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Na COP30, cooperativas vão mostrar que soluções locais geram impacto global

A capacidade das cooperativas de promover ações sustentáveis e sua forte conexão com as comunidades colocará o movimento cooperativista em destaque na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). Realizado pela primeira vez no Brasil, em Belém (PA), o evento buscará o comprometimento de líderes mundiais com ações urgentes para conter a crise climática, além da garantia de financiamento para adaptação em regiões e comunidades mais afetadas pelas mudanças do clima.

21062023 alex macedo audiencia publica reciclagem 25346As cooperativas darão sua contribuição ao debate com soluções concretas em energia limpa, agricultura de baixo carbono, gestão de resíduos, finanças sustentáveis, segurança alimentar e bioeconomia. “Vamos apresentar propostas e posicionamentos construídos coletivamente no Manifesto do Cooperativismo Brasileiro para a COP30 e cases que mostram como ações locais de combate à mudança do clima geram impactos globais”, antecipou o coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, Alex Macedo.

De 10 a 21 de novembro, o cooperativismo participará da COP30 tanto no espaço oficial de negociação, a Blue Zone, quanto na área dedicada à sociedade civil, Green Zone; além de presença estratégica na Agri Zone, organizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e em eventos de instituições parceiras do coop. 

Leia a entrevista completa com o coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, Alex Macedo: 

Sistema OCB: Qual será o papel do cooperativismo COP30?

Alex Macedo: A COP30 é o maior evento global sobre mudanças climáticas e, por ser realizada em Belém (PA), no coração da Amazônia, representa um marco simbólico e estratégico para o Brasil. A participação do cooperativismo brasileiro na COP30 tem como objetivo posicionar o setor como parceiro estratégico da transição climática global, reforçando sua contribuição para uma economia de baixo carbono e sua inserção nos mecanismos internacionais de financiamento e governança ambiental.

Em quais espaços as cooperativas brasileiras estarão representadas no evento?

O Sistema OCB coordenará a presença das cooperativas em múltiplos ambientes. Na Agri Zone (Embrapa), por exemplo, teremos o Pavilhão do Cooperativismo, um espaço de 300 metros quadrados (m²) que funcionará por duas semanas com exposições, oficinas, feiras, painéis e encontros institucionais, destacando o papel das cooperativas do agro e do crédito.

Já nosso espaço na Green Zone foi construído em parceria com a ONU. Trata-se de um pavilhão próprio de 100 m² e uma programação de painéis temáticos, alinhados aos eixos do Manifesto do Cooperativismo Brasileiro (transição energética, segurança alimentar, bioeconomia, adaptação climática e financiamento sustentável).

Além disso, teremos na Green Zone participação em painéis promovidos por parceiros como o Consórcio Amazônia, ABDI, CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Adicionalmente, haverá presença das coops no Pavilhão Brasil, na Casa do Seguro, reforçando o vínculo entre inovação, mitigação de riscos climáticos e proteção da produção agrícola.

Quais as atividades do Sistema OCB programadas para a COP30?

A programação está estruturada em torno de um plano que combina representação institucional, disseminação de conhecimento e exposição de cases. As atividades confirmadas até agora são:

  • Painéis temáticos nos espaços oficiais, com a presença de representantes das coops e especialistas em sustentabilidade;

  • Apresentações de casos de sucesso, selecionados a partir de um edital nacional que recebeu 100 cases de 60 cooperativas;

  • Exposição e comercialização de produtos e marcas cooperativas nos pavilhões oficiais;

  • Ações de relacionamento e imprensa, garantindo ampla cobertura midiática e visibilidade internacional;

  • Eventos comemorativos pelo Ano Internacional das Cooperativas, reforçando o papel do setor como vetor da transição justa e sustentável.

Como foi a escolha dos cases cooperativistas para a COP30?

Selecionamos casos que representam não só inovação e impacto, mas também diversidade de ramos e de territórios. Os critérios de escolha das coops consideram cinco dimensões principais: impacto ambiental mensurável; potencial de replicabilidade e contribuição à agenda climática global; inovação tecnológica e integração com as metas de neutralidade de carbono; engajamento comunitário e inclusão social; e aderência aos eixos do Manifesto do Cooperativismo Brasileiro para a COP30.

Quais são os resultados esperados pelo cooperativismo brasileiro na COP30?

Com a participação das coops, o Sistema OCB busca o reconhecimento e a valorização do cooperativismo como aliado da transição justa. Nesse sentido, o movimento deve ser reconhecido como ator estratégico dessa transição, representando milhões cooperados e produtores – sobretudo pequenos e médios – que estão na base da segurança alimentar, da conservação ambiental e da inovação rural. E um dos motivos é que as cooperativas já desenvolvem soluções práticas de mitigação e adaptação climática, promovendo inclusão, geração de renda e sustentabilidade territorial.

Além disso, esperamos que as cooperativas sejam integradas de forma estruturada à implementação das NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) e aos espaços de governança climática, em níveis nacional e subnacional, pois essa inclusão amplia a capilaridade e legitimidade das políticas públicas, garantindo que as ações climáticas cheguem aos territórios, propriedades e comunidades locais. Acreditamos que o cooperativismo oferece infraestrutura institucional, escala e capacidade técnica para apoiar metas de energia renovável, bioeconomia, manejo sustentável e restauração de áreas degradadas, consolidando a ideia de que a ação climática eficaz depende da ação coletiva e organizada. Por fim, defendemos que haja financiamento e valorização econômica da sustentabilidade, pois ela precisa ser reconhecida não como custo, mas como modelo de negócio do futuro. 

Quais as contribuições do cooperativismo para a agenda climática?

As cooperativas promovem inclusão social, desenvolvimento territorial e organização social nas comunidades onde estão inseridas. A sua capilaridade e o alcance das suas redes de assistência permitem que o cooperativismo se torne uma plataforma poderosa para o financiamento climático e a implementação de práticas sustentáveis em áreas como agricultura, energia renovável, gestão de resíduos e conservação ambiental.

Nas cooperativas agropecuárias, práticas de agricultura de baixo carbono, integração lavoura-pecuária-floresta e uso eficiente da água reduzem emissões e aumentam a resiliência do solo. No setor energético, cooperativas têm instalado usinas solares e biodigestores, para levar energia limpa a comunidades inteiras. No crédito, as coops democratizam o acesso a recursos climáticos e fomentam projetos de descarbonização.

Além disso, o cooperativismo atua na capacitação e conscientização: programas como a Solução Neutralidade de Carbono e os cursos ambientais da plataforma CapacitaCoop têm preparado centenas de cooperativas para medir emissões, desenvolver inventários e criar planos de mitigação.

Portanto, ao integrar a agenda ambiental em suas práticas, as cooperativas desempenham um papel crucial na justiça climática, promovendo a adaptação das comunidades, a mitigação dos impactos ambientais e a ampliação do acesso a recursos e tecnologias mais sustentáveis.

Como esse impacto cooperativo na ação climática se dá em âmbito local? 

Ao nascerem das necessidades das próprias comunidades, as cooperativas assumem como prioridade a sustentabilidade do território em que atuam. Em pequenas comunidades rurais, por exemplo, vemos cooperativas que implantam sistemas agroflorestais e projetos de bioeconomia, que conciliam a geração de renda e a preservação da biodiversidade. Em áreas urbanas, cooperativas de catadores transformam resíduos em fonte de renda e reduzem a poluição.

Essas ações locais geram impactos globais. Uma usina solar que abastece uma escola em Santarém (PA) ou uma cooperativa que implanta biodigestores em Assis Chateaubriand (PA), reduzindo custos ou emissões, vão além – elas mostram que é possível um desenvolvimento que respeita os limites do planeta. 

O cooperativismo, nesse sentido, é uma verdadeira ponte entre o local e o global: soluções que nascem na comunidade, mas reverberam em todo o planeta. O futuro será cooperativo ou simplesmente não será sustentável, porque só a cooperação é capaz de equilibrar o que produzimos, o que consumimos e o que deixamos como legado.




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