A expansão das cooperativas de crédito rural
As maiores cooperativas do segmento no Estado são, por ordem de volume de operações, a Credicitrus, de Bebedouro, a Coopecredi, de Guariba, a Cocrefocapi, de Piracicaba, a Cocred, de Sertãozinho, a Credicarol, de Orlândia, e a Credicoonai, de Ribeirão Preto. Dessas, apenas a Cocrefocapi não fica na região de Ribeirão, mas seus dirigentes foram a favor da mudança da sede, aprovada em assembléia geral, por considerarem que é mais racional sair de Piracicaba para Ribeirão do que para São Paulo.
Dirigentes dessas maiores cooperativas são também os principais integrantes do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal da Cocecrer. O diretor administrativo, Ismael Perina Júnior, da Coopecredi, de Guariba, destaca que “Ribeirão Preto é o ponto de melhor referência, pelas condições que a cidade oferece”.
Superando a mãe – Perina afirma também que a mudança para o interior será mais um instrumento de incentivo à expansão do cooperativismo de crédito rural, argumento reforçado por Henrique Castilhano Villares, diretor operacional da Cocecrer e presidente da Credicoonai, de Ribeirão Preto. “Ainda estamos distantes do estágio que o cooperativismo de crédito rural atingiu na Europa, mas caminhamos nessa direção”, afirma.
Prova da expansão é que algumas cooperativas de crédito rural já superaram em patrimônio as cooperativas de produção, das quais surgiram. É o caso da Credicoonai. Já bem maior que a Coonai, até adquiriu a área de 17 mil metros quadrados localizada na avenida Capitão Salomão, que pertencia à cooperativa de produção.
Itirapuã – Hoje, enquanto a Coonai está com cerca de 800 cooperados, a Credicoonai congrega 6.200 sócios e, com os seus 21 pontos de atendimento, atinge até cidades que a cooperativa-mãe não atingia, como Batatais, Tambaú (SP) e Passos (MG). Além disso, abre suas portas também para não cooperados, sendo Itirapuã um bom exemplo: 60% do movimento bancário da cidade de 5 mil habitantes se concentra no posto da cooperativa.
“É o que a regra nos permite. Quem não é cooperado também pode ser correntista, só não pode usufruir dos resultados”, explica Villares.
Juros menores – A cooperativa de crédito funciona de forma semelhante a uma agência bancária, oferecendo cheque especial, cartão de crédito, empréstimos, entre outras operações. “A diferença é que não cobramos tarifas que os bancos cobram e realizamos operações com taxas de juros bem inferiores”, diz o presidente da Credicoonai. A cooperativa está com ativos de R$ 110 milhões, depósitos e aplicações de quase R$ 50 milhões e patrimônio líquido de quase R$ 30 milhões.
“Oferecemos uma série de vantagens”, reforça Leopoldo Pinto Uchoa, presidente da Credicitrus. Também presidente da Coopercitrus, Uchoa informa que a cooperativa de crédito há dois anos ultrapassou a cooperativa-mãe em número de cooperados – hoje 27 mil para 17 mil – e que, este ano, passou à frente também no quesito patrimônio líquido.
A maior cooperativa – A Credicitrus, de Bebedouro, atingiu a posição de maior cooperativa de crédito rural do Brasil e, com seu movimento, contribuiu para a Cocecrer/SP se tornar a principal cliente em recursos centralizados no Banco Cooperativo do Brasil, o Bancoob.
Para o seu presidente, Leopoldo Pinto Uchoa, “o crescimento se deve à riqueza da região e ao nível dos cooperados”. Mas também, acrescenta, às condições favoráveis oferecidas em várias operações de crédito, ao lado de rapidez nas decisões.
A Credicitrus financia o cultivo de vários produtos, principalmente laranja e cana-de-açúcar, com recursos próprios ou repasse de instituições, com juros de 6,75% ao ano.
Para os empréstimos pessoais, menos da metade dos juros cobrados pelos bancos. Cheque especial, 3% ao mês. Estas taxas são adotadas em 37 pontos de atendimento, em São Paulo (inclusive Ribeirão Preto) e Minas Gerais.
A Credicitrus está hoje com ativos superiores a R$ 1,2 bilhão e patrimônio líquido em torno de R$ 320 milhões."