Cresol fortalece produção de mel de abelhas nativas ao criar a primeira agroindústria do Brasil com selo SIF
Contexto e desafios
A Cresol nasceu no interior do Paraná em 1995 com o propósito de gerar desenvolvimento aos cooperados e seus empreendimentos. Atualmente, o Sistema Cresol tem mais de um milhão de cooperados e conta com agências de relacionamento em 19 estados brasileiros.
O município de Santa Rosa de Lima, em Santa Catarina, já era reconhecido por sua tradição na agroecologia e pelo grande potencial de seu território para a polinização. No entanto, a cadeia da meliponicultura local enfrentava obstáculos estruturais que limitavam seu desenvolvimento.
A produção era marcada pela informalidade, o que resultava em baixa agregação de valor e restringia o acesso a mercados mais amplos e diferenciados. A ausência de uma certificação sanitária em nível federal, selo SIF, para mel e própolis de abelhas sem ferrão impedia a comercialização em todo o território nacional.
Além disso, havia uma lacuna na educação ambiental, com poucas experiências práticas e sistemáticas sobre polinizadores acessíveis a escolas e à comunidade. Esse cenário ameaçava não apenas a sustentabilidade econômica dos produtores, mas também o potencial ecológico e pedagógico da região.
Objetivos
Para mudar essa situação, a Cresol, juntamente com a Associação de Meliponicultores de Santa Rosa de Lima e Encostas da Serra Geral (AMESG) e outros parceiros, criou um projeto focado em três frentes: ambiental, econômica e educacional. A iniciativa buscou valorizar as abelhas nativas como ponto de partida para a inovação social e ambiental.
O projeto estabeleceu metas claras. Entre elas, estava a regularização de uma agroindústria com o selo do Sistema de Inspeção Federal (SIF), algo inédito no Brasil para o setor. Também se planejou a formação de 150 pessoas, incluindo produtores e professores, em boas práticas de manejo e comercialização de mel.
Outros objetivos incluíam instalar um apiário com nove espécies de abelhas em uma escola e enviar um técnico para uma formação internacional nos EUA. O plantio de 500 mudas de plantas nativas e a realização de um Festival das Abelhas também foram planejados para dar visibilidade ao município.
Desenvolvimento
O projeto foi implementado em fases integradas, garantindo uma abordagem completa e estruturada. Tudo começou com a articulação entre produtores, escola e poder público, com a Cresol garantindo o apoio técnico e financeiro. A iniciativa beneficiou diretamente os meliponicultores associados, a comunidade escolar, consumidores e turistas da região.
A qualificação técnica foi um passo importante, que incluiu a formação de um profissional local nos EUA em análise de méis. Em seguida, o projeto avançou para a regularização da primeira agroindústria de meliprodutos com selo SIF do país e a Cresol apoiou a ação com uma linha de crédito específica para a atividade.
As etapas seguintes focaram na educação, com a montagem do apiário na escola, e na comercialização dos produtos. A mobilização de recursos foi diversificada, combinando investimentos da Cresol, crédito do BNDES e o apoio de parceiros como a prefeitura, o SENAR, universidades e os próprios produtores.
Resultados e impacto
A criação da agroindústria com selo SIF permitiu que os produtores vendessem seus produtos formalmente em todo o Brasil. A capacitação internacional em análise sensorial ajudou a diferenciar os méis da região, agregando valor e reconhecimento de qualidade.
No campo da educação, o apiário na escola se tornou um espaço permanente de aprendizado para os alunos e o plantio de espécies nativas ajudou a fortalecer o ecossistema local. Essas ações culminaram no primeiro Festival das Abelhas, consolidando a cidade como referência no tema.
Você também tem um case ou uma história de sucesso?
Conte-nos sua história
Veja mais
A Cooxupé criou o Protocolo Gerações para fortalecer a resiliência climática de seus mais de 20 mil cooperados, dos quais 97% são agricultores familiares. A iniciativa funciona como um "guarda-chuva" de projetos que apoia os produtores na transição para práticas de baixo carbono e regeneração do solo, garantindo a continuidade da produção e o acesso a mercados internacionais exigentes.
A Cooperativa Agrícola Água Santa (Coasa) criou o projeto "Nosso Solo, Nossa Colheita" para combater a degradação do solo. Com assistência técnica contínua aos seus cooperados, a iniciativa incentiva a rotação de culturas e a cobertura vegetal permanente, gerando ganhos econômicos e ambientais, como maior produtividade, menos erosão e maior sequestro de carbono.
Em 2013, a Viacredi desenvolveu o projeto Certificação em Negócios Cooperativos. A iniciativa surgiu a partir da necessidade de melhorar a comunicação sobre os negócios e processos da cooperativa com os colaboradores. O programa, que acontece anualmente, é dividido em encontros presenciais e módulos on-line.
Regiões: Sul e Nordeste Categoria: Resíduos Sólidos Ação/projeto: O Batalhão do Bem emprega a economia circular para reutilizar resíduos têxteis oriundos de fardas e vestimentas militares. Além do meio ambiente, o projeto atua, ainda, em prol da educação e geração de renda. ODSs: 1 - Erradicação da pobreza 4 - Educação de qualidade 5 - Igualdade de gênero 12 - Consumo e produção responsáveis 17 - Parceria e meios de implementação Resultados: Mais de 2 mil peças e 600 pares de calçados foram doados. Outras 500 peças passaram pelo processo de descaracterização e reaproveitamento. A iniciativa realiza cursos de customização, microempreendedorismo e reciclagem profissional, com participação feminina majoritária.