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Cooperativismo impulsiona o crédito verde no primeiro dia da COP30

BNDES, MDIC e líderes do setor para discutem acesso ao financiamento climático e inclusão produtiva

O primeiro dia do Cooperativismo na COP30 começou cedo, com ou auditório três da Agri Zone lotada para acompanhar o painel Cooperativismo e Financiamento Climático. A sessão apresentou dados, experiências e análises que mostram como as cooperativas têm papel decisivo para ampliar o crédito verde no país, conectar produtores às políticas públicas e impulsionar a transição para uma economia de baixo carbono, especialmente em municípios onde a presença bancária é limitada.

Cooperativismo impulsiona o crédito verde no primeiro dia da COP30A abertura foi feita pelo coordenador de Relações Governamentais do Sistema OCB, Eduardo Queiroz, que também mediou o painel. Ele apresentou um panorama geral do cooperativismo de crédito no Brasil e lembrou que o segmento foi criado para resolver problemas reais, principalmente no que diz respeito ao financiamento justo e acessível. “Estamos presentes em 60% dos municípios brasileiros e somos a única instituição financeira em 469 deles”, declarou.

O coordenador também apresentou resultados que colocam o cooperativismo no centro da agenda climática: liderança em crédito a pequenos negócios, R$ 90 bilhões em crédito verde em 2024 e mais de 50 milhões de pessoas alcançadas com educação financeira. “O cooperativismo é essencial para o financiamento climático e para o desenvolvimento sustentável, acrescentou.

Redução de desigualdades Tiago Peroba, chefe do Departamento de Clientes e Relacionamento Institucional do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), destacou a relevância crescente do cooperativismo de crédito para viabilizar operações voltadas à economia verde e reduzir desigualdades territoriais no acesso ao financiamento. “As cooperativas são grandes parceiras do BNDES. Desde 2023, já financiamos R$ 96 bilhões em economia verde, e 73% dessas operações, em número, são intermediadas pelo cooperativismo de crédito”, afirmou.

Para Tiago, apesar dos importantes avanços do setor, ainda existem desafios estruturais e regionais que precisam ser vencidos, como regularização fundiária e limitações de garantias reais, que impedem, por exemplo, que o crédito alcanceCooperativismo impulsiona o crédito verde no primeiro dia da COP30 parte da Amazônia: “As cooperativas são essenciais porque são o principal canal de acesso do BNDES a pequenos negócios e operam com custo médio mais baixo que os bancos comerciais”, acrescentou.

Impactos do crédito Sicoob, Sicredi e Cresol trouxeram suas experiências para o debate. Danilo Macedo, superintendente de Relações Institucionais do Sicredi, destacou a expansão da instituição e sua atuação em energia renovável, inclusão produtiva e fortalecimento de comunidades. “Temos mais de R$ 12 bilhões financiados em energia solar. Crescemos de R$ 200 milhões em 2004 para R$ 37 bilhões em operações com o BNDES em 2024”, destacou. Danilo também ressaltou a relevância da inclusão de mulheres no crédito rural: “Trinta por cento dos financiamentos rurais vão para mulheres, com programas específicos de capacitação e empreendedorismo feminino”.

O gerente nacional do Sicoob, Gustavo Soares, reforçou o impacto do sistema sobre pequenos produtores e a força do cooperativismo de crédito nos territórios. “Atendemos mais de 600 mil produtores e liberamos R$ 55 bilhões em crédito rural. Também trabalhamos com a Embrapa em boas práticas agropecuárias, atuamos com comunidades indígenas, fortalecemos cadeias tradicionais e incentivamos o uso responsável do crédito”, destacou.

Jaap van Waalwijk van Doorn, gerente de Relações Internacionais da Cresol, por sua vez, apresentou resultados do microcrédito para agricultura familiar e do trabalho com bioeconomia amazônica. Ele salientou que a Cresol opera hoje com ativos de R$ 50 bilhões, mais de mil agências e forte presença territorial. “Somos top 3 no crédito para agricultura familiar, com R$ 7,6 bilhões e 117 mil contratos. Vamos financiar R$ 320 milhões em bioeconomia amazônica e incorporar 8 mil novos cooperados”, complementou. Para ele, a transição climática só ocorrerá com crédito acessível e apoio técnico contínuo. “Nascemos do cooperativismo de agricultores sem acesso ao crédito, e seguimos comprometidos com inclusão e sustentabilidade”, concluiu.

O painel também contou com participação da secretária de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércios e Serviços (MDIC), Júlia Cruz, que apresentou um programa piloto de desenvolvimento inclusivo em cadeias amazônicas. Ela defendeu que a transição sustentável só ocorrerá com inclusão econômica real. “Não há preservação da Amazônia sem inclusão social e renda local. Não se pode pedir que as pessoas Cooperativismo impulsiona o crédito verde no primeiro dia da COP30abandonem atividades predatórias sem oferecer alternativas econômicas sustentáveis e, para isso a parceria com o cooperativismo é fundamental. Cada cooperativa vai aprender a operar maquinário, fazer gestão financeira e criar reservas para garantir continuidade. É inclusão produtiva de verdade”, ressaltou.

Realidade Amazônica

Ainda na Agri Zone, o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol, participou do painel O Senar na AgriZone, promovido pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Em sua fala, ele salientou os desafios e as potencialidades do cooperativismo na Amazônia, especialmente em um contexto de limitações fundiárias e ambientais que dificultam o acesso ao crédito e a ampliação da produção sustentável.

Segundo ele, o Pará possui 82 cooperativas distribuídas em mais de 80 municípios, muitas delas atuando na recuperação de áreas degradadas por meio de sistemas agroflorestais. “Nossas cooperativas têm recursos e capacidade de investir, mas ainda enfrentam barreiras legais que impedem o crédito de chegar a quem produz. Não é falta de vontade nem de responsabilidade ambiental — é falta de garantias e de políticas públicas que compreendam a realidade amazônica”, afirmou.

Raiol também defendeu o fortalecimento das parcerias entre o setor cooperativo, o Sistema CNA/Senar e o governo federal e considerou que a COP30 deve deixar legados práticos para o desenvolvimento da região. “A Amazônia precisa de tecnologia, infraestrutura e segurança jurídica. O cooperativismo está pronto para fazer a sua parte e provar que é possível gerar renda e preservar ao mesmo tempo”, completou.

 

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