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Notícias ESG

Seminário debate mineração do Norte de Mato Grosso

A relevância do setor de mineração no Estado do Mato Grosso motivou a Federação das Cooperativas de Mineração de Mato Grosso (Fecomin) e a Companhia Matogrossense de Mineração (Metamat) a promover diálogos entre cooperativas, empresas, governos, agência reguladora, pesquisadores e especialistas para discutir pautas e propostas envolvendo todas as escalas de produção e os novos padrões de sustentabilidade voltados à mineração. Neste ano, a 3ª edição do Seminário de Mineração do Norte de Mato Grosso, foi realizado entre os dias 19 e 21 de julho, em Guarantã do Norte.

O evento teve ainda a parceria do Sistema OCB-MT e o apoio da Prefeitura Municipal de Guarantã, Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), Agência Nacional de Mineração (ANM) e Serviço Geológico Brasileiro (SGB-CPRM). As cooperativas de crédito Sicredi e Sicoob patrocinaram o evento, além de empresas do setor mineral.

A atividade garantiu R$ 6,2 bilhões aos cofres do estado no último ano. Gera, ainda, 150 mil empregos diretos e indiretos e está presente em 80 dos 141 municípios do Mato Grosso. Na abertura do seminário, o presidente da Fecomin e coordenador da Câmara Temática de Minerais do Sistema OCB, Gilson Camboim, destacou os bons frutos que mais um evento sobre o tema certamente trará. “Novas oportunidades de negócios serão ocasionadas, assim como serão realçadas as oportunidades já traçadas. Também teremos cada vez mais afinado o diálogo entre empresas e pequenos garimpeiros com desenvolvimento sustentável e respeito às comunidades onde estão as lavras”, destacou.

O diretor da Agência Nacional de Mineração, Guilherme Santana, agradeceu o convite de Gilson Camboim para participar e se disse satisfeito com a evolução da atividade. “Estou muito feliz em ver o que aconteceu com as cidades e com as áreas de exploração. Em 2007, presenciamos vários conflitos como o da empresa que tinha requerido toda a região para atuar levando os garimpeiros para a ilegalidade. Começamos então a fazer um Censo e trabalhar pela legalidade e sustentabilidade desses garimpos. Outra boa notícia é que vamos lançar no dia 30 de agosto um edital de leilão de áreas voltado para as garimpeiras, com critérios sociais, onde grandes corporações ficarão de fora”, informou.
 

Painéis

O painel, Desafios do Licenciamento ambiental da pequena mineração, ESG e ODS contou com esclarecimentos do analista técnico e econômico do Sistema OCB, Alex dos Santos Macedo, que também participou no painel Certificação no Cooperativismo Mineral. No primeiro, Alex abordou as ações da Mineração Artesanal em Pequena Escala (Mape) e as boas práticas de governança, meio ambiente e social (ESG).

“Entre 70% e 80% dos trabalhadores da Mape atuam na informalidade. Em 2017, 88,2% das minas brasileiras eram de micro e pequeno porte. Então, essa é uma atividade de importância social gigantesca quando falamos de inserção social e trabalhadores, pois em todo mundo, pessoas recorrem à mineração como meio de subsistência”, declarou.

Alex pontuou que a Mineração Artesanal e em Pequena Escala (Mape) no Brasil tem características de informalidade, conflitos sociais e ambientais, exploração de depósitos de pequeno porte ou pequeno valor econômico, baixo aporte de capital, pouca tecnologia no processo produtivo, trabalho intensivo em mão de obra, dificuldade no acesso a mercados formais e padrões de saúde e segurança insatisfatórios.

“Essas características, em processos de licenciamento ambiental afetam o setor como um todo. Os problemas tecnológicos, por exemplo, são decorrentes de ausência de políticas públicas voltadas à ciência e tecnologia para desenvolver inovações para a pequena mineração”, acrescentou.

Linha do tempo ESG

O analista apresentou, em slide, uma linha do tempo que demonstrou que as discussões para o setor vêm acontecendo desde 1962, mas que ganhou força em 1972, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou a Conferência para o Meio Ambiente e discutiu o Manifesto Ambiental, com os 19 princípios para melhorar a vida no planeta. Alex avaliou a evolução das discussões até o ano de 2004, quando a ONU questionou investidores sobre a alocação de recursos em empresas que seguem padrão de sustentabilidade. “Nestes critérios já eram levadas em consideração as questões ambiental, social e de governança. Hoje vemos uma série de mercados favoráveis a quem está dentro desta tendência”, disse.

Segundo Alex, toda agenda ambiental e ESG se aplica no setor de mineração. “Na governança é preciso ter rastreabilidade, para saber como o minério foi retirado; combater a corrupção e lavagem de dinheiro, priorizar a diversidade, a equidade e ser transparente. Na questão social, entre outros aspectos, é preciso verificar como essa cooperativa ou empresa está conectada com sua sociedade, com seu funcionário e com outros empreendimentos locais. Se ela está atenta à saúde e segurança ocupacional, ao combate à exploração sexual e ao trabalho infantil, à coexistência com outras empresas de forma conciliadora e também à diversificação econômica para desenvolver a pós atividade”, exemplificou.

Já na parte ambiental, o analista pondera que o impacto positivo está no bom uso da energia, no tratamento de rejeitos, na redução de emissão de gases, na preservação da biodiversidade, e na recuperação de áreas degradadas, entre outros. “Se não cumprirmos estas questões poderemos ter problemas não só no licenciamento ambiental, mas com nossa imagem diante dos atores interessados na atividade como comunidades, empresas, mídia e principalmente quem financiará, que pode estar olhando com base nesta lente e pode recuar caso não sejam cumpridos esses relatórios de sustentabilidade”, recomendou.

Certificação

No painel Certificação no Cooperativismo Mineral, Alex apresentou a palestra O Papel da Governança na Certificação Mineral. Ele provocou reflexões sobre controle de produção, regularização, certificado de origem e comercialização. “Conseguimos atestar desde a ponta, lá no garimpo, até a joalheria, a origem desse minério? Se não, há falhas nesses processos. Por isso, a importância da gestão e governança das cooperativas. Quando falamos de governança, falamos do coração da organização. A cooperativa está ali para defender o direito de propriedade dos sócios, a boa gestão da organização e garantir os objetivos sociais e econômicos da cooperativa”, disse.

O analista apresentou dados do estudo elaborado pelo Sistema OCB Diagnóstico da Gestão das Coops, que apontam, em termos de gestão e governança, que as cooperativas minerais estão com status em 58%, neste quesito. “As maiores falhas estão na relação com os cooperados, com indicador de 66%. Muitos não estão com o cadastro atualizado na cooperativa, ou não participam do capital social, ou das decisões. É preciso observar também se esta cooperativa está realizando assembleia regularmente e registrando as atas das reuniões na junta comercial. É preciso mais transparência. Estas e outras reflexões são na verdade uma série de oportunidades para melhorar os processos de certificação”, avaliou Alex.

Ele reforçou que estas mudanças são importantes, sobretudo, para que “quando a certificadora for averiguar, perceba que a cooperativa tem processos que atestam o controle da produção”.  Ele explicou que há hoje três modelos organizacionais das cooperativas minerais: no primeiro, os cooperados comercializam direto com o mercado; no segundo, a produção é toda comercializada por meio da cooperativa; e, no terceiro, o comércio é efetuado tanto pelo cooperado, como pela cooperativa.

“Isso pode acarretar problemas como ações trabalhistas, processos tributários e sonegação. Além de descaminho, dificuldade na rastreabilidade, geração de multas ambientais e até perda de licença. É importante investir na certificação para controle de produção e garantia de origem. Com isso, há maior possibilidade de ampliar a arrecadação das coops (com taxas de administração) e do poder público (com tributos) e acessar mercados diferenciados que pagam mais pelo minério extraído de forma responsável. Isso melhora a imagem e reputação da organização”, assegurou.

Para além das melhorias da gestão e governança das coops, Alex sinalizou os principais desafios para otimizar o setor, como a atualização da Lei 7.805/89, da Permissão de Lavra Garimpeira (PLG); do Estatuto do Garimpeiro; a criação das notas fiscais eletrônicas; cadastro de compradores e vendedores; fortalecimento das capacidades institucionais e maior interação dos órgãos governamentais.

Além de gestão e governança, o seminário também trouxe debates sobre escala de produção e os novos padrões de sustentabilidade, em especial, no garimpo do ouro. O encontro encerrou os trabalhos com visita técnica dos participantes nas áreas de garimpo e mineração, em Guarantã do Norte, região conhecida pelo depósito de ouro e prata em pórfiro.

Para conferir todos os painéis de seminário basta acessar o canal da Fecomin.

Cooperativas debatem Plano Safra 22/23 com representantes do Mapa

O Sistema OCB participou de fórum virtual com a presença de cooperativas agropecuárias e do Secretário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Bastos e do Diretor da SPA Wilson Araújo, nesta terça-feira (5). O tema abordado foi o Plano Safra 22/23 anunciado na última semana pelo Governo Federal. O presidente Márcio Lopes de Freitas fez a abertura e agradeceu aos representantes pelo empenho e dedicação ao construir, considerando as demandas do cooperativismo, um Plano Safra positivo.

“Quero salientar o empenho do Mapa, mas também do Ministério da Economia ao ouvir as demandas cooperativistas. Representamos 54% da produção agrícola do país e com este plano será possível continuar mantendo a safra brasileira. Mais importante que debater o plano lançado é enxergarmos as tendências para construirmos um ambiente para que nossos cooperados continuem produzindo com competitividade e abundância”, ressaltou.

Guilherme Bastos também agradeceu o emprenho do Sistema OCB no processo de construção do plano. “Este plano com o montante de quase R$ 341 bilhões é um patrimônio do Ministério graças ao empenho de todos os setores envolvidos. Segundo ele, há a necessidade de se trabalhar em uma peça orçamentária plurianual, que detenha dinâmica para negociar a equalização.

A respeito dos programas de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), Bastos destacou que continuam sendo prioridades do Ministério e que novas frentes estão sendo trabalhadas para ampliar o leque de opções de fomento. O secretário também anunciou que já há renovação de entendimento junto aos organismos internacionais sobre as linhas de financiamento para iniciativas que estão adequadas ao plano, a exemplo do ABC+, que trata das metas para reduzir emissões de gases do efeito estufa.  

O diretor Wilson Araújo ressaltou a sustentabilidade dentro da atividade agro brasileira. “Todas as tratativas sobre programas de investimentos e linhas de financiamento estão em harmonia com os conceitos de ESG [meio ambiente, social e governança]. Fizemos estudos esmiuçando dados e chegamos ao resultado de que 46% do que é financiado pelo Plano Safra está de acordo com as políticas de sustentabilidade. De R$ 260 bilhões, R$ 122 bilhões são do financiamento ESG”, ponderou.

Araújo também destacou a relevância das cooperativas de crédito na distribuição dos recursos. “Neste plano há participação maior das cooperativas de crédito na distribuição dos recursos equalizáveis”, reforçou.

O coordenador do Ramo Agro do Sistema OCB, Luiz Roberto Baggio, reconheceu o esforço realizado pelo Mapa durante a estruturação do plano reforçou a necessidade de que os diálogos junto aos formuladores de políticas públicas sejam mantidos mesmo após a divulgação do Plano Safra 2022/2023, no intuito de que sejam buscados aprimoramentos possíveis ainda com a safra vigente, assim como o desenho para o próximo período.    

Plano Safra -  Com o montante de R$ 340,88 bilhões, o Plano Safra 22/23 anunciado no último dia 29, teve aumento de 36%, se comparado ao ano anterior. Deste valor, R$ 94,6 bi são para investimentos; R$ 53,61 para o Pronaf; e R$ 6,19 bi para o Programa ABC. O Pronaf terá taxa de juros de 5% para produção de alimentos e produtos oriundos da sóciobiodiversidade e 6% para os demais produtos. Já o Pronamp contará com o volume de R$ 43,75%, com juros de 8% ao ano. O PCA, que financia investimentos para construção ou ampliação de armazéns conta com R$ 5,13 bilhões, com taxas de juros que variam entre 7% e 8,5%.

Confira a notícia completa sobre o lançamento do Plano Safra 22/23, que contou com a participação do Sistema OCB.

Manaus sediará 2ª etapa de seminário sobre inovação e sustentabilidade

Na próxima quarta-feira (6), às 10h, acontece em Manaus a 2ª Etapa do Seminário de Inovação e Sustentabilidade no Cooperativismo. O evento é uma parceria entre o Sistema OCB, o  
Canal Rural e a OCB/AM para debater os caminhos que as cooperativas do Brasil vem adotando para cumprir as metas assumidas para alcançar a neutralidade de carbono e outros ativos ambientais. 

Os assuntos tratados estão em consonância com o que foi indicado durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2021 (COP26). O seminário será realizado na sede do Sicoob Uniam e poderá ser acompanhado por meio do perfil no Youtube do Canal Rural. 

“Essa parceria de longa data com o Canal Rural sempre rendeu bons frutos. Agora, de forma muito especial, vamos discutir no epicentro da sustentabilidade, que é a Amazônia, as inovações e ações sustentáveis para o meio ambiente, para a economia e para o desenvolvimento social. Convido a todos a acompanharem”, ressalta o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas. 

Entre os temas que serão abordados nesta segunda etapa estão a regulamentação dos créditos de carbono e como participar desse mercado; os critérios e fontes de recursos para o financiamento de projetos sustentáveis, econômicos, sociais e ambientais; e cases de inovação e sustentabilidade na Região Norte. 

Outras duas etapas do seminário serão realizadas em Minas Gerais (3/8) e no Distrito Federal (24/8). 

Nova métrica contribui para valorar efeito de metano no aquecimento global

Estudo com análise sobre nova métrica para emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), principalmente para o gás metano, foi publicado pelo Observatório de Bioeconomia, do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A análise leva em conta a métrica sugerida pelo Painel Internacional Sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e também o Acordo de Paris, que definiu uma meta limite de aumento da temperatura global até 1,5º C acima dos níveis pré-industriais, ao invés do volume de emissões dos GEE, até 2050.

A nova métrica de conversão do metano é denominada de Global Warming Potential Star (GWP*) ou Potencial de Aquecimento Global Estrela em português. Ela é baseada na variação das emissões ao longo do tempo (ao invés da emissão anual) e considera os impactos em diferentes momentos da permanência do gás na atmosfera, afetando diretamente a atividade pecuária. Representa ainda um menor potencial para o aquecimento global se comparado com outras métricas oficiais como a GWP100, onde são considerados os gases que permanecerão 100 anos na atmosfera.

Segundo o estudo da FGV, o gás metano (CH4) é o segundo gás de efeito estufa presente na atmosfera, sendo responsável por 17,6% das emissões globais. Já o dióxido de carbono (CO2) representa 74,4%. O esforço global está na neutralidade do metano, pois o ciclo de vida do gás na atmosfera tem duração média de 12 anos, enquanto o CO2 permanece por 100 anos. Então, a redução de metano na atmosfera simboliza um método mais rápido de frear o aumento da temperatura do planeta.

O cooperativismo apoiou o estudo que ajuda a comprovar a sustentabilidade da agropecuária brasileira. Saiba mais no site Cooperação Ambiental.

Manaus recebe 2ª Etapa do Seminário de Inovação e Sustentabilidade

Em parceria com o Canal Rural e apoio da OCB/AM, o Sistema OCB promoveu a 2ª Etapa do Seminário de Inovação e Sustentabilidade no Cooperativismo, nesta quarta-feira (6), em Manaus. O objetivo da série de encontros é refletir sobre os caminhos que as cooperativas brasileiras vêm adotando para cumprir as metas assumidas para alcançar a neutralidade de carbono e de outros ativos ambientais. Os temas dos painéis estão em consonância com o que foi indicado durante Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2021 (COP26). 

O presidente do Sistema, Márcio Lopes de Freitas, ressaltou o simbolismo da realização do debate na Amazônia. “É muito importante estarmos discutindo sustentabilidade e inovação dentro do cooperativismo, mas também é muito especial debater esses temas no epicentro da sustentabilidade, que é a Amazônia. Temos capacidade de nos organizar e estratégia para fazer um desenvolvimento cada vez mais sustentável nos negócios com inovação, tecnologia e boas governanças cooperativas. Assim, vamos construir um mundo melhor para os nossos descendentes”, afirmou. 

Já o presidente da OCB/AM, José Merched Chaar, declarou que o cooperativismo sustentável do estado desmistifica algo que parecia longínquo. “O mercado de crédito de carbono é especialíssimo para nós que sabemos como preservar a floresta. Temos aqui 98% da floresta intacta, então vamos encontrar uma equação para que a floresta continue sendo preservada e os guardiões sejam reconhecidos por isso”, considerou. 

Além da regulamentação dos créditos de carbono, os convidados debateram sobre fontes de recursos para o financiamento de projetos sustentáveis, econômicos, sociais e ambientais. Foram apresentados os cases de inovação da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta), no Pará, com seu sistema de plantio agroflorestal, e da Cooperativa Agroextrativista do Mapiá e Médio Purus (Cooperar), de Boca do Acre (AM), que concilia trabalho e renda das comunidades ribeirinhas com a preservação e conservação da floresta no cultivo do cacau.  

O Secretário de Estado da Produção Rural, Petrucio Pereira, concordou com Meched no que diz respeito a mais garantias financeiras aos protetores da floresta. “O caminho é manter nossa floresta em pé e oferecer condições dignas aos seus guardiões. Além disso, somos o grande produtor de agro sustentável e de bioenergia, que são outros ativos valorosos”. 

O diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas (IDAM), Tomás Igo Sanches, apresentou dados do órgão e salientou que o órgão vem atuando em 62 municípios para avançar com as inovações para melhor atender os produtores.  

A coordenadora do Programa Floresta+Amazônia, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Andreia Bolzon, destacou o compromisso do programa com as gerações futuras e que outros fundos de organismos internacionais podem ser abertos para projetos de sustentabilidade no país. Ela também reforçou que continuam abertas as inscrições para o Programa Floresta+Conservação deste ano, até 31 de julho.  

“Projetos que articulem as questões sociais, ambientais e econômicas merecem reconhecimento porque possuem compromisso com as próximas gerações. O Floresta+Amazônia já recebeu mais de 100 milhões de dólares, por meio do Fundo Verde para o Clima (GCF), para pagamentos diretos aos produtores da Amazônia sustentável. Queremos alcançar um valor maior para a manutenção do excedente de floresta nativa. Queremos incentivar também projetos de bioeconomia e preservação, bem como inciativas que inovam na recuperação e preservação de mata nativa”, destacou. 

Uma mensagem do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, também foi exibida durante o seminário. Ele falou sobre a Política Nacional de Crédito de Carbono regulamentada por meio do Decreto 11.075/22. “Seremos a maior economia verde do mundo. O Brasil é protagonista em destravar essa agenda e, com esse decreto, já regulamentamos o mercado nacional. É um brasileiro criando receita de crédito de carbono para vender a quem precisa compensar. Temos capacidade de gerar crédito com custo menor e com diversas fontes. O mercado nacional regulado traz a tranquilidade necessária para se exportar esses créditos”. 

O diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Bruno Laskowsky, fez sua consideração inicial sobre a parceria entre o banco e a OCB e seguiu com exposições sobre linhas de créditos e outras formas de fomento para projetos de economia de baixo carbono. 

“O Brasil tem uma posição invejável quando se trata de matriz energética, isso nos dá uma vantagem no chamado Custo Brasil para fazer negócios. A economia verde é um bônus que temos naturalmente. No BNDES, temos um portfólio com mais de 160 projetos de concessões em parques e em áreas de conservação. São linhas de crédito de garantias, serviços e fundos de investimento. Há soluções financeiras para o agro, para o microcrédito, para iniciativas de baixo carbono, para o fundo de clima e outros serviços. Temos também uma visão estratégica para fomentar o mercado cooperativista na área de desenvolvimento sustentável”, concluiu. 

Mais duas etapas do seminário estão previstas na parceria firmada entre o Canal Rural e o Sistema OCB. Elas serão sediadas em Minas Gerais (3/8) e no Distrito Federal (24/8). Para rever o evento completo da etapa Manaus, clique aqui

Governo anuncia R$ 340 bi para o Plano Safra 22/23

Em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, o governo federal lançou nesta quarta-feira (29/06) o Plano Safra 2022/2023, com R$ 340,88 bilhões para apoiar a produção agropecuária nacional até junho do próximo ano. O valor reflete um aumento 36% em relação ao Plano anterior.

Do total de recursos disponibilizados, R$ 246,28 bilhões serão destinados ao custeio e comercialização, uma alta de 39% em relação ao ano anterior. Outros R$ 94,6 bilhões serão para investimentos (+29%).  Os recursos com juros controlados somam R$ 195,7 bilhões (alta de 18%) e com juros livres R$ 145,18 bilhões (alta de 69%). O montante de recursos equalizados cresceu 31%, chegando a R$ 115,8 bilhões na próxima safra.

O evento contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro, dos ministros Marcos Montes (Agricultura), Paulo Guedes (Economia), do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto e do presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, além de diversos parlamentares e representantes de entidades da cadeia produtiva no Brasil.

Plano Safra - Presidente Sistema OCB

Em seu discurso, o presidente Márcio destacou a importância do crédito rural para o agronegócio nacional e para a segurança alimentar do mundo. “O agro continua sendo o principal motor da economia nacional. É indiscutível que um dos eixos fundamentais para o alcance de resultados cada vez mais positivos é o adequado desempenho do crédito rural no país. O fomento ao agro brasileiro via políticas públicas não pode ser visto apenas como uma questão setorial, mas sim, como garantia da produção e fornecimento alimentar, tanto no âmbito doméstico quanto no global, principalmente em momentos de desafios como os impostos atualmente”.

O dirigente também ressaltou a importância das cooperativas no cenário agro brasileiro. “Por sua atuação predominante junto aos pequenos e médios produtores, as cooperativas agropecuárias prestam grande contribuição à promoção de justiça social por meio da maior distribuição de renda, pela produção econômica coletiva e por seu envolvimento com as comunidades onde atuam, motivo de serem legítimas beneficiárias do crédito rural. Já as cooperativas de crédito garantem capilaridade à distribuição dos recursos, atuando prioritariamente junto aos pequenos produtores e possibilitando o adequado acesso ao financiamento de suas atividades”.
 

O ministro da Agricultura, Marcos Montes, afirmou que o agro tem conquistado o reconhecimento merecido também nas políticas públicas. “É um protagonismo há tempos aguardado e que agora estamos conseguindo conquistar. O Plano Safra 22/23 traz um conjunto de recursos capaz de atender as necessidades do setor produtivo em suas mais diversas necessidades, com um montante expressivo e juros abaixo dos praticados pelo mercado”. 

Já o presidente Jair Bolsonaro, lembrou a relevância do agro brasileiro no cenário mundial. “Nosso agro, muitas vezes criticado, mas tão essencial para todos nós. E o Brasil é um exemplo para o mundo em produtividade, além de protagonista da segurança alimentar”, declarou. 

Principais destaques do novo Plano Safra:

  • Montante de R$ 340,88 bilhões (+36%)
  • R$ 94,6 bi para investimento (+29%)
  • R$   53,61 bi para o Pronaf (+36%)
  • R$ 6,19 bi para o Programa ABC (23%)

Articulação

O Sistema OCB participou ativamente do processo de construção do Plano Safra, apontando as principais demandas das cooperativas em diversas reuniões com os ministérios da Agricultura e da Economia, e também com o Banco Central. “Nosso esforço focou na ampliação dos recursos disponibilizados, na priorização das linhas de investimento, na equalização da taxa de juros e no ajuste de normas operacionais, sempre com a contínua preocupação de manter as bases do modelo atual de financiamento rural, fundamental para que o país possa continuar produzindo e alimentando nossa população e a do mundo”, explicou o presidente Márcio.

Fortalecimento de pequenos e médios

Os produtores pequenos e médios continuam sendo prioridade no Plano Safra, com aumento da disponibilidade de recursos de custeio e taxas de juros favoráveis.

Os recursos para os pequenos produtores rurais tiveram um acréscimo de 36%. Serão destinados R$ 53,61 bilhões para financiamento pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com juros de 5% ao ano (para produção de alimentos e produtos da socio biodiversidade) e 6% ao ano (para os demais produtos).

Para o médio produtor, no âmbito do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), foram disponibilizados R$ 43,75 bilhões, um aumento de 28% em relação à safra passada, com juros de 8% ao ano.

Outro destaque foi o aumento das subexigibilidades do Pronaf e do Pronamp, que passou de 22% e de 28% para 35%, respectivamente, refletindo a prioridade do Plano Safra para os pequenos e médios produtores.

Sustentabilidade

O incentivo a técnicas sustentáveis de produção agropecuária também são destaque. O Programa ABC, que financia a recuperação de áreas e de pastagens degradadas, a implantação de sistemas de integração lavoura-pecuária florestas e a adoção de práticas conservacionistas de uso, manejo e proteção dos recursos naturais, contará com R$ 6,19 bilhões. As taxas de juros serão de 7% ao ano para ações de recomposição de reserva legal e áreas de proteção permanente e de 8,5% para as demais.

Além do Programa ABC, o Plano Safra prevê o incentivo à utilização de fontes de energia renovável. Outra novidade é o financiamento de remineralizadores de solo (pó de rocha), que tem o potencial de reduzir a dependência dos fertilizantes importados.

Também será mantida a priorização do programa Proirriga, que contempla o financiamento de todos os itens inerentes aos sistemas de irrigação, inclusive infraestrutura elétrica, reserva de água e equipamento para monitoramento da umidade no solo. Serão disponibilizados R$ 1,95 bilhão, maior aumento de recursos entre os programas de investimento (+44%), com carência de três anos e prazo máximo de reembolso de 10 anos.

Inovação

Por meio de programas como o Inovagro, o novo Plano Safra disponibiliza recursos para o incentivo à inovação tecnológica e para investimentos necessários para a adoção de boas práticas agropecuárias e de gestão da propriedade. Na próxima safra, o Inovagro terá R$ 3,51 bilhões em recursos, com juros de 10,5% ao ano.

Entre os financiamentos previstos no Plano Safra 2022/2023 estão os investimentos relacionados a sistemas de conectividade no campo, softwares e licenças para gestão, monitoramento ou automação das atividades produtivas, além de sistemas para geração e distribuição de energia produzida a partir de fontes renováveis.

Pesca e Aquicultura

O Ministério da Agricultura também vem trabalhando para ampliar a inserção da pesca no crédito rural, com o fortalecimento do apoio à comercialização de produtos da pesca e da aquicultura e o acesso a financiamentos de investimento nas áreas de inovação e modernização das atividades pesqueiras.

Armazéns

O Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), que financia investimentos necessários à ampliação e à construção de novos armazéns, terá R$ 5,13 bilhões disponíveis na próxima safra, com taxas de juros de 7% ao ano para investimentos relativos à armazenagem com capacidade de até 6 mil toneladas, e de 8,5 % ao ano para os demais investimentos. O prazo de reembolso é de até 12 anos, com carência de até 3 anos.

Neste ano, foi instituído um limite de financiamento de R$ 50 milhões para investimentos relativos a armazenagens de grãos. Para o armazenamento dos demais itens, o limite continua sendo de R$ 25 milhões.

Clique aqui para conhecer todos os detalhes do plano. 

Cooperativas celebram Dia C 2022 neste sábado

Cooperativas celebram Dia C 2022 neste sábado

Transformar realidades para melhor é uma das premissas do cooperativismo. O interesse pela comunidade e pelas pessoas é demonstrado diariamente nas ações e atividades desenvolvidas pelas cooperativas.

Unidas, elas também investem em projetos específicos e voluntários que contribuem para minimizar os efeitos da desigualdade social e promover cidadania entre os beneficiados. É o movimento Dia de Cooperar, mais conhecido como Dia C, que envolve iniciativas planejadas pelas cooperativas durante todo o ano.

E, todo ano, no primeiro sábado de julho, as cooperativas brasileiras, apoiadas pelo Sistema OCB, festejam os resultados do Dia C com eventos sociais realizados simultaneamente em todo o país, a partir de ações de responsabilidade social e voluntárias que incluem prestação de serviços, difusão de diversas culturas e recreação nas áreas de saúde, educação, meio ambiente e outras, para as comunidades onde estão inseridas.

“O Dia C é uma data para incentivar práticas de voluntariado e confirmar o compromisso do cooperativismo com a construção de um mundo mais justo, equilibrado e próspero. Nosso papel é disseminar a importância do movimento e aproveitar esta data para demonstrar à sociedade um pouco do que o cooperativismo faz, diariamente, para melhorar a vida das pessoas e preservar o meio ambiente”, destaca o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.

Como evento nacional, o Dia C já totaliza mais de 14 mil iniciativas que beneficiaram 24,8 milhões de pessoas. Em 2021, foram 5,1 milhões de pessoas atendidas com as mais de duas mil iniciativas e ações realizadas por 2.579 cooperativas e seus mais de 145 mil voluntários. Ao todo, 1.411 munícipios registraram a força do voluntariado cooperativista.

Para este 2 de julho, depois de dois anos de pandemia e de eventos realizados de forma virtual, o Dia C volta ao formato presencial com uma programação diversificada. Os eventos estão confirmados em onze estados: Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Rondônia. Além das capitais, as ações também serão realizadas em inúmeros municípios Brasil a fora.

Os estados do Amapá, Amazonas, Maranhão, e Paraíba também realizarão seus eventos de celebração pelo Dia C, mas em outras datas ainda a serem divulgadas.

 

Programação:

  • Em Belo Horizonte, capital mineira, as comemorações serão na Praça da Assembleia, entre 9h e 13h. O Sistema Ocemg vai oferecer uma manhã recheada de música, cultura, brincadeiras e conteúdo sobre o voluntariado do movimento cooperativista. Coral infantil, grupo de dança, performance circense e orquestra compõem a parte cultural, enquanto em outros pontos serão ofertados serviços de aferição de pressão, massagem e exposição de produtos e serviços das coops mineiras.
  • No Distrito Federal o evento será celebrado na Escola Classe 1, da Cidade Estrutural, entre 9h e 13h. O Dia C da capital espera atender mil pessoas e contará com tendas e palco para realização de oficinas; apresentações culturais, como contação de histórias e quadrilha; recreação infantil; prestação de serviços de assessoria contábil, jurídica; de saúde; bem-estar e beleza.
  • No Espírito Santo, a celebração será na Grande Vitória, entre 8h e 13h, no bairro José de Anchieta. Serão oferecidos serviços médicos, de educação financeira, corte de cabelo, orientação jurídica e profissional, além de atendimento do juizado itinerante da Lei Maria da Penha. Também estão previstas palestras e orientações educativas de trânsito, técnicas de alongamento e primeiros socorros. Entre as atrações para os pequenos estão previstas apresentações de teatro, pula-pula, tobogã, cama elástica, cabine de fotos, pintura de rosto e bola mania. Serão distribuídos cachorro-quente, pipoca, churros, algodão doce, picolé e refrigerante.
  • Em Goiás, o evento será no Jardim Botânico de Goiânia entre 9h e 13h. Embora a comemoração vá oferecer serviços, ações de educação e lazer, o foco será em ações de sustentabilidade ambiental. Terá ponto de coleta de materiais para reciclagem e a composição de um orquidário no parque, com 90 plantas de 60 espécies diferentes de orquídeas, além de um grande roseiral, com 262 tipos de rosáceas - cada uma representando uma cooperativa de Goiás. 
  • No Mato Grosso do Sul, a celebração da capital Campo Grande será no Parque Tarsila do Amaral, entre 13h e 18h, com atendimentos de saúde, bem-estar e beleza; assessoria jurídica e financeira; esporte e recreação; apresentação cultural e outras ações. Outras 20 cidades do estado também receberão ações voluntárias das cooperativas como Dourados, Corumbá, Três Lagoas, São Gabriel do Oeste, Angélica, Naviraí, Novo Horizonte do Sul e Nova Andradina.
  • Pará escolheu uma semana inteira para promover ações em benefício de suas comunidades. Entre os dias 2 e 8 de julho, a comunidade santarena contará com atendimento médico, serviços de higiene e beleza, lazer e atividades ecológicas e educacionais. Terá ainda prestação de serviços de assistência social e outros serviços úteis à população como doação de cestas básicas e de sangue.
  • No Paraná, a Ocepar fez parceria com a Rede Paranaense de Comunicação (RPC) e o evento receberá cobertura especial na TV, que divulgará ações das cooperativas do estado no programa Estúdio C, que vai ao ar a partir das 14h40. Entre as ações previstas estão recreação, esporte e lazer; arrecadação de roupas, alimentos, leite, materiais de higiene pessoal e produtos de limpeza; conscientização sobre cuidados com a saúde, meio ambiente, vida financeira, doação de sangue e medula óssea; incentivo à educação e leitura; inclusão social de novos imigrantes; consultas e exames (visual, odontológico, laboratoriais), além de revitalização e reformas (plantio de árvores, doação de mudas, pintura de escola). Em Curitiba, o Sistema Ocepar já vem promovendo, desde 27 de junho, arrecadação de alimentos não perecíveis, fraldas geriátricas, sapatos, roupas, mantas e cobertores, para serem distribuídos.
  • Em Pernambuco, as comemorações serão em Petrolina, a partir das 8h. As cooperativas ofertarão para a comunidade café da manhã, doação de 12 ares-condicionados ao Hospital Apami, palestra sobre o sétimo princípio do cooperativismo e dinâmicas de solidariedade.
  • No Rio Grande do Norte, a celebração será na sede da ONG Atitude Cooperação, que fica na Avenida Capitão-Mor Gouveia, bairro Felipe Camarão, na capital, entre 8h e 12h. A comunidade vai desfrutar de atrações culturais e também de serviços médicos, odontológicos, aplicação de vacinas e consultas com especialistas em finanças.
  • Em Rondônia, a comemoração será realizada na Escola Estadual de Ensino Nova Brasília, em Ji-Paraná, entre 9h e 13h. A expectativa da organização é atender 800 pessoas com serviços de emissão de documentos, atendimento médico, odontológico e jurídico, cortes de cabelo, atividades recreativas e apresentações culturais.

Estudo analisa nova métrica sobre emissão de gases de efeito estufa

O Observatório de Bioeconomia, do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgou em seu boletim análise (4/22) sobre nova métrica para emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) sugerida pelo Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas (IPCC). O estudo da fundação também leva em consideração o Acordo de Paris, que definiu uma meta limite de aumento da temperatura global até 1,5º C acima dos níveis pré-industriais, ao invés do volume de emissões dos GEE, até 2050. O coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, Marco Morato, declarou que organização apoiou o estudo e que as cooperativas já atuam para diminuir os impactos ambientais nas atividades agropecuárias. “Este estudo sobre métricas de medição de metano na pecuária e seus distintos impactos orientam melhor a agropecuária brasileira sobre os reais desafios para a descarbonização do setor”. Segundo Morato, as cooperativas agro já possuem inúmeras atividades que promovem a sustentabilidade na agropecuária brasileira, como: atividades práticas de recuperação de pastagens, sistemas de integração lavoura-pecuária-florestas, a produção de bioinsumos e a realização de manejo de resíduos da produção animal”, avalia Morato. Segundo o boletim da FGV, o gás metano (CH4) é o segundo gás de efeito estufa presente na atmosfera, sendo responsável por 17,6% das emissões globais. Já o dióxido de carbono (CO2) representa 74,4%. O esforço global está na neutralidade do metano, pois o ciclo de vida do gás na atmosfera tem duração média de 12 anos, enquanto o CO2 permanece por 100 anos. Então, a redução de metano na atmosfera simboliza um método mais rápido de frear o aumento da temperatura do planeta. A nova métrica de conversão do metano é denominada de Global Warming Potential Star (GWP*) ou Potencial de Aquecimento Global em português. Ela é baseada na variação das emissões ao longo do tempo (ao invés da emissão anual) e considera os impactos em diferentes momentos da permanência do gás na atmosfera, afetando diretamente a atividade pecuária. Representa ainda um menor potencial para o aquecimento global se comparado com outras métricas oficiais como a GWP100, onde são considerados os gases que permanecerão 100 anos na atmosfera. O arroto do boi A atribuição da métrica com a pecuária está atrelada à fermentação entérica, mais conhecida como arroto do boi, que representa 19% das emissões de GEE, no mundo, e 2% no Brasil. O estudo da FGV considera, de acordo com a nova métrica, que até 2030 a emissão de metano pelos rebanhos retornariam aos níveis da década de 1980 e permaneceriam neste patamar até 2050. Com a métrica GWP100, o potencial de aquecimento seria 1,95 vezes superior. Outro ponto tratado no documento é o aumento da produtividade pecuária com a redução de rebanho. Isto se daria em um cenário em que os animais ganhariam mais peso, em menos tempo. Então, o volume produzido de carne animal demandaria menor rebanho e, por consequência, menos emissão de metano por parte deles. Com isso, de acordo com o estudo, a pecuária brasileira não teria implicações na temperatura do planeta, uma vez que a redução de gado já atingiria a neutralidade climática em 2040. Como destacado por Morato, o estudo também versa sobre as boas práticas para a mitigação das emissões de metano. Os especialistas da FGV, Talita Priscila Pinto, Cicero Zanetti de Lima, Camila Genaro Estevam, Eduardo de Morais Pavão e Eduardo Delgado Assad sinalizam que a adoção de manejo de dejetos e biodigestores, bem como a qualidade da dieta animal para ganho de peso vivo e redução do tempo de abate atrelados ao uso de tecnologias “podem reverter o papel da pecuária nas mudanças climáticas”.

Energia Distribuída: fórum debate desafios e oportunidades

O Sistema OCB participou do Fórum de Energia Cooperativa, evento realizado nos dias 8 e 9 de junho pela Confederação Alemã das Cooperativas (DGRV). O objetivo foi debater os desafios e as alternativas para o crescimento do setor no Brasil, em especial, no que tange a cobrança de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Produtos (ICMS) sobre a energia produzida e consumida pelas cooperativas. O encontro reuniu representantes de cooperativas e instituições de apoio no país.

O coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, Marco Morato, fez a moderação do painel Inovação social em energia e oportunidades nos resíduos agropecuários, além de comandar palestra como tema Apresentação de projetos e ações com as cooperativas de energia renovável. Segundo Morato, esse diálogo do movimento cooperativista é essencial para o avanço de políticas públicas que reconheçam o potencial do movimento na geração e distribuição de energia limpa.

 “O Fórum promoveu o debate dos principais desafios das cooperativas, que vão desde a organização do setor, adoção de ações de compliance e necessidade de um trabalho efetivo para a desoneração da atividade, principalmente na esfera tributária. O Sistema OCB tem muito a contribuir tanto na capacitação destas cooperativas, como em questões institucionais para avançar na desoneração da atividade", reforçou Morato.

A abertura do evento foi realizada pela diretora da DGRV-Brasil, Camila Japp e o primeiro painel abordou O movimento internacional da energia cooperativa. O debate destacou pessoas que atuam no centro da transição energética, com relato de experiências no mundo. Já o painel Ecossistemas de negócios das cooperativas de energia na Alemanha trouxe casos típicos das experiências alemãs no setor e potenciais lições para as cooperativas de energia brasileiras.

Outro tema de destaque no fórum foi o compartilhamento de produtos e serviços entre as cooperativas para o alcance de economia de escala, incluindo as tecnologias dos softwares de gestão. O aprimoramento da Resolução Normativa da ANEEL 482/12, que, entre outras medidas, permite ao consumidor brasileiro gerar sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis também foi explorado, assim como as oportunidades de negócios entre União Europeia e Brasil para a economia de baixo carbono; e a geração compartilhada no planejamento energético nacional.

O fórum salientou, ainda, discussões sobre o impulsionamento na diversidade de geração de energia compartilhada, a defesa dos interesses do movimento cooperativista; as oportunidades no hidrogênio verde para as cooperativas de energia renovável; a sustentabilidade do modelo de negócios cooperativista; os desafios e oportunidades; e o conhecimento e disseminação da plataforma Energia.Coop.

Em reuniões temáticas foram debatidos, além da questão do ICMS, os modelos inclusivos mais comunicação, mais crédito; e a intercooperação e centralização. Ao final do evento, o grupo tomou a decisão de se constituir uma federação representativa para atuar em defesa dos interesses destas cooperativas, bem como compartilhar soluções com elas.

Sistema OCB participa de webinar sobre cooperativismo e sustentabilidade

O Sistema OCB participou, na quinta-feira (2), de evento promovido pelo Observatório de Bioeconomia da Fundação Getúlio Vargas (FVG) que debateu as estratégias do cooperativismo para o desenvolvimento sustentável. No evento, moderado pelo pesquisador Daniel Vargas, o coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, Marco Olívio Morato, destacou que o modelo de negócios cooperativista está um passo à frente em termos de sustentabilidade, pois atende as premissas de ser ecologicamente correto, socialmente justo e economicamente viável.

“O cooperativismo tem sido um dos indutores de tecnologias e soluções sustentáveis há anos. Somos referência em programas de sucesso como adoção de tecnologias de sequestro e baixa emissão de carbono, na recuperação de nascentes e matas ciliares, em ações que transformam passivos ambientais em energia renovável e biofertilizantes”, afirmou Morato. Ainda segundo ele, “essas ações corresponderem aos anseios do movimento, das comunidades e principalmente do mercado”, acrescentou.

Três cooperativas foram convidadas a apresentar projetos de sucesso em sustentabilidade durante o evento: a Cooperativa Lar Agroindustrial, do Paraná; a Cooperativa de Produtores Rurais (Coopercitrus), que abrange São Paulo, Minas Gerais e Goiás, e a Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta), do Pará.

Exemplos

A apresentação da Lar detalhou como são realizados os trabalhos de assistência técnica e capacitação desenvolvidos e, ainda, sobre o protagonismo da cooperativa quando se trata de biodigestores e aproveitamento de dejetos. O presidente Irineo Rodrigues reforçou que o biogás é o vetor de descarbonização do agronegócio e que a Lar já recebeu prêmios por seu projeto sustentável que prevê a emissão zero de carbono até 2060.

“Nossas práticas buscam e alcançam melhor qualidade da água, do ar, de energias renováveis e gestão de resíduos. São mais de 150 nascentes recuperadas em propriedades de associados, procedimentos de logística reversa, de reciclagem de embalagens, de aproveitamento de dejetos para a geração de energia. Essa integração de atividades gera muita matéria-prima que, com o devido tratamento, como é o caso dos biodigestores, permite uma destinação correta e a produção de energia limpa”, explicou.

Irineu destacou ainda que o inventário elaborado pela Lar para definir metas e prazos para redução de emissão de carbono é o principal método utilizado por seus associados. “Temos o Programa de Inovação e o Lar e Associados, mas nessa temática, o Prêmio Lar Sustentabilidade é o que reconhece as melhores práticas sustentáveis. Neste caminho, o próximo passo a conquistarmos seria o pagamento por serviços ambientais”.

A Coopercitrus foi representada pelo presidente do Conselho de Administração, Matheus Marinho, que pontuou que a sustentabilidade é um pilar estratégico dentro da cooperativa. Ele atribui o sucesso à criação da Fundação Coopercitrus Credicitrus, que recebe investimentos ocasionando mudanças significativas para os cooperados.

“Na Fundação, temos três pilares base: educação para o agro, onde ofertamos graduação em big data e outro curso técnico em agronegócio – aberto para a sociedade. O segundo é o meio ambiente, com equipe técnica que vai ao campo trabalhar com recuperação de matas ciliares, nascentes, projetos de fixação de carbono no solo e mais uma gama ampla de ações desenvolvidas pelo do time da fundação. O terceiro pilar é utilizar a tecnologia de máquinas e implementos a céu aberto, para que o produtor possa caminhar e ver as soluções desenvolvidas para cada situação, bem como o que está alinhado com sua necessidade, com seu nível tecnológico”, afirmou.

A Camta é referência no que diz respeito à sustentabilidade econômica e ambiental a partir do Sistema Agroflorestal de Tomé-Açú (Safta). O Safta contribui para o fim do uso de fogo na escala produtiva, permeando a cultura de baixo carbono; para a geração de emprego, renda e qualificação por conta da necessidade de mão de obra para o manejo das variadas culturas. Segundo o coordenador do Núcleo Agroflorestal de Pesquisa Aplicada da cooperativa, Raul Monteiro, o Safta é um piloto de larga escala.

“Nosso triturador como opção para queima já ganhou premiação da ONU como tecnologia de grande impulso para sustentabilidade. Temos 500 hectares de terra para expansão da produção agroflorestal, estruturação da patrulha mecanizada, agricultura sem queima e fábrica de fertilizantes para otimizar o uso do resíduo da agroindústria. Nossa tecnologia reduz em cinco vezes os gases de efeito estufa. Nosso projeto junto à Embrapa para mecanização e expansão do Sistema da Camta, que vai até 2026, vai nos ajudar a superar limitações e dar continuidade na pesquisa aplicada em agricultura sem queima. Isso agrega valor ao desenvolvimento sustentável e também gera mais rentabilidade aos cooperados, além de replicar tecnologias da agricultura biológica, diminuindo a dependência de insumos externos”, ressaltou.

Agenda

O evento contou também com as considerações do coordenador da FGV Agro e ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Ele se mostrou satisfeito com as apresentações e destacou a agenda da sustentabilidade tem estimulado as inovações no campo. “Diversas e importantes ações de inovação e sustentabilidade são lideradas por cooperativas de várias regiões Brasil. São experiência diversificadas e exitosas. Então, esse tipo de encontro traz luz sobre como a sustentabilidade pode se tornar fonte de renda e riqueza para o produtor brasileiro”.

O ex-ministro também agradeceu o apoio do Sistema OCB, ao Observatório da FGV e sugeriu a promoção de um congresso brasileiro de cooperativas e sustentabilidade para divulgar amplamente os modelos expostos durante o webinar.

Manual detalha criação de comitê de mulheres nas cooperativas

O Comitê Nacional de Mulheres do Sistema OCB Elas pelo Coop quer aumentar a participação feminina no movimento cooperativista. Reunindo pautas estratégicas e prioritárias, o Manual de implantação de Comitês de Mulheres nas Cooperativas traz os sete princípios de empoderamento da ONU Mulheres.

Manual do Comitê Nacional de Mulheres do Sistema OCB Elas pelo Coop

O documento constrói o passo a passo para implementar o comitê de mulheres dentro de uma cooperativa, detalhando desde o planejamento até a formação continuada. O manual relata sobre os espaços ocupados por elas no âmbito da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) e também dentro do Sistema OCB, que reúne a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a Confederação Nacional das Cooperativas (CNCoop) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop).

O presidente Márcio Lopes de Freitas, destaca que a iniciativa é fundamental para colaborar com o crescimento e fortalecimento do movimento no país. “Nossa obrigação é construir alicerces sólidos para um processo permanente e natural de ocupação de espaços pelas mulheres. Para que isso aconteça, precisamos viabilizar o acesso às ações de desenvolvimento pessoal e profissional. Só assim elas poderão, cada vez mais, colaborar com o crescimento sustentável das coops. Este manual é mais um passo para fomentarmos a participação feminina em cargos de decisão”.

A Coordenadora do Comitê Nacional de Mulheres, Jamile Guimarães, instiga as cooperadas a participarem do projeto. “Marcamos presença no movimento cooperativista como a força que move o mundo e que gera sustentabilidade. Representamos quase metade dos cooperados do Brasil e temos ocupado a cada dia novas posições, em especial, de lideranças. Nossa base sólida é o que nos dá segurança de uma colheita certa. Precisamos nos capacitar para conquistarmos mais espaços. Topam o desafio?”, indagou.

A superintendente Tânia Zanella, destacou que a instituição está alinhada às demandas da sociedade com estratégicas de igualdade de gênero. Segundo ela, o manual é mais uma solução para que a inclusão aconteça na prática. “Vamos em busca de mais espaço e oportunidade para continuarmos contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico e impactando positivamente comunidades onde atuamos. Já está mais que provado que, com isso, todo mundo ganha. É na diversidade que o coop mostra sua força”, frisa Tânia.

Cooperativa Camta, referência em sustentabilidade, recebe visita da Apex

O Sistema OCB e a Apex-Brasil realizaram, nesta semana, visita à Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta), no Pará. A agenda é mais uma ação da parceria entre a OCB e a Apex que, desde 2020, têm por objetivo promover negócios comerciais e qualificação das coops do agro para exportação. Com 93 anos de atuação, a Camta é referência no que diz respeito à sustentabilidade econômica e ambiental a partir do Sistema de Agroflorestal de Tomé-Açú (Safta), no qual as culturas semeadas convivem em harmonia, dividindo terreno umas com os outras e também com a floresta nativa. 

Os resultados da visita técnica apontam que a renda da Camta é contínua se observados o curto, médio e longo prazo, a garantia de venda dos produtos, a ausência de desmatamento, e o cultivo em áreas desmatadas que, por consequência, auxilia na recuperação da biodiversidade na região. Isso porque o sistema agroflorestal mantém o solo úmido e fértil, respeita o clima, não empobrece o solo e aumenta a produtividade. As entidades avaliaram ainda que sistema agroflorestal adotado pela Camta tem sido fundamental para que a cooperativa alcance patamares cada vez maiores.  

Cássio Akahoshi, da Apex, visita plantações da Camta

Os analistas observaram ainda que o Safta contribui ainda para o fim do uso de fogo na escala produtiva; gera emprego, renda e qualificação por conta da necessidade de mão de obra para o manejo das variadas culturas; adota tecnologia adequada ao Custo Amazônia; fortalece a economia local; e reaproveita os resíduos sólidos e líquidos para produzir fertilizantes organominerais. 

Em resumo, o Safta, não apenas possibilitou a diversificação da produção como também reduziu consideravelmente a incidência de pragas e doenças, além de recuperar a biodiversidade, com sustentabilidade e ampliação de mercados.  

Sobre a Cooperativa - A Camta foi fundada em 1929 por imigrantes japoneses e, hoje, conta com 172 cooperados, somados a mais de 1,8 mil produtores familiares. O Safta é um modelo exclusivo de agricultura sustentável, baseado na vivencia dos povos ribeirinhos e seu policultivo. Em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) - após ser selecionada em edital – a Camta pretende expandir a tecnologia já utilizada, que evita em mais de cinco vezes a emissão de gases poluentes. 

A cooperativa comercializa dentro e fora do país polpas pasteurizadas (sem uso de conservantes) de abacaxi, pitaya, açaí, caju, acerola, cupuaçu, goiaba, graviola, manga, maracujá, morango, murici e taperebá. Além de geleias, óleos vegetais, pimenta-do-reino e amêndoas de cacau. Atualmente, a cooperativa fornece seus produtos para a Argentina, Japão, Estados Unidos, Alemanha, França e Israel. 

As certificações como Orgânico Brasil, USDA, Agricultura Orgânica, Kosher e JAS, validam sua credibilidade no ramo das exportações.  Em 2019, obteve o selo de Indicação Geográfica (IG) para o cacau, que comprova que o produto é genuíno e possui qualidades particulares, ligadas à sua origem. O desafio atual é a obtenção da certificação ISO 22000 - Gestão de Segurança de Alimentos para atender alguns países com restrições pela ausência do selo. 

O Selo IG rendeu, em números, à Camta, em 2019, 145 toneladas de cacau dentro do país e 376 toneladas do cacau especial (meijii) para o mercado internacional. Estas vendas representaram um faturamento de quase R$ 5 milhões, só com o cacau. No mesmo ano, o açaí em polpa também representou uma das maiores demandas da cooperativa, que exportou 182 toneladas para o Japão e outras 32 toneladas para a Alemanha. 

 

Cooperativas de MT atendem mais de 300 mil famílias no Dia C

Cooperativas de MT atendem mais de 300 mil famílias no Dia C

Trabalho social é realizado ao longo de todo o ano e culmina em uma grande ação simultânea que acontece em todo o país


Ações sociais realizadas simultaneamente por 148 cooperativas em Mato Grosso resultaram no atendimento de 372.965 pessoas no ano passado. A estatística é referente ao Dia de Cooperar, também conhecido como Dia C, data reservada para dar visibilidade a uma ação antes silenciosa e que marca a relação direta entre as instituições e o desenvolvimento não só econômico, como humano dos locais onde estão instaladas.
O superintende do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo em Mato Grosso (Sescoop/MT), Adair Mazzotti, explica que as cooperativas são criadas geralmente em prol de uma demanda econômica local, porém a sua sustentabilidade está diretamente ligada ao ambiente e a empatia com a região onde estão instaladas, já que o objetivo principal é o desenvolvimento da comunidade como um todo.
Desde que Mato Grosso aderiu ao Dia C, que é uma campanha nacional, o número de pessoas diretamente atendidas teve um acréscimo de mais de 2 mil % em 8 anos. Conforme os dados, em 2013, eram 12.549 pessoas e, em 2021, chegaram a mais de 300 mil.
O número de pessoas dispostas a ajudar – entre cooperados, funcionários das cooperativas e comunidade em geral - também cresceu 1.400% em todo o Estado, passando de 1.844, em 2013, para 29.318, em 2021.
 Mazzotti explica que já faz parte da atuação das instituições as campanhas, cuja meta é o retorno social e que, com a pandemia, foi necessário focar ainda mais nos trabalhos.
Todos os anos, há uma grande diversidade de projetos nas áreas de assistência, sustentabilidade e qualificação durante o Dia C, que acontece no 1º sábado de julho. Porém, em 2021, a maior parte dos trabalhos foi direcionado ao combate à fome por conta do empobrecimento da população em decorrência da pandemia do covid-19.
Apenas a Sicredi Grandes Rios, com sede em Colíder (650 km de Cuiabá), conseguiu arrecadar mais de 70 toneladas de alimentos, que foram distribuídas para famílias carentes com o apoio do governo do Estado e instituições de caráter assistencial.
O gerente de Desenvolvimento do Cooperativismo do Sicredi Grandes Rios, Valter Souza, conta que foi um trabalho emocionante que tomou conta de todas as cidades de abrangência da cooperativa em Mato Grosso e no Pará. Uma verdadeira rede de compaixão ao próximo.
Em Mato Grosso, a meta do Sicredi Grandes Rios era arrecadar 10 toneladas e houve uma superação em 600%. Um volume que atendeu todas famílias cadastradas pelas instituições de caridade parceiras e ainda houve um percentual sobressalente que gerou uma redistribuição.
Devido à pandemia, foram estabelecidos pontos de coleta pela cidade e alguns mutirões nos bairros. Depois, os materiais eram separados, ensacados e levados para as entidades que entregavam no sistema drive thru.
“Era uma verdadeira corrente humana formada pelos voluntários na hora de carregar os caminhões. A cesta ia passando de mão em mão até chegar na carroceria”, afirmou Valter.
O gerente explica que a região foi altamente impactada porque muitos moradores eram profissionais liberais, tinham pequenos negócios ou trabalhavam em estabelecimentos comerciais que não sobreviveram aos impactos da covid-19. Desta forma, muitas famílias que estavam em ascensão ou organizadas ficaram empobrecidas.
“Nós sabemos que a doação não vai resolver de imediato a situação, mas queremos que todos saibam da existência da solidariedade e empatia por parte de toda a comunidade”, avalia Valter.

Ensinando valores


Os integrantes da Cooperativa dos Profissionais de Educação de Sinop (Coopersino) também atuaram na ação e, na avaliação de Daucia Marcone, conseguiram demonstrar à sociedade os valores do cooperativismo.
Ela conta que a ação solidária foi impressionante, principalmente por conta dos voluntários. “Foi encantador ver as pessoas entregando seu tempo, no sábado, para contribuir com a separação de alimentos e formação das cestas. Nossa estimativa era atender 20 famílias e conseguimos chegar a 60”, relatou Marconi.
Agora, para este ano, a cooperativa pretende se manter na atividade, que já faz parte das discussões da semana pedagógica da escola e conta com a colaboração de todos na construção.

Encontro com SomosCoop

O movimento SomosCoop ganhou destaque nesta sexta-feira (17) no programa Encontro com Fátima Bernardes, da Rede Globo de Televisão. A jornalista e apresentadora afirmou que o cooperativismo traz impactos positivos para toda a sociedade e descreveu alguns dos benefícios que o modelo de negócios oferece. 

 

“O cooperativismo tem um grande potencial econômico. Ele gera emprego e renda para o país. Para se ter uma ideia, só no Brasil, as cooperativas geram mais de 450 mil empregos e contribuem com a renda e finanças de 17 milhões de cooperados. No campo, as cooperativas contribuem com metade da produção agro brasileira. Além disso, durante a pandemia, as cooperativas de saúde fizeram a diferença, atendendo 18 milhões de brasileiros espalhados por todo país”, afirmou. 

Fátima também apresentou o vídeo da campanha SomosCoop que tem como embaixador o tenista Gustavo Kuerten, ídolo do esporte brasileiro e ressaltou ainda o potencial social do cooperativismo. 

“Guiadas por princípios, como o do interesse pela comunidade, as cooperativas trazem muitos impactos positivos nos locais onde estão inseridas. Há várias iniciativas, como programas de educação financeira, movimentos de solidariedade e ações que promovem a sustentabilidade. Isso só para citar alguns exemplos. Além disso, o dinheiro permanece na comunidade gerando um ciclo virtuoso de crescimento local”. 

Fátima concluiu sua fala afirmando que escolher o cooperativismo é uma escolha consciente, seja como cooperado ou como consumidor e que os produtos e serviços de cooperativas estão no nosso dia a dia. Ela ainda convidou todos a conhecerem mais sobre o cooperativismo e o movimento SomosCoop pelo site https://www.somos.coop.br/.

Para conferir o destaque do Encontro na íntegra acesse: https://in.coop.br/somoscoopgshow

BNDES divulga linha Finame Baixo Carbono

Brasília (01/12/21) – O BNDES divulgou nesta semana, a linha Finame Baixo Carbono para aquisição de equipamentos com maiores índices de eficiência energética ou que contribuam para redução da emissão de gases de efeito estufa.  

A divulgação da linha faz parte de uma estratégia do BNDES para colaborar com a adoção de tecnologias que possibilitem o alcance da neutralidade de carbono nos diversos setores da economia brasileira.  

São itens financiáveis, por exemplo: sistemas de geração de energia renovável, aquecedores solares, ônibus e caminhões elétricos, híbridos e movidos exclusivamente a biocombustível e demais máquinas e equipamentos ambientalmente mais eficientes. Todos os produtos devem ser novos, de fabricação nacional e credenciados no Credenciamento Finame (CFI) do Sistema BNDES.  

Assista ao vídeo no canal do Youtube do BNDES, e saiba tudo sobre a nova linha de financiamento: https://youtu.be/rt52e7ecidc.  

 

INICIATIVAS COOP DE BAIXO CARBONO 

No início de novembro o movimento cooperativista foi destaque no Espaço Brasil na COP26, em Glasgow, onde foram apresentados cases de cooperativas brasileiras que colaboram para o alcance da neutralidade de carbono. O cooperativismo está um passo à frente em ações e soluções nesse sentido. Para conhecer os principais cases e o manifesto em relação aos desafios apresentados COP26, acesse: www.cooperacaoambiental.coop.br

Cooperativismo: produção sustentável não é utopia

Cooperativismo: produção sustentável não é utopia

Brasília (12/11/2021) - “O cooperativismo brasileiro é referência em sustentabilidade e um exemplo que deve ser reconhecido, valorizado e replicado”. Essa foi uma das afirmações de destaque feitas pela gerente-geral da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Fabíola Nader Motta, durante apresentação de painel sobre o tema Brasil Verde no estande Glasgow da COP 26 na manhã desta sexta-feira (12). Em sua fala, Fabíola ressaltou uma vez mais que o Brasil pode ser protagonista na construção de uma economia de baixo carbono e que, unindo esforços com outros países, é possível deter o avanço do aquecimento global.
 
Para mostrar a força do cooperativismo na produção sustentável, a gerente-geral utilizou como principal exemplo o caso da Cooperativa Agrícola Mista Camta, localizada em Tomé-Açu no Pará, e a história de Hajime Yamada, imigrante japonês hoje com 94 anos que chegou ao local em 1929. A história de vida de Yamada se confunde com a da cooperativa fundada em 1931 e que, desde meados da década de 1970, viu a região crescer e se desenvolver cada vez mais com a implantação do Sistema Agroflorestal de Tomé-Açú (Safta).
 
“O senhor Yamada aprendeu com os povos ribeirinhos, os nativos que vivem nas margens dos rios da Amazônia, que as árvores não sobrevivem sozinhas na floresta. Elas precisam uma das outras e de outros tipos de plantas e vegetais para crescerem e se fortalecerem. E esse aprendizado foi fundamental para o desenvolvimento desse sistema depois que os agricultores da região viram sua principal cultura, a pimenta do reino, ser completamente devastada por uma praga”, explicou Fabíola.
 
Com o Safta, atualmente, continuou ela, o açaí, o cacau, a mandioca e a pimenta do reino, entre outras culturas, convivem em harmonia, dividindo terreno umas com os outras e também com a floresta nativa. “São cinco mil hectares nos quais as plantas de uma cultura servem de adubo para o crescimento e fortalecimento das outras. O sistema agroflorestal mantém o solo úmido e fértil, respeita o clima e a biodiversidade local, não empobrece o solo e aumenta a produtividade”.
 
Entre os resultados alcançados pela Comta, Fabíola citou a recuperação total da área degradada com o tempo e a redução da emissão dos gases de efeito estufa em até cinco vezes quando comparada com outros sistemas da região. “A Camta transformou a região e gera impactos positivos para mais de 10 mil pessoas, além de seus 800 associados. Sua produção é exportada para vários países e, além disso, a cooperativa conta com uma agroindústria que produz polpas de frutas, geleias, sorvetes e óleos vegetais. O cacau, inclusive, recebeu o selo de produto das Olimpíadas em Tóquio 2020”.
 
Foto: Daniela Luquini / Mapa

 

Energia limpa

Outro exemplo de sucesso apresentado por Fabíola é o da energia limpa e renovável gerada por meio de pequenas centrais hidrelétricas, usinas fotovoltaicas e biomassa. “Já conseguimos produzir mais de 316 megawatts de energia renovável nas mais de 540 iniciativas de cooperativas distribuídas por todo o país”, destacou.
 
A gerente-geral também citou um projeto da unidade estadual da OCB em Minas Gerais, a Omceg, que inaugurou neste mês 30 usinas fotovoltaicas e pretende chegar a 100 em 2022 com o programa Minas Coop. “Um ponto importante a ressaltar é que parte dessa energia limpa é doada para entidades filantrópicas da região, atendendo, inclusive, um dos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) propostos pela ONU. Além disso, o projeto trabalha ao mesmo tempo três pilares: o econômico, o social e o ambiental”.
 
Fabíola destacou ainda a importância do Código Florestal Brasileiro, reconhecido como uma das legislações mais modernas e eficazes para a preservação ambiental da atualidade, o Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono) e a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais como iniciativas que precisam ser reconhecidas e incentivadas não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.
 
“Para que as metas propostas sejam atingidas é fundamental que tenhamos recursos financeiros, capacitação, equipamentos e assistência técnica. O Brasil ainda tem muito a avançar, mas não podemos deixar de reconhecer as iniciativas de sucesso já implantadas pelo governo e essas três são exemplos extremamente positivos e para os quais o cooperativismo contribui efetivamente”, concluiu.
 
O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, destacou a força do cooperativismo na busca de soluções coletivas e que trabalham a união de forças para fazer a diferença. “É o que o Brasil e outros países estão fazendo aqui na COP 26. Nosso país é uma potência capaz de transmitir tecnologias importantes e o cooperativismo é um deles. Levar esse conceito e exemplos do que o cooperativismo vem desenvolvendo para outros países, com certeza, tornará o mundo mais forte e unido”.
 
Para conferir a apresentação completa da OCB na COP 26, acesse o link: https://youtu.be/owVhXaBERmY?t=298.
 
E, para saber mais sobre os projetos de sustentabilidade das cooperativas com resultados sólidos e positivos, bem como o posicionamento do setor sobre a importância da preservação ambiental, acesse o site da OCB dedicado ao tema em www.cooperacaoambiental.coop.br.

Mercosul une forças contra o aquecimento global

Essa é a primeira vez que os quatro países integrantes do bloco unem esforços em favor da busca de soluções comuns e efetivas para o problema da mudança do clima Um dos legados da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26) é a rearticulação dos países do Mercosul em torno da agenda ambiental. Esse movimento sinaliza para o mercado que as boas práticas em sustentabilidade vão contar muito para o sucesso dos negócios. As cooperativas interessadas em exportação devem estar bem atentas a esse novo momento, já que o Mercosul segue na expectativa de fechar um acordo de livre-comércio com a União Europeia e os compromissos ambientais são peça-chave nessa negociação. Além do Brasil, são membros efetivos do bloco Argentina, Paraguai e Uruguai. Até a COP26, o Paraguai se articulava em torno do debate sobre meio ambiente por meio da Associação Independente da América Latina e Caribe (Ailac). A partir de agora, também fará parte dos esforços liderados pelo Mercosul para discutir a questão no âmbito internacional. O anúncio do novo grupo negociador sobre mudança climática do Mercosul foi realizado dia 11 de novembro, durante a reunião dos ministros do Meio Ambiente em Glasgow, na Escócia. Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil destacou que “essa é a primeira vez que os quatro integrantes do Mercosul unem esforços em favor da busca de soluções comuns e efetivas para o problema da mudança do clima”. Os países que integram o bloco terão como um dos principais desafios acompanhar, de forma conjunta, os repasses prometidos pelos países desenvolvidos para combater os efeitos das mudanças climáticas nos países mais pobres ou em desenvolvimento. A ativação do mercado de crédito de carbono está no topo das prioridades da agenda. O Brasil liderou as negociações que resultaram na aprovação da proposta de criação do mercado global de carbono. O país pode se tornar um grande exportador de créditos. Para isso, é fundamental a preservação da floresta nativa e a mudança da matriz energética. Pesquisas indicam que, em 2030, as transações em torno do crédito de carbono podem movimentar US$ 167 bilhões ao ano. ECONOMIA VERDE O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, acredita que o Mercosul deu um enorme e importante passo na direção da economia verde. “Isso é fantástico para o Brasil, para a América Latina, para quem tem floresta nativa. Um imenso desafio, principalmente pela resistência dos maiores poluidores em relação aos recursos para o fundo de adaptação, o que quase bloqueou as negociações. Mas o Brasil será um gigante exportador nessa nova economia verde, é uma oportunidade única”, destacou Leite. As organizações da sociedade civil que participaram da COP26 também estabeleceram uma articulação com países da América Latina. Durante os debates, foi criado o Fórum Afro-Interamericano de Mudanças Climáticas, uma articulação de organizações negras de mais de 10 países latino-americanos e caribenhos. Elas defendem que sejam desenvolvidas ações e políticas públicas capazes de promover a justiça climática e a justiça racial. “Cuidar do planeta passa, inevitavelmente, por erradicar o racismo, valorizar culturas e promover vida com dignidade”, defende a ativista Sylvia Siqueira, diretora da organização Nuestra America Verde. Cooperativismo do Mercosul Há exatos vinte anos, em 17 de outubro de 2001, foi criada a Reunião Especializada de Cooperativas do Mercosul, a RECM. O organismo, que integra a estrutura formal do Mercosul, tem o objetivo de integrar e promover a intercooperação entre as cooperativas dos quatro países do Cone Sul. Fazem parte desta estrutura regional os órgãos governamentais de fomento ao cooperativismo em cada um dos países, e as organizações representativas das cooperativas. A OCB foi membro fundador da RECM e tem apoiado o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na interlocução com os demais membros da RECM. Em comemoração aos seus 20 anos de fundação, os membros da RECM, sob a presidência rotatória do Brasil, estão debatendo um novo planejamento estratégico. Apoiado pelo Departamento de Relações Econômicas e Sociais da ONU, o planejamento estratégico está baseado nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. As metas estabelecidas são audaciosas: incentivar a participação feminina nos espaços de decisão das cooperativas do Mercosul, fomentar os negócios e a intercooperação, e, apoiar as cooperativas no desenvolvimento de negócios sustentáveis e na redução de suas emissões de gases poulentes.

OCB lança manifesto e site em defesa da sustentabilidade

A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) acredita que o Brasil tem vocação para ser protagonista na construção de uma economia de baixo carbono e que, unindo esforços com outros países, é possível deter o avanço do aquecimento global. Em manifesto divulgado nesta segunda-feira (8), a entidade compartilhou a visão e o posicionamento do cooperativismo brasileiro a respeito da sustentabilidade e preservação ambiental do planeta. A posição da OCB será reforçada em um painel na COP26, na sexta-feira (12), apresentado pela gerente-geral Fabíola Nader Motta.

O documento faz parte do conteúdo do site Cooperação Ambiental, também lançado nesta segunda, que traz ainda exemplos de casos de sucesso protagonizados por cooperativas na área da sustentabilidade, além de depoimentos de cooperativistas sobre as experiências compartilhadas. Um dos objetivos é mostrar que toda cooperativa já nasce com o compromisso de cuidar da comunidade onde atua, aliando produtividade e desenvolvimento com sustentabilidade e responsabilidade social.

Cooperação Ambiental

Carbono

O manifesto publicado pela OCB apresenta cinco princípios norteadores voltados para os debates da COP 26 e enaltece a cooperação ambiental como estratégia para deter o avanço do aquecimento global.

No documento, as cooperativas defendem a regulamentação do mercado de carbono; o combate inflexível e abrangente ao desmatamento ilegal da Amazônia e dos demais biomas brasileiros; a regulamentação de leis que estimulem a adoção de medidas de proteção e preservação do meio ambiente; a produção brasileira de alimentos para o combate à fome e à segurança alimentar no mundo; e a adoção de políticas públicas de fomento ao cooperativismo como arranjo produtivo sustentável.

Para o cooperativismo brasileiro, reduzir as emissões de gases do efeito estufa na atmosfera é fundamental e uma das maneiras mais inteligentes de se fazer isso é regulamentando o mercado internacional de carbono e valorizando modelos produtivos de baixa emissão e captura de poluentes, além de viabilizar o acesso facilitado a recursos para projetos em prol da preservação, conservação e recuperação do meio ambiente.

Preservação

O desmatamento ilegal na Amazônia e em outros biomas brasileiros requer, de acordo com o manifesto, a plena e imediata aplicação da legislação ambiental e fundiária vigentes, com destaque para as normas do Código Florestal (Lei 12.651/2012), marco fundamental para a preservação ambiental do Brasil e que deve ser visto como exemplo para todas as nações.

A Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais, sancionada em janeiro de 2021 é citada pela OCB como um bom exemplo de leis que estimulam a adoção de medidas de preservação e proteção ambiental. A norma institui incentivo — monetário ou não — a produtores rurais que adotem medidas efetivas de proteção e promoção da qualidade do meio ambiente. Essa remuneração depende da verificação e comprovação das ações implementadas.

A emissão de títulos verdes (green bonds) e o incentivo à produção de energia renovável também são ações defendidas pelo cooperativismo para aumentar o interesse de pessoas e instituições por projetos sustentáveis. “Consideramos de suma importância o reconhecimento global da necessidade de diversificação e da sustentabilidade da matriz energética, com a construção de políticas públicas e incentivos econômicos nacionais e internacionais de fomento ao setor”.

Políticas Públicas

Acabar com a fome, proporcionar acesso a alimentos seguros e nutritivos, além da garantia e disponibilidade de alimentos, são pilares direcionadores do cooperativismo. Para atingir esses objetivos, o manifesto da OCB defende o fomento de políticas públicas para o comércio internacional livre e um fundo global voltado para promover a fome zero, que ultrapasse as barreiras geográficas e políticas em zonas de conflito, especialmente para as populações mais vulneráveis.

Políticas públicas de fomento ao cooperativismo também são pleiteadas para fortalecer o modelo de negócios do movimento que busca proporcionar inclusão produtiva, economia de escala, geração de renda e desenvolvimento regional e local. Nesse sentido, o cooperativismo é considerado uma importante alternativa para o acesso a serviços de interesse público em diversas cidades e comunidades ao redor do mundo e precisa de incentivo para continuar a crescer.

Leia o manifesto na íntegra: https://www.cooperacaoambiental.coop.br/

Leite com sustentabilidade

Representantes do setor lácteo brasileiro foram à COP26 apresentar propostas para zerar a emissão de gases do efeito estufa até 2030 A cadeia produtiva do leite brasileira quer ser um exemplo para outros setores produtivos nacionais e internacionais no que diz respeito às políticas de sustentabilidade. Para isso, ela investe em tecnologia e práticas que reduzem o impacto ambiental. Parte dos resultados desses esforços foram apresentados para participantes da 26ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP26) via transmissão ao vivo de um painel realizado em Brasília nessa quinta-feira (11). Uma das principais novidades apresentadas foi a calculadora de emissões de gases do efeito estufa (GEE) para propriedades produtoras de leite, desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com a Nestlé — uma das grandes compradoras de leite das nossas cooperativas. A ferramenta permite aos produtores compreender onde estão concentradas suas emissões, contribuindo para uma tomada de decisão mais assertiva para reduzi-las. Ela foi desenvolvida com base em bancos de dados que cruzam diretrizes e protocolos de produção sustentável e levam em conta, inclusive, as especificidades de cada região produtora. Por ser fruto de uma Parceria Público Privada (PPP), essa calculadora ficará disponível gratuitamente a todos os produtores rurais, cooperativas e empresas do setor. Entre as boas práticas de produção de leite capazes de reduzir a emissão de carbono na atmosfera destacam-se: o reaproveitamento da água e do solo, o uso de energias renováveis, a melhoria da cobertura vegetal, a recuperação e preservação de nascentes e mananciais, além da utilização de materiais recicláveis e reciclados. RECOMPENSA MERECIDA A calculadora desenvolvida pela Embrapa e Nestlé está sendo utilizada, atualmente, para permitir a remuneração de produtores rurais que demonstrem estar fornecendo um leite de baixo carbono para a empresa. Uma iniciativa que pode servir de inspiração para as cooperativas brasileiras, que hoje são responsáveis por pelo menos 40% da produção brasileira de leite. O produtor rural Jorge Schmidt, de Silvânia (GO), também participou do painel de debates organizado pelo governo brasileiro e contou que deu prioridade à melhoria da cobertura vegetal como estratégia para a agricultura regenerativa e de baixo carbono. A fazenda Marinho fornece leite para a Nestlé e produz cerca de 32 litros por dia. “Além do plantio direto, estamos com uma frente em relação às matas e florestas. Nossos mananciais hídricos são preservados, as nascentes não têm acesso de animais, e eu quero que isso evolua, que a gente melhore o volume de água da propriedade”, ressaltou Schmidt. “Temos a preocupação de ser mais ecologicamente viáveis e que esse problema que o mundo sofre hoje a gente tenha uma pequena parcela de contribuição. De nada adianta a gente produzir sem sustentabilidade.”

Cooperativas dão lição de sustentabilidade na COP26

Brasília (12/11/2021) - O cooperativismo mostrou sua força e capacidade de inovar em Glasgow, na Escócia. Durante o painel sobre Negócios Sustentáveis na Amazônia — realizado hoje no pavilhão brasileiro da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP26) —, a gerente-geral da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Fabíola Nader Motta, apresentou ao mundo um pouco do que as cooperativas brasileiras têm feito para aliar produtividade com preservação ambiental.
 
O painel contou com a participação do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, que não estava prevista na programação oficial. “Fiz questão de vir aqui porque o cooperativismo é um caminho para a preservação de regiões como a Amazônia. Esse modelo de negócios traz uma nova oportunidade para quem vive lá, através de todo o suporte que a cooperativa dá aos produtores locais. Suporte tecnológico, de inovação, suporte de educação, suporte, financeiro. Vocês têm uma estrutura fantástica. Parabéns e obrigada”, disse Leite.
 
Em sua fala, a gerente-geral da OCB lembrou que os olhos do mundo estão voltados para o Brasil. Ela ressaltou o papel protagonista que o cooperativismo pode ter para ajudar o país a cumprir as metas de diminuição do desmatamento ilegal e da emissão de gases do efeito estufa. Como exemplo disso, citou o trabalho desenvolvido por cooperativas como a Camta — Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu —, localizada no Pará.
 
Criada em 1931 por imigrantes japoneses, a Camta desenvolveu um sistema de produção agroflorestal que reúne, em um mesmo espaço, culturas como açaí, mandioca e pimenta do reino, além do extrativismo de óleos como a andiroba. “Os cooperados da Camta aprenderam com os ribeirinhos, que vivem às margens do Rio Amazonas, que, na floresta, as plantas não sobrevivem sozinhas, por isso, o ideal era diversificar a produção”, conta Fabíola.
 
O novo sistema de produção agroflorestal começou a ser implantado na década de 70, depois que uma praga arruinou a monocultura de pimenta-do-reino — até então a principal fonte de renda dos cooperados, que exportavam o produto para outros países.
 
"Seguindo os ensinamentos dos ribeirinhos, os cooperados da Camta colocaram o açaí, o cacau, a mandioca e a pimenta-do-reino para conviverem juntos, em harmonia, com a floresta Amazônica.  São 5 mil hectares de terra, onde as plantas de uma cultura servem de adubo para o crescimento e fortalecimento das outras. Isso mantém o solo úmido e fértil, respeitando o clima e a biodiversidade local. Imitando o ciclo natural da floresta, a produção da Camta não empobrece o solo, aumenta a produtividade e ainda ajuda a recuperar áreas da floresta que tinham sido degradadas", explicou a gerente-geral da OCB.
 

MÃOS DADAS

Desde que adotou um sistema agroflorestal de produção, a Camta só melhorou seus resultados. Hoje, ela produz 800 toneladas de cacau e 6 mil toneladas de polpa de fruta por ano. Parte desses produtos é exportada para países como Estados Unidos, Alemanha, Argentina e Japão.
 
Além disso, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) comprovou que o modelo de produção da Camta reduz em 5 vezes a emissão de gases do efeito estufa na floresta. "É a prova de que produtividade e sustentabilidade podem andar de mãos dadas", elogiou Fabíola, acrescentando que a cooperativa tem recebido prêmios nacionais e internacionais de preservação ambiental. “É um exemplo que precisa ser reconhecido, valorizado e replicado, beneficiando diretamente mais de 10 mil pessoas na comunidade de Tomé Açu. Uma gente simples, que vive e precisa da Amazônia em pé".
 

COOPERANDO COM O FUTURO

A gerente-geral da OCB também mostrou na COP26 o trabalho do cooperativismo brasileiro na produção de energia renovável: já são mais de 540 empreendimentos cooperativos com esse foco. E o fomento ao setor conta com a intercooperação com o cooperativismo alemão. Dentre os cases apresentados, Fabíola citou a geração de energia limpa por biomassa de cinco cooperativas brasileiras (Vale, Castrolanda, Lar, Copacol e Frisia) que evitam a emissão de 40 milhões de metros cúbicos de gás metano por ano.
 
Fabíola Nader Motta ainda elencou o trabalho de diálogo com o Congresso Nacional feito pela OCB para garantir a evolução, segurança jurídica e modernização da legislação ambiental. “Um dos nossos maiores desafios é colocar em pratica o pagamento por serviços ambientais e o mercado de carbono que podem potencializar ainda mais as ações de conservação do meio ambiente.”
 

COOP EM NÚMEROS

O Brasil possui 4.868 cooperativas, que reúnem mais de 17,3 milhões de associados.

➢ As cooperativas empregam diretamente 455 mil trabalhadores em todo o Brasil.

➢ No campo, as cooperativas auxiliam pequenos e médios produtores rurais na transferência de tecnologia e no acesso a mercados internos e externos. Mercados aos quais eles não teriam acesso se estivessem trabalhando sozinhos.

➢ Cerca de 5% do rendimento das cooperativas brasileiras é revertido para as comunidades próximas, inclusive para ações ambientais.

➢ Mais da metade da safra brasileira conta com a participação direta das cooperativas brasileira. Com inovação e tecnologia, elas buscam equilibrar geração de renda e preservação ambiental.

 
COOP NA COP 26

O Sistema OCB lançou uma página com informações sobre o que está acontecendo na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021. Nela estão disponíveis cases inspiradores e o manifesto da instituição com a visão e o posicionamento do cooperativismo brasileiro a respeito da sustentabilidade e preservação ambiental do planeta. Acesse agora mesmo e confira: https://www.cooperacaoambiental.coop.br.

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