Cooperalfa diminui geração de resíduos com gestão ecológica de pneus

Ser uma organização verdadeiramente sustentável passa por levar a questão a sério em todos os processos. Não basta que a produção e o resultado final sejam amigáveis ao meio ambiente. Se, por exemplo, o transporte de produtos emite altas quantidades de gases do efeito estufa, ainda há margem para ser mais eficiente.
A Cooperalfa é uma das organizações que carrega consigo a missão de ser sustentável. A Cooperativa Agropecuária de Chapecó, em Santa Catarina, tem como um de seus princípios a produção com integração e respeito ao meio ambiente. A cooperativa possui setores de Assessoria Ambiental e Qualidade que trabalham para melhorias nesse âmbito, mas a ideia é que o tema seja transversal na cooperativa.
Foi pensando em ampliar a política de sustentabilidade que o núcleo de Logística e Transportes da Cooperalfa desenvolveu um programa para melhorar a gestão de pneus. O projeto consiste na sistematização do controle dos equipamentos utilizados em veículos pesados.
Segundo Nelson Zanchettin, gerente de Logística e Transportes da Cooperalfa, a iniciativa impediu que 172,672 kg de carbono emitidos fossem emitidos somente em 2023. O projeto de impacto ambiental melhorou o aproveitamento de equipamentos e rendeu até uma premiação à cooperativa.
Por que gerenciar o uso de pneus faz diferença
O projeto de monitoramento dos pneus teve início em 2019. A Cooperalfa já adotou táticas de controle anteriormente, como seleção de fornecedores e planejamento de aquisições. Entretanto, não havia uma organização precisa sobre as informações sobre os equipamentos e seu histórico.
Uma mudança fundamental inovadora pelo setor de Logística e Transportes foi a preocupação com os pneus velhos. Pneus usados e sem condições de continuarem na estrada podem se tornar problemas ambientais. O descarte envolve impactos negativos ao meio ambiente e queimá-los libera gases tóxicos como monóxido de carbono e óxido de enxofre.
Dessa forma, todo cuidado é válido na gestão de pneus desgastados. Primeiro, é importante saber se o equipamento não tem mais condições de uso ou se ainda pode ser reparado através de recapagem. Depois, se o objeto estiver em más condições, é fundamental descartá-lo de forma correta.
Nesse caso, entra a gestão ecológica de pneus. O projeto conta com colaboração interna, já que os funcionários da Cooperalfa são orientados a fazer checagem visual constante com apoio dos motoristas. Também há serviços por parte de uma companhia contratada. A parceira é responsável pela calibragem, troca, rodízio e retirada dos equipamentos para recapagem. O processo também monitora se há pneus com cortes ou outros estragos que, por questão de segurança, forcem o descarte.
Nesses casos, a Cooperalfa recorre a parcerias para mitigar danos ao meio ambiente. “O pneu é encaminhado para uma empresa com o Selo Verde que o destinará para um remanufaturamento ou, ainda, para instituições que utilizam alto potencial em caldeira, nas demandas de minério”, conta Elisandro Schwirck, instrutor de motoristas da cooperativa.
A estratégia gerou impactos positivos nas duas frentes: reaproveitamento e descarte ecologicamente correto. Apenas em 2023, 568 pneus foram recapados, reduzindo a emissão de carbono, segundo a Cooperalfa.
Outras 309 unidades foram descartadas e ganharam nova utilidade. “Em 2023 registramos um resultado fantástico e para 2024 a ideia é melhorar. Buscamos aproveitar ao máximo os pneus, colaborar com o meio ambiente e, assim, com o bem-estar da sociedade”, pontua Zanchettin.
Por uma cooperativa ainda mais sustentável
Os números positivos culminaram em algo secundário diante do objetivo principal, mas ao mesmo tempo relevante: reconhecimento de marca. O case ‘Gestão Eficiente de Pneus: Menos Desperdício + Sustentabilidade’ ficou em primeiro lugar no Prêmio ACIC/Unochapecó de Sustentabilidade de 2023.
Mais do que um projeto do setor de Logística e Transportes, a ideia é que os princípios por trás da iniciativa sejam compartilhados em toda Alfa. “Há resistência a mudanças, falta de informações e os desafios são grandes, porém com envolvimento, treinamento e evidências das melhorias tudo vai sendo internalizado”, pondera Zanchettin.
Bruna Madey Dalarosa, engenheira química do setor ambiental da cooperativa, destaca a importância de os associados compreenderem por que é necessário dar atenção extra aos resíduos. “As ações refletem inúmeros benefícios econômicos, ambientais e sociais, além de propiciar o melhor aproveitamento de recursos e menor desperdício”, ressalta.
A Cooperalfa tem próximos passos em mente para esse projeto que já rendeu frutos. De acordo com Edilamar Wons, segundo vice-presidente da cooperativa, a ideia é expandir a gestão eficiente para veículos leves - a cooperativa possui 253 deles. A médio e longo prazo, o setor de Logística e Transportes projeta investimentos em veículos elétricos, combustão a gás e na manutenção da frota.
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