Estudo mostra o conhecimento das coops do Paraná sobre ESG
O coop brasileiro já despertou para a importância do ESG e tem buscado estratégias para alinhar e fortalecer as ações sustentáveis e socialmente responsáveis nas cooperativas. Uma das iniciativas mais bem estruturadas do país é o ESG+Coop, lançado pelo Sistema Ocepar, no segundo semestre do ano passado, que busca sistematizar e organizar as ações de governança e responsabilidade socioambiental no estado.
O primeiro passo do programa foi entender o grau de conhecimento sobre ESG das cooperativas locais. Para tanto, foi realizado um questionário com 99 perguntas binárias (com respostas sim ou não) sobre os três pilares ESG. O objetivo é conhecer o nível que cada cooperativa está em termos de conhecimento e aplicação desses saberes. Os resultados preliminares já mostram que, no Paraná, as cooperativas estão com melhor desempenho na prática das dimensões social e de governança, precisando avançar na dimensão ambiental.
A partir desse inventário, o Sescoop Paraná desenvolverá um programa de formação e mentoria em ESG. A qualificação teórica e prática será conduzida a partir de agosto por uma instituição de ensino superior escolhida pelo sistema.
Após a formação acadêmica, será elaborado um manual estadual das boas práticas de ESG, que esteja em sintonia com o GRI [Global Reporting Initiative], metodologia internacionalmente aceita para mensurar a maturidade em ESG de uma organização. Com ele em mãos, será criada uma central de informações (banco de dados) onde as cooperativas possam depositar informações a respeito de suas ações ESG.
A partir dos depósitos padronizados dessas informações em um banco de dados, essas boas práticas vão nos dar as condições necessárias para pensar numa certificação ESG para nossas cooperativas. Vamos definir a modelagem de pontuação, critérios, métricas, scores, baixas de aplicação e criar uma equipe certificadora, que ainda não sabemos se será externa ou interna. Nós vamos testar e validar o método, para ter o reconhecimento por parte do mercado das boas práticas das cooperativas”, explica Leonardo Boesche, superintendente do Sistema Ocepar.
O projeto ESG+Coop também prevê atividades de pesquisa, incentivo financeiro, além do apoio técnico para o cumprimento as exigências de mercado, sem perder a essência cooperativista.
Esse projeto precisa ser aderente ao cooperativismo, quer dizer, não adianta atender as exigências do mercado se ele não tem aderência à minha identidade e cultura. Temos que enxergar a cooperativa na sua individualidade. Cada cooperativa é única e isso precisa ser entendido. E a última premissa que precisamos atender é a confidencialidade, que é uma prática que desenvolvemos no Sistema Ocepar, ou seja, os dados e as informações das cooperativas pertencem às cooperativas. Nunca divulgamos nenhum dado de nenhuma cooperativa.”, reitera o superintendente.
Esta matéria foi escrita por Guaíra Flor e está publicada na Edição 39 da revista Saber Cooperar. Baixe aqui a íntegra da publicação