Sistema OCB discute fortalecimento do Plano ABC
Encontro reforçou a importância do cooperativismo para o Plano ABC+ e a agenda climática do Brasil
O Sistema OCB participou, nesta quarta-feira (20), da III Reunião da Comissão Executiva Nacional do Plano ABC (CENABC). O encontro reuniu representantes de governo e de entidades setoriais para debater a implementação do Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (Plano ABC+), principal política pública brasileira voltada à promoção da agricultura sustentável.
Convidado a contribuir com a discussão, o Sistema OCB apresentou o papel estratégico do cooperativismo na implementação e no fortalecimento do Plano ABC+. A apresentação foi conduzida por Eduardo Queiroz, coordenador de Relações Governamentais da instituição, que destacou a relevância das cooperativas na construção de soluções climáticas inclusivas, sustentáveis e de impacto coletivo.
Segundo Eduardo, o movimento cooperativista já reúne mais de 23 milhões de brasileiros, gera 550 mil empregos diretos e representa um faturamento anual de R$ 692 bilhões. Além de seu peso econômico, as cooperativas se consolidam como parceiras-chave na difusão de tecnologias de baixo carbono e na promoção de práticas sustentáveis.
“As cooperativas são verdadeiros motores de transformação. Elas levam tecnologia ao campo, democratizam o acesso ao financiamento climático e têm capacidade única de conciliar desenvolvimento econômico com preservação ambiental. O Plano ABC+ só se fortalecerá se tiver no cooperativismo um aliado central, capaz de unir produtividade, inclusão social e sustentabilidade”, afirmou Eduardo Queiroz.
Cooperativismo e a agenda climática
Durante a sua participação, o Sistema OCB também apresentou as iniciativas em andamento no âmbito do Programa ESGCoop, que apoia cooperativas em diagnósticos, capacitações e projetos de descarbonização e energia limpa. Exemplos concretos incluem a Solução Neutralidade de Carbono, já em implantação em 18 cooperativas, e a Solução Eficiência Energética, que beneficia mais de 1,2 milhão de cooperados.
Além disso, foram destacadas as propostas do Manifesto do Cooperativismo para a COP30, lançado neste ano. O documento defende, entre outros pontos:
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o fortalecimento das cooperativas como elos de transferência de tecnologia sustentável no campo;
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a democratização do financiamento climático;
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a ampliação da geração comunitária de energia limpa;
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investimentos em inovação, biotecnologia e economia circular;
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e apoio a soluções baseadas na natureza e estratégias de adaptação climática lideradas por cooperativas.
“Estamos diante de uma oportunidade histórica. Em 2025, declarado pela ONU como o Ano Internacional das Cooperativas e marcado pela realização da COP30 no Brasil, o mundo olha para nós. O cooperativismo tem condições reais de ser protagonista dessa transformação global, ao alinhar segurança alimentar, transição energética e sustentabilidade”, reforçou Eduardo.
Plano ABC+ e CENABC
O Plano ABC+ (2020–2030) é a continuidade do Plano ABC, lançado em 2010, e tem como objetivo consolidar a agropecuária brasileira como líder em práticas de baixa emissão de carbono. Entre suas metas, estão a recuperação de áreas degradadas, a expansão de sistemas integrados de produção e a valorização de soluções inovadoras para adaptação climática.
A Comissão Executiva Nacional do Plano ABC (CENABC) é o fórum responsável por acompanhar a execução e propor aperfeiçoamentos à estratégia. Reúne representantes do governo federal, da sociedade civil e do setor produtivo, em um espaço de diálogo e integração para o avanço da agropecuária sustentável no país.
“Queremos deixar um legado. O Sistema OCB acredita que o futuro do Brasil sustentável passa pelas cooperativas. Estamos comprometidos em fazer do Plano ABC+ um instrumento eficaz para que pessoas, comunidades e o planeta prosperem de forma justa e equilibrada”, concluiu Eduardo.