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Coop de plataforma: Sistema OCB participa de oficina que debate marco regulatório

Com a intenção de contribuir com os debates acerca do cooperativismo de plataforma, as colaboradoras do Sistema OCB, Hellen Beck, analista de Inovação, e Priscila Coelho, analista de Relações Institucionais, participaram de oficina de formação sobre o tema. O evento, realizado na sede da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), aconteceu nos dias 19 a 20 de julho.

Os participantes debateram as possíveis políticas públicas que podem ser desenvolvidas para estimular o cooperativismo de plataforma. O secretário de Economia Solidária do Ministério do Trabalho (MTE), Gilberto Carvalho, presente no encerramento das atividades, declarou que o segmento tem “perspectiva exponencial de crescimento” e que a tecnologia digital deve ser posta a serviço das cooperativas para que elas tenham aplicativos mais eficientes e justos.

Os integrantes trocaram experiências em temas como inteligência artificial, soberania digital e políticas públicas. As rodadas de discussão geraram a construção de um documento final com os encaminhamentos de propostas voltadas a plataformas digitais.

“Essa troca de experiências foi muito válida e, além de saber o que pensam membros do governo e outros atores da sociedade envolvidos, visualizamos oportunidades de criar aproximação com o mercado e com a academia. O envolvimento com alguns participantes foi importante para podermos futuramente desenvolver projetos relacionados ao coop de plataforma. O Sistema OCB tem se empenhado em ofertar soluções com inteligência e inovação para as cooperativas e a aprovação de normativos que tramitam no Congresso podem estimular verdadeiramente o segmento”, declarou Hellen.

Priscilla destacou, entre outros aspectos, a necessidade de um marco regulatório e da criação de novos mecanismos de fomento para que o setor avance. “Como instituição representativa, o Sistema OCB busca mais oportunidades para as cooperativas. Pretendemos trabalhar e disseminar materiais para que elas tenham na plataforma um novo aliado e ocupem mais espaços no mercado. O marco regulatório, nesse sentido, é essencial. Tratamos ainda sobre as inovações e tecnologias disponíveis, as linhas de crédito para o segmento e a criação de uma ferramenta que centralize as cooperativas na utilização e fornecimento dos serviços”.

Os próximos passos do Sistema OCB é estreitar diálogo com a Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) e universidades envolvidas com o tema. A entidade também fará apresentação institucional para associação feminista MariaLab que atua na intersecção entre política, gênero e suas tecnologias.

 

Cases

A organização coletiva, uma boa legislação e o uso de tecnologias já vêm rendendo um desenho de como o cooperativismo atua e ajuda outros atores a irem mais longe. Alguns cases de sucesso foram compartilhados durate a oficina, como o da americana Drivers Seat Cooperative, que criou um app em que os dados são utilizados para apoiar o motorista, com informações como cálculo de quilômetros rodados, onde estão as melhores corridas, desgaste do carro, entre outros. O aplicativo é vendido para órgãos públicos, consultorias ou entidades de pesquisa e o valor das informações é revertido para os motoristas. A coop vendeu dados de mobilidade para uma agência de São Francisco (EUA) por cerca de US$ 45 mil.

Já a francesa Coop Cycle, desenvolveu infraestrutura tecnológica para apoiar a criação de outras cooperativas de entregadores de plataforma. A iniciativa conta com 67 cooperativas – formando uma federação – com o propósito de melhorar a distribuição de resultados das operações dos associados, dando a eles uma remuneração mais condizente com a carga de trabalho.

 

O evento

O encontro foi organizado pela Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), pela DigiLabour, pela Fundação Rosa Luxemburgo e pelo Observatório do Cooperativismo de Plataforma em parceria com a Enap. De acordo com dados do MTE, há pelo menos 1,5 milhão de entregadores e motoristas que atuam por meio de plataformas digitais no país. Além deles, outros setores econômicos são atingidos por estas plataformas – desde o trabalho de cuidados até de alimentação de dados da inteligência artificial. A regulação para o segmento é um esforço mundial.

 

 

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