Cobrac dribla crise e retoma investimentos
“Boas perspectivas para o futuro, mas com os pés no chão”. É desta forma que o presidente da Cooperativa Agropecuária do Brasil Central (Cobrac), Sérgio Gottardi Paoliello, avalia o resultado do árduo trabalho que teve inicio há 12 anos, quando assumiu a presidência, para driblar a pior crise da instituição. A cooperativa retomou investimentos com foco no que mais entende, ou seja, dar condições para que o produtor rural possa melhorar sua produtividade, reduzir custos e agregar valor, aumentando seus ganhos.
A Cobrac, após 16 anos de dificuldade, alcançou em 2008 R$ 15.622 de sobras e, para este ano, a expectativa é acumular no fundo de reserva o montante de um R$ 1 milhão. O presidente Paoliello lembra que ao assumir o cargo desconhecia a situação da cooperativa e na primeira assembléia percebeu que eram grandes os desafios. “As contas vencidas chegavam a R$ 5 milhões e necessitávamos saldar essas dívidas para impedir a liquidação do negócio”. Na época, foram captados cerca de R$ 2,3 milhões, valor que, segundo ele, foram suficientes para resolver emergencialmente a situação.
O rateio da dívida foi o segundo passo seguido da diminuição da folha de pagamento. Em 1998, a cooperativa se obrigou a demitir 518 funcionários, ficando com 16 pessoas. Foram fechadas filiais e liquidados estoques para o pagamento das rescisões que somavam R$ 3,6 milhões. Hoje, a cooperativa conta com 80 funcionários.
“O Programa de Revitalização de Cooperativas de Produção Agropecuária, em 1998, foi uma “luz no fundo túnel” para a Cobrac”, diz o presidente. Com os recursos, foi possível elaborar um projeto de cadeia produtiva, que integrava a nutrição animal, com estímulos à produção de grãos, pecuária, incluindo confinamento, frigorífico e curtume. No entanto, embora tenha sido aprovado o valor de R$ 7,2 milhões para implementação, não foi viabilizado por problemas anteriores com o Banco do Brasil.
Após 1999 as perdas começaram a cair e, em 2008, o processo foi realmente revertido. Atualmente, as dívidas estão sob controle, sem comprometimento do patrimônio que permanece intacto e avaliado em R$ 8, 56 milhões. As dívidas não liquidadas foram parceladas e estão com os pagamentos em dia.
Hoje – A Cobrac tem hoje três fontes principais de receita: carteira imobiliária, armazenagem de grãos e a fabricação e comercialização de sal e ração animal. Todo o centro administrativo está alugado.