Abertura do EBPC 2025 celebra união entre conhecimento e cooperação
Encontro promove reflexões sobre como pesquisa e inovação impulsionam o coop brasileiro
O 8º Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo (EBPC) começou nesta segunda-feira (6), em Brasília. O evento segue até quarta-feira (8), com uma programação que inclui painéis temáticos, apresentação de trabalhos científicos e uma audiência pública no Senado, que marca os 50 anos do ensino superior em cooperativismo no Brasil.
A abertura contou com a presença da gerente-geral da OCB, Fabíola Nader Motta. Ela destacou a importância da ciência e da inovação como pilares do desenvolvimento cooperativo. “O conhecimento é o que sustenta o crescimento e a longevidade das cooperativas. É por meio da pesquisa e da troca de experiências que o cooperativismo se mantém atual, competitivo e comprometido com a construção de um futuro mais justo e sustentável”, afirmou.
Com o tema Ano Internacional das Cooperativas: Integração, Impacto e Perspectivas para o Cooperativismo Brasileiro, o encontro reforça a relevância da produção científica aplicada ao setor e celebra o avanço das pesquisas que ajudam a compreender e aprimorar o modelo cooperativo no país.
Segundo a gerente-geral, o evento consolida o papel do Sistema OCB como articulador entre a prática e o conhecimento acadêmico. “Cada artigo, cada tese e cada discussão aqui presente traduzem o compromisso das cooperativas com a inovação e com o desenvolvimento humano. É esse diálogo entre ciência e prática que mantém o nosso movimento vivo e preparado para os desafios que vêm pela frente”, completou.
A mesa de abertura foi composta por nomes de renome no cenário científico e cooperativista: José Alves Neto, presidente da ACI Américas; Ricardo Galvão, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Eduardo Djanikian, economista-chefe da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE); e Mateus Neves, professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e coordenador do Comitê Científico do EBPC.
Durante a solenidade, Ricardo Galvão ressaltou o papel estratégico do conhecimento para o desenvolvimento nacional e destacou as oportunidades de integração entre o cooperativismo e as políticas de inovação.
“O cenário mundial está cada vez mais dominado pela economia do conhecimento, e é essencial que não fiquemos reféns da inovação de outros países. Estamos em construção da Quinta Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que reconhece o papel crucial das startups e pequenas empresas. Devemos discutir como as cooperativas podem se integrar e contribuir para esse futuro em desenvolvimento”, afirmou.
Na mesma linha, José Alves Neto, enfatizou a importância dos pesquisadores na consolidação do movimento cooperativista. “Os pesquisadores são, de certa forma, os construtores das bases do nosso futuro”.
“A pesquisa é uma ponte entre o que fomos e o que podemos ser, uma ponte entre um futuro mais próspero e mais justo”, completou.
A palestra magna de abertura foi conduzida por Ilchegon Yi, pesquisador sênior do Instituto de Pesquisa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Social (UNRISD). Em sua fala, ele destacou o papel transformador do cooperativismo diante dos desafios globais e da necessidade de integração entre ciência e ação coletiva. “A autêntica transformação acontece quando superamos silos, unimos prática e pesquisa e institucionalizamos a solidariedade sem perder seu espírito transformador”.
Painéis e apresentação de trabalhos
A programação segue intensa nos próximos dias. Nesta terça-feira (7), começam os painéis temáticos, que discutirão tópicos essenciais para o futuro do cooperativismo. O primeiro painel abordará o impacto social das cooperativas e sua contribuição para a redução das desigualdades. Em seguida, o segundo painel tratará sobre os desafios de crescimento e da manutenção da identidade cooperativista. Na quarta-feira (8), o terceiro painel trará reflexões sobre meio ambiente e sustentabilidade, além de pontar estratégias para o fortalecimento do setor diante das transformações climáticas e sociais.
O EBPC contará ainda com as sessões de apresentação dos trabalhos acadêmicos. Os melhores artigos científicos em cada eixo temático serão reconhecidos e premiados ao final do evento.
Nesta edição, o EBPC recebeu 211 submissões de estudos, das quais 72 foram aprovadas — entre artigos científicos e trabalhos de conclusão de curso. As pesquisas envolvem 32 instituições de ensino superior de todas as regiões do país, com destaque para temas ligados à educação, inovação, diversidade e meio ambiente. O evento contou com 176 participantes inscritos, enriquecendo o diálogo e troca de conhecimento.