Itamaraty reforça importância do coop para o país
O embaixador Laudemar Gonçalves, secretário de Promoção Comercial, Ciência e Tecnologia, Inovação e Cultura do Ministério da Relações Exteriores (MRE), destacou a importância da intercooperação e da internacionalização das cooperativas brasileiras para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil. Gonçalves proferiu a palestra A Política Externa Brasileira e o desenvolvimento sustentável: oportunidades para a promoção do cooperativismo durante o seminário internacional Cooperativas pelo Desenvolvimento Sustentável, realizado pelo Sistema OCB, o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) e a Organização das Nações Unidas (ONU).
O embaixador iniciou sua fala ressaltando o aumento da participação do movimento no Sistema Financeiro Nacional (SFN). “O cooperativismo de crédito cresceu 23%, no ano passado, enquanto o SFN, 7%. Além disso, o monitor global do cooperativismo mostrou que 22 cooperativas brasileiras estão entre as maiores e o Sistema Unimed é o destaque”.
Gonçalves também relatou que há muitas oportunidades de atuação para o cooperativismo no âmbito do Ministério das Relações Exteriores no que se refere a Agenda 30, especialmente para o Ramo Agropecuário. “Historicamente o movimento vem desempenhando pujante papel no desenvolvimento sustentável. As contribuições do cooperativismo para o ODS são notórias e temos mantido reuniões com diversas nações por meio de missões internacionais organizadas pelo Sistema OCB. Essas iniciativas demonstram como a estratégia do cooperativismo para o desenvolvimento socioeconômico em diversos países é possível com a troca de experiências e conhecimento”, considerou.
Gonçalves frisou que as boas práticas das cooperativas agropecuárias precisam ser divulgadas massivamente para fazer valer a imagem positiva do país. “As certificações internacionais podem agregar mais valor a estas cooperativas, já que, no âmbito da comercialização, estamos espalhados em 26 postos pelos continentes para facilitar o acesso a mercados internacionais e atrair investimentos”.
Ao concluir, ele desafiou os cooperativistas a buscar uma internacionalização ainda mais expressiva e que o movimento pode contar com o apoio irrestrito do Itamaraty. “Acreditamos na cooperação entre os poderes, iniciativas privadas e academia. Enquanto o mercado incorpora-se aos poucos ao ESG, o cooperativismo já tem isso em seu DNA. E é isso que tem potencializado o desenvolvimento de maneira inclusiva e sustentável. O cooperativismo é a alternativa mais viável se compararmos a outros modelos de negócios, especialmente pela pauta de combate à fome e na produção sustentável. Isso está tão claro que na COP 27 vários casos de cooperativas foram apresentados e o mundo pôde ver que é possível crescer sem prejudicar o meio ambiente”, declarou orgulhoso.
Ele reforçou ainda o convite para a Cúpula da Amazônia, que será realizada em agosto, em Belém (PA). Gonçalves quer também a participação do movimento cooperativista na COP 30, que será sediada no Brasil em novembro de 2025.
O seminário segue até esta quarta-feira (19). O tema escolhido faz referência ao 101º Dia Internacional do Cooperativismo, comemorado sempre no primeiro sábado de julho. O encontro reúne cooperativistas de 21 países. O presidente da República em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckimin participou da abertura do encontro.
Também prestigiam o evento a embaixadora Maria Laura Rocha, ministra interina do Ministério de Relações Exteriores; a presidente da ACI Américas, Graciela Fernándes Quintas; o presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), deputado Arnaldo Jardim (SP); e o Ponto Focal da ONU para o Cooperativismo, Andrew Allimadi.