Contexto e desafios

A Cooperativa Agropecuária Castrolanda, que fica sediada na cidade de Castro, no Paraná, diagnosticou um desafio ambiental crucial ligado ao descarte inadequado de resíduos. Produtores rurais e moradores do bairro de Castrolanda (que originou o nome da cooperativa) não tinham locais adequados para disposição de resíduos, o que resultava no descarte de lixo a céu aberto.

Isso não apenas comprometia a estética do local, mas acarretava sérias consequências ambientais, desde a falta de locais apropriados para aterros até a contaminação de aquíferos. Nesse sentido, a falta de um sistema eficiente de coleta e gestão de resíduos nas áreas rurais de atuação dos produtores cooperados agravava o problema. 

Além disso, a ausência de conscientização sobre o descarte adequado de diferentes tipos de resíduos amplificou os desafios. Portanto, as discussões no Conselho Municipal de Meio Ambiente de Castro, do qual a cooperativa é parte, indicaram a necessidade urgente de uma gestão mais eficaz dos resíduos e a criação de postos de entrega.

Desenvolvimento e metodologia

Nesse cenário, em 2016, a cooperativa construiu o Ecoponto Castrolanda. O projeto visa fornecer uma infraestrutura para o descarte adequado, assim como educar a comunidade sobre a importância da separação correta de resíduos. 

O objetivo central da iniciativa é oferecer um local adequado para o descarte de diferentes tipos de resíduos, desde materiais recicláveis até pequenas quantidades de entulho. Além disso, o Ecoponto atua como um ponto de coleta para materiais urbanos recicláveis e reutilizáveis.

A iniciativa enfrentou obstáculos, contudo. O desenvolvimento do projeto precisou superar desde a burocracia envolvida na regularização do ecoponto até a necessidade de proporcionar uma educação ambiental efetiva para gerar mudanças reais nos hábitos da comunidade.

Diante desses desafios, a Castrolanda, atenta à Política Nacional de Resíduos Sólidos, estabeleceu uma parceria com a Secretaria de Obras de Castro para criar o Ecoponto Castrolanda. 

Tirando o projeto do papel

Construir o Ecoponto Castrolanda, porém, não foi uma tarefa simples. A cooperativa precisou lidar com entraves burocráticos para dar início aos trabalhos. A solução foi tornar o ecoponto apto a receber somente uma série de resíduos especificados, enquanto o resíduo comum deveria continuar sendo destinado ao aterro municipal.

O projeto pratica um modelo de gestão compartilhada entre a área ambiental da Castrolanda, a associação local de moradores e a prefeitura. Uma planilha de controle registra a entrada de resíduos, o que permite uma visão mais clara do volume e do tipo de materiais recebidos. A iniciativa promove, ainda, a conscientização dos cooperados e moradores, gerando um maior senso de cidadania e responsabilidade ambiental.

Os resíduos são recolhidos duas vezes por semana e, depois de passar por uma triagem, são encaminhados a diferentes entidades de reciclagem ligadas ao poder municipal. Os resíduos de construção, por exemplo, são direcionados ao setor de gestão de obras no município e também podem ser encaminhados para usinas especializadas na produção de diversos materiais pré-moldados. 

Além disso, a Associação de Catadoras de Castro também recebe parte dos materiais descartados, o que cria empregos para várias mulheres da comunidade. Quando eletrodomésticos e eletroeletrônicos em condições de uso são descartados, o projeto os doa para entidades sociais. Tudo o que não pode ser aproveitado, por fim, é enviado ao aterro sanitário municipal. 

Resultados e aprendizados

Com a implementação do Ecoponto Castrolanda, a cooperativa agropecuária registrou uma redução notável do impacto ambiental. Desde o início das operações do projeto, o ecoponto passou a coletar 300 m³ de resíduos por mês. Esse montante é composto sobretudo por: 

• Podas de jardim: 50%
• Resíduos recicláveis: 30% 
• Resíduos de construção civil: 18%
• Resíduos eletroeletrônicos: 2%

Ademais, a Castrolanda fortaleceu sua imagem perante a comunidade ao demonstrar um compromisso efetivo com a sustentabilidade ambiental. A gestão mais eficiente dos resíduos também contribuiu para a qualidade de vida dos colaboradores, moradores da Colônia Castrolanda e da municipalidade como um todo.

Assim sendo, o Ecoponto Castrolanda trouxe um engajamento mais profundo da comunidade, contribuindo para o empoderamento da população local. Com isso, a cooperativa incentiva participação social e a integração com entidades públicas, fortalecendo a cooperação entre diferentes atores em prol de uma gestão ambientalmente responsável.

Em termos de aprendizado, a Castrolanda consolidou a compreensão de que o modelo de gestão compartilhada pode ser uma abordagem eficaz para lidar com desafios ambientais complexos. O envolvimento ativo dos cooperados e moradores evidenciou a importância de promover a conscientização e educação ambiental como parte integrante de projetos de sustentabilidade.

CONTATO DA COOPERATIVA

Patrícia Caron, supervisora ambiental - patricia@castrolanda.coop.br