Encontro busca estratégias para fortalecer setor leiteiro
Evento destacou importância do cooperativismo na produção da bebida
Durante as atividades da Megaleite 2024, em Belo Horizonte, na quarta-feira (12), aconteceu o Encontro das Cooperativas Agropecuárias Mineiras do segmento Leite. O evento foi pensado para fortalecer o setor no estado e reuniu presidentes, diretores e gestores com o objetivo de promover a competitividade no mercado e consolidar uma presença mais assertiva no cenário internacional.
Segundo dados do Sistema OCB, o setor agropecuário conta com 1.185 cooperativas, reunindo mais de 1 milhão de cooperados e gera cerca de 250 mil empregos diretos. O leite representa 46% da produção nacional proveniente de produtores rurais associados a cooperativas e, além disso, 71,2% dos estabelecimentos rurais dos produtores cooperados pertencem ao perfil de agricultura familiar. Atualmente, 160 cooperativas na cadeia produtiva de leite e derivados são registradas, sendo 48% no Sudeste, 27% no Sul e 25% distribuídas entre Centro-Oeste, Nordeste e Norte.
Fernando Pinheiro, analista técnico da Gerência de Relações Institucionais do Sistema OCB, apresentou o painel As transformações e inovações das Cooperativas de Leite no Brasil. Ele explicou que o cooperativismo atua como um instrumento estratégico para o desenvolvimento local e a distribuição de renda na sociedade e que o futuro das cooperativas do segmento leite depende de mudança, união e fortalecimento. “Só assim será possível enfrentar os cenários adversos do mercado. Oportunidades de intercooperação na compra de consumos, otimização da gestão no suprimento do leite e comercialização, são pontos fundamentais. Além disso, é preciso investir em inovação como forma de fortalecer a competitividade”, afirmou.
O analista lembrou que inovar não é somente adotar novas tecnologias digitais. “A própria intercooperação pode ser uma forma de inovar, ou seja, de buscar ações conjuntas que podem melhorar a produtividade, presença no mercado e, consequentemente, o aumento dos ganhos”.
Ele também mencionou programas essenciais como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que reforçam o papel das cooperativas que atuam na cadeia do leite e na oferta de diversos produtos e serviços de saúde e logística. "As cooperativas que participam desse mercado possuem uma produtividade que beneficia toda a comunidade em que estão inseridas", acrescentou.
O analista falou ainda sobre o Ciclo de Desenvolvimento Econômico e Social que ocorre a partir do movimento. Segundo ele, políticas agrícolas, fiscais e de desenvolvimento criam um ambiente propício para negócios cooperativos, atendimento social e inclusão produtiva. "Esse ciclo gera prosperidade, desenvolvimento local e atrai investimentos com o apoio dos Poderes Executivo e Legislativo para iniciativas de fomento ao setor. Essa cadeia, quando bem estruturada, pode transformar realidades, promover organização, estruturação, difusão de tecnologia, agregação de valor e, consequentemente, geração de renda", destacou.