Notícias saber cooperar
- Normativo — com foco na sugestão de regras que priorizem a igualdade de gênero dentro das instituições cooperativas;
- Combate à violência doméstica e violência contra as mulheres — voltado à prevenção desse tipo de agressão, bem como ao apoio e ao acolhimento de cooperadas e colaboradoras cooperativistas que sofram com esse tipo de violência.
- Planejamento de projetos produtivos para mulheres — desenvolvimento de projetos e iniciativas capazes de ajudar a inclusão econômica feminina dentro do cooperativismo destaca a colombiana.
Esperamos que as organizações cooperativas de todo o mundo vejam a relevância do que significa trabalhar com as mulheres, estimulando projetos produtivos feitos para elas, com a intenção de colaborar com a inclusão econômica global desse público”Maria Eugênia aponta, ainda, a importância de as normas cooperativas preverem políticas de fomento à equidade de gênero nos cargos de direção, bem como o empoderamento das mulheres. “Já no tema violência contra mulheres, queremos que as cooperativas assumam protocolos com seus associados e colaboradores para prevenir a violência de gênero. E que hajam normas que favoreçam a participação feminina no interior das cooperativas”, completou Maria Eugenia, que também é diretora executiva da Associação Colombiana de Cooperativas. As organizações de cooperativas dos diferentes países podem se inscrever para fazer parte do Comitê de Equidade como membro. Hoje, o comitê é formado por integrantes da República Dominicana, Índia, Finlândia, Espanha, Bulgária e África do Sul. [caption id="" align="alignnone" width="1200"]
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BOAS PRÁTICAS
A ACI vem desenvolvendo estratégias — a partir do plano de trabalho do comitê de gênero — para ampliar a participação e a visibilidade das mulheres no interior das organizações de representação cooperativistas. O desafio é fazê-las participar, de maneira igualitária e equitativa, nos organismos de decisão e de poder do nosso movimento. Desde 2018, a ACI criou políticas internas que preveem o aumento do número de mulheres em seus conselhos. Além disso, ficou estabelecido que a presidente do Comitê de Equidade faça parte do Conselho de Administração da ACI. Maria Eugenia lembra que, na história recente, “tivemos mulheres como Pauline Green e Monique Leroux que ocuparam os cargos de presidente do Conselho de Administração da ACI e presidente da ACI Mundial”. MAIS INCLUSÃO Em todo o mundo, as cooperativas são mais inclusivas do que outros modelos econômicos e dão mais oportunidades às mulheres para enfrentar as barreiras que frustram a igualdade de gênero. Relembra a presidente do comitê, Maria EugeniaNão podemos esquecer que as cooperativas foram as primeiras formas empresariais e associativas que efetivamente deram à mulher igualdade de direitos com os homens e deram a oportunidade de pertencer a uma empresa, de fazer parte, de ser dona de uma empresa”
O cooperativismo, desde sua criação, tentou assegurar, a mulheres e homens, igualdade de oportunidades. “Ainda que tenhamos avançado de forma fundamental nos últimos 30 anos, nós temos hoje a responsabilidade de reclamar alguns espaços que não foram possíveis para as mulheres anteriormente, como de administração, de direção. Antes, era raro encontrar uma mulher que participava desses cargos administrativos. Avançamos ao ponto de já ter nesses lugares mulheres que ocuparam uma presidência mundial. Muitas mulheres são gerentes, muitas são presidentes de conselhos”, analisa Maria Eugenia sobre o quadro do cooperativismo no mundo.
PODER PARA ELAS
Na avaliação da colombiana, a presença de mulheres em espaços de direção não é só um direito, como é a própria prática dos princípios e valores cooperativos.
“É a possibilidade de fazer inclusão econômica e permitir que homens e mulheres atuem em uma estratificação que é de todos, é de propriedade coletiva, e em que nós, mulheres, temos um papel fundamental. Em quase todas as cooperativas estamos muito próximo, ou superamos, os 50% dos membros”, diz.
Mais do que um exercício democrático de respeitar proporcionalidades, ela acredita que as mulheres precisam romper barreiras e exercer sororidade — conceito essencial no movimento feminista que significa estimular o apoio entre as mulheres destaca:
Nós, mulheres, temos toda a possibilidade, capacidade intelectual para poder desempenhar os espaços diretivos das cooperativas e o que precisamos é romper barreiras, arriscar-nos a concorrer a processos eletivos (não importa se vamos ganhar ou não), aprender a nos organizar, fazer pactos com outras mulheres e mostrar que somos relevantes, importantes para as organizações, não só para o serviço como para gestão"
Essa matéria foi escrita por Lílian Beraldo e publicada na edição 29 da revista Saber Cooperar. Leia a reportagem na íntegra.
Natal (26/5/20) – Diante do momento de crise vivenciada por muitas cooperativas no Rio Grande do Norte devido à pandemia do novo coronavírus, o Sistema OCERN vem atuando em debates, negociação e propostas de políticas juntos às esferas da Administração Pública que amenizem os efeitos do isolamento social na economia nos empreendimentos coletivos do estado.
“Neste momento, é hora de resgatarmos os princípios do cooperativismo e unir forças para ajudar rapidamente as dezenas de famílias ligadas às cooperativas de diversos Ramos. Com atenção especial para os empreendimentos da agricultura familiar, produção e bens de serviço, transporte, entre outros, que enfrentam dificuldades financeiras com a drástica diminuição e, em alguns casos, até mesmo a perda de sua renda”, afirma Roberto Coelho, presidente do Sistema OCERN.
Tendo como alicerce o sexto e sétimo princípios do cooperativismo – Intercooperação e Interesse pela comunidade, o Sistema OCERN doará cestas básicas às cooperativas em situação de vulnerabilidade e conclama àquelas que possam ajudar a levar esperança e solidariedade a quem precisa, nesse momento. “Sabemos que muitas cooperativas já estão realizando ações de maneira independente e isso é parte do DNA cooperativista. Por isso, é chegado o momento de unirmos esforços para amenizar as dificuldades de tantas pessoas ligadas ao nosso Sistema”, avalia Coelho.
Para contribuir, basta entrar em contato com o Sistema OCERN. Clique aqui e acesse o site da instituição. (Fonte: Sistema OCERN)
Cuiabá (26/5/20) – Uma rede de solidariedade para dar apoio a quem mais precisa. É com este objetivo que o Sicoob Central Rondon criou o projeto social A solução está na cooperação. Desde o dia 18 de maio, as agências Sicoob distribuídas por Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia estão recebendo doações de alimento, que será doado a famílias em situação de vulnerabilidade social nas cidades de atuação das cooperativas filiadas.
Idealizada em um cenário de dificuldades econômicas e sociais em decorrência da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a campanha tem como meta arrecadar 54 toneladas de alimentos para doação. Neste período, o Sicoob Central Rondon trabalhará o espírito voluntário entre seus associados e colaboradores, destacando a importância da solidariedade e ajuda ao próximo.
A presidente do Sicoob Central Rondon, Aifa Naomi, destaca que a campanha atende a um dos princípios do cooperativismo, voltado para o interesse pela comunidade e o compromisso com o bem estar social da população no entorno das áreas de atuação de uma cooperativa.
“É um momento extremamente delicado e preocupante, porém, é também a oportunidade de fazermos a nossa parte ajudando quem precisa. A campanha destaca que a ‘solução está na cooperação’ e é exatamente isso que queremos reforçar com nossos cooperados, funcionários e sociedade em geral. Qualquer ajuda neste momento será bem-vinda e contamos com a solidariedade de todos”, afirma a presidente da cooperativa.
Os alimentos arrecadados nas agências serão destinados a instituições sociais que atendam a população carente de cada um dos 54 municípios em que o Sicoob Central Rondon está presente, por meio de suas cooperativas filiadas, em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia. Além de alimentos, é possível também realizar contribuições financeiras. Neste caso, os interessados devem procurar pelas equipes de voluntários do Sicoob para as devidas orientações. (Fonte: Sicoob Central Rondon)
As cooperativas, mais do que nunca, precisarão estar atentas a isso para mitigar os efeitos perversos na renda dos cooperados. Terão que financiar estoques porque, quando a crise passar, as coisas voltarão ao normal, e é preciso sobreviver até lá. Mas não fica só nisso."As cooperativas financeiras devem criar modelos de crédito para ajudar, tanto na cidade quanto no campo, àquelas pessoas físicas e jurídicas que ficarem “sem ar” durante a permanência da pandemia. Já as cooperativas médicas, sem a menor dúvida, terão uma responsabilidade enorme nessa guerra pela vida. Não nos esqueçamos de que é nas grandes crises que o cooperativismo se agiganta. Estamos entrando em uma crise enorme!
Essa matéria foi escrita por Roberto Rodrigues, embaixador especial da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação para o cooperativismo e publicada na edição 29 da revista Saber Cooperar. Leia a reportagem na íntegra.
É importante deixar bem claro que as cooperativas não querem nenhuma isenção fiscal, regime favorecido ou tributação beneficiada. Contribuímos com o crescimento do país, recolhendo impostos e taxas. Esse é o nosso dever enquanto cidadãos. O que queremos não é deixar de pagar nada, mas garantir a adequação tributária ao nosso modelo societário".O presidente do Sistema OCB destaca que o adequado tratamento do ato cooperativo é a garantia de que a tributação não incida em duplicidade sobre cooperativa e cooperado. “O ato cooperativo não é comercial e, portanto, não implica operação de mercado nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria”, explica. “Por isso, a tributação deve incidir onde, de fato, se fixa a riqueza, o acréscimo patrimonial, o resultado tributável, ou seja, apenas na figura do cooperado. Na cooperativa há apenas o abatimento dos custos para a prestação do serviço ao associado”, observa.
Conquistas importantes
Entre as ações estratégicas realizadas pelo Sistema OCB para defender os interesses de nossas cooperativas em relação à Reforma Tributária, destaca-se a criação de um Grupo de Trabalho, com especialistas de todos os setores do cooperativismo, para tratar do assunto. Juntos, eles produziram o texto de uma emenda constitucional, detalhando o adequado tratamento das cooperativas no sistema tributário brasileiro. O trabalho foi apresentado pela Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado, e essa proposta já foi acatada no relatório final da PEC 110. A PEC 45 ainda não teve relatório apresentado. Para o vice-presidente da Comissão Mista da Reforma Tributária, deputado Hildo Rocha (MA), as cooperativas merecem receber um tratamento tributário adequado dos governos nas esferas federal, estadual e municipal. O parlamentar foi enfático:Na produção econômica, o cooperativismo é a única forma que permite aos menores produzirem e competirem no mercado. Assim, temos que preservar suas conquistas. As cooperativas, ao longo das últimas décadas, têm conseguido provar que é possível, com a união de pequenos empreendedores, concorrer, gerar empregos e diminuir a concentração de riquezas”.Consultor do Sistema OCB e relator da primeira PEC (293/04) sobre a reforma tributária a tramitar no Congresso, ainda em 2004, o ex-deputado federal Luiz Carlos Hauly também considera essencial que o Congresso Nacional contemple o devido tratamento tributário do ato cooperativo. “No meu entendimento, não deve incidir a tributação no ato cooperativo. Mais ainda: não deve ter nenhum ônus; é preciso isonomia de tratamento com os outros setores”, aponta Hauly, que participou do grupo de trabalho que produziu a emenda apresentada pela Frencoop. Hauly também defende um tratamento especial para os setores da saúde e educação, válido tanto para cooperativas como para empresas. “Os produtos e serviços dessas áreas são essenciais para a vida de uma nação. O Estado brasileiro não consegue prover educação e saúde para toda a população, então as cooperativas e a iniciativa privada estão suprindo essa falha. Logo, não é conveniente ter cobrança elevada; as alíquotas dessas cadeias produtivas devem ser menores”, observa.
Nossa força em números
Modelo de negócios viável para milhares de brasileiros se inserirem no mercado, as cooperativas distribuíram entre seus cooperados, apenas em 2018, cerca de R$ 7,6 bilhões. Além disso, no mesmo período, injetaram na economia R$ 9 bilhões com o pagamento de salários e outros benefícios destinados a colaboradores, e recolheram aos cofres públicos R$ 7 bilhões em tributos. Atualmente, o Brasil conta com mais de 6,8 mil cooperativas, que englobam 14,6 milhões de cooperados. Esse número representa um crescimento de 17,8% entre 2014 e 2018. Além disso, as cooperativas estão presentes em 85% dos municípios brasileiros. E em 36 deles, são responsáveis por 100% das exportações do setor agrícola. Parte do resultado obtido pelas cooperativas é sempre investido em ações sociais para as comunidades em que atuam seus cooperados. Em 2018, foram mais de dois milhões de pessoas atendidas em 400 cidades do Brasil. As cooperativas de crédito estão presentes em 95% do território brasileiro. Segundo o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, em 500 municípios, elas são a única instituição financeira presente. “Além disso, no campo, as cooperativas de eletrificação rural garantem energia elétrica a 4 milhões de brasileiros. Então, é necessário aprovar as emendas do ato cooperativo à Reforma Tributária para continuarmos fazendo a nossa parte no processo de desenvolvimento do nosso país”, finaliza Freitas.⇒ SAIBA MAIS SOBRE A REFORMA TRIBUTÁRIA A PEC 45/2019, originária da Câmara dos Deputados, propõe a junção de cinco impostos para a criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). São eles:
- Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
- Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS)
- Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins)
- Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços (ICMS)
- Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS)
- Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)
- Programa de Formação do Patrimônio do Servidor (Pasep)
- Salário Educação
- Cide Combustíveis
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⇒Principais demandas do cooperativismo na reforma tributária
- Garantir a aplicação do adequado tratamento tributário às sociedades cooperativas.
- Afastar a incidência em duplicidade de tributação, na figura do cooperado e da cooperativa.
- Impedir que haja tributação mais gravosa na relação entre cooperado e cooperativa do que aquela que incidiria se ele operasse individualmente ou por meio de outro tipo societário.
- Garantir, nos tributos não cumulativos, a manutenção dos créditos nas operações da cooperativa, e também nos adquirentes de seus produtos e serviços.
Essa matéria foi escrita por Alessandro Mendes e publicada na edição 29 da revista Saber Cooperar. Leia a reportagem na íntegra.
Estamos completando dois anos dessa gerência [Estratégia e Inovação] e, de fato, ela acelerou bastante a estratégia. Fomos inseridos no ecossistema de inovação, tanto da região do Vale dos Sinos quanto da região de Caxias do Sul, e fizemos contato com startups e fintechs”Solon enfatiza que, quando a cooperativa passou dos 110 anos, a equipe sentiu necessidade de buscar as startupspara responder “às dores” dos clientes, dos cooperados e dos colaboradores. Em vez de criar as soluções dentro da cooperativa — o que poderia levar tempo e gerar custos excessivos —, a ideia da nova gerência foi se aproximar de startupsque já tinham soluções prontas para os problemas identificados no associativismo. MAIS EFICIÊNCIA De 2018 para cá, a Sicredi Pioneira lançou três produtos em parceria com startups. O primeiro deles foi uma plataforma digital para financiamento de veículos.Por meio dela, cooperados e não cooperados podem acessar as formas de crédito para financiar um veículo. Funciona assim: o interessado vai a uma loja revendedora de veículos, escolhe um carro e sai de lá com o financiamento feito de forma totalmente digital, sem precisar ir à agência. O sistema deu tão certo que já está sendo implementado em lojas de materiais de construção. A plataforma tem gerado de R$ 2 a 3 milhões por mês, de forma totalmente digital, sem envolvimento físico de nenhum colaborador. “Há um ganho de resultado e mais negócios com eficiência total; não envolve nenhum papel, nenhum contrato, nada. É tudo na revenda”, comenta Solon. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL O segundo produto que a Sicredi Pioneira colocou no ar, em parceria com startups do Rio Grande do Sul, foi o aplicativo chamado Goog. Inspirada no Google, a ferramenta de busca facilitou o acesso a todas as informações sobre produtos, manuais, regras e políticas da cooperativa que devem ser lidas diariamente pelos colaboradores. O aplicativo obedece a comando de voz e pode ser usado em desktope celular. A ferramenta tornou-se a principal forma de orientação na palma da mão do colaborador, gerando redução de custos com pessoal e mais agilidade na disseminação de informações. “Essa é uma grande entrega, completa agora um ano de lançamento e está em pleno funcionamento. Foi uma revolução gigantesca levar o conhecimento para o colaborador, reduzindo drasticamente o volume de suporte da cooperativa”, disse Solon. [caption id="attachment_75484" align="aligncenter" width="797"]
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GERAÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS
Em parceria com outra fintech do Rio Grande do Sul, a cooperativa lançou o aplicativo do programa de fidelidade, chamado Juntos. A iniciativa é similar aos sistemas de milhagem de cartões de crédito e foi idealizada para premiar o associado fiel à cooperativa. A cada produto adquirido pelo usuário, ele recebe pontos, que não expiram e podem ser trocados por brindes ou serviços disponíveis em um catálogo no aplicativo.
“Ele é muito similar ao sistema de milhagem de cartões, mas com algumas vantagens. No nosso caso, cada produto vale um ponto e cada ponto, um real, que você pode trocar. É gerado um voucher eletrônico, não precisa imprimir nada; ele chega na loja, no restaurante, bar ou hotel e vai receber o desconto de acordo com os pontos que ele tinha”, explica Solon.
O aplicativo já tem mais de 35 mil downloads,e a meta é chegar a 50 mil até o fim deste ano. Tanto o Goog quanto o Juntos já estão atraindo o interesse de outras cooperativas, e motivando a venda e implementação das soluções em outras empresas da região.
“Isso foi possível porque entramos nesse ambiente de inovação e fizemos muitas conexões com muita gente do Brasil inteiro ligada nesse movimento. Conseguimos colocar a Pioneira entre os principais playersde inovação da região”, destaca Solon.
MODERNIZAÇÃO DA IMAGEM
Além da geração de novos negócios, o diretor aponta que esses novos aplicativos ampliaram a oferta de soluções e o aumento da fidelização dos associados. Outro ganho destacado pela direção foi percebido na marca Sicredi, que tem conquistado mais relevância e está com a imagem mais associada à modernidade. A mudança tem atraído talentos profissionais, principalmente jovens.
“A Sicredi mudou aquela imagem de cooperativa financeira centenária, ligada só ao agronegócio, e passa a ser agora uma empresa com uma imagem de inovação que a gente não tinha antes”, disse.
Internamente, a inovação também está provocando mudanças na cooperativa, que agora vê o tema como um valor cultural. Os colaboradores estão mais engajados com os propósitos da cooperativa e usam cada vez mais técnicas de design thinking para resolver um problema, metodologias ágeis para elaborar um projeto, entre outros processos adquiridos da conexão com as startups nos últimos anos. Disse Solon.
Nesse movimento, nós aprendemos que não precisamos ter todas as respostas prontas dentro da cooperativa. Podemos usar da força de um ecossistema gigantesco de startups e fintechs no Brasil, ou nos associar a fintechs com soluções prontas. Aprendemos também que o ecossistema de inovação tem características muito nobres; é um mundo muito aberto, onde as pessoas compartilham informação, não escondem conhecimento, que não nos vê como concorrentes, mas sim como parceiros”
Essa matéria foi escrita por Débora Brito e publicada na edição 29 da revista Saber Cooperar.Leia a reportagem na íntegra.
A pandemia de coronavírus tem provocado ações solidárias de diversas cooperativas pelo Brasil. Uma delas é a Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL), com sede nas cidades de Rio Grande e Cruz Alta (RS). A instituição doou R$ 150 mil em respiradores e materiais de proteção individual, como máscaras, a três hospitais da região – São Vicente de Paula, em Cruz Alta, e a Santa Casa e o Hospital Universitário da Furg, em Rio Grande. Também houve o repasse de R$ 100 mil em leite em pó (ou seis toneladas), que farão parte de cerca de 6 mil cestas básicas a serem distribuídas a moradores das duas cidades em que atua. “Nós tínhamos duas preocupações. Uma era como enfrentar a doença, dar estrutura para o atendimento hospitalar. E a outra era que a paralisação da economia, do comércio, poderia causar desemprego, dificuldade de as famílias terem recursos para suas necessidades básicas”, afirma o presidente da CCGL, Caio Vianna. “Sempre ficou claro que uma instituição como a nossa deveria ter alguma ação de enfrentamento e não ficar achando que a obrigação é inteira dos governos federal, estaduais e municipais. A responsabilidade é de todos”, destaca. As cooperativas gaúchas, inclusive, têm sido bastante atuantes em ações para minimizar os efeitos da crise do coronavírus. Além da CCGL, várias outras realizaram ações solidárias. A Cresol, de Erechim, doou R$ 30 mil para entidades de saúde da região adquirirem testes para detecção da Covid-19 e suprimentos de proteção. Já a Coasa repassou R$ 144 mil a cinco hospitais do estado. Os recursos serão usados para compra de alimentos de agricultores familiares e também de equipamentos de proteção individual. E o Sicredi Zona Sul RS destinou todos os recursos do Fundo Social de 2020, um total de R$ 301 mil, às secretarias de Saúde dos municípios de sua área de atuação. presidente do Sistema Ocergs, Vergílio Perius, relata:
Aqui no Rio Grande do Sul, temos inúmeras situações onde as cooperativas estão na vanguarda das iniciativas de responsabilidade social em suas comunidades. Cooperativas dos mais diversos ramos de atividades estão liderando ações de combate à pandemia e, ainda, ações para amenizar as dificuldades daqueles que estão sendo atingidos pelos desdobramentos dessa enorme crise, que é mundial. Estamos em consonância com o que a ONU declarou em 2012, que as cooperativas constroem um mundo melhor. E elas fazem isso todos os dias, estando presentes e participando social e economicamente das comunidades onde estão inseridas”
Na Paraíba, a Cooperativa Agroindustrial de Piabuçu (Frutiaçu), da cidade de Rio Tinto, doou 560 quilos de mamões para hospitais e entidades beneficentes da capital João Pessoa. “Por conta da pandemia, muitas feiras livres foram canceladas e alguns programas do governo, a exemplo do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), estão parados. A cooperativa está passando por momento de dificuldades de vendas dos produtos e, por isso, resolveu doar produtos que iriam se perder”, conta o cooperado Alex Magno. Em Maringá (PR), a Cocamar Cooperativa Industrial repassou 13 mil litros de álcool 70%, produzido em seu parque industrial, a hospitais, empresas de transporte público e entidades da cidade e cerca de 2 mil máscaras-respiradores a hospitais e ao Corpo de Bombeiros. Produtora de fios têxteis, a cooperativa também está fabricando, em parceria com a Unicesumar e a indústria de confecções Recco, fronhas e lençóis para hospitais de Maringá, Sarandi e Londrina. o presidente-executivo da Cocamar, Divanir Higino, comenta:
Momentos difíceis como este servem para unir as pessoas. Tenho a certeza que isso nos tornará mais fortes. A Cocamar está prestando sua contribuição, para que hospitais e entidades consigam continuar cuidando das famílias mais necessitadas e possam atravessar esse momento com mais tranquilidade e reduzir, de alguma forma, os riscos de contaminação”
Essa matéria foi escrita por Alessandro Mendes e publicada na edição 29 da revista Saber Cooperar. Leia a reportagem na íntegra.
“Temos recebido diversos pleitos das cooperativas e estamos trabalhando junto ao governo e ao Congresso para que eles sejam atendidos na medida do possível, também estamos utilizando diversos materiais de divulgação para que os cooperados possam conhecer as decisões que os beneficiamFabíola cita como exemplos posts nas redes sociais, vídeos explicativos, eventos on-line, análises política e econômica sobre os impactos da crise do coronavírus. Entre as principais demandas do cooperativismo já contempladas está o adiamento do prazo para a realização das AGOs. Publicada em 30 de março, a Medida Provisória (MPV) 931/20 possibilitou que as assembleias possam ocorrer em até sete meses após o termino do exercício social. A MPV também permitiu as AGOs virtuais como a realizada pela Coopersytem, de Brasília. Outro pleito atendido, que contou com participação ativa do Sistema OCB e da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), foi a inclusão de caminhoneiros e prestadores de serviços essenciais na lista prioritária para vacinação contra a gripe (influenza). “Esta era uma demanda forte das cooperativas de transporte”, conta Fabíola. A criação de linhas de crédito para financiamento de folha de pagamentos de pequenas e médias empresas, a serem operacionalizadas por cooperativas de crédito, é outra demanda atendida, desta vez pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Também merece destaque, aponta Fabíola, a prorrogação do prazo de pagamentos de tributos federais, como INSS folha, FGTS, IRPJ, CSLL e Funrural. Um pleito ainda não plenamente atendido que preocupa o cooperativismo é a inclusão dos cooperados entre os beneficiados pela renda básica emergencial de R$ 600 concedida pelo governo federal. Ainda há uma insegurança jurídica se os cooperados foram beneficiados. Mas o PL 873/2020, aprovado no dia 22 de abril pelo Congresso, contempla nosso setor, graças a uma emenda do deputado Arnaldo Jardim, a pedido da OCB. Agora estamos aguardando a sanção do presidente Jair Bolsonaro”, informa Fabíola. SERVIÇO: Corrente do bem Uma boa maneira de apoiar quem mais precisa é doando dinheiro e/ou equipamentos de saúde para que os governos federal, estaduais e municipais, além de entidades privadas focadas no combate à Covid-19. Para ajudar, basta escanear o QR Code e escolher a melhor forma de participar dessa corrente do bem.
Essa matéria foi escrita por Alessandro Mendes e publicada na edição 29 da revista Saber Cooperar. Leia a reportagem na íntegra.
Neste momento, é muito importante que as cooperativas busquem parcerias e adotem estratégias mais condizentes com o momento atual. Muito do trabalho que for desenvolvido agora pode dar origem a novos mercados, produtos e serviços, que ajudarão as cooperativas a serem mais fortes e mais sustentáveis no futuro”Tânia conta que o Sistema OCB está desenvolvendo um portal para que cooperativas possam divulgar seus produtos e serviços, de modo a serem vistos por outras cooperativas. A busca poderá ser feita por produto, área de abrangência e estado. O site já está no ar, no endereço cooperabrasil.coop.br. Localizada em Belo Horizonte (MG), a Cooperativa dos Transportadores de Cargas e Passageiros (Coopmetro) vem se beneficiando de parcerias para manter a produtividade. Composta até fevereiro apenas por caminhoneiros, a cooperativa enxergou na crise um novo público-alvo. Com a forte queda no transporte de passageiros devido ao isolamento social, taxistas estão passando a fazer entregas de produtos comprados de forma on-line. "Iniciamos um projeto-piloto que propõe ocupar a lacuna de tempo ocioso do taxista com pequenas entregas. Começamos em Brasília, como oito profissionais, e em Belo Horizonte, com seis, e brevemente ampliaremos para Salvador e Fortaleza”, informa o diretor da Coopmetro e presidente da Fetranscoop-MG, Evaldo Matos. “Com esse projeto, o taxista tem um complemento de renda, diversifica seu portfólio de serviços e amplia sua base de conhecimentos para outros mercados, gerando perspectivas positivas para seu negócio”, aponta Matos. “Esta pandemia mudou nossa vida e nos obriga a olhar para as diversas questões com novas lentes”. PASSO A PASSO PARA INOVAR “É durante as crises que as empresas costumam se reinventar e inovar”, observa Tânia. “Com um passo a passo detalhado, acessível, a cooperativa se sente mais confiante para buscar algum tipo de inovação no mercado”. Especializada em Tecnologia da Informação, a Coopersystem, de Brasília (DF), deu um importante passo na busca pela inovação. Com a impossibilidade de se realizar, devido à quarentena, sua Assembleia Geral Ordinária de forma presencial, a instituição desenvolveu uma ferramenta, batizada de Cúria, para que a reunião pudesse ocorrer de formavirtual. O consultor de Relacionamento e Negócios da Coopersystem, Hugo Pimentel Felinto relata:
Fizemos a convocação para a AGO presencial antes do isolamento social. E assim que soubemos que seria permitida a realização da assembleia virtual, mantivemos a data e aceleramos a criação do software, que estava sendo desenvolvido desde o início do ano”Segundo o consultor, a reunião virtual foi um sucesso. “Participaram 219 cooperados, além de colaboradores que entraram como ouvintes ou para fazer alguma apresentação. O índice de satisfação foi altíssimo”, afirma Felinto. “E para que ninguém tivesse dificuldade no dia, realizamos duas pré-assembleias, nas quais os cooperados puderam tirar dúvidas em relação ao uso do sistema”. [caption id="attachment_75518" align="alignleft" width="402"]
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O software Cúria, informa Felinto, poderá ser utilizado gratuitamente em 2020 por qualquer cooperativa. “É a nossa forma de contribuição neste momento de pandemia”, declara o consultor. Interessados em acessar a ferramenta devem preencher um formulário de solicitação no site da cooperativa.
Em Porto Velho (RO), a Cooperativa de Professionais em Educação (Cooped) também precisou buscar nova estratégia para não interromper as atividades durante a quarentena. Desde 23 de março, a cooperativa vem utilizando uma ferramenta de ensino a distância, cedida pelo Sistema Positivo de Ensino, além de plataforma on-line para atividades e avaliações.
“Nós já vínhamos utilizando o WhatsApp, com excelente resultado, para estreitar laços com os familiares dos alunos”, conta o diretor presidente da Cooped, Fabrício José Pacheco dos Santos. “E com essa situação da Covid-19, vimos que investir na modalidade a distância era a alternativa para manter as nossas atividades. O sistema tem funcionado muito bem e o mais bacana é que, diariamente, os pais recebem um feedback sobre o desempenho de seus filhos e filhas”, ressalta.
Essa matéria foi escrita por Alessandro Mendes e publicada na edição 29 da revista Saber Cooperar. Leia a reportagem na íntegra.
cooperativismo é uma grande alternativa para se enfrentar tal desafio. Por isso, cooperados e colaboradores devem se orgulhar. O movimento chamado Somoscoop, da OCB, quer fazer este sentimento crescer, mostrar às pessoas que o cooperativismo é um caminho seguro para se encontrar a paz social."Por Alessandro Mendes Nunca se falou tanto em cooperação quanto agora, na pandemia mundial de coronavírus. Para tentar conter a expansão da doença e minimizar os impactos socioeconômicos causados pela redução das atividades durante a quarentena, pessoas, organizações, negócios e países estão trabalhando juntos. E quem melhor para buscar soluções por meio da cooperação do que quem tem a palavra cooperar como razão de ser? Pelo país, são diversos os projetos realizados por cooperativas para tentar minimizar os efeitos do coronavírus. O Sistema OCB vem atuando em duas frentes principais e uma delas é exatamente auxiliar cooperativas a inovar e a buscar parcerias entre si. A outra frente é a ação proativa com representantes dos poderes Executivo e Legislativo para garantir que cooperados e cooperativas possam passar pela atual crise. Até o momento, 25 de 67 pleitos feitos à OCB e pelas cooperativas aos Três Poderes foram atendidos.
Neste momento, é muito importante que as cooperativas busquem parcerias e adotem estratégias mais condizentes com o momento atual”, afirma a gerente geral da Organização das Cooperativas Brasileiras, Tânia Zanella. “Muito do trabalho que for desenvolvido agora pode dar origem a novos mercados, produtos e serviços, que ajudarão as cooperativas a serem mais fortes e mais sustentáveis no futuro", disse fulanoTânia conta que o Sistema OCB está desenvolvendo um portal para que cooperativas possam divulgar seus produtos e serviços, de modo a serem vistos por outras cooperativas. A busca poderá ser feita por produto, área de abrangência e estado. O site já está no ar, no endereço cooperabrasil.coop.br. Localizada em Belo Horizonte (MG), a Cooperativa dos Transportadores de Cargas e Passageiros (Coopmetro) vem se beneficiando de parcerias para manter a produtividade. Composta até fevereiro apenas por caminhoneiros, a cooperativa enxergou na crise um novo público-alvo. Com a forte queda no transporte de passageiros devido ao isolamento social, taxistas estão passando a fazer entregas de produtos comprados de forma on-line.
Iniciamos um projeto-piloto que propõe ocupar a lacuna de tempo ocioso do taxista com pequenas entregas. Começamos em Brasília, como oito profissionais, e em Belo Horizonte, com seis, e brevemente ampliaremos para Salvador e Fortaleza", disse Fulano“Com esse projeto, o taxista tem um complemento de renda, diversifica seu portfólio de serviços e amplia sua base de conhecimentos para outros mercados, gerando perspectivas positivas para seu negócio”, aponta Matos. “Esta pandemia mudou nossa vida e nos obriga a olhar para as diversas questões com novas lentes”. Passo a passo para inovar O Sistema OCB também está produzindo documentos com informações simples e acessíveis para as cooperativas interessadas em inovar. Serão abordados temas como e-commerce, entrega em domicílio, teleatendimento, marketing digital em momentos de crise, cursos e aulas on-line e a realização de Assembleias Gerais Ordinárias (AGOs) virtuais. “É durante as crises que as empresas costumam se reinventar e inovar”, observa Tânia. “Com um passo a passo detalhado, acessível, a cooperativa se sente mais confiante para buscar algum tipo de inovação no mercado”. Especializada em Tecnologia da Informação, a Coopersystem, de Brasília (DF), deu um importante passo na busca pela inovação. Com a impossibilidade de se realizar, devido à quarentena, sua Assembleia Geral Ordinária de forma presencial, a instituição desenvolveu uma ferramenta, batizada de Cúria, para que a reunião pudesse ocorrer de forma on-line. “Fizemos a convocação para a AGO presencial antes do isolamento social. E assim que soubemos que seria permitida a realização da assembleia virtual, mantivemos a data e aceleramos a criação do software, que estava sendo desenvolvido desde o início do ano”, conta o consultor de Relacionamento e Negócios da Coopersystem, Hugo Pimentel Felinto. Segundo o consultor, a reunião virtual foi um sucesso. “Participaram 219 cooperados, além de colaboradores que entraram como ouvintes ou para fazer alguma apresentação. O índice de satisfação foi altíssimo”, afirma Felinto. “E para que ninguém tivesse dificuldade no dia, realizamos duas pré-assembleias, nas quais os cooperados puderam tirar dúvidas em relação ao uso do sistema”. O software Cúria, informa Felinto, poderá ser utilizado gratuitamente em 2020 por qualquer cooperativa. “É a nossa forma de contribuição neste momento de pandemia”, declara o consultor. Interessados em acessar a ferramenta devem preencher um formulário de solicitação disponível no link https://curia.coop/. Em Porto Velho (RO), a Cooperativa de Professionais em Educação (Cooped) também precisou buscar nova estratégia para não interromper as atividades durante a quarentena. Desde 23 de março, a cooperativa vem utilizando uma ferramenta de ensino a distância, cedida pelo Sistema Positivo de Ensino, além de plataforma on-line para atividades e avaliações. “Nós já vínhamos utilizando o WhatsApp, com excelente resultado, para estreitar laços com os familiares dos alunos”, conta o diretor presidente da Cooped, Fabrício José Pacheco dos Santos. “E com essa situação da Covid-19, vimos que investir na modalidade a distância era a alternativa para manter as nossas atividades. O sistema tem funcionado muito bem e o mais bacana é que, diariamente, os pais recebem um feedback sobre o desempenho de seus filhos e filhas”, ressalta. Trabalho junto ao governo e a parlamentares Para garantir que cooperados e cooperativas atravessem a atual crise com maior tranquilidade, o Sistema OCB intensificou seu trabalho de junto a parlamentares e representantes do Poder Executivo. Até 30 de abril, 67 pleitos foram apresentados pelo cooperativismo, dos quais 25 já foram atendidos pelo governo federal ou pelo Congresso Nacional (veja a lista completa no link https://bit.ly/2UD17rV). “Temos recebido diversos pleitos das cooperativas e estamos trabalhando junto ao governo e ao Congresso para que eles sejam atendidos na medida do possível”, destaca a gerente de relações institucionais do Sistema OCB, Fabíola Motta. “Também estamos utilizando diversos materiais de divulgação para que os cooperados possam conhecer as decisões que os beneficiam”. Fabíola cita como exemplos posts nas redes sociais, vídeos explicativos, eventos on-line (Abre hiperlink para o site somoscooperativismo.coop.br/servico/26/covid19) e análises política (https://bit.ly/3dvDvOv) e econômica (https://bit.ly/2UCWjUD) sobre os impactos da crise do coronavírus. Entre as principais demandas do cooperativismo já contempladas está o adiamento do prazo para a realização das AGOs. Publicada em 30 de março, a Medida Provisória (MPV) 931/20 possibilitou que as assembleias possam ocorrer em até sete meses após o termino do exercício social. A MPV também permitiu as AGOs virtuais como a realizada pela Coopersytem, de Brasília. Outro pleito atendido, que contou com participação ativa do Sistema OCB e da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), foi a inclusão de caminhoneiros e prestadores de serviços essenciais na lista prioritária para vacinação contra a gripe (influenza). “Esta era uma demanda forte das cooperativas de transporte”, conta Fabíola. A criação de linhas de crédito para financiamento de folha de pagamentos de pequenas e médias empresas, a serem operacionalizadas por cooperativas de crédito, é outra demanda atendida, desta vez pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Também merece destaque, aponta Fabíola, a prorrogação do prazo de pagamentos de tributos federais, como INSS folha, FGTS, IRPJ, CSLL e Funrural. Um pleito ainda não plenamente atendido que preocupa o cooperativismo é a inclusão dos cooperados entre os beneficiados pela renda básica emergencial de R$ 600 concedida pelo governo federal. Ainda há uma insegurança jurídica se os cooperados foram beneficiados. Mas o PL 873/2020, aprovado no dia 22 de abril pelo Congresso, contempla nosso setor, graças a uma emenda do deputado Arnaldo Jardim, a pedido da OCB. Agora estamos aguardando a sanção do presidente Jair Bolsonaro”, informa Fabíola.
Florianópolis (5/5/20) – Foi um desempenho histórico. As cooperativas catarinenses cresceram 13,71% em 2019 – ou seja, 12 vezes mais que a economia brasileira – e obtiveram receita operacional bruta de R$ 40,7 bilhões, de acordo com levantamento da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC). A expressão do setor é reconhecida nacionalmente: as 254 cooperativas catarinenses – com atuação no campo e nas cidades – reúnem 2,7 milhões de associados e mantêm 67.558 empregos diretos.
Ao apresentar avaliações e projeções, o presidente Luiz Vicente Suzin destacou que, em 2019, o setor investiu na base produtiva, na diversificação de produtos e serviços e na qualificação de colaboradores, dirigentes e associados.
Na avaliação do presidente, as cooperativas racionalizaram a gestão, otimizaram os processos, elevaram o grau de excelência em produtos e serviços e ampliaram posição no mercado. Suzin expôs que o ano de 2019 foi excepcionalmente bom para as cooperativas, especialmente dos ramos de crédito e agropecuário. “Essa situação não se repetirá em 2020 em decorrência do quadro de pandemia que afeta o Brasil e o mundo”, prevê o dirigente.
As cooperativas cresceram o dobro que o ano anterior. Em 2018 o incremento foi de 7,96% e o faturamento R$ 35,8 bilhões.
EXPANSÃO SUSTENTADA
O quadro social teve uma expansão de 9,67%, alcançando 2 milhões 698 mil pessoas. Consideradas as famílias cooperadas, isso significa que metade da população estadual está vinculada ao cooperativismo.
O dirigente realçou o crescimento do quadro social no segmento de jovens e mulheres. O número de jovens até 25 anos que se associaram às cooperativas teve um crescimento de 3,5% no ano passado, chegando a 405.064. Hoje, 15% do total geral de associados pertencem a essa faixa etária jovem.
Suzin apontou que cresceu em 16% a participação da mulher no quadro social das cooperativas de SC. Atualmente, 40% dos associados são do sexo feminino, índice que representa 1.088.957 pessoas.
O quadro geral do desempenho das cooperativas revela que, em 2019, o número total de empregados diretos aumentou 6,62%, passando a 67.558 colaboradores.
Em 2019, as cooperativas catarinenses recolheram R$ 3,29 bilhões em tributos, sendo R$ 2,3 bilhões de geração de impostos sobre a receita bruta (crescimento de 13,02%) e R$ 844,6 milhões geração de contribuições sobre a folha de pagamento de salários (aumento de 18,99%).
O movimento econômico mais expressivo foi gerado pelas cooperativas dos ramos agropecuário, saúde, crédito, consumo, infraestrutura e transporte.
RAMOS
As 47 cooperativas agropecuárias representam 63% do movimento econômico de todo o sistema cooperativista catarinense. No conjunto, essas cooperativas mantêm um quadro social de 72.587 cooperados e um quadro funcional de 43.234 empregados. O faturamento anual do ramo agropecuário totalizou R$ 25,8 bilhões.
O ramo de crédito apresenta o maior número de associados e a segunda posição em movimento econômico. As 61 cooperativas de crédito reúnem 1 milhão 954 mil cooperados, mantêm 10.445 empregados e movimentaram 6 bilhões 135 milhões de reais no último ano.
O ramo de saúde, com 31 cooperativas e 17.064 associados, faturou 4 bilhões 409 milhões de reais. Emprega 7.144 pessoas.
O ramo de transporte, formado por 45 cooperativas, teve 1 bilhão 985 milhões de reais de movimento, beneficiando 6.355 cooperados.
No ramo de infraestrutura atuam 38 cooperativas de eletrificação rural com 350.624 associados. Em 2019, essas cooperativas faturaram 1 bilhão 189 milhões de reais. Mantêm um quadro funcional de 1.858 colaboradores.
As 19 sociedades cooperativas que atuam no ramo de consumo com 294.911 associados, faturaram 1 bilhão 173 milhões de reais no ano passado. Sustentam 3.258 empregos diretos.
Os ramos de trabalho, produção de bens e serviços, mesmo com menor expressão econômica, são instrumentos para a promoção de renda às pessoas físicas, que organizadas na forma de cooperativas prestam serviços especializados aos mais diversos segmentos da sociedade. São 13 cooperativas formadas por 2.204 cooperados que, em 2019, geraram 30,4 milhões de reais em receitas. (Fonte: Ocesc)
Brasília (25/3/20) – Em meio à crise global causada pelo coronavírus, o Ministério da Agricultura divulgou nesta quarta-feira, que vai prorrogar por seis meses o prazo de validade da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) com vencimento entre os dias 25 de março e 31 de dezembro de 2020. A medida, publicada por meio da Portaria n° 24, nesta quarta (25), será aplicada a todos os tipos de DAP Ativa e isso inclui cooperativas agropecuárias.
O objetivo é evitar a locomoção de agricultores familiares até os órgãos e entidades emissoras da Declaração na busca pela renovação do documento e para garantir aos beneficiários a continuidade do acesso às políticas públicas da agricultura familiar durante a pandemia do coronavírus.
A decisão levou em consideração as medidas emergenciais e temporárias de prevenção ao contágio do Covid-19 e a necessidade da adoção de medidas que possibilitem minimizar os impactos econômicos e sociais da pandemia, especialmente em relação aos agricultores familiares e suas formas associativas.
Segundo a assessora técnica da Comissão Nacional de Empreendedores Familiares da CNA, Marina Zimmermann, a DAP é um documento essencial para o agricultor familiar rural poder comprovar que está dentro das características da agricultura familiar e com isso acessar mecanismos de crédito e programas de compras alimentares governamentais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
"Sabemos que algumas entidades já se encontram fechadas e sindicatos rurais, que fazem a emissão da DAP, estão trabalhando em regime semipresencial. É uma medida que, nessa situação emergencial, vai evitar que esse produtor rural fique andando nas cidades para poder fazer a renovação da sua DAP e permitirá ele possa fazer a contratação do crédito ou acessar os programas de políticas públicas para esse grupo especial", afirmou ela.
Conforme a Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF), com a iniciativa, mais de 899 mil DAPs terão sua vigência prorrogada por 180 dias, garantindo que milhares de agricultores familiares continuem acessando programas e projetos executados pelo Mapa.
Confira a Portaria n° 24 na íntegra. (Fonte: Ministério da Agricultura)
Brasília (20/2/20) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, citou em apresentação a parlamentares nesta terça-feira (18/2) dado que aponta que a autonomia de bancos centrais aumenta em 50% as chances de um país ter inflação baixa, sem prejuízo à atividade econômica.
Segundo Campos Neto, há consenso entre pesquisadores sobre o tema. O presidente do BC participou de um almoço com a Frente Parlamentar da Agropecuária para tratar da agenda legislativa do Banco Central e sua apresentação foi divulgada pela assessoria da autarquia.
Vale dizer que, nesta terça-feira, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou emendas ao projeto que dá autonomia da instituição e garante mandato ao seu presidente. A aprovação da lei pelo Congresso é um dos objetivos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
COOPERATIVAS DE CRÉDITO
No encontro, Campos Neto também falou sobre a reforma da lei complementar 130/2009, para fomento ao crédito cooperativo por meio do chamado empréstimo sindicalizado, além de aprimoramento da organização sistêmica e aumento da eficiência do segmento e melhoria de gestão e governança. Segundo apresentação do presidente do BC, a meta para 2022 é que as cooperativas de crédito respondam por 20% do crédito, ante percentual de 9% em outubro de 2019.
No documento, Campos Neto expôs que, enquanto bancos tradicionais sofreram com a crise financeira de 2008 e com a recessão no país em 2015 e 2016, com o BC tendo que reestruturar 20% das instituições financeiras, as intervenções no cooperativismo de crédito representaram menos de 0,5% do segmento.
Na avaliação do BC, as cooperativas apresentaram crescimento expressivo e sustentável e, olhando adiante, contam com “grande potencial de crescimento na própria base”. (Com informações da Revista Exame)
Brasília (23/1/20) – Os diferenciais das cooperativas de crédito em relação às demais instituições financeiras do país foram destaque na edição do Valor Investe, desta quinta-feira (23/1). A matéria aborda as vantagens do modelo, dentre elas: ser cooperado e dono do negócio, o Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop) e, ainda, as taxas de juros, bem mais justas, como mostra o quadro (abaixo) que ilustra a matéria. (Clique aqui para ler)

Brasília (16/1/20) – O ano de 2020 será de recuperação na economia e mais oportunidades de renda e emprego. Essa é a expectativa do cooperativismo paranaense que, mais uma vez, dará sua contribuição ao país. O setor planeja investir R$ 3,8 bilhões no próximo ano, alta de 75% em comparação a 2019. Os investimentos recordes serão direcionados principalmente para projetos de agroindústria, armazenagem e logística.
“Acreditamos na retomada do crescimento do Brasil. Passamos por anos difíceis, mas nunca deixamos de investir. Nos últimos dez anos, mantivemos, em média, investimentos anuais de R$ 2 bilhões. Mesmo assim, havia um potencial represado em função da estagnação econômica. Agora, as cooperativas do Paraná estão reativando projetos, posicionando o setor em um novo patamar de valores”, explica o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken. A estimativa de investimento foi levantada pelos técnicos do Sistema Ocepar junto às cooperativas registradas na entidade.
“A maior parte dos recursos, R$ 2,1 bilhões, o equivalente a 55% do total, será destinado a projetos de agroindústria, nas cadeias produtivas da soja, aves, suínos, lácteos, peixes, rações, entre outros. Armazenagem e logística receberão 35% dos aportes, R$ 1,35 bilhão, enquanto os projetos de melhorias administrativas, TI e varejo receberão R$ 350 milhões, 10% do total”, afirma o superintendente da Ocepar, Robson Mafioletti. “Mais de 90% destes investimentos serão realizados no Paraná”, ressalta.
Entre os setores que terão projetos de expansão, destaque para o complexo soja e a avicultura, respectivamente, com R$ 524 milhões e R$ 449 milhões em recursos voltados à agroindústria. Suinocultura, com R$ 380 milhões, e lácteos, R$ 271 milhões, são segmentos que também terão elevados aportes em 2020.
“Ao contrário de uma empresa multinacional, que transfere para outros países sua estrutura, de acordo com a situação econômica, as cooperativas nasceram e estão no Paraná de maneira definitiva. Como todos os brasileiros, o setor sofre com as dificuldades da economia, mas, com profissionalismo e perseverança, reduz custos e melhora a eficiência para superar tempos difíceis, renovando seus investimentos com o foco na agregação de valor à produção de seus cooperados”, afirma Ricken.
“Os investimentos programados para o próximo ano vão ocorrer, em sua maioria, em municípios do interior do estado do Paraná, mas também em Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo, contribuindo para a geração de renda e emprego, no campo e nas cidades”, enfatiza o presidente da Ocepar.
Capacidade de armazenagem vai aumentar 10% Atualmente, a estrutura de armazenagem das cooperativas do Paraná é de 16,1 milhões de toneladas. Com o investimento de R$ 967 milhões, previsto a partir de 2020, a estimativa é de um crescimento de 10% na capacidade de armazenamento do setor, que vai alcançar 17,7 milhões de toneladas. “Com os novos projetos de expansão, as cooperativas passarão a responder por quase 60% da capacidade estática de armazenagem do Paraná, que é de 31 milhões de toneladas”, explica Mafioletti.
Fonte: Revista Paraná Cooperativo
Brasília (8/1/20) – Uma cooperativa é uma empresa e, por isso, precisa dar resultado aos associados. Em 2019, o desempenho das coops agropecuárias do Paraná, por exemplo, foi tão bom que foi destaque na revista Globo Rural desta semana. As informações do Sistema Ocepar indicam que elas devem fechar seus balanços totalizando R$ 74 bilhões, 5,7% a mais que o registrado em 2018. A reportagem também apresenta as cooperativas mais ricas do estado.
A Ocepar, ouvida na matéria, destacou que as 69 coops agro do estado reúnem 151,3 mil cooperados e respondem por quase 60% do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio paranaense. Ah, e quando o assunto é empregabilidade, elas continuam fazendo bonito, já que fecharam 2019 com 70 mil profissionais contratados diretamente.
EDUCAÇÃO
A revista também trouxe um outro lado do cooperativismo: o estímulo à educação, já que uma mão-de-obra qualificada também é uma das estratégias para fechar o ano no azul. O periódico explicou que a busca por capacitação dos gestores levou a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), em parceria com a Ocepar e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop/PR), a criar o Programa de Gestão em Cooperativas, um mestrado profissional. De acordo com o coordenador do curso, o professor Alex Ferraresi, 95% dos alunos que se inscrevem a cada ano trabalham em cooperativas.
Clique aqui para conferir a matéria da revista Globo Rural.
Brasília (2/12/19) – Os olhos, atentos, acompanharam cada gesto e cada sinal enquanto o coração de Alani Cristina Melo, de 38 anos, pulsava forte de alegria. A cada segundo que passava, era difícil controlar a emoção. Os meses de preparo tinham ficado para trás e, finalmente, era chegado o momento de trazer uma nova vida ao mundo. Um mundo que, para Alani, é de silêncio.
Surda desde o nascimento, ela cresceu sem ouvir o canto dos pássaros, o barulho do mar ou a voz da própria mãe. Em compensação, aprendeu a prestar atenção nos rostos, nas mãos e nos sentimentos das pessoas. Como a maioria das meninas da sua idade, sonhava casar e ter filhos. E foi em uma partida de vôlei que sentiu o coração bater diferente. Na quadra — jogando, como ela — estava Claudinei Melo, também surdo. Os dois estavam a passeio e se divertiam com o esporte na cidade de Uberaba. Ela ainda não sabia ao certo quem ele era, mas conseguia afirmar uma coisa: estava apaixonada. “Foi amor à primeira vista”, ela conta, em gestos que vêm acompanhados de um sorriso. E foi aí que tudo começou.
Foram quatro anos de namoro até o casamento, em novembro de 2016. Ambos queriam ter filhos, mas temiam os problemas que viriam. Como ouviriam o bebê chorar? Como saber se tudo estava bem, se não podiam contar com um dos sentidos? Mesmo com medo, decidiram arriscar. Em 2018, Alani engravidou e buscou apoio na Unimed Catanduva (SP). Lá, encontrou tudo o que desejava e muito mais. Sensibilizada com a história do casal, a cooperativa decidiu fazer um pré-natal 100% inclusivo, com direito a intérprete de Libras até no parto.
“A ideia surgiu, no começo, da necessidade. Precisávamos de uma ponte de comunicação entre os nossos profissionais e o casal. Mas decidimos ir além. A gente via que a alegria das mães, na sala de parto, é escutar o choro da criança. E queríamos que a Alani sentisse a mesma emoção, mesmo sem conseguir ouvir”, explicou o doutor Matheus Schuerewegen, diretor de desenvolvimento da Unimed Catanduva e um dos idealizadores do projeto de intérpretes no parto.
PRIMEIRO PASSO
Com a notícia da gravidez, a intérprete de Alani, Diane Martins, inscreveu o casal no curso Bê-á-Bá Bebê, oferecido gratuitamente pela Unimed Catanduva a seus beneficiários e também a pacientes particulares. O curso trata de todas as fases da gestação e do puerpério (pós-parto), e conta com acompanhamento de nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos, enfermeiros e médicos.
Para não perder nenhum detalhe das aulas, Alani e Claudinei contavam com uma intérprete da própria Unimed, Daniela Fernandes Moraes. “Eles eram bem participativos. Sorridentes. Carismáticos e prestativos. Foi uma relação muito prazerosa”, comenta a coordenadora do curso e enfermeira de Medicina Preventiva, Virginia Grandisoli.
A intérprete também acompanhou o casal em todas as consultas de pré-natal, com o ginecologista e obstetra Antonio Tadeu Tartaglia. Foi ele quem respondeu a todas as dúvidas do casal e cuidou da saúde da mãe e do neném, inclusive durante o parto. “A Alani era tranquila e não teve nenhuma complicação durante o pré-natal. Eu só brincava com ela a respeito do peso, pois ela era muito magrinha. Fiz uma dieta regada a vitaminas e ela seguiu certinho, sem nenhum problema”, explica o médico.
Há quase 30 anos na profissão, Tartaglia revela que um dos momentos mais emocionantes dessa gestação foi a revelação do sexo do bebê. “Durante os encontros, o casal sempre conversava, em Libras, a respeito do assunto. Era curioso. Normalmente, as mães têm o instinto aguçado para acertar. A Alani sempre dizia que era uma menininha e o pai, um menininho. Até que se confirmou”, diz o dr. Antonio.
O PARTO
Dia 8 de maio de 2019. A emoção tomou conta de todo o centro cirúrgico do Unimed Hospital São Domingos (UHSD), que pertence à Unimed Catanduva. Médicos, enfermeiros e toda a equipe técnica aguardavam, ansiosamente, a chegada da pequena Elaine Cristina, filha de Alani e Claudinei. Era a primeira vez que um parto seria traduzido em Libras no hospital. Os olhares, curiosos, entregavam o anseio da equipe: como seria feita a tradução em Libras de um momento tão especial?
Com mais de 20 anos atuando como intérprete da linguagem dos sinais, a arte-educadora Nani Oliveira ficou encarregada de transmitir ao casal toda a emoção do que estava acontecendo. Desde a aplicação da anestesia até a chegada de Elaine ao mundo.
“Mágico” é a palavra com que Nani define todo o parto. Foi a primeira vez que ela assistiu e realizou a cobertura de um nascimento em Libras. “Nunca presenciei um momento de tanto amor. Imagine a emoção de poder transmitir a uma mãe o primeiro choro de sua filha e descrever como era forte e vigoroso. Chorei por estar ali. Aquele momento foi um presente para mim e para todos”, relata Nani, emocionada.
Alani chorou junto à intérprete quando entendeu os sinais. Claudinei, que também estava na sala de cirurgia, se emocionou. “A minha filha é linda”, gesticulou, em sinais.
Para os médicos, o momento foi de comoção e felicidade. “Eu me arrepio só de lembrar”, recorda o obstetra. A mamãe Alani concorda e, com as mãos, acrescenta: “Tudo isso, pra mim, é um sonho que se tornou realidade. Eu tenho a minha família agora”.
Elaine nasceu com 48 centímetros e pesando 3,2 quilos. Uma menina saudável, que escuta perfeitamente. Por ter pais surdos, será educada em duas linguagens: a verbal (português) e a não verbal (Libras). E você, meu caro leitor, não precisa se preocupar com o choro de Elaine. Ele é sempre ouvido, em alto e bom som, pela avó paterna, Hilda de Oliveira. Assim que a menina nasceu, ela se mudou para a casa do filho, com o objetivo de ajudar a cuidar da netinha. É mais um sinal de amor.
Depois da experiência de atender à família de Alani e Claudinei, a Unimed Catanduva decidiu ampliar o atendimento em Libras da unidade. A cooperativa iniciou, neste ano, o curso Mãos que falam, voltado para a capacitação de seus cooperados. A assistente social da Unimed Catanduva Melina Borges foi quem conduziu a primeira turma e ressaltou a importância da prática de inclusão. “É uma iniciativa que agrega valor e que inclui vidas. Não dá para vivermos em uma realidade onde a gente espera que os surdos façam a adaptação por si só”, explica a assistente.
Brasília (3/12/19) – Cecília é uma mulher que representa muitas. Como tantas de nós, foi criada para ser obediente ao pai, ao irmão, ao marido e — um dia — também aos filhos. Como 70% das mulheres do mundo, foi vítima de algum tipo de violência no decorrer da vida apenas por pertencer ao sexo feminino. Foi ameaçada de morte por um marido, desqualificada por outro e sexualmente abusada na infância. Mas, apesar disso tudo — como cada vez mais mulheres —, conseguiu romper esse ciclo de violência antes que fosse tarde demais. E fez isso com a ajuda do cooperativismo.
“O cooperativismo me salvou”, disse a jovem, que prefere manter o verdadeiro nome em sigilo para proteger a si mesma e ao filho de três anos.
“A independência financeira da mulher é o caminho para o fim da violência! E eu consegui essa independência graças ao cooperativismo. Quis contar minha história para outras mulheres se sentirem fortalecidas também e perceberem que podem andar com as próprias pernas e saírem disso”, reforça.
Cecília teve o direito de ser criança roubado pela violência. Com menos de 5 anos, teve de passar a noite no meio de um matagal, ao lado da mãe e do irmão mais velho. Eles fugiam das ameaças do pai, que prometia, aos gritos, matar a esposa. A separação veio logo, mas a paz, não. Em vez de o divórcio livrá-la da violência, o novo casamento da mãe tornou-se sinônimo de flagelo para a garota. Aos oito anos, ela entrou para uma assustadora estatística: 53,8% das mulheres vítimas de estupro têm até no máximo 13 anos, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O padrasto começou a abusar sexualmente da menina. Por medo, ela não contava nada para ninguém, mas sentia que aquilo não estava certo. Queria ir embora daquele lugar. Escapar. E foi.
ROTA DE FUGA
Antes de completar 16 anos, Cecília foi morar com um homem 24 anos mais velho. Viveu sob três meses na mira das ameaças que o parceiro dirigia a ela. “Apronta comigo pra ver...”, a intimidação chegava com acusações de infidelidade. Ele até comprou um revólver e avisava: uma das três balas da arma seria usada para matá-la. O corpo — ameaçava — seria jogado em poço e ninguém sentiria falta ou procuraria por ela. Apavorada, ela fugiu outra vez. Como vivia no sul do Paraná, atravessou a divisa com o Paraguai e morou por um ano em um abrigo em Assunção, capital do país. Depois, precisou voltar para o Brasil. O único lugar que tinha para ir era a casa da mãe, onde também morava o padrasto, que voltou a atormentá-la.
Precisava sair dali de vez. Em troca de muito pouco, trabalhava como diarista em casas de família. Foi onde conheceu o segundo companheiro, também mais velho. Em menos de um mês, partiu para uma vida a dois com ele. Outra fuga, na esperança de ressignificar o conceito dolorido de família que tinha até então. O agora marido tratava-a bem. E assim foi por alguns meses, até mudar gradativamente de comportamento. Era só aparecer uma oportunidade de briga que o homem a metralhava com xingamentos e humilhações. Munia-se com os episódios de tormento vividos por ela na infância para atacá-la nos pontos de vulnerabilidade. A jovem tinha confiado e aberto a vida para o companheiro. “Migalha” era como ele a chamava; alguém que não prestava e não servia para nada. Ouvir aquilo não causava estranhamento, pois não era a primeira vez. Parecia normal. Apenas uma briga de casal.
Um dia, o insulto veio acompanhado da mão erguida. Um empurrão desnorteou o corpo da moça e do outro ser que ela gestava. A barriga saliente na roupa apontava uma gravidez. Ela o encarou e indagou: “Vai me bater grávida? Não pensa no seu filho?”. Ele recuou. Ela engoliu a seco, pensou no filho e deixou a lamúria presa na garganta.
Era sempre assim depois das brigas: o discurso repetido das reconciliações vinha na voz dele em tom ameno e manso. O rapaz pedia desculpas, mostrava-se arrependido e prometia que não aconteceria outra vez. Ela ponderava e eles seguiam juntos.
O filho nasceu. Cecília se recuperava do parto quando descobriu uma traição. Ela questionou o marido sobre o caso e, em resposta, teve o rosto acertado por socos contínuos. A primeira agressão física. Ele a puxava pelos cabelos, jogava-a no chão e socava-a mais. O resultado foi o rosto e o corpo roxos, além de um corte na cabeça e mais marcas invisíveis a olho nu.
Foi a chegada de uma vizinha que pôs fim à agressão. Machucada, ela catou o recém-nascido nos braços e foi para a casa de uma das poucas pessoas que conhecia — a irmã dele —, que aconselhou: “você devia perdoá-lo”. Sem emprego e sem o apoio de parentes ou amigos, ela decidiu voltar. Mas não voltou só. Carregou consigo um princípio de valentia e o desejo de arrumar um emprego.
VIDA NOVA
Cecília voltou para o marido, mas começou a buscar uma saída para si. Entregou dois currículos, a contragosto do cônjuge, que ordenou: “Não entregue mais nenhum. Se te chamarem para algum desses empregos, tudo bem, você pode trabalhar”. Ela acatou e depositou todas as esperanças nesses pedaços de papel. Foi chamada para uma única entrevista, na C. Vale, cooperativa agroindustrial com atuação no Paraná, em Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, no Rio Grande do Sul e Paraguai.
Chegando à cooperativa, encontrou outras oito candidatas. Acostumada a ser desvalorizada, não achou que tivesse chance. Voltou para casa desesperançada, mas, alguns dias depois, o telefone tocou. Tinha conseguido o emprego e começava a suspeitar de que era capaz de sonhar e alcançar as metas pretendidas.
“A cooperativa não sabia que estava me salvando quando me estendeu a mão”, diz Cecília, agradecida. Isso acontece porque a dependência financeira das vítimas em relação aos parceiros é um dos fatores determinantes para a manutenção dos ciclos de violência, que aprisionam mulheres: 47,3% das que vivem em situação de violência não desenvolvem atividades remuneradas e permanecem dentro de seus próprios lares. Normalmente, no papel de cuidadoras do lar.
Além disso, entre as formas de violência caracterizadas pela Lei Maria da Penha (nº 11.340/2006), está a patrimonial, definida “como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos”. O controle de finanças pelo parceiro pode, portanto, ser considerado uma forma de violência; a independência financeira é um caminho para rompê-la.
“Ao oferecermos um emprego com todos os benefícios, como vale-alimentação e plano de saúde, a gente empodera e fortalece mulheres que estejam passando por uma situação assim. Isso pode mudar vidas”, destaca Sara Ferneda, assessora de imprensa da C.Vale, que virou amiga de Cecília. Admiradora da força da colega, Sara fez questão de contar a história da moça na revista da cooperativa, para sensibilizar as pessoas sobre o problema da violência doméstica. “Embora a gente nem sempre saiba que uma colega é vítima de violência, o fato de ela fazer parte de uma rede cooperativista faz toda a diferença. Aqui, cuidamos uns dos outros e nos preocupamos com o bem-estar de todos os cooperados e colaboradores.”
PONTO FINAL
Antes de recomeçar a vida — longe da opressão do marido —, Cecília ainda teve de enfrentar uma nova agressão. Inconformado com a possibilidade de a esposa ser independente financeiramente, ele passou a implicar com a recém-contratada funcionária da C. Vale. “Está se maquiando para outros homens!”, acusava. Ela respondia que não. Só gostava de sentir-se bonita. Quando ele a ameaçava, a resposta estava na ponta da língua: “Encosta um dedo em mim e eu me separo de você”. Agora empregada, ela tinha condições de cumprir a promessa — o que trouxe certa tranquilidade para a família, sem episódios de violência física por algum tempo. Até “aquela” sexta-feira.
Era madrugada. Três horas da manhã. O casal chegou em casa, depois de ir junto a um bar. Ele queria continuar a diversão entre quatro paredes, ela queria dormir. Incapaz de ouvir um não, ele começou a agredi-la. A moça correu para o quarto do filho. Apoiou o corpo sobre a porta sem tranca, enquanto o marido ameaçava arrombá-la. “Vou derrubar no 3! 1, 2…”. Ela acordou o menino, encaixou-o nos braços, abriu a janela e pulou com a criança no colo antes de o agressor chegar ao três. Lá embaixo, encontrou o portão trancado e pulou o muro, em direção à casa da vizinha. Quando o dia clareou, passou na antiga casa. Enquanto o homem dormia, catou o celular, uma mala de roupas para o bebê e um par de roupas do varal. Partiu para o mundo. Tinha muita vida para conquistar.
RECOMEÇO
Não demorou muito para as mensagens de texto dele lotarem o visor do celular dela. Passou a persegui-la e a ameaçá-la. “Você é minha propriedade e vou te levar amarrada para casa!”, escrevia. Apoiada por algumas companheiras de trabalho que sabiam sua história, ela decidiu denunciar o marido. Hoje, tem uma protetiva contra ele e está em processo de divórcio. Tem um lar e consegue pagar as contas. Mas, vale reforçar: essa história poderia não terminar assim. “Se não estivesse trabalhando na C. Vale, ainda estaria casada e sofrendo violência. O cooperativismo me fez um bem muito grande!”
Embora não conheça Cecília pessoalmente, o presidente da C. Vale, Alfredo Lang, orgulha-se de ter dado à moça uma oportunidade de refazer a própria vida. “A gente entende que uma cooperativa precisa ser competitiva para conseguir sobreviver, mas esse não deve ser o seu único propósito. Você precisa gerar oportunidades para as pessoas melhorarem de vida, crescerem profissionalmente. Sem isso, de que vale uma cooperativa forte? Vale mais o que você faz em favor dos outros e não em favor de si mesmo; esse é o legado que uma cooperativa deve deixar!”, argumenta.
É importante esclarecer que essa não é uma história sobre violência contra a mulher, ou apenas sobre isso. Essa é a história de uma mulher que conseguiu mudar de vida quando encontrou uma oportunidade de emprego e renda. Tudo o que ela precisava era de uma chance de conquistar sua independência. Para erguer-se. Para retomar a dignidade que um dia lhe foi tirada.
Olhar para trás é doloroso, mas Cecília respira aliviada e até com certo orgulho, pois consegue dizer para si mesma: “Eu consegui, e vou conseguir muito mais daqui para a frente! Quero ir mais longe”. A moça, de apenas 23 anos, retomou os estudos, pretende formar-se e, um dia, tornar-se uma advogada, para defender a causa de mulheres em situação de violência. “É o meu sonho”, projeta. A jovem também aspira conquistar a casa própria, para viver melhor com o filho e oferecer para ele tudo o que não teve na infância. Hoje, pode atribuir a si um adjetivo antes impensado: livre.
A LUTA É GLOBAL
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), no mundo, estima-se que cerca de 70% das mulheres sofrem algum tipo de violência. É mais provável que uma mulher, entre 15 e 44 anos, seja abusada sexualmente e sofra violência doméstica do que desenvolva um câncer, contraia malária ou sofra um acidente de carro, segundo o Banco Mundial.
No Brasil, no ano de 2018, somente o Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher) recebeu 92.663 denúncias de violações contra mulheres, segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). E esses números podem ser ainda maiores, já que considera-se que apenas 10% dos casos de violência contra as mulheres sejam notificados no país.
Um dificultador é um problema social privado ao lar: 78,6% das ocorrências de violência acontecem dentro da residência da vítima, de acordo com o Atlas da Violência de 2018, realizado pelo Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). E, em 73% dos casos, os agressores são companheiros ou ex-companheiros, segundo o DataSenado (2015), realizada pelo Senado Federal. (Fonte: Revista Saber Cooperar)
Roberto Rodrigues
Coordenador do Centro de Agronegócio da FGV e Embaixador Especial da FAO para as Cooperativas
Cooperativismo é a doutrina que visa corrigir o social por meio do econômico”. Eis a definição clássica simplificada desse extraordinário movimento socioeconômico, que vem permitindo, com o passar dos tempos, a inserção de milhões de homens e mulheres de forma digna e permanente na economia global.
A definição acima não deixa margem a nenhuma dúvida: a doutrina é adversária de qualquer tipo de exclusão social, sobretudo quando determinada pela concentração da riqueza, inclusive daquelas resultantes de fusões e aquisições de empresas pequenas por outras maiores. Isso posto, Cooperativas E EMPREGO fica também evidente que o cooperativismo defende e atua — por meio de seu instrumento essencial, as cooperativas — na geração de trabalho decente para todos aqueles que estão em seu entorno direto: os cooperados, os dirigentes e os funcionários.
Mais do que isso. Na última revisão dos princípios cooperativistas, realizada em Manchester, na Inglaterra, em 1995, foi criado um sétimo princípio: o da preocupação com a comunidade na qual a cooperativa esteja inserida. O que estava por trás dessa inovação doutrinária? Simples: os pensadores da vanguarda do cooperativismo entenderam que não haveria bem-estar geral em uma comunidade, por maior que seja fosse, se a cooperativa cuidasse apenas de seus cooperados e colaboradores. Para nós, cooperativistas, só haverá felicidade verdadeira se todos os membros da comunidade forem direta ou indiretamente beneficiados pela cooperativa.
É igualmente premissa clara do nosso movimento que as relações de trabalho na área de ação da cooperativa sejam cercadas de humanismo e dignidade. Somos a face humana da economia, reconhecida pela equidade, pela justiça — na acepção mais ampla dessa palavra —, pela fraternidade e pela solidariedade.
Ao mitigar temas dramáticos como a exclusão social e a concentração da riqueza, seja no campo, seja na cidade, seja em setores de serviços ou de empreendedorismo, o cooperativismo busca a cidadania plena, com igualdade de oportunidades a todos os cidadãos; e procura a geração de empregos e renda que permitam a ascensão social de cada pessoa e de suas famílias. Essa é a essência da doutrina cooperativista e deve ser a prática das cooperativas de todos os ramos, e passa pela redução do desemprego, a maior praga de uma sociedade.