O Plenamente é o programa de saúde emocional da Unimed-BH que sensibiliza sobre os aspectos emocionais, proporcionando diagnósticos precoces e tratamentos assertivos, melhorando a satisfação e a qualidade de vida do colaborador

Contexto e desafios
De acordo com WHO guidelines on mental health at work de 2022, estima-se que 15% dos adultos em idade produtiva tenham um transtorno mental em algum momento de vida. Nos últimos anos e especialmente durante e após a Pandemia pelo COVID-19, observou-se aumento exponencial no adoecimento mental da população. A Unimed-BH por meio de dados colhidos do absenteísmo e consultas ocupacionais, identificou esta tendência entre os colaboradores. Com isso, foi definida a necessidade de um maior investimento, para não só cuidar da saúde física e emocional dos trabalhadores da área da saúde, mas também para tornar o ambiente de trabalhado mais seguro e saudável. É, portanto, objetivo do Programa Plenamente sensibilizar os trabalhadores sobre os aspectos emocionais, aumentar acesso para avaliação dessas questões, consequentemente proporcionando diagnósticos precoces e tratamentos assertivos, além de melhorar a satisfação e a experiência do colaborador da Unimed-BH.
Outros objetivos específicos:
- Cuidar de forma integral e individualizada dos colaboradores adoecidos mentalmente;
- Prevenir novos adoecimentos mentais;
- Contribuir com a melhoria dos fatores de riscos psicossociais;
- Aprimorar a experiência do colaborador aumentando o engajamento e a satisfação no trabalho;
- Ser capaz de trazer ferramentas aos colaboradores para um desenvolvimento mental saudável e sustentável;
- Reduzir o absenteísmo impactados pelo estado emocional dos trabalhadores.
Para cada demanda assistencial individual o trabalhador tem uma tratativa personalizada por meio de uma linha de cuidado, acompanhado por profissionais capacitados em saúde mental (técnicos de enfermagem, enfermeiros, psicólogos, médico de família e psiquiatra) de acordo com o risco e evolução. Os atendimentos são realizados de forma remota.
Com a implantação do programa, em junho de 2022, ampliou-se as discussões, ações e divulgações sobre a saúde emocional aliada ao acesso rápido e de qualidade para qualquer colaborador ou cooperado que necessitasse de atendimento em saúde psicoemocional.
Desenvolvimento e metodologia
Diante do entendimento das necessidades individuais e coletivas para promover um ambiente mentalmente saudável e dos dados sensíveis em saúde coletados, o Programa Plenamente tem pilares em ações de estímulo à mudança comportamental, atuações na identificação de fatores de risco e suas ações de contenção, ações educativas pertinentes ao tema, além de ações assistenciais no cuidado individualizado para cada trabalhador.
O Programa é conduzido pela equipe de saúde do Serviço Especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) da Unimed-BH em parceria com uma empresa terceirizada. Além das ações relativas ao ambiente de trabalho, no relacionamento interpessoal corporativo e na disseminação de conteúdos educativos, são oferecidos ao trabalhador, de forma gratuita, atendimentos com equipe multidisciplinar para conduzir o plano terapêutico, quando indicado, garantido os preceitos éticos médicos e da LGPD.
Em relação às ações de intervenção no ambiente de trabalho é realizado mapeamento ergonômico, revisão de processos, treinamentos, tratativas individuais nas áreas, capacitação de lideranças e divulgação dos canais de entrada do Programa.
As ações educativas e de estímulo à mudança comportamental contemplam: plataforma de estímulo a hábitos saudáveis (Mude1Hábito), portal com conteúdo de saúde (Viver Bem), além das divulgações de conteúdo na intranet da Unimed-BH e ações periódicas realizadas pela equipe da superintendência de pessoas da Unimed-BH.
O programa prevê ainda ações direcionadas à identificação e tratativas de casos de segunda vítima e vítimas de violência.
O pilar assistencial do programa Plenamente é construído para acolher e conduzir ações de terapêutica a todos os colaboradores e cooperados da rede própria da Unimed-BH que sentirem a necessidade de algum tipo de apoio emocional. A indicação para a inserção em ações assistenciais é feita pela equipe de Saúde Ocupacional, pelos gestores da área, por colegas de trabalho ou por livre vontade própria. Os trabalhadores poderão ser atendidos por agendamentos de consultas eletivas e acompanhados por profissionais capacitados em saúde mental (técnicos de enfermagem, enfermeiros, psicólogos, médico de família e psiquiatra) de forma rápida e segura, por meio de plataforma virtual que contará com o auxílio de um prontuário eletrônico para registro dos atendimentos e um sistema para análise dos dados produzidos. O acionamento da equipe poderá ser via WhatsApp, aplicativo ou Web. É possível realizar auto agendamento, acessando os canais via aplicativo ou web (por chatbot) e ainda conversar com uma enfermeira por telefone em horário comercial.
São aplicados testes validados e baseados em evidências científicas para avaliação de sintomas de ansiedade e depressão. Além disso, no primeiro momento, são avaliados uso de medicamentos, histórico e efeitos colaterais ou necessidade de suporte social. Os resultados dos testes e informações coletadas serão avaliados pela equipe de saúde parceira que então classifica o risco e direciona o trabalhador para a linha de cuidado do programa mais adequado para cada caso. Em todos os casos, haverá o monitoramento realizado pelos profissionais de saúde.
- Risco basal: contato com os profissionais da enfermagem de forma humanizada e acolhedora.
- Risco baixo: acompanhamento com psicólogo (a) na ótica de psicoeducação e autocuidado.
- Risco moderado: acompanhamento psicológico no prazo de 1 ciclo (6-12 sessões), além do acompanhamento pelo médico quando necessário.
- Risco alto: acompanhamento psicológico no prazo de 2 ciclos, além do acompanhamento pelo médico.
- Risco muito alto: atendimentos psicológicos semanais em 3 ciclos, além do acompanhamento pelo médico.
- Risco catastrófico: atendimentos psicológicos também serão semanais, porém em 4 ciclos, além do acompanhamento pelo médico.
Cada caso terá uma tratativa personalizada de acordo com o risco e evolução e além do cuidado por um médico de família, o processo assistencial poderá contar também com o suporte de um psiquiatra e articulação com uma rede de apoio, incluindo rede assistencial de atendimento presencial. Independentemente do percurso feito pelo paciente, os profissionais de enfermagem da empresa terceirizada continuarão realizando o monitoramento do paciente por meio remoto.
Resultados e aprendizados
Os resultados mostram que há percepção de melhora clínica, evidenciada por escala aplicada nos trabalhadores que passaram por tratamento, sendo esta estatisticamente significativa, e que o cuidado intensivo proporcionado pelo programa é efetivo na mudança dos desfechos clínicos. Percebe-se também a satisfação dos usuários com o programa, assim como a percepção das lideranças do cuidado e acesso dos trabalhadores com questões relacionadas à saúde emocional. A facilitação do acesso ao cuidado, a redução de tempo de espera por consultas e tratamento especializados e consequente otimização do tempo de resposta da melhora clínica impactam diretamente na produtividade, presenteísmo e absenteísmo por motivo de saúde.
No Período de 06/2022 a 03/2024 foram realizados 9.754 atendimentos com sucesso (acolhimentos + intervenções terapêuticas).
O gráfico abaixo mostra o número de atendimentos por categoria no referido período.
Metade dos atendimentos realizados estão relacionados com diagnósticos de doenças mentais e comportamentais (CID F) e os demais com ClDs relacionados a sinais e sintomas e contatos com serviço de saúde.
Abaixo a distribuição dos principais motivos de atendimento classificados por CID.
Para medir a evolução do paciente, foi utilizada a escala OMAHA. Foi avaliada a distribuição do score da escala clínica ao início do tratamento e ao final para perceber melhoria da escala. Teste estatístico com valor p < 0,05 demonstra significância estatística de que a mediana das notas das escalas após o tratamento é maior para as pessoas que passaram por tratamento.
De todos os usuários do Programa assistencial cerca de 8% (64) teve atendimento por motivo relacionado a suicídio no período, todos classificados como risco muito alto e acompanhados de forma intensiva pela equipe. A tabela abaixo mostra a média de oferta de cuidados no período estudado, evidenciando como o cuidado intensivo nesses casos é efetivo na mudança do desfecho, e evitando a efetivação do suicídio.
Quanto aos aspectos qualitativos, as equipes de saúde ocupacional e equipe parceira relatam satisfação dos usuários com o programa, assim como a percepção das lideranças do cuidado e acesso dos trabalhadores com questões relacionadas a saúde mental.
O programa proporciona a facilitação do acesso ao cuidado, a redução de tempo de espera por consultas e tratamento especializados e consequente otimização do tempo de resposta da melhora clínica, fatores que impactam diretamente na produtividade, presenteísmo e absenteísmo por motivo de saúde.
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