Coop 2025: encerramento do Ano Internacional conta novo pacto global
Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Social lança Contrato por uma Nova Economia Global
O encerramento do Ano Internacional das Cooperativas (AIC 2025), celebrado nesta terça-feira (04) em Doha (Catar), durante a Segunda Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Social (WSSD2), marcou um capítulo histórico para o cooperativismo global. Além da cerimônia, promovida pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI), o lançamento do Contrato por uma Nova Economia Global e da plataforma Cooperatives and Mutuals 50 (CM50), foram momentos que também destacaram o coop nesta semana.
Fabíola Nader Motta, gerente-geral da OCB, participou das atividades e destacou a relevância do momento. “O encerramento do Ano Internacional das Cooperativas é, ao mesmo tempo, um ponto de chegada e de partida. Chegada, porque consolidamos o reconhecimento do cooperativismo como força transformadora em escala global; e partida, porque a partir de agora o mundo espera de nós mais ação, mais inovação e mais cooperação efetiva”, afirmou.
Um marco global de cooperação
A cerimônia de encerramento integrou a programação oficial da Cúpula Mundial e reuniu chefes de Estado, ministros e
lideranças cooperativas dos cinco continentes. Entre os destaques, estiveram os discursos do presidente da ACI, Ariel Guarco, e de autoridades de países como Indonésia, Quênia, Chile, Marrocos e Zimbábue.
Também foram lançados a edição especial do World Cooperative Monitor dedicada ao AIC 2025 e a nova Estratégia Global da ACI 2026–2030: Praticar, Promover e Proteger, que estabelece metas e prioridades para consolidar o cooperativismo como pilar da economia social mundial.
O CM50 e o Contrato por uma Nova Economia Global
Formado pelas 50 maiores cooperativas e mútuas do planeta, o CM50 é uma aliança estratégica para dar escala, visibilidade e influência ao modelo cooperativo. Juntas, essas organizações representam centenas de milhões de membros e empregam milhões de pessoas em todos os continentes.
Inspirado pela energia do AIC 2025, o grupo apresentou o Contrato por uma Nova Economia Global, documento que propõe um novo pacto social e econômico. O texto convida governos, instituições multilaterais e a sociedade civil a reconhecer as cooperativas como parceiras essenciais na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A iniciativa é estruturada em cinco eixos estratégicos:
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Reconhecimento do modelo cooperativo nos planos nacionais e multilaterais de desenvolvimento;
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Acesso a financiamento sustentável e instrumentos de investimento inclusivos;
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Ambientes regulatórios favoráveis à inovação e à digitalização cooperativa;
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Fortalecimento da identidade e da governança cooperativa;
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Consolidação das cooperativas como catalisadoras dos ODS.
Para Fabíola, a aliança possui valor inestimável para o cooperativismo. “O CM50 representa uma nova forma de liderança global: colaborativa, comprometida e guiada por propósito. O Brasil faz parte desse movimento e está pronto para contribuir com soluções em sustentabilidade, segurança alimentar e inclusão produtiva”, destacou.
Plano de Ação 2026–2030: o legado do AIC
O Plano de Ação CM50 2026–2030 traduz as metas do Contrato Global em iniciativas concretas para os próximos cinco anos. O roteiro inclui projetos voltados à resiliência comunitária, inclusão financeira, digitalização democrática e formação de novas lideranças, com foco especial em jovens e mulheres.
Entre as iniciativas, estão o Fundo de Ação Cooperativa, a criação da plataforma digital Coop Cloud e o desenvolvimento de um MBA Global em Governança e Liderança Cooperativa. Esses programas serão acompanhados por uma Cúpula Global Anual, na qual serão avaliados os avanços e lançadas novas metas de impacto.
O documento também reforça o papel das cooperativas na reconstrução econômica pós-crises, no combate à desigualdade e na defesa da soberania alimentar e climática. Até 2030, o CM50 pretende ampliar sua adesão para mais de 120 membros.
“O cooperativismo brasileiro se orgulha de participar dessa construção coletiva. O encerramento do Ano Internacional deixa um legado de esperança e compromisso: mostrar que o mundo pode prosperar pela via da cooperação”, finalizou Fabíola.