cana-de-açúcar por alqueire no primeiro corte. Já no primeiro ano em que plantei com as mudas da Coplana, extraí 175 toneladas por alqueire”, relata.O projeto da cooperativa — batizado de +Cana — tem trazido esses e outros benefícios para os cooperados. Desde que começaram a utilizar mudas pré-brotadas em laboratório, o custo de plantio dos canaviais foi reduzido pela metade, caindo de R$ 1,4 mil para R$ 720. Quer mais? No modelo antigo, cada cooperado precisava adquirir um hectare de mudas para montar um canavial com cinco hectares de extensão. Utilizando as mudas produzidas pela própria cooperativa, conseguem plantar um canavial de 50 hectares com a mesma quantidade de mudas. Uma melhora de 900%. Para completar, as mudas desenvolvidas em laboratório chegam ao solo 100% livres de pragas e doenças, dando origem a outras mudas sadias. “Outro problema que tínhamos constatado na região é que havia produtores com variedades defasadas de cana”, analisa Pablo Humberto Silva, então gestor do departamento de tecnologia e inovação da Coplana. “Agora temos variedades mais modernas de cultivares, uma nova metodologia de plantio e um custo de produção significativamente menor”, completa. Por tudo isso, o projeto +Cana revolucionou o plantio da cana-de-açúcar em São Paulo. A iniciativa gerou resultados tão positivos para os cooperados que garantiu à Coplana o troféu de campeã do Prêmio SomosCoop 2016, na categoria Inovação e Tecnologia. Motivada pelo reconhecimento dos cooperados e do Sistema OCB, a cooperativa desde então trabalha em novos projetos inovadores.
Esta matéria foi escrita por Kelly Ikuma e está publicada na Edição 23 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
É preciso saber ouvir, não perder a paciência com os diferentes pontos de vista, agregar e alinhar pessoas e pensamentos. Nada disso é fácil, mas, quando conseguimos alcançar os resultados almejados, é também extremamente gratificante; uma conquista coletiva e que se potencializa justamente por isso.”Apaixonado pelo que faz, ele explica o que o motiva a se levantar todos os dias: sentir que pode fazer a diferença. Esse é o estímulo que o faz se dedicar diariamente à busca de alternativas que permitam aprimorar cada vez mais os processos que envolvem as necessidades da cooperativa. Uma característica claramente percebida pelos sócios e cooperados da Coana. “Em geral, a principal característica dos nossos cooperados é o conhecimento técnico com a produção propriamente dita. O Edis conhece a parte de gestão, de administração mesmo. E isso permitiu uma maior profissionalização da cooperativa, tanto em termos de estrutura quanto funcionalmente. Ele trouxe empresas parceiras, consultoria especializada”, destaca Newton. Jerry Ito, também cooperado desde a fundação da Coana, concorda:
Com o Edis experimentamos uma nova era de governança, gestão e valorização dos profissionais envolvidos. Ele investiu em capacitação e em processos de avaliação vertical e horizontal de alto nível que trazem resultados inquestionáveis e valorizam o nosso produto. Apesar de também ser cooperado, age mais como um CEO e deixa aflorar um trabalho de excelência como gestor e coordenador”.De fato, foi por iniciativa de Edis que a Coana desenvolveu seu primeiro planejamento estratégico, pensado para o quinquênio 2017-2021. As metas, no entanto, podem ser alcançadas já em 2020. “Projetamos um faturamento de R$ 100 milhões e a comercialização de 11 mil toneladas de uva para o fim de 2021, e nossas projeções apontam que vamos alcançar esses números ainda este ano. Além disso, avançamos na criação de um departamento de marketing e outro de tecnologia da informação, que também faziam parte do planejamento”, explica o gestor. TRAJETÓRIA [caption id="attachment_75923" align="alignnone" width="1914"]
Arquivo Pessoal[/caption]
Fundada em abril de 2005, a história da Coana está entrelaçada com a trajetória de Edis em Petrolina. Tudo começou com Newton, que se mudou para a região ainda na década de 1980, quando era funcionário da Cooperativa Agrícola de Cotia (CAC). Engenheiro agrônomo, ele sempre quis atuar em áreas de fronteira agrícola e decidiu deixar Cotia para trabalhar com consultoria e assistência técnica no Vale do São Francisco. Quando surgiu uma oportunidade, adquiriu terras em sociedade com Edis (que até então entrou apenas com capital) e investiu no plantio de uvas sem semente. Deu tão certo que ele chamou o irmão para assumir a sociedade de fato e o ajudar na fazenda.
Era o ano de 2002, e Edis atuava como engenheiro mecânico em uma grande empresa em São Paulo. Estava casado há cerca de um ano e não se via como produtor agrícola, apesar de ser filho de um pequeno agricultor que plantava café e uvas, tinha uma granja de galinhas poedeiras e chegou a criar bicho da seda.
Quando o Newton me chamou, conversei com minha esposa, Priscilla, e resolvemos arriscar. Já tínhamos em mente que não queríamos criar nossos futuros filhos na correria de uma cidade como São Paulo e vimos o convite como uma oportunidade”, relembra Edis.A mudança foi acomodada em uma caminhonete e o casal partiu sem pressa, rumo a Petrolina. Também levavam na bagagem mais incertezas que certezas. “Não sabíamos como seria, mas confiava muito no trabalho do meu irmão”, afirma Edis. No caminho, descobriram que Priscilla estava grávida. Assim, a chegada foi cercada de uma forte carga de emoção e dúvidas. “Foi tudo muito radical. Saímos de uma cidade em que tínhamos tudo e chegamos em um local com um índice de pobreza muito alto, no meio do semiárido e com uma dinâmica completamente diferente”, acrescenta. A adaptação não foi fácil, principalmente para Priscilla. “O Edis tinha o irmão e os pais, que também vieram para Petrolina. Eu não tinha ninguém da família por perto; além disso, tudo era longe e difícil, ainda mais com um filho recém-nascido”, relata. Edis lembra que se estressava muito no início, por conta do ritmo mais lento da cidade e das dificuldades para resolver pequenas coisas. “Como família, acredito que levamos cerca de cinco anos para nos adaptar por completo. Isso só aconteceu quando nasceu nossa filha e conseguimos consolidar algumas amizades.” Quando chegaram, Newton e o pai de Edis já eram associados a uma outra cooperativa em Juazeiro, na Bahia, cidade vizinha a Petrolina, separada apenas pelo Rio São Francisco. Ele também se associou e passou a compor o conselho fiscal da entidade. Em 2005, no entanto, divergências sobre os rumos que deveriam seguir levaram a uma ruptura e à fundação da Coana. “Queríamos focar na qualidade e na exportação da nossa produção. Para isso, precisávamos investir em certificações internacionais. A Coana nasceu voltada para essas características”, explica Edis. UM LÍDER NATO
Apaixonado por gestão, Edis fez uma pós-graduação na área quando ainda morava em São Paulo e sempre participou da diretoria da Coana, atuando nas áreas contábil e financeira. “A produção é o ponto crucial para os associados, que se voltam muito para essa parte e acabam tendo menos tempo para as questões administrativas. Como gosto e tenho facilidade com essa parte, liderar a cooperativa acabou sendo um processo natural”, afirma.
Prestes a completar 15 anos de existência, a Coana, segundo Edis, ainda tem muito para avançar, mas já começa a dar mostras de amadurecimento. “Tivemos um período muito difícil entre o quinto e o décimo ano, principalmente no que diz respeito a questões de relacionamento. Agora, no entanto, estamos mais próximos de uma grande família. Já conseguimos falar e escutar sem nos machucar, e esse é um sinal evidente de maturidade. Levamos 12 anos para fazer nosso primeiro planejamento estratégico, mas temos trabalhado muito essa questão da gestão e profissionalização de nossas ações para que o futuro seja cada vez mais promissor”.
Edis acredita que a Coana estará totalmente desenvolvida quando alcançar uma estrutura capaz de medir a eficiência de todos os seus setores e ter uma visão voltada para a sucessão, a partir da troca de geração.
Precisamos nos preocupar com quem virá depois de nós. Nossos sucessores precisam entender o que a cooperativa significa e sua importância no contexto do nosso negócio. Precisamos ter gestão, liderança, história e estrutura. Mas também precisamos ter como passar o bastão”, ressalta.Pessoalmente, Edis considera que seu trabalho à frente da cooperativa é uma realização pessoal e profissional. “Consegui crescer junto e sobreviver a várias crises nestes 15 anos. As conquistas são sempre muito motivadoras e busco melhorar sempre. Estudo, aprimoro meus conhecimentos, procuro aconselhamento, quando necessário. Assim como a Coana, sinto que estou no meio do caminho e ainda há muito a fazer.” Seu mandato como presidente termina em dezembro deste ano, mas ele nem se imagina longe das decisões da cooperativa. “Certamente vou continuar atuando como diretor, ou de alguma outra forma”. Priscilla concorda: “É realmente o que ele nasceu para fazer”. Totalmente adaptados, nem cogitam a ideia de deixar Petrolina. “É aqui que vamos ficar”, concluem. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Amor pelo Cooperativismo Edis é um defensor apaixonado do cooperativismo. Acredita no trabalho colaborativo e vende a ideia para todo mundo que pode. “Representa uma solução importante para muitos problemas que sozinhos não conseguimos resolver. Permite, por exemplo, ganho de escala tanto para a produção quanto para a comercialização, acesso à tecnologia de ponta e assistência técnica especializada, além de suporte financeiro e administrativo. São inúmeros os pontos positivos”, ressalta. Ele acredita, inclusive, na intercooperação (cooperação entre cooperativas) e, por isso, está engajado a várias que se completam para o desenvolvimento da Coana como sindicatos de produtores de uva, o sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). “Só no perímetro irrigado em que atuamos são cerca de 2.200 pequenos produtores de frutas. Por outro lado, são pouquíssimas cooperativas. Gostaria de ver esse quadro mudar, mas um dos pontos que impedem essa mudança a meu ver é a falta de lideranças fortes e confiáveis. Por isso, precisamos investir também na formação de pessoas voltadas para a gestão”, afirma. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Conheça a Coana A Coana é formada por 20 sócios proprietários de nove fazendas produtoras de uvas finas de mesa em Petrolina. São os mesmos sócios que participaram da fundação da cooperativa em 2005. Mudaram o número e o tamanho das fazendas que inicialmente totalizavam sete e tinham entre 35 e 50 hectares. Atualmente são nove fazendas, de 45 a 120 hectares. Nelas, são produzidas 15 diferentes variedades de uvas verdes, vermelhas e negras, principalmente as sem sementes. Quando foi criada, a Coana tinha foco exclusivo para a exportação, mas, com a crise de 2008, passou a investir também no mercado interno. “Chegamos a exportar 95% da nossa produção. Tivemos, no entanto, um período muito difícil em 2008, quando a crise nos atingiu em cheio e tivemos ajuda do governo para evitar prejuízos maiores e passamos a inserir nosso produto também no mercado interno”, explica Edis. Atualmente, 55% da produção — ou 6 mil toneladas de uva — são comercializadas no país e 45% (5 mil toneladas) são exportadas para países do norte da Europa (90%), como Inglaterra, Holanda, Bélgica, Alemanha, Suécia e Finlândia. Os outros 10% são comercializados no Estados Unidos. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Esta matéria foi escrita por Raquel Sacheto e está publicada na Edição 30 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
Qualidade de vida, saúde e bem-estar: o nutricionista alimenta o corpo e nutre a alma. 🍎
A ausência de saúde é sinônima de infelicidade. Então, sejamos gratos por quem exerce cuidado através de sua profissão.
Feliz dia, nutricionista!
Passados quatro meses, temos demonstrado grande capacidade de resposta à pandemia da Covid-19. Nossas cooperativas em todo o Brasil têm investido não só na expansão de suas infraestruturas, como também no aumento de suas equipes médicas, em ações de prevenção, responsabilidade social e educação nas comunidades nas quais estão inseridas.
EPT: Nosso ramo de negócio, por integrar o segmento financeiro, foi bastante afetado pela pandemia. Como o Sicredi é composto por associados de diferentes setores da economia, pudemos sentir as diferentes realidades vividas neste período da pandemia. O ramo mais afetado, sem dúvida, foi o das micro e pequenas empresas — especialmente aqueles relacionados a vertentes do comércio, como turismo, hotelaria, restaurantes, bares, salões de beleza, academia, entre outros. Também foram bastante afetados profissionais liberais e microempreendedores que atuam com serviços que foram — ou ainda estão sendo — limitados durante a pandemia.
Por outro lado, percebemos setores que cresceram nesse período, como supermercados, deliveries, farmácias e, em nossa região, o agronegócio, que registrou uma safra recorde, com preços que garantiram uma boa rentabilidade.
Em função do histórico da cooperativa, que construiu uma relação de confiança com seus associados ao longo dos seus 30 anos, nós percebemos também que muitos associados preferiram deixar seus recursos investidos na instituição neste momento de pandemia. Isso também se somou ao fato de que muitas pessoas e empresas estão segurando alguns investimentos em expansão ou em novos negócios, optando por manter os recursos investidos, o que fez com que a cooperativa alcançasse um recorde no volume de depósitos neste período.
Como sua cooperativa tem apoiado seus colaboradores e cooperados neste momento de crise?
OP: Todas as Unimeds estão amplamente engajadas no combate à pandemia em ações das mais variadas. Entre elas, estão: a distribuição de máscaras e EPIs gerais para os colaboradores envolvidos no combate direto e indireto à pandemia; o apoio psicológico para os profissionais da linha de frente do atendimento a pacientes; a preparação de materiais orientativos à população, médicos cooperados, funcionários e clientes; criação de e-books, FAQs e políticas ativas de home office para os colaboradores que estiverem em condições de executarem suas atividades remotamente.
Especificamente na Unimed do Brasil, com sede em São Paulo, estruturamos o regime de home office em tempo recorde e todos os colaboradores estão trabalhando seguros, de suas casas. Esse plano de contingenciamento foi compartilhado com todo o Sistema Unimed, de modo a auxiliar localmente nossas cooperativas nessa demanda.
EPT: Uma das primeiras ações que tomamos foi criar um Comitê de Contingência, e a partir de então começamos a realizar reuniões diárias com nossos líderes e reuniões quinzenais com todos os colaboradores. Definimos como prioridade o “cuidar das pessoas”, tendo sido necessário, em certo momento, até mesmo suspender o atendimento presencial, como forma de proteção aos colaboradores e aos associados. Este processo de comunicação mais próxima com as lideranças foi essencial, até porque, no início, não se sabia ao certo a melhor decisão a ser tomada, pois o cenário era totalmente novo e exigia decisões rápidas.
Adotamos todas as práticas recomendadas pelas autoridades de saúde, como higienização dos ambientes, disponibilização de máscaras e outros equipamentos de proteção individual, exames para quem apresentasse sintomas. Também organizamos escalas de home office como forma de promover o distanciamento social e como segurança para suportar a operação.
SC: De todas as iniciativas tomadas nesta quarentena, quais foram as mais marcantes dentro do seu sistema?
OP: Um grande exemplo a ser citado é o trabalho feito em Fortaleza, onde a Unimed inaugurou um hospital de campanha com 44 leitos adicionais às unidades próprias da cidade para aumentar a capacidade de atendimento em um momento em que os casos de contágio aumentavam consideravelmente no Ceará. No fim de junho, no entanto, graças aos esforços não só da Unimed, como também do poder público, foi possível manter a demanda sob controle e, com isso, esta unidade de campanha começou a ser desmontada. Em Porto Alegre, a cooperativa local é cofinanciadora de um estudo pioneiro da Universidade Federal de Pelotas (RS), que realiza um trabalho de testagem da população gaúcha, visando estimar o percentual de infectados pelo novo coronavírus no estado. O levantamento, ainda em andamento, visa entender a evolução do vírus para oferecer direcionamentos para seu combate.
Ainda, para ajudar os profissionais de saúde a entenderem melhor as metodologias de atendimento para telemedicina — que foi reconhecida durante o distanciamento social por conta da pandemia da Covid-19 —, a Unimed do Brasil, em parceria com a Associação Paulista de Medicina (APM) e a Federação das Unimeds do Estado de São Paulo (FESP), elaborou o curso online de Capacitação Básica em Telemedicina.
Trata-se de uma excelente oportunidade para divulgarmos os preceitos que acreditamos para a prática da telemedicina de maneira ética e segura. As aulas estão de acordo com o princípio cooperativista que defende a educação, formação e informação de todos nossos profissionais, proporcionando o entendimento de como se relacionar com o paciente a distância e gerar confiança.
EPT: Entre as experiências positivas que tivemos estão as formações a distância — como as do Programa A União Faz a Vida, que é o nosso programa de educação cooperativa para a comunidade: já foram realizadas 134 lives de formação, envolvendo 2.400 participantes. Agora estamos iniciando também as formações de Educação Financeira e do nosso programa de formação de associados (o Crescer), também em formato on-line.
Destaco ainda que as reuniões a distância nos aproximaram de toda a equipe e permitiram encontros com entidades sociais que apoiamos, com sindicatos e entidades representativas que são parceiras em outros programas. Realizamos também nossa Assembleia Geral Ordinária em formato on-line, o que foi uma quebra de paradigma.
A Covid-19 fez muitas empresas aderirem ao home office e à “informatização do trabalho”. Você acha que essa mudança é positiva ou negativa? Ela veio para ficar?
OP: Na Unimed do Brasil, temos verificado resultados preliminares satisfatórios. Uma pesquisa interna observou que as práticas de home office têm obtido aprovação de 94% dos colaboradores, o que mostra que as soluções para este fim foram desenvolvidas de maneira acertada.
Ainda é cedo para fazermos uma previsão mais assertiva de escala, mas, com certeza, o trabalho remoto tem sido positivo e, provavelmente, é um recurso que deve ganhar espaço nos próximos anos.
De qualquer maneira, estamos confiantes de que — quaisquer que sejam as circunstâncias que se desdobrarão nos próximos anos — as empresas e cooperativas se adaptarão de maneira satisfatória, e as relações de trabalho tendem a se aperfeiçoar em todos os níveis hierárquicos, com uma grande preocupação, também, com a qualidade de vida das pessoas.
EPT: Penso que essas mudanças são extremamente positivas e vieram para ficar: nossa vida profissional e pessoal a partir de agora serão únicas, integradas, uma fazendo parte da outra. É como discutirmos os pilares econômico e social nas cooperativas: o que vem primeiro? Qual é mais importante? Nenhum e, ao mesmo tempo, os dois. Um depende do outro. Um não existe sem o outro. Seremos seres únicos, onde trabalharemos, curtiremos, conviveremos, tudo ao mesmo tempo. Nós nos permitiremos ir à apresentação da escola do filho ao meio da tarde, sem problemas, passando a importar mais o quanto eu contribuo para minha família, para a cooperativa e para a sociedade. O horário e de onde estou contribuindo não importarão tanto.
Acredito que novas competências já foram criadas. É uma nova dinâmica, que nos demanda sermos produtivos, mesmo com as equipes não estando lado a lado. Novas posições já foram criadas; algumas rotinas operacionais já estão sendo substituídas por automatização, muitas outras funções deixarão de existir. É uma grande mudança de mindset, e os que não permitirem estas mudanças no modelo mental possivelmente ficarão pelo caminho. Porém, precisaremos evoluir muito nosso modelo de leis trabalhistas para que isso aconteça de forma mais efetiva, já que algumas têm quase um século e não preveem esta nova realidade.
E as relações de consumo, como ficam?
OP: As restrições na circulação humana e o isolamento social inauguraram uma tendência de as pessoas se voltarem mais para a comunidade, consumindo produtos e serviços locais. Creio ser este um aspecto que pode influenciar o comportamento dos consumidores. Ainda, este processo deve ocorrer bastante por via remota, cujo desenvolvimento é evidente durante esta pandemia. Na saúde, por exemplo, a telemedicina teve um enorme salto de desenvolvimento e, com aperfeiçoamentos técnicos e legais, tende a se consolidar como um recurso complementar ao atendimento presencial que, na medicina, não pode, evidentemente, ser negligenciado.
EPT: Nós percebemos que a pandemia fez com que muitas empresas tivessem que se reinventar; muitos empresários estão tendo que posicionar seu negócio de forma diferente. As vendas on-line, por exemplo, vieram contribuir com a economia nesse sentido e as plataformas digitais se firmam como um carro-chefe no consumo. No Sicredi, nós também buscamos apoiar a viabilização dessas novas relações econômicas, por meio de uma plataforma de marketplace disponibilizada de forma gratuita para os associados: o Sicredi Conecta.
Esse novo cenário provocou um movimento de olhar mais para o local. Muitas pessoas passaram a perceber a importância de valorizar o comércio local para manter a economia girando. E, paralelamente a isso, a sociedade passa a exigir maior compromisso das organizações sobre o que elas fazem pelas comunidades.
Diante desse cenário, nós, como instituição financeira cooperativa, que já temos esta atuação local como parte do nosso dia, buscamos desenvolver um movimento nacional chamado Eu Coopero com a Economia Local, que veio justamente com o objetivo de promover essa maior consciência na população sobre como podemos contribuir com a economia da nossa região e como isso beneficia a toda a sociedade.
A pandemia fortalece ou enfraquece o modelo cooperativista? Por quê?
OP: O elo das cooperativas com a sociedade é muito forte. Seu modelo econômico é baseado na união das pessoas com um mesmo objetivo. Destacam-se principalmente por atuar em favor da sustentabilidade e do desenvolvimento econômico e social da comunidade. Todas as cooperativas, independentemente de seus ramos, devem investir, por meio de políticas aprovadas por seus membros, no desenvolvimento sustentável das cidades e regiões nas quais estão inseridas. Preza-se essencialmente por aportes em projetos economicamente viáveis, ambientalmente corretos e socialmente justos. No contexto da saúde, isso significa zelar pela integridade das populações locais ao mesmo tempo em que se contemplam projetos para aumentar o acesso às principais inovações da assistência médica, entendendo e levando em consideração as necessidades específicas de cada localidade. E isso, no cenário atual de pandemia, nunca foi tão vital.
EPT: Nós acreditamos que fortaleceu muito. Nunca o modelo cooperativo fez tanto sentido. Em todos os lugares, fala-se em trabalhar junto para gerar um impacto positivo nas comunidades. A cooperativa, por ser local, tem essa relação de proximidade maior, e também de credibilidade. Um exemplo vivido pela nossa cooperativa foi que, logo no início da pandemia, identificamos a necessidade de apoiarmos as instituições de saúde da nossa região, e assim nos organizamos. Destinamos recursos do nosso Fundo Social para a compra de respiradores, desfibriladores, monitores cardíacos e outros equipamentos hospitalares em diferentes municípios, além de testes rápidos, máscaras, luvas, álcool gel e EPIs para profissionais da saúde e policiais militares. Também tivemos um olhar para as entidades sociais, que estavam passando por dificuldades na medida em que sobreviviam, em grande parte, de recursos arrecadados com eventos, que não puderam mais ser realizados. Com essas duas ações, destinamos R$ 950 mil para apoiar 105 projetos na nossa área de atuação. Esse sentimento de fazer juntos, de estar próximo, de contribuir para que a sociedade possa superar seus desafios, aproxima ainda mais as cooperativas e o cooperativismo dos seus valores e das comunidades.
Qual será o legado desta pandemia para o Brasil e para o mundo?
OP: Uma lição que o país deve levar da pandemia é como definir novas políticas públicas no pós-crise. Para que outra crise como esta seja evitada, é preciso planejamento. E prever e prevenir uma pandemia passa por um grande investimento em saúde pública, condições sanitárias básicas e educação em saúde para a população. Acreditamos que este debate se intensificará, e é muito importante que os diversos atores sociais — como governos, empresas, organizações não governamentais e sociedade civil — cooperem entre si para que possamos formular essas políticas que sirvam aos maiores interesses dos países e das pessoas.
EPT: Acreditamos em uma sociedade menos individualista, e com um pensar mais coletivo, com menos política partidária e com mais política solidária. Teremos um sentimento de dor; já estamos tendo, com a perda de muitas pessoas, mas o aprendizado será semelhante a atravessarmos uma guerra: em todas as guerras, aprendemos; foram acelerados processos de tecnologia, deixamos o passado para trás e aprendemos com o novo. E é isso que eu acredito que vai ficar: uma preocupação maior com as pessoas.
Esta matéria foi escrita por Paula Andrade e publicada na edição 30 da revista Saber Cooperar. Confira! <
“Os contratos com o Poder Público têm muita importância para nossa cooperativa, já que 90% dos nossos trabalhos são firmados com a prefeitura de Porto Alegre”, explica a diretora-presidente da Cootravipa, Imanjara Alexsandra de Paula.Uma das principais vantagens de fechar contrato com o Poder Público é a segurança. Afinal, por lei, eles podem ser renovados por até cinco anos, se estiverem sendo executados com qualidade, eficiência e economicidade. “Em toda a nossa história, não temos nenhum caso de contrato rescindido antes do tempo máximo previsto no edital”, comemora Imanjara. Essa é uma prova incontestável da qualidade dos serviços prestados pela cooperativa. “Para nós, são de fundamental importância tanto a boa execução dos serviços como a manutenção desses contratos, já que eles garantem renda ao nosso associado por todo esse período.” PROPÓSITO Diariamente, a equipe da Cootravipa garante a limpeza e a conservação das ruas, dos banheiros, dos edifícios públicos e das mais de 600 praças da capital gaúcha. Também ficam a cargo da cooperativa a capina da vegetação e um trabalho muito sensível e fundamental para a cidade: o monitoramento das casas de bomba de Porto Alegre. Em época de chuva, os motores desses equipamentos — que ficam distribuídos pela cidade — precisam ser ligados para puxar a água das ruas e impedir que o município alague. Operadora de máquinas na Casa de Bombas da Azenha há 12 anos, Elenice Cristina da Silveira, 37 anos, considera o seu trabalho muito importante para a comunidade. “Para não inundar as ruas, não entrar água na casa dos outros, não estragar o bem que as pessoas adquirem com tanto suor”, afirma. Ela conta que, na última grande chuva na cidade, recebeu a ligação de uma senhora perguntando se as bombas estavam funcionando direito. A pergunta vinha de uma história triste: há alguns anos, essa mesma senhora tinha perdido todos os móveis da casa, após uma grande enchente. Por isso, ela quis saber se poderia ligar de vez em quando para saber se os equipamentos estavam em dia. “Eu disse a ela que poderia me ligar, que passaria as informações. E também para não se preocupar, porque eu ia ficar a noite toda cuidando do nível da água e operando as bombas para que não acontecesse nada de ruim na casa dela nem das outras pessoas. É bom ter esse reconhecimento. Mostra que o meu serviço é importante”, afirma a cooperada. Elenice lembra que, ao começar na função, havia poucas mulheres e ela foi desencorajada por muitos a permanecer no local.
“Quando comecei aqui, só chovia, e o trabalho foi dobrado. Já fiquei ilhada, apaguei incêndio, passei por muitas coisas e superei tudo. Nunca tive uma reclamação do meu trabalho. Dizem que passarinho bom canta em qualquer gaiola. Então, acho que eu sou um passarinho bom”, recorda.Cooperada há 21 anos — por indicação da mãe, também cooperada —, Elenice garante: o trabalho na Cootravipa ajudou-a a conquistar vários sonhos, do carro à casa própria. A renda obtida ao longo dos anos também assegurou a educação e o bem-estar dos quatro filhos — o mais velho hoje tem 22 anos e a mais nova, 9.
Esta matéria foi escrita por Lílian Beraldo e publicada na edição 30 da revista Saber Cooperar. Confira! <
“A cooperativa tem potencial de desenvolvimento muito grande como qualquer outra empresa, só depende muito da capacidade empreendedora de seus sócios e, especialmente, de seus dirigentes”, diz o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.O executivo reforça que —como dizia Guimarães Rosa — o que o mundo quer da gente é coragem. “Temos que ter ousadia de fazer o novo, o diferente, tentar, ir um pouco além do limite. Acho que isso é o que faz a diferença no cooperativismo, e pode fazer diferença no atual cenário da economia e da política brasileiras”, conclui.
Esta matéria foi escrita por Farol Conteúdo Inteligente e foi publicada na edição 23 da revista Saber Cooperar. Confira!
“Nosso objetivo social foi, e continua sendo, vender melhor, de forma mais eficiente, e agregar à logística do associado”, diz Pogetti.Passados 61 anos, seus 34 cooperados migraram de um grupo com dificuldades para exportar à maior comercializadora global de açúcar e etanol integrada à produção do Brasil. QUAL A MEDIDA DO SUCESSO? O caso da Coopersucar impressiona, mas é sempre importante lembrar: nem toda cooperativa tem como prioridade a exportação de produtos em escala global. O alcance de metas, a realização de sonhos -— e não apenas a receita ou número de sócios — são a verdadeira régua do sucesso cooperativo, segundo o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.
“Uma cooperativa se mede pelo desempenho, pela capacidade de gerar resultados para o cooperado, de gerar felicidade, qualidade de vida, bem- estar. É uma sociedade de gente, não apenas de dinheiro”, diz Lopes de Freitas.Olhando por esta perspectiva, a jovem Cooperativa de Produtores Rurais de Agricultura Familiar (Coperfam) é certamente um caso de sucesso. Fundada em 2012, essa empresa cooperativa nasceu para salvar a produção de laranja do norte do estado de São Paulo. Os produtores locais vinham de uma série de safras ruins, com preços baixos e produtividade comprometida pela praga greening , que não pode ser eliminada por nenhum defensivo agrícola. O cenário era desanimador e muitos produtores rurais estavam em dificuldades financeiras. Eles começaram a arrendar ou até vender suas terras e sair em busca de emprego nas outras cidades da região. “Essa situação estava tirando o emprego das pessoas e gerando pobreza. Então, tivemos a ideia da cooperativa e juntamos um grupo de pequenos produtores que ainda trabalhavam com laranja para ver como poderíamos nos ajudar”, lembra o diretor administrativo da Coperfam, Celso Marciano da Silva Filho. O grupo contou com a ajuda de outra cooperativa local já bem estabelecida, a Coopercitrus, de produtores agrícolas. “No começo, não tínhamos onde nos reunir, não tínhamos nada, e a Coopercitrus cedeu salas de seu escritório onde até hoje estamos instalados”, conta Silva Filho. Anos depois, a Coperfam praticamente quadruplicou o número de associados, passando das 50 famílias iniciais para mais de 180. Muitas foram estimuladas a retomar a produção de laranja ao verem o sucesso alcançado por aqueles que aderiram primeiro à cooperativa. “Muitos produtores de laranja estavam indo para a cidade, mas a gente vem conseguindo segurar famílias no campo, cuidando da vegetação, da água e da propriedade”, diz o diretor. DESAFIOS DO CRESCIMENTO O sucesso de uma cooperativa traz, naturalmente, sua expansão. E aí vêm os novos desafios. Profissionalização da gestão, flexibilidade de adaptação e engajamento de cooperados são alguns deles. A Copersucar, por exemplo, optou pela profissionalização da gestão em 2009, quando completou 50 anos. A medida visava eficiência e foco, já que os diretores associados tinham que se dividir entre duas tarefas: cuidar das usinas e da cooperativa. Atualmente, toda a diretoria executiva é profissionalizada. O conselho administrativo também é dirigido por um executivo, Luís Roberto Pogetti. Cada usina cooperada tem um assento no conselho administrativo.
“Hoje vê-se muito uma demanda profissional nas cooperativas. Os associados compõe o conselho de administração, o conselho fiscal, mas a complexidade do dia-a-dia do negócio exige um grau de formação específica. O grande segredo do sucesso é a gestão profissional”, afirma Roberto Kaplan, professor dos MBAs de Marketing e Gestão Comercial da Fundação Getúlio Vargas.O ideal, segundo Kaplan, é ter executivos que entendam de administração e também do setor específico em que a cooperativa atua, seja agrícola, crédito, saúde ou qualquer outro. “Não adianta botar alguém totalmente de fora, tem que ser alguém do setor”, pondera. O presidente do Sistema OCB concorda. Para ele, é importante que as cooperativas invistam em planejamento econômico-financeiro, rotinas de organização, controle e métodos. “O cooperativismo é um negócio, não uma ação entre amigos”, resume.
Esta matéria foi escrita por Farol Conteúdo Inteligente e foi publicada na edição 23 da revista Saber Cooperar. Confira!
“A ideia surgiu da própria necessidade. A gente observou que no município estava tendo muita gente no comércio e não tinha nenhum local público onde as pessoas pudessem higienizar as mãos. Foi pensando nisso que a gente resolveu criar um lavatório usando materiais recicláveis, pensando na questão ambiental também. Um espaço que atendesse a comunidade e tivesse um apelo social, do ponto de vista da proteção ambiental”, explicou o presidente da cooperativa, José Cláudio Silva.O lavatório fica no centro da cidade onde as pessoas mais transitam, em frente a uma farmácia — loja com a qual a Cooates fez uma parceria para a cessão do ponto de água para o abastecimento da bomba d’água, do sabonete líquido e do papel toalha. A estimativa é que cerca de três mil pessoas tiveram acesso ao lavatório da Cooates, instalado no início de maio.
“Nossa ideia era ajudar na diminuição da Covid-19 por meio da lavagem das mãos, criando hábitos de higiene que a pessoa pode levar para casa e ampliar no dia a dia, e fazendo um alerta também para a necessidade de cuidarmos do meio ambiente”, destacou o presidente da Cooates,A cooperativa — que tem atuação nas áreas de assistência técnica e extensão rural, qualificação profissional, reflorestamento e agroecologia — já prepara mais dois lavatórios móveis: um a pedido da igreja local e outro a pedido da igreja de Tamandaré. [video width="1920" height="1080" mp4="https://www.somos.coop.br/wp-content/uploads/2020/08/Cooates-Dia-C-Facebook1.mp4" poster="/images/noticias/sem-t-c3-adtulo.webp" preload="auto"][/video] Crédito: Facebook Cooates
Ficha técnica Idealizadora: Cooperativa de Trabalho Agrícola, Assistência Técnica e Serviços (Cooates) Estado: Pernambuco Ramo: Trabalho, Produção de Bens e Serviços ODS atingidos:
Esta matéria foi escrita por Lilian Beraldo e será publicada na próxima edição da revista Saber Cooperar. Aguardem!
Idealizadora: Cooperativa Educacional de São Gabriel da Palha (Coopesg) Estado: Espírito Santo Ramo: Trabalho, Produção de Bens e Serviços ODS atingidos:
No Espírito Santo, a Cooperativa Educacional de São Gabriel da Palha (Coopesg) resolveu ajudar comunidades carentes por meio de uma dispensa solidária de alimentos. São Gabriel da Palha é famosa, no Espírito Santo, pela produção de café. O problema é que a pandemia teve início na época da colheita dos grãos, quando a cidade recebe muita força de trabalho vinda de outros locais. “O primeiro mês foi mais fácil [lidar com a pandemia] por causa da entrada do dinheiro do café, mas a colheita é muito rápida e essas famílias logo começariam a entrar em situação de risco. Foi por isso que a gente pensou em uma maneira de ajuda-las com os itens básicos de alimentação”, afirmou a presidente da Coopesg, ------- Baseado em uma experiência capixaba semelhante, a Coopesg resolveu instalar uma estante de aço com diversas prateleiras na comunidade de Boa Vista. Nesse local, são colocados os alimentos doados por colaboradores, cooperados e pela comunidade em geral. As pessoas retiram o que precisam, tendo o cuidado de não pegar para si nada além do necessário. Afinal, o objetivo é cooperar para que ninguém passe necessidade. Desde abril, a cooperativa doou cerca de 1 tonelada de alimentos que beneficiaram cerca de 100 famílias da região.
“A iniciativa tem dado certo e a gente sempre coloca alimentos diferentes na estante para que as pessoas possam pegar”, afirmou Drayse, explicando a intenção de ampliar a dispensa solidária para outros itens necessários à comunidade.“Pensamos em continuar com o projeto, colocando também casacos — por causa da chegada do frio — e brinquedos nessas estantes. A gente não quer ficar só no alimento”, completou a presidente. Criada há 27 anos, a Coopesg congrega cerca de 200 alunos do ensino infantil ao 9o ano do ensino fundamental. A escola aposta em disciplinas inovadoras no currículo como robótica e a Escola da Inteligência — programa do professor Augusto Cury que dá lições sobre inteligência emocional e trabalha com crianças e adolescentes questões a respeito da proatividade e de como lidar com ansiedades e frustrações. Presidente da Coopesg desde 2015, Drayse começou sua caminhada no cooperativismo como mãe, em 2000, quando matriculou o primeiro filho, hoje com 21 anos, na educação infantil. “Era uma escola que fazia a diferença em relação a outras escolas. Os projetos, as características, os professores, a maneira de ensinar, a preocupação com a qualidade, com o sistema de ensino. Sempre gostei da maneira que eles trabalham enfatizando a importância da cooperação com os alunos, em especial, com os menores. E eu queria isso para os meus filhos também”, explicou. PARCERIA SUSTENTÁVEL
Idealizadora: Cooperunião Estado: Espírito Santo Ramo: Trabalho, Produção de Bens e Serviços ODS atingidos:
O intuito de ajudar durante a pandemia contagiou também os jovens da cooperativa mirim (Cooper União) — formada por cerca de 50 alunos da Coopesg (veja história anterior) — que decidiram produzir sabonete líquido para doação. Inicialmente, a ideia era fazer álcool em gel, mas depois de alguns estudos, os alunos descobriram não ser uma opção viável, já que não havia garantia de que o álcool doméstico teria o percentual necessário e efetivo para combater o vírus. Para dar início à produção dos sabonetes, os alunos foram à luta: conseguiram doação dos frascos pelo Sicoob e dos sabonetes em barra pelas famílias. A transformação — do produto em barra para o líquido — foi feita pelos próprios jovens que ralavam o sabonete em casa e levavam para escola para finalizar a produção, sempre feita em escalas de, no máximo, 3 alunos e a professora orientadora. Todos com máscaras.
“A sensação de ajudar é incrível. É muito prazeroso ver que, de alguma forma, a gente está podendo ajudar as pessoas aqui da cidade”, afirma a presidente da CooperUnião, Esther Teodoro Piske, 12 anos.Também por causa da pandemia, os jovens não puderam distribuir os sabonetes líquidos como queriam. Por isso, eles procuraram a Secretaria de Assistência Social, que garantiu a entrega dos frascos a programas sociais em andamento no município. A estimativa é que mais de 200 frascos de sabonete líquido tenham sido entregues a adolescentes, pessoas em situação de rua e gestantes.
Esta matéria foi escrita por Lilian Beraldo e será publicada na próxima edição da revista Saber Cooperar. Aguardem!
Tem DNA brasileiro no cooperativismo de Botsuana, país africano com cerca de 2 milhões de habitantes. Em uma terra de clima desértico e paisagem inóspita, o solo nem sempre produz o que poderia. A maioria dos alimentos do país é importada de outras nações. Justamente por isso, as cooperativas podem causar um forte impacto na melhoria da vida dos botsuaneses.
Ciente disso, os governos de Brasil e Botsuana assinaram um acordo de cooperação técnica em 2005. E como legítimo representante do cooperativismo no Brasil, o Sistema OCB foi convidado — juntamente com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) — a colaborar com o fortalecimento desse modelo de negócio na região.
Ao longo dos últimos anos, a equipe do Sistema OCB tem se esforçado para transmitir ao governo e aos cooperados botsuaneses a experiência brasileira em cooperativismo. O resultado foi a constituição de uma cooperativa de horticultores, que cresce a olhos vistos e já é referência em Botsuana, servindo de modelo para outros setores econômicos do país.
A Cooperativa de Horticultores de Kweneng North beneficia 47 famílias de produtores rurais da região de Lentseletau e dedica-se à produção de hortaliças diversas. Ela é tão competitiva que foi, inclusive, escolhida para fornecer alimentos para o governo local.
Esta matéria foi escrita por Farol Conteúdo e está publicada na Edição 23 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
Crédito: Site Dia de Cooperar - Ronaldo Scucato, presidente do Sistema Ocemg[/caption]
O sistema cooperativista — seja nas cooperativas ou nas unidades estaduais da OCB — oferece oportunidades de trabalho para profissionais formados nas mais variadas áreas. Hoje, são mais de 425 mil empregos diretos, e a demanda por novos profissionais vem crescendo ano a ano, na contramão de outros setores da economia.
Atentas a esse cenário, cada vez mais pessoas decide construir carreira no cooperativismo. E aquelas dispostas a se destacar precisam escutar essa dica: fazer uma graduação ou pós-graduação na área é um diferencial e tanto para quem deseja ingressar nesse nosso mercado.
“As sociedades cooperativas são empreendimentos com identidade própria e são bem diferentes das empresas mercantis. Os profissionais que têm formação superior na área, compreendem nossas especificidades e atuam de uma maneira muito mais destacada. Isso faz toda a diferença quando eles estão dentro de uma cooperativa”, aponta Ronaldo Scucato, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Minas GeraisDe acordo com Scucato, os profissionais que se formam em cooperativismo compreendem, de maneira aprofundada, a importância de um quadro social bem organizado, da realização e participação das assembleias, bem como o foco na eficiência do negócio. TEMOS VAGAS [caption id="attachment_75797" align="aligncenter" width="396"]
Pablo Albino, coordenador do curso de Administração de Cooperativas da Universidade Federal de Viçosa (UFV).[/caption]
Oferta de empregos não faltam para quem está cursando uma graduação relacionada ao cooperativismo. A afirmação é do professor Pablo Albino, um dos coordenadores do curso de Administração de Cooperativas, da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
“A demanda por profissionais com graduação em cooperativismo é maior do que a nossa universidade consegue formar. Eu recebo pedido do setor para encaminhar bons currículos para as vagas e hoje não tenho para atender”, lamenta o professor.
Para Albino, o principal diferencial dos alunos da UFV é o sólido conhecimento dos valores e princípios cooperativistas.
“Nosso aluno tem uma formação conceitual muito densa. Ele pode estagiar nas cooperativas, tem a oportunidade de ganhar experiência na nossa empresa júnior, mas a competência em termos teóricos é o nosso diferencial”, aponta.Ainda segundo o acadêmico, o ramo de crédito é um dos que mais procuram os egressos do curso. “Recebi o feedback do Sicoob de que ainda contrata ex-funcionários de bancos, mas que é muito difícil ensiná-los o que é uma cooperativa, que o cooperado não é um cliente, é um dono, e por isso a abordagem precisa ser diferenciada. Para o ramo, é melhor ter o cara que tem formação em cooperativismo, e que ele aprenda as questões bancárias no sistema do Sicoob”, compara. PÓS-GRADUAÇÃO [caption id="attachment_75823" align="alignnone" width="1880"]
Crédito: Pexels[/caption]
A pós-graduação em cooperativismo tem sido a alternativa buscada por muitos entes do sistema cooperativista para capacitar funcionários e cooperados que já têm diploma de ensino superior em outras áreas, mas necessitam de uma especialização para a gestão cooperativa.
No Paraná, o Sescoop atua há alguns anos no apoio aos cursos de pós-graduação. Maria Emília Pereira, gerente de Desenvolvimento Cooperativo do Sescoop/PR, aponta que, em média, são 40 turmas in company por ano. Foi então que a entidade decidiu dar o próximo passo.
“Percebemos que o direcionamento era muito maior para assuntos técnicos de determinadas áreas, como agronegócio, gestão de projetos e de qualidade. Faltava capacitar gestores de cooperativas para trabalhar em um nível maior de governança. Como já tínhamos um público grande formado em pós, por que não elevar o nível da formação para o mestrado?”, lembra. Foi aí que surgiu o mestrado profissional em Gestão de Cooperativas, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR).
O curso teve início em 2014 e já está na quinta turma. Maria Emília participou do primeiro grupo de mestrandos e fala com propriedade sobre os resultados alcançados com o programa.
“O fato de você colocar pessoas discutindo questões estratégicas de cooperativas de diferentes realidades e ramos traz uma riqueza de contribuições para a sala de aula. O primeiro ganho é a oportunidade da troca em nível estratégico, porque o mestrado acaba elevando o nível de discussão dos alunos”, afirma.Outra vantagem — aponta — é a possibilidade de ampliar a produção acadêmica sobre o cooperativismo. “Percebi como nós éramos fracos em produção de conteúdo científicos, artigos, estudos. A realidade do cooperativismo é diferente; você vai avaliar a partir dos estudos produzidos sobre empresas, e é completamente diferente. Faltava embasamento e, com isso, contribuímos para essa construção”, destaca. O mestrado profissional é uma modalidade ainda pouco popularizada no Brasil — eram cerca de 700 programas em funcionamento até 2017. Ele tem duração média de dois anos e é voltado para a capacitação de profissionais nas diversas áreas do conhecimento. O formato é stricto sensu — assim como o mestrado e o doutorado —, mas com um perfil mais direcionado para atender alguma demanda do setor produtivo. No curso da PUC-PR, apesar da chamada de seleção ser pública, o perfil dos alunos é de quem já trabalha no sistema, seja como funcionário de cooperativa ou cooperado. De acordo com Emília, a formação em nível de pós-graduação é uma demanda que chega ao Sescoop pelas próprias cooperativas. “As cooperativas nos procuram muito com a preocupação de desenvolver essa formação de nível superior dos seus funcionários. A gente percebe esse comprometimento e o desafio de qualificar. Elas querem investir em um funcionário mais bem preparado em nível acadêmico para trazer melhores resultados”, diz.
Esta matéria foi escrita por Amanda Cieglinsk e está publicada na Edição 28 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação