Sicredi usa dados para criar mapa de riscos climáticos e proteger cooperados
Contexto e desafios
O Sicredi, um sistema cooperativo de crédito com atuação nacional, já considerava o gerenciamento de riscos e oportunidades climáticas uma prioridade, mesmo antes dos eventos extremos de secas e enchentes que marcaram o ano de 2024. No entanto, a cooperativa buscava um maior direcionamento de esforços para aumentar a resiliência da organização e acelerar a transição para uma economia de baixo carbono.
O desafio era aprimorar a forma de identificar e monitorar esses riscos. Para evoluir em sua estratégia, o Sicredi precisava de um novo sistema que fosse capaz de quantificar os riscos climáticos de forma mais precisa e detalhada.
Objetivos
Com o objetivo de aprimorar a identificação e o monitoramento dos riscos climáticos, o Sicredi implementou o novo sistema de Quantificação de Riscos Climáticos. A meta central do projeto era desenvolver uma ferramenta capaz de mensurar os riscos físicos e os riscos de transição, gerando scores detalhados para cada vertente de riscos.
A iniciativa buscou criar um sistema que permitisse ao Sicredi definir sua estratégia climática com um conhecimento profundo dos riscos e oportunidades aos quais seus associados estão submetidos.
O público-alvo principal do projeto é interno, abrangendo colaboradores das cooperativas, centrais e áreas técnicas do Centro Administrativo Sicredi (CAS) que atuam na gestão de riscos e oportunidades climáticas. Indiretamente, os associados e comunidades locais também se beneficiam, por meio de produtos, serviços e políticas mais resilientes e sustentáveis.
Desenvolvimento
A estratégia foi baseada na construção colaborativa de uma ferramenta robusta de quantificação de riscos climáticos, físicos e de transição em parceria com uma consultoria externa especializada. A construção contou com o envolvimento de times técnicos multidisciplinares da cooperativa, envolvendo áreas como Riscos, Sustentabilidade, Economia e Segmento Agro, bem como executivos e pontos focais das cooperativas e centrais.
A metodologia utilizada foi a modelagem geoespacial e setorial com base em aproximadamente 1,3 bilhão de dados climáticos e análise de 23 arquétipos econômicos diferentes. Com isso, o sistema consegue identificar até 17 ameaças climáticas, gerando um escore climático para todos os seus associados, cobrindo mais de 15 milhões de pontos de interesse em todo o Brasil.
A ferramenta inclui dashboards interativos que permitem a visualização dos dados por cooperativa, por associado e por tipo de ameaça. Além disso, o sistema aplica diferentes cenários climáticos (de SSP1-2.6 a SSP5-8.5) e projeta os riscos em horizontes temporais que vão até 2050, oferecendo uma visão de longo prazo para o planejamento estratégico.
Esse avanço metodológico focado no gerenciamento de riscos permite ao Sicredi definir sua estratégia climática com maior conhecimento dos riscos e oportunidades climáticas a que seus associados estão submetidos.
Resultados e impacto
A implementação do sistema de quantificação permitiu ao Sicredi estruturar uma frente estratégica de resiliência climática, que hoje contempla diversas áreas internas como Riscos, Sustentabilidade, Seguros, Crédito e Finanças Sustentáveis.
Essa frente está desenvolvendo novas ferramentas de gestão de riscos, como testes de estresse e indicadores, soluções de proteção, projetos de carbono neutro, linhas sustentáveis e direcionamento para diversificação de culturas.
O projeto representa um avanço metodológico no gerenciamento de riscos dentro do cooperativismo financeiro brasileiro. Ao integrar ciência climática e inteligência de dados em escala nacional, o Sicredi não apenas fortalece sua própria resiliência, mas também se posiciona como um líder na transição climática.
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