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Crescimento sustentável passa pelo cooperativismo

Crescimento sustentável passa pelo cooperativismo

Painel coordenado pelo Sistema OCB na COP 28 reafirma protagonismo do modelo de negócios

 

O crescimento sustentável passa obrigatoriamente pelo cooperativismo. Essa foi a principal conclusão do painel Cooperativas: aliadas da sustentabilidade ambiental e segurança alimentar, coordenado pelo Sistema OCB, neste sábado (9), no Espaço Brasil da 28ª Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU, a COP 28. As apresentações, mediadas pela superintendente Tania Zanella, destacaram as contribuições das cooperativas para o desenvolvimento socioeconômico e o crescimento inclusivo de comunidades no Brasil, África e Europa, com troca de experiências e detalhamento de cases de sucesso. 

“O cooperativismo, para além de socialmente justo, é economicamente viável e ambientalmente correto”, salientou Tania em sua fala. Ela lembrou que a relação de confiança que o modelo de negócios oferece é um dos ativos que melhor pode explicar os impactos positivos e as significativas contribuições geradas nas atividades realizadas. “A solução para as alterações climáticas não está apenas nas mãos dos governos e das organizações, mas também nas mãos das pessoas comuns. Acreditamos que o envolvimento ativo e consciente por meio do cooperativismo é essencial para alcançar a neutralidade de carbono e assim enfrentarmos de forma eficaz e inclusiva esses desafios”, complementou.

Laudemir Muller, gerente de Agronegócio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), apresentou dados para exemplificar a importância da valorização da floresta em pé e das soluções proporcionadas pelo cooperativismo. Segundo ele, estudo coordenado pela agência, com 64 produtos compatíveis com a floresta, mostrou que eles representam um mercado de 178 bilhões de dólares, sendo que o Brasil participa em apenas 0,2% desse mercado (300 milhões de dólares).  “Se aumentarmos essa participação de forma proporcional ao tamanho do país, podemos chegar a atingir 1,3% desse mercado, ou seja, 2,3 bilhões de dólares. E não há como fazer isso sem passar pelo cooperativismo”, declarou.

Cases

Sebastião Nascimento de Aquino, membro do conselho da Cooperativa Central de Comercialização Extrativista no Acre, a Cooperacre, compartilhou as ações da cooperativa que se tornou referência sustentável pela  valorização da floresta amazônica, promoção da bioeconomia e inclusão social de seus cooperados. Responsável pela maior produção de castanha-do-Brasil beneficiada do Brasil, suas atividades abrangem 18 municípios e beneficiam mais de quatro mil famílias, a maioria de pequenos produtores extrativistas. “Nossa atividade preserva 87% das florestas. Somos líder na produção orgânica e livre de toxinas, e investimos em tecnologia e inovação para garantir a qualidade e segurança dos nossos produtos”, relatou.

Apesar do sucesso, Aquino destacou desafios que ainda precisam ser superados para que a cooperativa possa aumentar sua contribuição para a melhoria da qualidade de vida de seus cooperados e das comunidades da região onde atua, para a continuidade da preservação ambiental e para a promoção da segurança alimentar. “Precisamos de mais apoio e recursos para financiar as famílias de produtores extrativistas, além de assistência técnica diferenciada para garantirmos uma produção cada vez mais sustentável e eficiente. Outro ponto que consideramos fundamental é o aumento das possibilidades de pagamento pelo diferencial da preservação. Esses recursos precisam realmente chegar nas mãos dos extrativistas”, afirmou. 

As inovações sustentáveis e o compromisso ambiental no cenário agropecuário brasileiro da Frimesa foram apresentadas por Marcelo Cerino, superintendente de Logística Integrada da central cooperativa. Considerada uma das maiores marcas de produtos de carne suína e lácteos do país, a Frimesa se destaca por ações na redução do impacto ambiental de suas atividades. “Nosso programa ESG prevê o alcance total de carbono neutro até 2040. Investimos na produção de biogás, biometado e Co2, substituímos o uso de combustíveis fósseis e reduzimos em 33% as emissões de gases do efeito estufa. Somos considerados a segunda organização mais inovador do Brasil e nossos programas também incluem o investimento em energia solar, conservação de florestas e redução do consumo de água potável. Temos 187 projetos de inovação em andamento”, descreveu.

As contribuições do cooperativismo de crédito também foram ressaltadas durante o painel. Ênio Meinen,  diretor de Coordenação Sistêmica e Relações Institucionais do Sicoob falou sobre o papel transformador do segmento na construção de um sistema financeiro inclusivo e justo. “Promovemos prosperidade com responsabilidade. Consideramos a sustentabilidade uma questão estratégica e transversal. Apoiamos o empreendedorismo inovador e a economia compartilhada, temas fundamentais para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a paz social, meta maior da Organização das Nações Unidas, a ONU”.

Ênio reforçou ainda que as cooperativas de crédito são a maior rede de proximidade  e principais provedoras de crédito dos pequenos negócios no Brasil, com destaque para o financiamento do setor rural, responsável pela segurança alimentar. “Estudos comprovam que, nas localidades onde as cooperativas de crédito estão presentes, há um incremento de 5,6% no PIB, além de um acréscimo de 16% nos estabelecimentos comercias por ano. A inclusão financeira que proporcionamos gerou, entre 2016  e 2021, uma economia de 17,4 bilhões de dólares para aqueles que nos escolheram na busca de recursos para seus negócios”, acrescentou.

África e Europa

Susane Westhausen, presidente da Aliança Cooperativa Internacional para a Europa, e Sifa Chiyoge, diretora-geral da Aliança Cooperativa Internacional para a África, também participaram do painel e apresentaram relatos sobre como as cooperativas de seus continentes têm atuado em prol da preservação ambiental e sustentabilidade. Para Susane, o cooperativismo tem como um de seus principais diferenciais o fato de combinar coração e cérebro. “Essa característica torna o modelo de negócios mais democrático e a melhor opção quando consideramos que as questões climáticas precisam ser trabalhadas como um todo, com um olhar completo sobre a cadeia de valor”. 

Sifa, por sua vez, disse que o cooperativismo faz parte do cotidiano africano desde a sua criação e que a busca pela sustentabilidade se revela em todos os seus ramos de atividade. “O cooperativismo é nossa maneira natural de viver. A capacidade de compartilhamento que ele promove alia produção e preservação. Por isso, ele é o melhor modelo para agregar valor à cadeia produtiva”, relatou. Sifa também detalhou diversos cases desenvolvidos pelas cooperativas africanas nas áreas de reciclagem de resíduos sólidos, reflorestamento, redução de uso de recursos fósseis e reaproveitamento de materiais.

Saiba mais sobre a presença do cooperativismo na COP 28 no site Cooperação Ambiental.

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