Cooxupé cria Protocolo Gerações para incluir cafeicultores familiares na agricultura regenerativa
Contexto e desafios
A Cooxupé reúne mais de 21 mil cooperados em mais de 330 municípios de Minas Gerais e São Paulo, sendo a grande maioria pequenos produtores que vivem da agricultura familiar. Esses cafeicultores enfrentam de forma direta os impactos crescentes das mudanças climáticas, como alterações no regime de chuvas, ondas de calor e eventos extremos, que geram instabilidade na produtividade.
Antes da criação do protocolo, os produtores lidavam com esses desafios de forma isolada e com pouco suporte. Muitos não tinham acesso a programas de certificação ou a ferramentas de monitoramento climático, o que os deixava em uma posição de grande vulnerabilidade, tanto no campo quanto no mercado internacional, que demanda cadeias produtivas cada vez mais sustentáveis e resilientes.
Objetivos
O Protocolo Gerações nasceu da urgência em fortalecer a resiliência climática da cafeicultura familiar. O objetivo central é incluir os cooperados em protocolos de verificação e certificação, apoiando-os em uma transição realista e gradual rumo a práticas de baixo carbono, conservação da água e regeneração do solo.
A iniciativa foi desenhada para funcionar como um grande "guarda-chuva" de projetos sustentáveis, como a Cafeicultura Regenerativa, o reflorestamento e o uso racional da água. A meta é garantir a continuidade da produção de café de para as futuras gerações, fortalecendo segurança diante da instabilidade climática.
Desenvolvimento
A estratégia do Protocolo Gerações é baseada em um sistema climático adaptativo, estruturado em três pilares: ambiental, social e econômico.
- No pilar ambiental, são priorizadas práticas de agricultura regenerativa e conservação da água
- No pilar social, são promovidas a sucessão rural, a capacitação climática e a inclusão de jovens e mulheres
- No pilar econômico, por fim, busca-se agregar valor ao café sustentável para ampliar o acesso a mercados exigentes.
Nesse cenário, o protocolo permite que cada produtor avance em níveis graduais de sustentabilidade, de acordo com sua própria realidade. Para viabilizar a iniciativa, a Cooxupé investiu recursos próprios e firmou parcerias estratégicas com universidades, ONGs e empresas especializadas, como a SCS Global Services.
A qualidade e a robustez do programa garantiram seu reconhecimento pela Global Coffee Platform (GCP), pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e sua inclusão no Standards Map, ligada à ONU, validando sua eficácia como um modelo de adaptação climática
Resultados e impacto
Com a implementação do Protocolo Gerações, os cooperados passaram a ter um suporte estruturado para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas. A adoção de práticas regenerativas, o uso mais eficiente da água e a diversificação da paisagem agrícola resultaram em propriedades mais resistentes a eventos climáticos extremos.
A inclusão em protocolos de verificação e certificação ampliou a visibilidade do café produzido no mercado global, agregando valor econômico ao produto.
O projeto beneficia diretamente mais de 21.000 cooperados e, indiretamente, as comunidades do entorno, que ganham com o fortalecimento da segurança hídrica e ambiental da região. O reconhecimento do projeto no mercado reforça o Gerações como uma referência de adaptação climática inclusiva e escalável.
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