‘‘O que deixaremos para o amanhã?’’, questiona superintendente do Sistema OCB/TO em lançamento do Dia C

Em 2018, 805 pessoas de 94 municípios de Tocantins saíram do estado buscando tratamento oncológico no Hospital do Câncer em Barretos, cidade de São Paulo, localizada a 1.335 quilômetros do estado tocantinense. O motivo da viagem de quase 17 horas de carro? Não há um hospital específico para o tratamento do câncer em Tocantins. Com o objetivo de mudar essa situação, centenas de voluntários se reuniram e, desde 2016, desenvolvem diversas ações com o foco na construção do conhecido Hospital de Amor. A partir de 2019, as cooperativas de Tocantins são convidadas a fazerem parte desse grupo e então sensibilizarem todo o estado para a construção do espaço que conta com quase 24 mil metros quadrados disponíveis.

A ideia de fazer parte dessa iniciativa surgiu da superintendente do Sistema OCB no Tocantins, Maria José Andrade. Segundo ela, essa é uma excelente oportunidade para que as cooperativas do estado pratiquem o princípio da intercooperação. ‘‘É o sexto ano que trabalhamos iniciativas voluntárias a partir do Dia C. Mas para esse ano meu convite é que as cooperativas se dediquem mais. Celebrar e promover ações pontuais é importante, mas pergunto: Como temos contribuído com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável? O que deixaremos para o amanhã?’’, questionou a superintendente ao realizar o convite aos participantes do lançamento do movimento Dia C no estado.

A construção do espaço já começou a sair do papel. De acordo com dados da coordenação do Hospital, em menos de três meses, o primeiro pavilhão já estará pronto. ‘‘Após esses noventa dias, temos a previsão de que o atendimento ambulatorial já estará disponível. Agora é o momento exato para levarmos para a sociedade a conscientização quanto aos benefícios que o Hospital de Amor irá trazer para Tocantins e região’’, reforçou o coordenador voluntário do hospital do amor, Leonel Dias. Para ele, quanto mais voluntários se dedicarem ao projeto, maior será a divulgação e a mobilização social. ‘‘Tenho certeza que uma parceria com as cooperativas do estado, e digo mais, do Brasil, poderão fazer a diferença nessa obra. O Hospital de Amor atende pacientes de vários lugares do país e os voluntários cooperativistas poderão salvar vidas com pequenas ações. Fico feliz em poder fazer esse convite, certo de que abraçarão a causa conosco’’, reitera o coordenador.

A partir de agora, os representantes das cooperativas irão se reunir com a Unidade no estado e pontuar quais serão os focos do trabalho durante o ano. A expectativa é que ao longo do ano sejam realizadas ações de sensibilização, distribuição de materiais informativos sobre prevenção cuidado com a saúde com o objetivo de arrecadar doações para a construção do Hospital.

 

Agradecimento

O presidente do Sistema OCB/TO, Ricardo Khouri, se mostrou confiante com o que se tornou o movimento no Estado e agradeceu aos representantes das cooperativas pelo trabalho desenvolvido. ‘‘É importante salientar que o cooperativismo tem duas dimensões: a econômica e a social. Somos seres humanos empreendedores por natureza e, por este motivo, essas dimensões devem estar em equilíbrio sempre. Precisamos estar vigilantes e entender que não adianta ter o lado econômico bem resolvido e sermos uma ilha de prosperidade se, ao redor, sermos um mar de miséria. Nosso trabalho é constante’’, disse.

Quem também esteve presente no evento foi o superintendente do Sistema OCB, Renato Nobile, que elogiou o trabalho realizado no estado. ‘‘Acredito que tão importante quanto ficar dentro dos indicadores e se apresentar bem economicamente, é mudar as comunidades ao nosso redor. Nossas cooperativas já assumiram a postura de agentes de transformação e é nesse espírito que pretendemos tornar o Brasil um país mais cooperativo. Só o cooperativismo tem a preocupação com a geração e distribuição de renda nos locais em que está inserido’’, pontuou o superintendente e continuou, ‘‘Queremos que até 2025 a sociedade enxergue o cooperativismo como um modelo de negócio íntegro, eficaz, que movimenta e economia e que transforma o mundo em um lugar mais justo para todos’’.

 

Organizações que transformam o mundo

Ao final do dia, os presentes participaram de uma palestra sobre Organizações que transformam o mundo, com a especialista em Responsabilidade Socioambiental, Giuliana Preziosi. A palestrante abordou assuntos como voluntariado corporativo, desafios do desenvolvimento sustentável e os princípios da responsabilidade social. Os representantes das cooperativas tiveram contato com a construção de projetos sociais, além de aprenderem na prática a diferença entre doação, filantropia, investimento social sustentabilidade.  

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