Cooperativismo como pilar da sustentabilidade é destaque na 79ª SOEA
- Artigo Secundário 2
Evento discutiu temas importantes em preparação para a COP30
O Sistema OCB marcou presença na 79ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (SOEA), que acontece até 10 de outubro em Salvador (BA). O evento reúne cerca de 6 mil participantes, entre engenheiros, agrônomos e especialistas, para discutir temas de relevância global, como a sustentabilidade e o combate às mudanças climáticas, em preparação para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada no Brasil, em 2025.
No painel COP 30: O Papel do Sistema Confea/Crea e Mútua nas Ações Globais de Combate às Mudanças Climáticas, o cooperativismo foi apresentado como um modelo de desenvolvimento sustentável e inclusivo, essencial para enfrentar os desafios ambientais.
Eduardo Queiroz, coordenador de Relações Governamentais do Sistema OCB, destacou o papel crucial das cooperativas no cenário de sustentabilidade do Brasil. Para isso, ele abordou dois desafios que caminham paralelamente: a a mitigação e adaptação às mudanças climáticas; e combate à fome e à insegurança alimentar no mundo. “O Brasil tem um papel estratégico nessas duas agendas, e o cooperativismo brasileiro é um instrumento central para o alcance desses dois objetivos”, afirmou
O coordenador citou o exemplo da produtora rural Rosimaia Lima de Oliveira, cooperada da Coopercinco, de Boa Vista (RR). Ex-assentada da Reforma Agrária, ela, junto com outros 800 associados da cooperativa, são hoje responsáveis por fornecer alimentos saudáveis da agricultura familiar para mais de 120 escolas em diversos municípios do estado. Além disso, ela tem participado das discussões da cooperativa sobre formas de agregar valor ao negócio, para que os produtos, entregues in natura, também sejam transformados em polpas de frutas e exportados para países vizinhos, especialmente para Guiana, que faz fronteira com Roraima.
“Isso é prosperidade, desenvolvimento local e bioeconomia na veia”, destacou Eduardo. Ele acrescentou ainda que essa história inspiradora se reflete em muitas outras espalhadas pelas mais de 4,6 mil cooperativas brasileiras, que agregam atualmente, 23,4 milhões de cooperados. “Por meio do cooperativismo, os produtores são mais fortes, têm a oportunidade de acessar mercados, agregar valor à produção, adquirir insumos e efetuar vendas nas melhores condições”, descreveu.
Além de aumentar a produtividade e competitividade, Eduardo ressaltou que as cooperativas atuam como difusoras de inovação e tecnologia no campo, limpas e e que propulsionam práticas agrícolas sustentáveis. “Com inúmeras contribuições para agregar inovação, tecnologia e sustentabilidade à produção, as cooperativas têm se destacado cada vez mais como peças-chave na transição para uma economia verde”, acrescentou.
Para o coordenador, o reconhecimento da ONU de 2025 como o ano internacional do cooperativismo reforça o valor desse modelo para a construção de um futuro mais justo e inclusivo. “Queremos aproveitar esta oportunidade para que o cooperativismo seja mencionado, também, de forma expressa, nas discussões da COP30, como instrumento para implementação do pacto global de redução das emissões de gases de efeito estufa”.
Ainda segundo Eduardo, para tanto, as discussões internacionais devem conciliar o combate às mudanças climáticas com o reconhecimento e a valorização da produção sustentável. “A preservação ambiental e o desenvolvimento econômico e produtivo devem andar de mãos dadas. Um não existe sem o outro. Essa calibragem deverá ser feita a partir de políticas públicas que deem previsibilidade, infraestrutura e financiamento adequados para a devida conservação ambiental, recuperação de pastagens degradadas e manutenção da floresta em pé”, finalizou.
Saiba Mais: