"Cooperativas precisam ser protagonistas da mudança que querem ver no mundo"
Em 2013, mais de 1,8 mil pessoas se uniram às cooperativas do Mato Grosso e iniciaram o Programa Dia de Cooperar. De lá para cá, este número aumentou cerca de 7% e, no ano passado, foram exatos 12.496 voluntários aliados a 81 cooperativas para beneficiar mais de 67 mil pessoas. Nesta segunda-feira, 27, os representantes dessas cooperativas, que idealizam os projetos feitos para transformar a realidade das comunidades mato-grossenses, estiveram reunidos e puderam conhecer mais sobre os avanços do Dia C.
Onofre de Souza Filho, presidente do Sistema OCB/MT, foi o responsável por abrir o evento e reforçou a importância da humildade na realização de um programa como esse. ‘‘Humildade é dar condições a você mesmo para participar do processo de aprender. Se você é humilde, você tem a capacidade de ter conhecimento e transformar, através da sua conduta, o mundo’’, ressaltou o presidente. Onofre lembrou que o ser humano deve ser feliz e a felicidade começa quando você pode mudar o meio em que vive. ‘‘Aqui nós temos cooperados fortes e é através dessa fortaleza que podemos mudar a nós mesmos e então mudar do lado de fora. O Dia C é uma proposta de coragem para saímos da inércia. O convite hoje é para que todos entrem nesse desafio e se unam a essa conduta para sermos também protagonistas da mudança’’.
Gilson Camboim, presidente da Cooperativa de Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto (Coogavepe), apresentou aos participantes o projeto de desenvolvimento sustentável Cidade Verde, que em 2016 foi premiado com o troféu de 1° lugar na categoria sustentabilidade do Prêmio SomosCoop. Segundo Camboim, a extração mineral causa um impacto visual muito grande, pois mesmo que não gere contaminação química no processo de extração, há muito manuseio do solo, o queassustou a sociedade no início. ‘‘Enfrentamos uma enorme resistência quando surgimos em 2008, porém em 2015, quando abraçamos o Dia de Cooperar, ficamos mais perto da comunidade e nossa relação mudou. Envolvemos secretarias do município, comércio local e colaboradores como voluntários. Com o tempo, a sociedade entendeu o trabalho e mudou a visão sobre o que fazemos e como podemos retirar do meio ambiente, mas também devolver para ele. São as pequenas ações como atividades de educação ambiental, distribuição de mudas de árvores nativas, ornamentais e frutíferas que mudaram o cenário significativamente. Trouxemos positividade ao nosso negócio através das atitudes sustentáveis visíveis’’, comemorou Camboim.
Mato Grosso é mais um dos Estados do país que coopera com a evolução e crescimento do programa. Adair Mazzotti, superintendente do Sistema OCB/MT, trouxe a importância do Estado nos números nacionais. ‘‘Mato grosso tem 2,4% de cooperativas brasileiras e idealiza ações e projetos sociais há muito tempo. Às vezes, nossos números parecem pequenos, mas de forma proporcional, estamos fazendo nossa parte. Com o tempo, mais cooperativas aderem ao Dia C, pois aprendem que compartilhar está ligado a cooperar’’.
Este é o caso da Cooperativa de Cotonicultores de Campo Verde (CooperFibra), que participa do Dia C pela primeira vez em 2017. ‘‘Chegamos aqui com uma ideia totalmente assistencialista e com as palestras e depoimentos, podemos perceber que o foco estava errado. Hoje, fomos colocados à prova para participar do programa com uma estrutura capaz de ter continuidade. O desafio é grande, mas vamos participar e apoiar alguns dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável com nosso trabalho’’, disse Maria Elaine, analista de marketing da cooperativa.
Ao final do lançamento, os participantes participaram de uma Oficina de Capacitação para aprender a cadastrar os projetos no site do Dia de Cooperar. Vanessa Pacheco, analista de Promoção Social do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop Nacional), explanou cada detalhe necessário para que o cadastramento seja realizado da forma correta. ‘‘As cooperativas precisam entender que preencher os dados no site com precisão nos ajuda a computar o número de ações pontuais e projetos estruturados que são realizados. Dessa forma, ao final do ano podemos dar o retorno do possível crescimento nos números com agilidade e também calcular quais projetos atendem determinados ODS’’, enfatizou Vanessa.