Tania Zanella toma posse como presidente do IPA
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Nova diretoria buscará unicidade do setor agrícola a partir do diálogo e da cooperação
Tania Zanella em seu discurso de posse no IPATania Zanella tomou posse nesta segunda-feira (24) como presidente do Instituto Pensar Agropecuária (IPA). A superintendente do Sistema OCB foi eleita por unanimidade em dezembro, durante assembleia geral realizada em Brasília com as entidades que compõem o instituto, para o biênio 2025/2026. “Nosso Instituto tem uma história e uma importância consolidada para o agronegócio brasileiro, que transcende o nome de quem o lidera. Por isso, me comprometo a levar o IPA para onde todos nós queremos chegar: à sustentabilidade do nosso instituto, o que só pode acontecer a partir de uma profissionalização cada vez maior da gestão. Porque pessoas vão e vêm, mas os processos precisam permanecer”, afirmou a nova presidente em seu discurso.
A eleição da superintendente representa uma conquista significativa para o cooperativismo brasileiro, que é responsável por mais de 50% dos grãos produzidos no país, e marca o início de uma gestão que promete fortalecer o diálogo e a cooperação no setor agropecuário. “Tania assume essa responsabilidade com uma capacidade de gestão e articulação que muito nos orgulha. Sua liderança e seu perfil conciliador contribuem para a construção de unidade”, afirmou o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.
Uma das principais metas da nova gestão será em torno da unicidade do setor agrícola. “O IPA precisa ser robusto, maduro e cada vez mais independente de interesses passageiros. Ele precisa continuar sendo a instituição técnica e consultiva que entrega valor real e concreto para a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e para todos os produtores que representamos. Costumo dizer que nossa missão é proporcionar a melhor base técnica possível para a FPA fazer o que faz de melhor: defender os interesses de um setor forte, pujante e inovador, que alia produtividade com sustentabilidade, e hoje responde por cerca de ¼ do PIB brasileiro”, acrescentou Tania.
A nova presidente também enfatizou que sua gestão terá como pilares o diálogo e a cooperação. Segundo ela, em 2025, os trabalhos do IPA estarão direcionados para três eixos estratégicos: sustentabilidade, com foco na COP30 e na regulação do mercado de carbono; financiamento, com a estruturação de novas estratégias para o Plano Safra, seguro agrícola e alternativas de financiamento no mercado privado, como fundos vinculados ao Fiagro; e mercado internacional, para garantir que o agro brasileiro se mantenha competitivo e consiga ampliar sua participação no mercado global. “Nada disso será fácil. Mas também nunca fomos daqueles que escolhem o caminho mais simples. Estamos aqui para fazer história. E faremos”, completou.
Membros da nova diretoria do IPA com o deputado Arnaldo JardimO novo Conselho de Administração do Instituto Pensar Agro conta também com Fabrício Morais Rosa, diretor executivo da Aprosoja como 1º vice-presidente e Sérgio Luís Bortolozzo, presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB) como vice-presidente secretário. O ex-presidente do Instituto, Nilson Leitão, consultor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil CNA), passa a ocupar a vaga de vice-presidente tesoureiro, enquanto Roberto Ignácio Betancourt, diretor executivo da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) será o 2º vice-presidente tesoureiro.
O Conselho Fiscal, por sua vez, é formado pelos titulares Gustavo Beduschi (Viva Lácteos), Glauber Silveira da Silva (Abramilho) e Paulo Sérgio de Marco Leal (Feplana), além dos suplentes André Luís de Freitas (Abia), Gabriel Garcia Cid (ABCZ) e Cloriado Roberto Levero (Abisolo).
Tania integra a diretoria do IPA desde a sua criação, em 2011. Formada em Direito, trabalha há mais de 15 anos para o fortalecimento do movimento cooperativista no Brasil e foi a primeira mulher a ocupar os cargos de gerente-geral e superintendente do Sistema OCB, posição que assumiu em setembro de 2021. Tania também é membro do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e, em 2021, foi reconhecida como uma das 100 mulheres mais poderosas do agronegócio brasileiro pela Revista Forbes. É pioneira em muitas instâncias do cooperativismo e atua diariamente para garantir maior participação feminina em posições de liderança.
Reconhecimento
Pedro Lupion (PR), presidente da FPA e diretor da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), exaltou o poder de articulação do agro brasileiro e o suporte que o IPA oferece aos parlamentares. “Quero desejar à Tania e toda a diretoria toda a sorte do mundo, todo sucesso. Que a gente consiga fazer essa parceria com FPA ser cada dia mais forte, cada dia mais contundente e cada dia com mais resultados. Acho que esse é o objetivo de todos nós aqui, ter resultados positivos para o nosso agro, para os nossos produtores e para cada um dos segmentos e setores que o IPA representa”.
O presidente da Frencoop e vice-presidente da FPA, deputado Arnaldo Jardim (SP), destacou a força que a nova diretoria representa para o agro. “Não há como ignorar a sensibilidade feminina encarnada na Tania, a disposição de unidade que vocês constituíram nessa diretoria, o compromisso do setor reiterado nos eixos de trabalho propostos. Imaginamos um ano de dificuldades econômicas e teremos que ter firmeza e consistência na defesa das demandas do nosso agro. E para que conquistemos o resultado que almejamos, a palavra é unidade”.
O deputado Alceu Moreira (RS) prestou homenagem a Tania, enfatizando que presidir um instituto que reúne tantas entidades com interesses diversos é uma missão para poucos. “Gerir o IPA é muitas vezes uma tarefa bastante delicada, mas você, com certeza, saberá lidar com ela”, declarou. Já a deputada Ana Paula Leão (MG) não escondeu a alegria de acompanhar a presença de uma mulher na presidência do Instituto. “Tenho certeza de que você vai dar o seu melhor e fazer muito mais do que a gente imagina. Parabéns e, desde já, muito obrigada por nos representar”.
Para o deputado Evair de Melo (ES), é fundamental ressaltar a importância que o IPA tem nas entregas completas para o agro brasileiro. “A chegada da Tania com certeza fortifica ainda mais o trabalho frente ao Congresso Nacional, porque além dos compromissos com o agro, no setor produtivo, ela traz toda a vivência das cooperativas. É um presente para nós”, declarou.
Diretor executivo do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, afirmou que o momento é de muito otimismo. “A Tania é nossa grande amiga, aliada de longa data, e agora, com a sua presidência, teremos novas oportunidades para os desafios com infraestrutura, regime tributário, meio ambiente e outros. Ela está dedicada a isso e nós, como entidades setoriais, somos aliados de primeira hora. Juntos, com certeza, vamos continuar evoluindo”.
O novo 1º vice-presidente do IPA, Fabrício Morais Rosa, diretor executivo da Aprosoja Brasil lembrou que a entidade é única no mundo em sua capacidade de construir inteligência política. “E, nesse contexto, ter uma mulher na presidência com a experiência da Tania traz uma visão profissional, inteligente, que vai melhorar ainda mais a gestão. Vai manter nosso instituto como referência não só para o Brasil, mas também para o mundo, como uma entidade que apresenta resultados efetivos para a cadeia agropecuária”.
Representação
O IPA, criado em 2011, é uma organização sem fins lucrativos formada por 58 entidades do setor agropecuário que tem como objetivo defender os interesses da agricultura e prestar assessoria técnica à FPA. A entidade atua como ponte entre a cadeia produtiva rural e os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e promove o debate de pautas do setor, além de apoiar tecnicamente ações no Congresso Nacional e fomentar a transparência e o diálogo com a sociedade para ampliar a compreensão sobre temas estratégicos da agropecuária brasileira.
Entre suas principais atividades, destacam-se a realização de estudos técnicos, a produção de dados estratégicos, a análise de propostas legislativas e a formulação de políticas públicas que refletem as demandas do setor. Ao longo de sua trajetória, o Instituto tem contribuído significativamente para a construção de um ambiente mais favorável ao agronegócio brasileiro, abordando questões como sustentabilidade, inovação e crescimento econômico. Sua atuação contribui para posicionar o Brasil como líder no fornecimento de alimentos e insumos de qualidade para o mundo, reafirmando o compromisso com o desenvolvimento socioeconômico e ambiental do país.