Fórum de Presidentes de Cooperativas Mato-grossenses


Mais de 60 presidentes dos mais diversos Ramos e regiões de Mato Grosso participaram do 1º Fórum de Presidentes de Cooperativas Mato-grossenses realizado pela OCB/MT no dia 23 de junho no Centro de Formação e Pesquisa do Cooperativismo. Durante toda manhã foram debatidos temas como a Economia Mundial e Brasileira, com o consultor da Fundação Getúlio Vargas - FGV, Paulo Nogueira Batista Jr, e Desenvolvimento Auto-sustentável do Cooperativismo, com o presidente da Ocepar - Organização das Cooperativas Paranaenses, João Paulo Koslovski.

Para o consultor da FGV a política cambial e de juros do governo federal penaliza as exportações brasileiras e impede o crescimento do país. Segundo ele, o Brasil deverá continuar mantendo uma taxa de juros elevada e uma meta de inflação ambiciosa. "Essa política desfavorece o setor de exportação que até agora sustentou o governo. Os reflexos disso já começam a aparecer com a aceleração das importações e desaceleração das exportações, reduzindo o desempenho da balança comercial para um efeito pífio em termos de controle da inflação", criticou o consultor.

A preocupação dos presidentes das cooperativas de Mato Grosso era com o futuro da economia com esse posicionamento tradicionalista do governo federal. Para Paulo Nogueira, a tendência é de uma reação, mesmo que pequena, do dólar atingindo a R$ 2,60 e manutenção de uma taxa de juros em 16%. "Países que crescem têm uma política de câmbio competitiva e de juros baixos. Porém, o Brasil caminha no sentido inverso sufocando o setor produtivo e deprimindo seu crescimento econômico em favor de uma meta de inflação muito rígida", ponderou o economista da FGV.

O presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, falou sobre o trabalho que foi desenvolvido pela entidade durante os últimos anos. Segundo Koslovski, os presidentes das cooperativas se reuniram em torno de dois planejamentos estratégicos focados no desenvolvimento do cooperado, da empresa e dos trabalhadores por meio de treinamentos e capacitação intensos.

De acordo com o presidente da Ocepar, o resultado desse trabalho foi o aumento do faturamento das cooperativas em quase três vezes no período de quatro anos, passando de R$ 6,49 bilhões (2000) para R$ 18 bilhões (2004). "O planejamento foi programado para 1996 a 2000. Cada cooperativa desenvolve um plano de ação e a Ocepar deu o aporte. Desses planos, foram definidas duas frentes de trabalho, uma em microrregiões e outra de Estado", contou Kolovski.

O presidente da Ocepar afirma que os presidentes planejam novos investimentos 2005/2010. Foram definidos investimentos na ordem de R$ 3,5 bilhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento), dos quais 60% serão aplicados na agroindústria e 40% na infra-estrutura, prioridades definidas pelos presidentes.

Para o presidente da OCB de Mato Grosso, Onofre Cezário de Souza Filho, "esse I Fórum foi muito positivo e vamos dar continuidade a esse trabalho no cooperativismo mato-grossense. Nossa meta é fazermos uma grande rede de intercooperação nas nossas cooperativas e isso só vai ser possível com um trabalho conjunto e comprometimento de todos".O II Fórum de Presidentes das Cooperativas Mato-grossense já foi marcado para o mês de junho de 2006, na Chapada dos Guimarães.

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