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Procuram-se Talentos

[caption id="attachment_75822" align="alignnone" width="2100"] Crédito: Site Dia de Cooperar - Ronaldo Scucato, presidente do Sistema Ocemg[/caption]   O sistema cooperativista — seja nas cooperativas ou nas unidades estaduais da OCB — oferece oportunidades de trabalho para profissionais formados nas mais variadas áreas. Hoje, são mais de 425 mil empregos diretos, e a demanda por novos profissionais vem crescendo ano  a ano, na contramão de outros setores da economia.  Atentas a esse cenário, cada vez mais pessoas decide construir carreira no cooperativismo. E aquelas dispostas a se destacar precisam escutar essa dica: fazer uma graduação ou pós-graduação na área é um diferencial e tanto para quem deseja ingressar nesse nosso mercado.   
“As sociedades cooperativas são empreendimentos com identidade própria e são bem diferentes das empresas mercantis. Os profissionais que têm formação superior na área, compreendem nossas especificidades e atuam de uma maneira muito mais destacada. Isso faz toda a diferença quando eles estão dentro de uma cooperativa”, aponta Ronaldo Scucato, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais 
De acordo com Scucato, os profissionais que se formam em cooperativismo compreendem, de maneira aprofundada, a importância de um quadro social bem organizado, da realização e participação das assembleias, bem como o foco na eficiência do negócio.   TEMOS VAGAS [caption id="attachment_75797" align="aligncenter" width="396"] Pablo Albino, coordenador do curso de Administração de Cooperativas da Universidade Federal de Viçosa (UFV).[/caption]   Oferta de empregos não faltam para quem está cursando uma graduação relacionada ao cooperativismo. A afirmação é do professor Pablo Albino, um dos coordenadores do curso de Administração de Cooperativas, da Universidade Federal de Viçosa (UFV). “A demanda por profissionais com graduação em cooperativismo é maior do que a nossa universidade consegue formar. Eu recebo pedido do setor para encaminhar bons currículos para as vagas e hoje não tenho para atender”, lamenta o professor. Para Albino, o principal diferencial dos alunos da UFV é o sólido conhecimento dos valores e princípios cooperativistas.    
“Nosso aluno tem uma formação conceitual muito densa. Ele pode estagiar nas cooperativas, tem a oportunidade de ganhar experiência na nossa empresa júnior, mas a competência em termos teóricos é o nosso diferencial”, aponta. 
Ainda segundo o acadêmico,  o ramo de crédito é um dos que mais procuram os egressos do curso. “Recebi o feedback do Sicoob de que ainda contrata ex-funcionários de bancos, mas que é muito difícil ensiná-los o que é uma cooperativa, que o cooperado não é um cliente, é um dono, e por isso a abordagem precisa ser diferenciada. Para o ramo, é melhor ter o cara que tem formação em cooperativismo, e que ele aprenda as questões bancárias no sistema do Sicoob”, compara.    PÓS-GRADUAÇÃO [caption id="attachment_75823" align="alignnone" width="1880"] Crédito: Pexels[/caption]   A pós-graduação em cooperativismo tem sido a alternativa buscada por muitos entes do sistema cooperativista para capacitar funcionários e cooperados que já têm diploma de ensino superior em outras áreas, mas necessitam de uma especialização para a gestão cooperativa.  No Paraná, o Sescoop atua há alguns anos no apoio aos cursos de pós-graduação. Maria Emília Pereira, gerente de Desenvolvimento Cooperativo do Sescoop/PR, aponta que, em média, são 40 turmas in company por ano. Foi então que a entidade decidiu dar o próximo passo.  Percebemos que o direcionamento era muito maior para assuntos técnicos de determinadas áreas, como agronegócio, gestão de projetos e de qualidade. Faltava capacitar gestores de cooperativas para trabalhar em um nível maior de governança. Como já tínhamos um público grande formado em pós, por que não elevar o nível da formação para o mestrado?”, lembra. Foi aí que surgiu o mestrado profissional em Gestão de Cooperativas, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR).  O curso teve início em 2014 e já está na quinta turma. Maria Emília participou do primeiro grupo de mestrandos e fala com propriedade sobre os resultados alcançados com o programa.   
“O fato de você colocar pessoas discutindo questões estratégicas de cooperativas de diferentes realidades e ramos traz uma riqueza de contribuições para a sala de aula. O primeiro ganho é a oportunidade da troca em nível estratégico, porque o mestrado acaba elevando o nível de discussão dos alunos”, afirma. 
Outra vantagem aponta é a possibilidade de ampliar a produção acadêmica sobre o cooperativismo. “Percebi como nós éramos fracos em produção de conteúdo científicos, artigos, estudos. A realidade do cooperativismo é diferente; você vai avaliar a partir dos estudos produzidos sobre empresas, e é completamente diferente. Faltava embasamento e, com isso, contribuímos para essa construção”, destaca. O mestrado profissional é uma modalidade ainda pouco popularizada no Brasil — eram cerca de 700 programas em funcionamento até 2017. Ele tem duração média de dois anos e é voltado para a capacitação de profissionais nas diversas áreas do conhecimento. O formato é stricto sensu — assim como o mestrado e o doutorado —, mas com um perfil mais direcionado para atender alguma demanda do setor produtivo.   No curso da PUC-PR, apesar da chamada de seleção ser pública, o perfil dos alunos é de quem já trabalha no sistema, seja como funcionário de cooperativa ou cooperado.  De acordo com Emília, a formação em nível de pós-graduação é uma demanda que chega ao Sescoop pelas próprias cooperativas. “As cooperativas nos procuram muito com a preocupação de desenvolver essa formação de nível superior dos seus funcionários. A gente percebe esse comprometimento e o desafio de qualificar. Elas querem investir em um funcionário mais bem preparado em nível acadêmico para trazer melhores resultados”, diz.   
Esta matéria foi escrita por Amanda Cieglinsk e está publicada na Edição 28 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação
 

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