Vinícola Aurora adota manejo sustentável do solo e minimiza impactos climáticos na Serra Gaúcha
Contexto e desafios
Fundada em 1931, a Cooperativa Vinícola Aurora se tornou a maior do Brasil, com 1.100 famílias associadas que mantêm a viticultura como principal fonte de renda na Serra Gaúcha. Com mais de 90 anos de história, a cooperativa enfrenta seu maior desafio: os impactos das mudanças climáticas.
Nos últimos anos, a região enfrenta os desafios impostos pelas mudanças climáticas, que causam instabilidade na produção. Até 2015, cerca de 90% das áreas de vinhedos não adotavam práticas de cultivo que protegessem o solo, causando a perda de solo fértil devido à erosão, e a diminuição da reserva de água.
Além disso, era comum o uso intensivo de herbicidas para eliminar plantas concorrentes, e a erosão chegava a dificultar o tráfego de máquinas agrícolas. Diante desse cenário, a Aurora se mobilizou para encontrar soluções que garantissem a sustentabilidade do negócio e a qualidade de vida dos seus cooperados.
Objetivos
O objetivo central do projeto foi estabelecer um sistema de produção vitivinícola com processos que melhorem a saúde do solo e aumentem a resiliência dos vinhedos. As metas incluíam a redução dos riscos de erosão, a conservação da umidade e a melhoria da fertilidade e estrutura do solo.
A iniciativa também visa promover a biodiversidade e o equilíbrio do ecossistema, minimizando a contaminação de cursos d'água. Além do aspecto ambiental, o projeto temcomo objetivo aprimorar e difundir o conhecimento sobre manejo sustentável entre os cooperados.
Com isso, a cooperativa busca garantir a preservação dos recursos naturais e a permanência dos agricultores no campo, em convivência harmônica entre o trabalho e o meio ambiente.
Desenvolvimento
O trabalho começou em 2015, em parceria com instituições de ensino e pesquisa, como a Embrapa Uva e Vinho e a Universidade Federal de Santa Maria, UFSM. A primeira etapa foi a criação de Unidades de Difusão do Conhecimento, UDCs, em propriedades de cooperados voluntários, que serviram como laboratórios para pesquisa e demonstração das novas técnicas.
A segunda etapa, focada na divulgação, começou após a validação dos resultados nas UDCs. Nos últimos cinco anos, a cooperativa realizou mais de 50 atividades sobre o tema, incluindo palestras, dias de campo e a feira Vitis Aurora. O conhecimento também foi disseminado por boletins técnicos, jornais e programas de rádio.
Além disso, a cooperativa investe anualmente mais de R$ 2 milhões na capacitação de seu quadro social, com o apoio de 10 profissionais técnicos que atuam diretamente junto aos produtores.
Resultados e impacto
Após 10 anos, todos os 1.100 associados da cooperativa já utilizam as técnicas de manejo sustentável do solo em diferentes escalas. A iniciativa avançou os muros da Aurora e muitos viticultores da região também adotaram as práticas.
Pesquisas realizadas em parceria com a UFSM comprovam a melhora na qualidade do solo, com aumento da matéria orgânica e dos microrganismos. Um dos impactos diretos mais relatados pelos cooperados foi a redução no uso de herbicidas, que caiu de cinco para apenas uma aplicação anual em muitos casos.
Os produtores também observaram maior resiliência dos vinhedos. Em um evento climático extremo em maio de 2024, com mais de 1.000 mm de chuva em sete dias, as áreas com plantas de cobertura sofreram um impacto visivelmente menor.
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