CCPR fomenta pecuária sustentável e segura com programa de certificação de fazendas
Contexto e desafios
Fundada em 1948, a CCPR é uma das principais cooperativas leiteiras do país, formada por 31 cooperativas singulares e 25 mil cooperados em 280 municípios de Minas Gerais e Goiás. Ao longo de sua história, foi pioneira em frentes como a criação da marca Itambé e o desenvolvimento de programas de melhoramento genético.
Em 2018, a cooperativa identificou um desafio comum entre seus produtores: a falta de processos estruturados para garantir uma produção de leite segura, de qualidade e competitiva. Muitas fazendas enfrentavam dificuldades na organização de suas rotinas, afetando diretamente a eficiência, a gestão de recursos e a produtividade.
Dados da cooperativa mostravam que 76% das propriedades não tinham um protocolo padronizado para o tratamento de animais e 79% não possuíam uma estrutura mínima adequada na sala de leite. Para superar essas lacunas, a CCPR implementou um programa para promover melhorias em toda a cadeia produtiva.
Objetivos
O objetivo da iniciativa é desenvolver os produtores, apoiando o aprimoramento dos processos internos e promovendo uma pecuária leiteira mais sustentável. O programa foi desenhado para ser simples e adaptável a qualquer sistema de produção.
Com foco em fortalecer a organização das fazendas, o programa se baseia em quatro pilares: Bem-Estar Animal, Gestão, Infraestrutura e Qualidade do Leite. A meta é qualificar a rotina dos produtores e gerar resultados concretos.
Além disso, a CCPR também ressignificou a sigla ESG: Enxergar Sentido Global. Esse conceito norteia todos os projetos de sustentabilidade da cooperativa, incluindo o Práticas Nota 10, o programa de certificação de fazendas.
Desenvolvimento
O programa Práticas Nota 10 está disponível para todos os cooperados da CCPR, com atenção especial aos pequenos produtores, que compõem 77% da base. A iniciativa começou em 2018 com um projeto-piloto que certificou 142 propriedades, em parceria com a empresa certificadora Qconz.
A certificação foi estruturada em dois níveis: Fazenda Eficiente (Nível I) e Fazenda Sustentável (Nível II). Para obter o primeiro selo, as propriedades precisam cumprir todos os requisitos obrigatórios e 75% dos itens do Nível I.
Como incentivo, os produtores recebem uma bonificação de R$ 0,05 por litro de leite. Após 12 meses, as fazendas podem avançar para o Nível II, que possui requisitos adicionais, e receber um acréscimo de R$ 0,05 por litro se atingirem 80% dos critérios.
De forma estratégica, a CCPR consolidou o programa como uma base para o acesso a outros benefícios. A certificação permite que os produtores participem de programas de assistência técnica subsidiada e do portfólio de Fertilização In Vitro, FIV, criando uma jornada de desenvolvimento contínuo.
O projeto-piloto foi executado com recursos do Programa Mais Leite Saudável PMLS, do Ministério da Agricultura, e da CCPR. Com o crescimento da iniciativa, os recursos foram realocados para subsidiar justamente a assistência técnica e o programa de FIV.
Resultados e impacto
Atualmente, o programa conta com 585 fazendas certificadas, que respondem por 75% do leite captado pela CCPR. Desde 2020, essas propriedades registraram um aumento médio anual de 11,7% na produção e melhorias significativas na qualidade do leite.
Houve uma redução de 9% na Contagem Bacteriana e de 41% na Contagem de Células Somáticas. Além disso, o programa de FIV, acessível aos produtores certificados, resultou em animais que geram 21,23% menos gás carbônico por litro de leite produzido.
Com a instalação de hidrômetros e a gestão do uso da água, a economia anual esperada é de 38,3 milhões de litros. O programa também oferece bonificações financeiras que, em 2024, somaram mais de 35 milhões de reais pagos aos produtores.
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