Cooperativismo intensifica preparativos para COP30
Reunião discutiu operação do setor em Belém, resultados de soluções ambientais e desafios da agenda de negociações internacionais
Nesta quarta-feira (17), representantes das Câmaras Temáticas da COP30 e Ambiental do Sistema OCB se reuniram em Brasília para alinhar os preparativos rumo à Conferência do Clima da ONU, que será realizada em novembro, em Belém (PA). O encontro reuniu membros do GT ESGCoop, cooperativas do Ramo Agro e especialistas que trouxeram análises sobre os desafios de negociação em agricultura e financiamento climático.
Na abertura, os participantes foram apresentados ao mapa visual que mostra a presença do cooperativismo nos diferentes espaços da COP30, incluindo o Pavilhão do Cooperativismo na AgriZone e o Pavilhão de Impacto na Blue Zone. Além disso, foram detalhados os materiais de apoio que estarão disponíveis para engajar cooperativas de todo o país na mobilização em torno da conferência.
Outro ponto central da reunião foi a apresentação dos resultados do ciclo 2024 da Solução Neutralidade de Carbono e da Solução Eficiência Energética, que já reúnem dezenas de cooperativas engajadas em estratégias de redução de emissões e uso racional de energia. “As soluções ambientais do Sistema OCB mostram que o cooperativismo não apenas acompanha, mas antecipa tendências globais. Estamos construindo caminhos práticos de descarbonização, em sintonia com as metas climáticas do Brasil e com a agenda da COP30”, destacou Alex Macedo, coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB.
O encontro também trouxe uma visão estratégica sobre o processo de negociação internacional. Daniel Vargas, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e especialista em políticas climáticas, apresentou os seis eixos que guiam a presidência da COP30, entre eles a transformação da agricultura e sistemas alimentares, a gestão sustentável de florestas e o financiamento climático. Para ele, o evento em Belém representa uma oportunidade histórica. “O Brasil chega à presidência da COP30 com a responsabilidade de articular uma agenda que coloque agricultura sustentável e financiamento climático no centro das negociações. O papel das cooperativas é fundamental para traduzir essa agenda em ações concretas no território”, afirmou.
Durante a reunião, também foram compartilhados aprendizados da Imersão Pré-COP30, realizada pelo Sistema OCB em julho, que percorreu cooperativas no Rio Grande do Sul, Rondônia e Pará, mostrando na prática como o setor contribui para a sustentabilidade. Essa agenda preparatória, segundo Alex, fortalece o posicionamento do cooperativismo junto a governos, organismos internacionais e à própria sociedade.
“O cooperativismo tem capilaridade e legitimidade para mostrar ao mundo que é possível produzir alimento, gerar energia e promover saúde com respeito ao meio ambiente e às pessoas. A COP30 é o palco ideal para consolidar essa mensagem”, reforçou o coordenador.