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Cooperação pela paz e justiça: como as cooperativas contribuem para o ODS 16

Entre tecidos, linhas e pontos, uma cooperativa de Roraima tem ajudado mulheres venezuelanas a costurar um novo futuro em território brasileiro, com capacitação, trabalho e esperança de recomeço. A atuação da Cooperativa de Empreendimento Econômico Solidário de Boa Vista (Coofecs) é um exemplo de como o cooperativismo brasileiro contribui para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 16, da Organização das Nações Unidas (ONU), que trata da promoção da paz e da justiça. 

Esse compromisso global aponta caminhos para sociedades pacíficas e inclusivas, o que inclui a garantia dos direitos dos migrantes, para que essas populações sejam tratadas com dignidade, protegidas da violência e discriminação, e tenham igualdade de acesso à justiça. 

Em parceria com a Organização Internacional para Migrações (OIM Brasil), agência da ONU, a Coofecs acolhe as mulheres venezuelanas no projeto “Empreendedores em movimento”, um curso gratuito de costura básica e industrial. Além de técnicas de reparo, confecção sob medida e produção de peças personalizadas, elas recebem uma máquina de costura no final, aprendem sobre direitos no Brasil e são integradas social e economicamente – conhecimento que as ajuda a costurar novas oportunidades e recomeçar a vida longe de seu país. 

“A cooperativa sempre buscou incentivar a autonomia das mulheres e atualmente, com a migração venezuelana, estamos focando no atendimento prioritário a essa população. Nas nossas turmas de capacitação, por exemplo, temos um profissional para traduzir as aulas e dar suporte a essas mulheres recém-chegadas no Brasil. Em sala de aula, elas são incentivadas a gerar renda para a família, acessar o mercado de trabalho e estudam mais sobre a valorização da mulher nos espaços e sua identidade”, explica a presidente da Coofecs, Maria dos Santos.

Segundo dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), dos 194.331 imigrantes que  entraram no Brasil em 2024, quase metade (48,7%) eram venezuelanos com solicitações de refúgio. Em Roraima, por onde a maioria dessa população chega ao território brasileiro, a atuação de cooperativas de diversos ramos tem ajudado a atenuar a crise humanitária provocada pelo deslocamento em massa do país vizinho. 

Além de atuar na capacitação profissional de refugiadas, a Coofecs colabora com outras iniciativas de apoio a imigrantes no estado, com ações voluntárias em projetos sociais e doação de alimentos para comunidades vulneráveis. “Nossa atuação na região fortalece os laços sociais e a solidariedade, o que é essencial para a paz e a inclusão”, destaca a gestora. 

Diversidade e propósito 

No oeste do Paraná, 831 imigrantes de diferentes partes do mundo encontraram na Frimesa Cooperativa Central mais do que um emprego. Vindos de países como Argentina, Paraguai, Uruguai, Venezuela, Colômbia, Haiti, Coreia, Senegal, Angola, África do Sul, Cuba, Líbano e Marrocos, eles são acolhidos em um ambiente de trabalho que valoriza a diversidade cultural e promove a integração.

“Cada colaborador, seja brasileiro ou imigrante, é parte essencial da nossa estratégia. Na Frimesa, crescer é gerar valor para todos – sem distinções, com cooperação, respeito e oportunidades reais”, afirma o presidente executivo da cooperativa, Elias José Zydek. 

A Frimesa oferece apoio aos trabalhadores estrangeiros desde a parte burocrática, com suporte documental e auxílio na legalização no Brasil, em parceria com o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). Para promover a integração socioeconômica dos colaboradores, a cooperativa garante salários justos e competitivos, com políticas que reconhecem desempenho e resultados, sem distinção de gênero, raça, religião ou origem.

Em outra iniciativa alinhada ao ODS 16, em busca da justiça e práticas éticas e transparentes, a coop aderiu ao Pacto Empresarial pela Integridade e Contra a Corrupção em 2023. No ano passado, reforçou seu compromisso ao integrar o Pacto Brasil pela Integridade Empresarial e o Pacto Global da ONU – Rede Brasil, consolidando sua postura pública contra a corrupção. 

Cooperativas e paz 

Uma das principais lideranças globais do cooperativismo, o ex-presidente do Sistema OCB e ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, afirma que o modelo cooperativo representa atualmente a maior força de inclusão social e paz no mundo. 

Segundo ele, ao garantir emprego, renda e dignidade, as cooperativas transformam realidades. “A exclusão social gera insatisfação, fomenta revoltas e pode levar ao colapso de sistemas políticos, econômicos e institucionais. Nesse contexto, o cooperativismo surge como uma ferramenta poderosa para reduzir desigualdades e promover a inclusão e a paz”.

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