Agenda Política para o 2º semestre

Nesta segunda-feira (4), o Congresso Nacional retomou as atividades legislativas após o recesso parlamentar. A expectativa é de que o segundo semestre seja marcado por embates políticos e pela dificuldade de construção de consensos, o que pode afetar o avanço da pauta governamental e o ritmo das atividades legislativas.
Este semestre será decisivo para o Governo Federal, que busca avançar em sua agenda econômica, especialmente no que tange ao ajuste fiscal e à Reforma do IR, enquanto enfrenta crescentes pressões políticas e sociais.
O primeiro semestre de 2025 foi marcado por instabilidade política e embates entre os Poderes, evidenciados pela derrubada do decreto do IOF pelo Congresso, pela aprovação de pautas econômicas sem o apoio do governo, como o redirecionamento de R$ 30 bilhões do Fundo Social para o setor agropecuário, e pelas crescentes tensões em torno de decisões do STF e da articulação legislativa.
A relação entre Executivo e Legislativo se manteve frágil e o governo enfrentou dificuldades para avançar em sua agenda prioritária e viu temas sensíveis, como a Medida Provisória 1.303/25 (ajuste fiscal), gerarem forte resistência parlamentar.
O semestre se encerrou com a escalada das tensões institucionais e a crise nas relações comerciais com os Estados Unidos, após o anúncio do aumento das tarifas de importação por parte do governo Trump. O episódio provocou reações internas e diplomáticas, influenciando diretamente o ambiente político e elevando o grau de incerteza para o segundo semestre.
Ao mesmo tempo, o avanço dos processos no STF e as articulações pela anistia aos atos de 8 de janeiro mantiveram o ex-presidente Jair Bolsonaro no centro do debate político, acirrando a polarização e dificultando o avanço de projetos estratégicos do governo no âmbito do Congresso, especialmente diante das mobilizações da oposição.
O semestre semestre tem início em meio a tensões entre os Poderes, marcadas pelo veto ao aumento de deputados, as expectativas de veto ao PL do Licenciamento Ambiental e a obstrução liderada por parlamentares da oposição, que ocuparam os Plenários para pressionar pela inclusão de pautas como a anistia aos investigados pelos atos de 8 de janeiro e o fim do foro privilegiado. Conflitos fiscais e políticos agravam o cenário, tensionando a governabilidade e impactando os trabalhos legislativos.
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