Lideranças cooperativistas discutem cenário econômico em SC
Sistema OCB analisou cenário atual e reforçou o potencial transformador do movimento
O cooperativismo como força estratégica para o desenvolvimento econômico e social foi o foco da palestra apresentada por Débora Ingrisano, gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB, durante o Fórum de Lideranças Cooperativistas, evento realizado nesta quarta-feira (5), em Blumenau (SC). Promovido pelo Núcleo de Cooperativas da Associação Comercial e Industrial de Blumenau (Acib),
o fórum reuniu lideranças de diversas cooperativas da região para debater desafios, oportunidades e o futuro do setor.
Em sua apresentação, Cenário Econômico Atual – Impactos no Cooperativismo, Débora analisou tendências macroeconômicas, como inflação, taxa de juros e desempenho do PIB, e suas implicações diretas para os diferentes ramos cooperativos. “Vivemos um momento de cautela, mas também de oportunidades. Mesmo com juros altos e leve desaceleração do crescimento, as cooperativas seguem mostrando resiliência e protagonismo, especialmente por estarem próximas das pessoas e entenderem as demandas locais”, destacou.
Com base em dados do Ipea, FGV e Banco Central, a gerente explicou que o cenário atual impõe desafios importantes às cooperativas de crédito, consumo e serviços, o que exige planejamento estratégico e inovação. Por outro lado, o bom desempenho da agropecuária e a expectativa de redução gradual da inflação a partir de 2026 abrem espaço para crescimento sustentável. “A perspectiva é de que, em 2026, a inflação se aproxime da meta de 3%. A partir do momento em que o Banco Central sentir essa estabilização, deve começar a queda dos juros, um movimento muito positivo para todos os ramos do cooperativismo”, ressaltou Débora. “Com juros menores, há uma busca maior por crédito: as cooperativas de crédito poderão ampliar a oferta, e os demais ramos terão acesso a financiamentos mais baratos para investir em infraestrutura, tecnologia e pessoas.”
Outro ponto destacado foi o atual cenário de pleno emprego, com a taxa de desemprego em torno de 5,7%, considerada saudável para a economia. “Esse contexto reforça a importância de as cooperativas valorizarem seus mais de 550 mil colaboradores, mostrando que trabalham com propósito e geram impacto direto nas comunidades onde atuam”, completou.
O encontro também abordou a relevância das redes de intercooperação e da governança colaborativa como fatores-chave para o fortalecimento do movimento. Débora destacou que o cooperativismo brasileiro tem ampliado seu impacto, com mais de 4,3 mil cooperativas, 25,8 milhões de cooperados e R$ 757,9 bilhões em ingressos, conforme dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2025. “Quando olhamos para os números, percebemos que o cooperativismo brasileiro já é uma potência. Mas, mais que isso, ele é um modelo que inspira: mostra que é possível crescer com propósito, gerar riqueza com equidade e conectar prosperidade com sustentabilidade”, concluiu.
Além da palestra, o Fórum contou com painéis sobre o papel do cooperativismo no desenvolvimento de Blumenau e reconhecimentos ligados ao Ano Internacional das Cooperativas.