Cooperativa não descarta vender energia elétrica
A usina de cogeração de energia elétrica instalada no parque industrial da Cocamar em Maringá (PR) atende mais de 75% da demanda. Ela produz eletricidade por meio da queima do bagaço da cana, madeira, palha de arroz ou outros resíduos industriais.
Para tanto, a Cocamar recebe de usinas de álcool e açúcar instaladas na região mais de 700 toneladas de bagaço de cana por dia. O supervisor de produção da usina de cogeração da cooperativa, Fernando Borges Santos, disse recentemente que contratos foram firmados com algumas empresas para enviar caminhões de resíduos todos os dias.
O restante da energia demandada nas indústrias é comprado da Copel. O presidente da cooperativa, Luiz Lourenço, diz que o intuito é vender energia nos meses em que o complexo industrial não funcionar com a sua capacidade máxima.
O assunto ainda será discutido com a estatal. "Nós vamos ter períodos sazonais. As indústrias não trabalham o ano todo, há períodos em que elas param para manutenção. E nesses períodos, pretende-se oferecer essa energia para a Copel".
Nos últimos meses, a Copel lançou editais de chamada pública para compra de energia produzidas por usinas de álcool e açúcar, por exemplo, e deve investir cada vez mais em aproveitamentos energéticos de pequeno porte. O superintendente de mercado e regulação da companhia, Roberto Cambuí, disse que o grande desafio hoje é garantir o bom funcionamento e a segurança do escoamento de energia.
De acordo com informações repassadas pela Alcopar, o Estado produz em torno de 50 mil de toneladas de cana por ano, e isso gera 14 milhões de toneladas de bagaço.
Segundo o pesquisador Gilberto Sales, Doutor em Agronomia pela UEM, a utilização dos resíduos da cana-de-açúcar para a produção de energia é uma tendência cada vez mais forte no Estado, um bom negócio para as usinas de cana e açúcar, complexos industriais e empresas de energia elétrica.
(Fonte: Radio CBN)